Vasos de Honra

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A VERDADEIRA CONVERSÃO



A Bíblia tem esta promessa para os pecadores: “O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração da tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas” Dt.30:6.

            O que significa isto? Devemos temer e amar a Deus, e buscá-lo, para que sua obra se realize em nós, pois Ele é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua vontade, Fl. 2:13. No conceito do Breve Catecismo, Vocação e Conversão são basicamente sinônimas, pois tratam da mesma verdade. “Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, convencendo-nos do pecado, e da nossa miséria, iluminando nossos entendimentos pelo conhecimento de Cristo, e renovando a nossa vontade nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nos é oferecido de graça no evangelho” Resposta 31 do Breve Catecismo. O Espírito Santo realiza a conversão do pecador atuando sobre três áreas fundamentais de sua vida:
            a) Ele nos convence do pecado e da nossa miséria. Antes de haver qualquer desejo de salvação, temos de ser convencidos desta necessidade. Por isso, o Espírito Santo nos convence do pecado e do juízo vindouro, Jo.16:8. Ele nos ensina que a lei é obrigada a condenar o pecador à pena máxima, a morte, banimento eterno da presença e do poder de Deus, Rm.6:23; 2 Ts.1:9. Quando o Espírito Santo nos convence desta realidade, ficamos com medo e desejamos intensamente um meio de escape.
            b) Ele ilumina a nossa compreensão de Cristo através do Evangelho, ensinando que Jesus Cristo é o único que nos pode oferecer a desejada salvação, mostrando-nos que sua morte substitutiva na cruz do Calvário resolveu para sempre todos os nossos problemas perante a lei de Deus.
            c) Ele renova a nossa vontade (que por natureza é totalmente adversa ao querer de Deus), nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, como nos é oferecido de graça no Evangelho. Depois de nos convencer da suficiência deste Libertador para nos salvar totalmente da lei de Deus, o Espírito Santo nos dá a capacidade de crer em Cristo, vir e entregar a nossa vida a Ele, sem qualquer reserva, para sermos justificados, adotados, santificados e recebidos em glória.
            O Catecismo de Heidelberg resume o assunto de conversão em duas partes. Pergunta 88. “Quantas partes há na verdadeira conversão do homem? Resposta. Duas, a morte do velho homem e o nascimento do novo homem”. Podemos dizer que a verdadeira conversão é um tipo de morte e ressurreição; algo bem específico e visível acontece dentro do nosso ser, e que se manifesta através de uma mudança em todas as áreas do nosso procedimento. Tudo começa com a nossa união vital com Cristo, pela qual, em termos espirituais, temos as mesmas experiências, Rm.6:1-14. Quando Cristo foi crucificado, Ele morreu para o pecado; assim, nós também, morremos para o pecado. Em ambos os casos, o pecado sofreu um golpe mortífero. Quando Cristo ressuscitou para viver em novidade de vida, nós também ressuscitamos para andar em novidade de vida. “Porque, se fomos unidos com ele (Cristo) na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” Rm.6:5. O Apóstolo Paulo resumiu este princípio de morte e ressurreição nestas palavras: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” 2 Co.5:17.
            Os termos, conversão e regeneração, são basicamente sinônimos na literatura bíblica, e são usados com uma certa flexibilidade para descrever a mesma verdade: o nosso encontro salvador com Jesus Cristo. Porém, em termos mais precisos, conversão descreve a atividade do homem, é ele que abandona o seu pecado e crê em Cristo. Regeneração descreve a atividade do Espírito Santo, é Ele que transforma a nossa disposição espiritual, habilitando-nos a abandonar o pecado e a crer em Jesus Cristo. Por causa do “evangelho fácil” dos nossos dias e a conseqüente desobrigação de mudanças radicais na vida moral e espiritual do homem, é necessário enfatizar a importância de evidencias verificáveis na conversão do pecador. “Nem todo aquele o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” Mt.7:21. “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” Mt.24:12-13.
        
1. A Evidência da Conversão pela Contrição. Cristo enfatizava: “Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” Lc. 13:1-5. Esta verdade é uma parte essencial na proclamação do Evangelho. Cristo esclareceu: “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando em Jerusalém” Lc.24:46-47. Pergunta 89. “O que é morte do velho homem? Resposta. É a profunda tristeza por causa dos pecados e a vontade de odiá-los e evitá-los cada vez mais”. Observemos os dois aspectos da contrição.
            a) Tristeza por causa da transgressão. Embora a intensidade desta tristeza possa variar entre indivíduos, por razões de circunstâncias, todos devem sentir um peso sobre a consciência. Afinal, um pecado foi cometido contra Deus. Quando Isaías percebeu a santidade do Senhor, exclamou: “Ai de mim! Estou perdido” Is.6:5. Os ouvintes do Apóstolo Pedro, compungidos no coração por causa da consciência de seu pecado, pediram: “Que faremos, irmãos?” At.2:37. E o Apóstolo Paulo, convencido da sua pecaminosidade, perguntou: “Desventurado homem que sou, quem me livrará do corpo desta morte?” Rm.7:24. Neste momento de desespero espiritual, o Espírito Santo age e conduz o arrependido aos pés de Jesus Cristo, de onde recebe o perdão.
            b) Rejeição do pecado. Não queremos mais nada com esse mal que se tornou repulsivo. Quando nos lembramos dos nossos pecados, a Bíblia diz: “Eles terão nojo de si mesmo, por causa dos males que fizeram em todas as suas abominações” Ex.6:9. A rejeição do pecado é tão grande, que recusamos todo e qualquer contato com as fontes do pecado, tais como filmes inconvenientes, livros e conversas que procuram introduzir assuntos impuros à nossa mente. Conversão é assim, o pecado é algo nocivo e a nossa rejeição dele é a evidência do nosso encontro com Cristo.
           
2. A Evidência da Conversão pelo Contentamento. Se Deus tem nos abençoado, não há como esconder a alegria que enche o coração. O salmista descreve a bondade de Deus para com os convertidos. “O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa com paz ao seu povo” Sl.29:11. Pergunta 90. “O que é o nascimento do novo homem? Resposta. É a alegria sincera em Deus, por Cristo e o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras.” Aquele que é convertido tem grande contentamento pela compreensão da maravilha das dádivas que Deus derrama sobre nós, em Cristo. 
            a) Motivos deste contentamento.
I) Quando Cristo morreu como nosso Substituto diante da lei de Deus, Ele satisfez todas as exigências divinas. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” Cl.3:13. Quando o Apóstolo afirma que fomos “libertados da lei” Rm.7:6, está dizendo: “Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” Rm.8:1. Que motivo insondável de contentamento!

II) Quando o Espírito Santo nos convenceu do nosso pecado, Ele também nos conduziu a Cristo Jesus, “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” Ef.1:7. O Salmista confessou: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo o pecado é coberto” Sl.32:1. Que motivo consolador de contentamento!

III) Enfim, “Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho”, Jesus Cristo, IJo.5:11. Eis a base do contentamento que jamais terá fim!
           
b) O efeito destas bênçãos sobre a nossa disposição filial. Temos “o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras”. Eis o testemunho do Apóstolo Paulo: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” Gl.2:20.
           
3. A Evidência da Conversão pela Consagração. Aquele que é convertido é devedor àquele que o redimiu; ele não consegue ficar passivo, pois seu desejo é se consagrar àquele que o amou e a si mesmo se entregou por ele. O preço da nossa redenção é o motivo da nossa consagração. Fomos comprados por um bom preço, agora, somos constrangidos a glorificar a Deus em nosso corpo, I Co.6:20. Pergunta 91. “Que são boas obras? Resposta. São somente aquelas que são feitas com verdadeira fé, conforme a lei de Deus e para a sua glória; não são aquelas que se baseiam em nossa própria opinião ou em tradições humanas.” A nossa consagração se revela através das boas obras, ou seja, a maneira pela qual servimos a Deus. Como podemos demonstrar a nossa consagração, o nosso novo apego a Deus?
            a) Através de atos de culto. Insistimos na prática do Culto Doméstico – a família toda reunida para cantar hinos, ler a Bíblia e fazer orações; freqüência assídua aos cultos públicos na Igreja; mais os exercícios devocionais através de bons livros. É uma verdadeira contradição quando se fala de consagração a Deus sem prestar-lhe o devido culto com uma aplicação diária.
            b) Houve um tempo quando costumávamos servir as vaidades desta vida; agora, queremos servir aquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós. Na Igreja, há sempre oportunidades para servir, quer como oficial, ou simplesmente como uma testemunha que irradia amor cristão. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” Mt.5:16. Cristo disse: “E sereis as minhas testemunhas” At.1:8.

Um comentário:

  1. Obrigado por mensagem que enriquece nossas vidas. Que nosso Deus continue abençoando sua vida.

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