Vasos de Honra

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O SÉTIMO MANDAMENTO



“Eu sou o Senhor teu Deus... Não adulterarás” Ex.20:2,14.

            O que significa isto? Devemos temer e amar a Deus, pois Ele é nosso Legislador. “O Sétimo Mandamento exige a conservação da nossa própria castidade, e do nosso próximo, no coração, nas palavras e nos costumes” Resposta 71 do Breve Catecismo. A sexualidade humana é dom de Deus e parte essencial da nossa constituição. Mas, como aconteceu com todas as demais áreas da nossa vida, ela também ficou desfigurada e corrompida de tal forma, que tem pouca semelhança com o estado original. Por isso, a Bíblia tem tantas advertências contra o mau uso desta parte do nosso corpo. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,... porquanto Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação” ITs.4:3-7. Neste contexto, “santificação” significa separação do modelo deste século, a fim de estarmos prontos para obedecer a Deus, isto é, praticar uma pureza sexual e uma consciente abstenção de todas as formas errôneas de comunicação moral, pois compete a cada pessoa possuir e subjugar todas as suas potências e, especificamente, a tendência sexual, à pratica da vontade de Deus. O abuso dos membros sexuais do nosso corpo é extremamente prejudicial em todos os sentidos. “Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo (não prejudica tanto); mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o seu próprio corpo”, isto é, prejudica a totalidade de seu bem-estar e, muitas vezes, de uma maneira irreparável, por exemplo: doenças venéreas, crianças indesejadas, destruição de famílias, brigas, mortes e reprovação de Deus. Portanto, “fugi da imoralidade” I Co.6:18. Tentaremos responder, de uma maneira sucinta e prática, três perguntas de suma importância.
            a) Qual foi a finalidade original do ato sexual? Sem comentar sobre as ênfases seculares, a Bíblia ensina, de maneira implícita, que o ato sexual é para fins de procriação. Quando Deus ajuntou homem e mulher, eles receberam esta ordem: “Sede fecundos, multiplicai-vos...” Gn. 1:28. O início de uma nova vida se dá através do ato sexual. A história de Onã é ilustrativa da santidade deste propósito original. Este homem tinha a responsabilidade de cumprir “o levirato e suscitar a descendência” a seu irmão; coabitou várias vezes com a viúva, porém, “deixava o sêmen cair na terra, para não dar descendência a seu irmão”. Ele desperdiçou o sêmen, e este ato “era mal perante o Senhor, pelo qual também a este fez morrer” Gn.38:1-10. O sêmen é sagrado e deve ser respeitado, pois há vida nele. Qualquer ensino sobre a sexualidade humana deve enfatizar este princípio.
            b) De todos os apetites humanos, por que o dom da procriação ficou tão deturpado pelo pecado? O ato sexual tem a potência de dar início a uma nova vida, que nascendo, será um ser humano, criado à imagem de Deus. Que mistério e maravilha! No jardim do Éden, Adão e Eva receberam uma ordem específica: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” Gn.2:16-17. Por que Satanás quis que o casal comesse da árvore proibida? Ele quis ver a morte, a ruína destes seres criados à imagem de Deus. É significativo observar que o segundo pecado registrado na Bíblia é o homicídio, Gn.4:8. Mas, apesar da transgressão, Deus não permitiu uma destruição total, um remanescente seria poupado através da soberana redenção, e, com isto, o atrevido plano de Satanás ficaria frustrado. Contudo, o seu ódio continua em toda a sua fúria maligna, por isso, ele agora se dirige contra a fonte da vida humana, a sua sexualidade. Pelo pecado de Adão, Satanás conseguiu corromper o uso santo deste dom de Deus. O que ele não alcançou no jardim do Éden, ele agora obtém pela perversão sexual. Qualquer ato de imoralidade, inclusive o sexo antes do casamento, é uma afronta à santidade de Deus e um desrespeito ao corpo humano. E o transgressor paga caríssimo por sua desobediência.
            c) Como podemos subjugar a tendência sexual à pureza ensinada nas Escrituras Sagradas? Embora não seja sempre fácil, a resposta é o domínio próprio. Através do dom do Espírito Santo, Deus nos deu recursos para vencer as inclinações pecaminosas. “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” Gl.5:16. A ordem é esta: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza ...” Cl.3:5. É pelo poder do Espírito Santo que conseguimos mortificar os efeitos do corpo, Rm.8:13. O Catecismo de Heidelberg nos oferece outras orientações de valor inestimável.
        
I. O Perigo do Sexo Culposo.  Devemos levar a sério as restrições impostas sobre a sexualidade humana. A pessoa que desrespeita estas leis divinas torna-se vítima do seu próprio pecado: “Como o boi que vai para o matadouro – como a ave que se apressa para o laço sem saber que isto lhe custará a vida”. A casa da prostituição “é caminho para sepultura e desce para as câmeras da morte” Pv.7:1-27.  Pergunta 108.  “O que o Sétimo Mandamento nos ensina?” Resposta. “Toda impureza sexual é amaldiçoada por Deus. Por isso, devemos detestá-la profundamente e viver de maneira pura e disciplinada, sejamos casados ou solteiros”. Observemos:
            a) A atitude de Deus diante da perversão sexual. Talvez a imoralidade seja o pecado mais condenado na Bíblia. Os transgressores do Sétimo Mandamento são tão rejeitados por Deus, que a Escritura afirma: “Não vos enganeis: nem impuros, nem efeminados, nem sodomitas,... (perversões sexuais) herdarão o reino de Deus” ICo.6:18, 6:9-10. O conselho é: “Fugi da impureza”.
            b) Qual deve ser a nossa atitude diante da perversão sexual? “Devemos detestá-la profundamente”. Esta rejeição envolve uma desassociação com tudo o que apresente formas diferentes de imoralidade, filmes, revistas, conversas, etc. É impossível conciliar uma das contradições mais comuns dos nossos dias. Com a boca, o cristão afirma: Detesto a perversão sexual; porém, com os olhos, assiste um filme pornográfico. “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes”
 I Co.15:33. Ninguém fica isento das conseqüências das más comunicações, pois aquilo que o homem semear (ou permitir entrar na sua vida), isto também ceifará, Gl. 6:7.
            c) Qual deve ser nosso procedimento em relação à nossa própria sexualidade? Devemos “viver de maneira pura e disciplinada, sejamos casados ou solteiros”. A Confissão de Fé tem uma verdade importante: “Deus dotou a vontade do homem com tal liberdade natural, que ela nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza”. Cap.9:1. Ninguém pode dizer: Fui obrigado a fazer sexo, a natureza me obrigou. Somos responsáveis diante de Deus por nossas atividades, pois podemos rejeitar os impulsos da nossa natureza. O problema do sexo não se limita aos solteiros; os casados também têm de lidar com esse assunto. Mas, para todos, a resposta é uma disciplina pessoal.

2. O Perjúrio do Sexo Culposo. Existe muita mentira relacionada com a sexualidade humana. Nós não fomos criados para seguir a nossa própria vontade; antes, Deus nos constituiu como seus servos, a fim de obedecê-Lo. Vivemos teocentricamente e não antropocentricamente. Pergunta 109. “Mas Deus, nesse mandamento, proíbe somente o adultério e outros pecados vergonhosos?” Resposta. “Não, pois como nosso corpo e nossa alma são templos do Espírito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos.”
Ninguém é propriamente livre, porque, quer ou não quer, estamos sempre servindo algo fora de nós mesmos. Se oferecermos os membros do nosso corpo para servir os interesses do pecado, então, somos escravos do pecado; mas, por outro lado, se oferecermos os membros do nosso corpo para os interesses da justiça, então, somos servos da justiça, Rm.6:16-18. Há duas possibilidades de serviço neste contexto:
a) O uso negativo do nosso corpo. Na área do sexo, o Apóstolo afirma: “Ou não sabeis que o homem que se entrega à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz: serão os dois numa só carne” I Co.6:16. Não podemos entregar o nosso corpo às várias formas de imoralidade, quer sejamos casados ou solteiros.
b) O uso positivo do nosso corpo. Se nós somos salvos por Cristo Jesus, o ato mais sublime em culto é apresentar o nosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, Rm.12:1. O nosso corpo redimido é santuário do Espírito Santo que habita em nós. Não pertencemos a nós mesmos, porque fomos comprados por preço. Agora, pesa sobre nós o dever incomparável de glorificar a Deus em nosso corpo.

3. O Percurso do Sexo Culposo. Ninguém cai na imoralidade por acaso, há sempre um percurso bem distinto a seguir. Resposta. “Por isso, Ele (Deus) proíbe todos os atos, gestos, palavras (namoro exagerado), pensamentos e desejos impuros e tudo o que possa atrair o homem para tais pecados”. Temos capacidade tanto para ouvir como também para fazer comunicações torpes. Em ambos os casos, o caminho está sendo aberto para a imoralidade. “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem (ou mulher) pelo qual vem o escândalo” Mt.18:7. Não é apenas a pessoa que olhar para uma outra “com intenção impura, no coração” que fica culpada de adultério, mas também, aquela que provoca este “olhar apegado” através de roupas sensuais, gestos insinuantes ou palavras sugestivas. Em vez de sermos um tropeço para os desavisados, sejamos altruístas a ponto de não causarmos o pecado de outrem. Em algumas coisas, é melhor ser radical em nosso procedimento, a fim de não sermos, corpo e alma, lançados no inferno, Mt.5:27-30. “Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça” Rm. 6:17-18.

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