Vasos de Honra

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fortes no Senhor



“Porque Deus não tem nos dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm. 1:7).

Por causa de suas “frequentes enfermidades” (1 Tm. 5:23), Timóteo tinha uma constituição fraca, que se manifestava através de certos temores. Será que terei sabedoria para enfrentar os problemas na Igreja de Éfeso? (1 Tm. 1:3). Será que terei forças para enfrentar Alexandre, o latoeiro, que causou muitos males na vida do Ap. Paulo? (2 Tm. 4:14). Será que terei coragem para suportar os “sofrimentos como soldado de Cristo Jesus”? (2 Tm. 2:3). Ora, tais temores são formas  de egoísmo. Em vez de estar olhando para Jesus Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé, a pessoa fica olhando para os seus próprios temores. Esse medo, essa falta de ousadia cristã, não vêm de Deus. Então, quais são as disposições que Deus tem nos dado pelo Espírito Santo?

1. Ele tem nos dado “Poder”. Poder para enfrentar e resolver os problemas que surgem na vida cristã. Poder para resistir o “pecado que tenazmente nos assedia” (Hb. 12:1). Poder para ser fiel a Jesus Cristo. Esse poder denota a coragem que não vacila diante das dificuldades desta vida. Somos capacitados para sempre agir conforme o poder do Espírito Santo que opera em nós (Ef. 3:20).

2. Ele tem nos dado “Amor”. Em vez de usar o nosso tempo inutilmente, preocupados com os nossos próprios temores, que prejudicam o nosso testemunho cristão, devemos dedicar todas as nossas energias para descobrir o poder do amor. Amor a Deus e amor ao próximo: “O cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10). O amor encobre muitos temores: “No amor não existe o medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo” (1 Jo. 4:18).

3. Ele tem nos dado “Moderação”, ou seja, domínio próprio, pois não deixamos certos temores atrapalharem a nossa plena obediência ao Senhor. Pelo poder do Espírito Santo mantemos a calma no meio de adversidades assustadoras, não perdemos o controle das nossas emoções. Ficamos agarrados à promessa que Cristo nos deu: “Eu vos darei boca e sabedoria  a que não podereis resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lc. 21:15). Veja como essa promessa operou na vida de Estevão. Seus inimigos “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava” (At. 6:10).

O Profeta, no meio de adversidades, confessou: “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do Senhor, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó, a sua transgressão e a Israel, o seu pecado” (Mq. 3:8).

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Rev. Ivan G. G. Ross


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como vencer o Pecado



Leitura Bíblica: Romanos 6:12-23

Introdução; No quinto capítulo da Carta aos Romanos, vemos o contraste entre a representatividade de Adão e Cristo. “Porque como, pela desobediência de um só homem (Adão), muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só (Cristo), muitos se tornarão justos.” Rm 5:19. Vemos, resumidamente, como o pecado entrou no mundo pela desobediência do nosso primeiro representante; e, como o pecador pode ser justificado, mediante a imputação da perfeita obediência do segundo representante. No sexto capítulo, essa justiça é comunicada ao pecador mediante uma união vital com Cristo, vs. 5-7. Em virtude dessa união, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também, o domínio do pecado sobre o nosso corpo mortal.

Agora, nos vs.12-14, somos exortados a viver “em novidade de vida”, v. 4. Continuamos a sentir a realidade da nossa natureza pecaminosa, que se esforça para retomar o seu antigo domínio sobre nós, contudo, temos que resistir essas tentações. “Não reine, portanto o pecado no vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões, nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça.” O pecado se expressa mediante os membros do nosso corpo: mãos, pés, olhos, língua; e também mediante a nossa capacidade intelectual: pensamentos e determinações. Observe o contraste que o Apóstolo estabelece: em vez de apresentar os membros do nosso corpo para praticar a iniquidade, devemos dedicar cada membro ao serviço de Deus, dizendo: “Eis aqui estou (todos os membros do meu corpo), para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Hb 10:9. E, para nos encorajar, o Apóstolo afirma: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei (que não nos oferece nenhum auxílio na prática da verdadeira santidade) e sim da graça (que nos oferece todos os recursos necessários para que possamos resistir o assédio do pecado).” Mas, por causa da insistência do pecado para retomar seu antigo domínio sobre nós, o Apóstolo nos dá a chave para vencer esse assédio. Tudo se resume nesta pergunta: Nós vamos oferecer os membros do nosso corpo para servirem a quem? Ou ao pecado, ou a Deus que nos criou?

1) A Constância do Oferecimento; vs 15-18 Os membros do nosso corpo estão sempre envolvidos em alguma atividade, ou o bem ou o mal. No v. 15 o Apóstolo faz uma referência ao antinomianismo, uma doutrina perversa que ensina que a lei moral (os dez mandamentos, por exemplo) foi revogada  na vida daqueles que são justificados pela fé em Jesus Cristo e, por consequência, o pecado que é cometido não está sujeito à punição. A essa hipótese, o Apóstolo responde: “E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça?” Ele nos responde com um enfático: “De modo nenhum!” Em seguida, o Apóstolo explica por que não podemos continuar na prática desimpedida do pecado: “Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos”? v.2. Por estarmos mortos para o pecado, ele não tem nenhuma atração para nós, pelo contrário, nós o odiamos e fugimos dele. Observemos o raciocínio do Apóstolo:

a) A questão do oferecimento dos nossos membros para realizar um serviço, v 16.. Aquele a quem obedecemos, esse é o nosso mestre, aquele que controla a nossa vida. Quando obedecemos aos ditames do pecado, ele é o nosso mestre. E, semelhantemente, quando obedecemos às normas da justiça, ela é o nosso mestre. Veja o contraste entre esses dois tipos de serviço: o pecado conduz  à morte, ou seja, à separação de Deus; a obediência às normas estabelecidas por Deus, por sua vez, conduz à justiça, ou seja, à plena aceitação diante de Deus.
b) O contraste entre o outrora, o tempo sem Cristo em nossa vida, e o agora, quando Cristo passou a direcionar a nossa vida v. 17: Outrora éramos “escravos do pecado”, mas, agora, graças a Deus, viemos a obedecer, não involuntariamente, antes, espontaneamente, e de coração, à forma de doutrina ensinada nas Escrituras Sagradas. Essa doutrina é “todo o desígnio de Deus”, a sua soberania e seu direito para reger sobre a nossa vida e determinar o que Ele requer de todas as pessoas, At 20:27.
c) O resultado dessa disposição, v. 18.E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Notemos a clareza do pensamento: enquanto continuarmos sob o domínio do pecado, é impossível render a Deus qualquer ato de justiça que O agrada. “Os que estão na carne (em seu estado natural e sem a tão necessária regeneração) não podem agradar a Deus.“ Rm 8:8.
Mas, por outro lado, depois de termos nascido de novo, fomos feitos “servos da justiça”. Em virtude dessa obra regeneradora em nossa vida, Deus nos considera aptos e fiéis para o seu serviço, e essa verdade deve encher o nosso coração com gratidão incessante, I Tm 1:12.

2) A Consciência do Oferecimento vs 19-20: O Apóstolo faz outra comparação. Dessa vez, entre o homem natural e o espiritual. Veja a diferença inconfundível.

a) Os membros do homem natural são oferecidos “para a escravidão da impureza (perversões sexuais, Rm1:26-27) e da maldade para a maldade”. O Apóstolo descreve a manifestação dessa maldade para a maldade em Tito 3:3: “Pois também outrora (antes de sermos regenerados e renovados), éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.” Dentro do contexto dessa corrupção moral, ficamos maravilhados com a paciência e o amor de Deus: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rm 5:8. Realçamos a situação na qual esse amor atuou: “Sendo nós ainda pecadores”, ainda na plena prática de todo tipo de corrupção moral e espiritual. Por causa desse estado, estávamos “isentos (sem liberdade) em relação à justiça”. Nesse contexto, é impossível descobrir qual ato poderia nos fazer merecedores da graça de Deus. Por isso devemos sentir a necessidade indispensável da misericórdia divina para sermos salvos.
b) Os membros do homem espiritual são oferecidos “para servirem a justiça, para santificação.” Como podemos explicar essa mudança radical nas disposições? O Apóstolo continua, dando-nos a explicação: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Tt 3:4 Eis aqui a causa dessa mudança: fomos regenerados e renovados pelo poder do Espirito Santo. Sim, agora podemos caminhar “para servir a justiça. Para santificação.” Como podemos saber se nós somos realmente regenerados e renovados? Pela mudança visível em nossas atitudes: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido (regenerado) de Deus” I Jo3:9

3) A consequência do Oferecimento, vs 21-23: Depois de ter oferecido os membros do nosso corpo como servos do pecado, o Apóstolo faz uma pergunta: “Naquele tempo (praticando toda sorte de paixões e prazeres), que resultados colhestes?” A resposta é negativa: “Somente as cousas que, agora (como servos de Deus), vos envergonhais; porque o fim delas é a morte” A lembrança do nosso procedimento anterior e o desprezo da realidade da morte faz-nos corar de vergonha. O passado não pode ser totalmente obliterado, contudo, podemos assumir a atitude certa: “Mas uma cousa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” Fp 3:13-14. Devemos recusar todas as ocasiões para rememorar ou reviver os pecados de outrora. Repetimos a pergunta anterior: Agora, em Cristo Jesus, “Que resultados colhestes?” Dessa vez a resposta é positiva: “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” v. 22. Devemos meditar demoradamente sobre a preciosidade dessas quatro frases:

a) “Agora, porém, libertados do pecado.” Em plena vida, estávamos experimentando os terrores do Juízo Final. Mas, agora, somos redimidos pelo sangue de Cristo, libertados do domínio do pecado e da sentença da morte eterna. Agora temos “a liberdade da glória dos Filhos de Deus” Rm 8:21.
b) “Transformados em servos de Deus”. Outrora “servimos o pecado como escravos”, uma servidão cruel, porque o fim é banimento da presença abençoadora de Deus. Mas, agora, servimos um novo Senhor, Jesus Cristo, que é “manso e humilde de coração”, e Nele achamos “descanso para a nossa alma” Mt 11:29.
c) “Tendes o vosso fruto para a santificação”. Esse novo serviço resulta em santificação e uma “vida aceitável e aprazível a Deus” Fp 4:18.
d) “E, por fim, a vida eterna.” Sentimos o contraste entre esses dois tipos de serviço. Aquele que oferece os seus membros para servir o pecado caminha para a morte, porém, aquele que oferece os membros do seu corpo para servir a Deus, caminha para a vida eterna e a paz para sempre. Que fim glorioso!

Conclusão: Depois desta vida existem apenas dois lugares na eternidade, ou o céu ou o inferno, por isso, o assunto sobre oferecimento dos membros do nosso corpo se encerra com esta palavra solene: “Porque o salário do pecado (o que o pecado paga) é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida Eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Portanto, a exortação é esta: “Escolhe, pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” Dt 30:19




sábado, 10 de agosto de 2013

OS MISERICORDIOSOS


“Bem-aventurado os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” Mateus 5:7.

A partir da quinta bem-aventurança até à sétima, discernimos uma ligeira mudança na ênfase. A humildade, o arrependimento, a mansidão e a fome espiritual são características constantes em todos os cidadãos do reino dos céus. Mas as três bem-aventuranças que se seguem enriquecem a descrição daqueles que são verdadeiramente saciados com a justiça de Cristo, pois estão ansiosos para praticar essa justiça em sua própria vida.

1. O Encorajamento da Bem-aventurança. Há uma alegria indizível que invade o coração quando percebemos que a nossa vida está se conformando mais e mais à imagem daquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós. Cristo nos convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo. 7:37-38). E, dessa abundância, temos os recursos para imitar a Cristo. Em que sentido? Como ele nos amou, assim amemos uns aos outros.

2. A Manifestação da Bem-aventurança. O misericordioso é aquele que abre o seu coração quando vê alguém num estado de miséria. O exemplo máximo dessa disposição é o próprio Senhor Jesus Cristo. Quantas vezes Ele ficou “profundamente compadecido” diante da miséria humana e logo cuidou do necessitado, (Mc. 1:40-42). O bom Samaritano nos mostra como devemos agir nessa situação. Quando ele viu o rapaz semimorto “compadeceu-se dele. E, chegando-se pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhe óleo e vinho; e, colocando-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele”. E ainda pagou as despesas de hospedagem! O cuidado do Samaritano foi total, (Lc. 10:33-35).
3. O Cumprimento da Bem-aventurança. Devemos sempre lembrar que somos pecadores, carecendo da glória de Deus e totalmente dependentes da sua misericórdia. O Salmista orava: “Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a sua misericórdia, por causa da sua bondade, ó Senhor” (Sl 25:7). E, semelhantemente, convém lembrar da lei da semeadura. Se semearmos atos de misericórdia, ceifaremos atos de misericórdia.

Conclusão: Quer ou não quer, estamos sempre plantando algo através do nosso estilo de vida. Que a colheita que, com certeza haveremos de ceifar, seja para o consolo em nossos anos de declínio.
Rev. Ivan G. G. Ross