Vasos de Honra

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como vencer o Pecado



Leitura Bíblica: Romanos 6:12-23

Introdução; No quinto capítulo da Carta aos Romanos, vemos o contraste entre a representatividade de Adão e Cristo. “Porque como, pela desobediência de um só homem (Adão), muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só (Cristo), muitos se tornarão justos.” Rm 5:19. Vemos, resumidamente, como o pecado entrou no mundo pela desobediência do nosso primeiro representante; e, como o pecador pode ser justificado, mediante a imputação da perfeita obediência do segundo representante. No sexto capítulo, essa justiça é comunicada ao pecador mediante uma união vital com Cristo, vs. 5-7. Em virtude dessa união, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também, o domínio do pecado sobre o nosso corpo mortal.

Agora, nos vs.12-14, somos exortados a viver “em novidade de vida”, v. 4. Continuamos a sentir a realidade da nossa natureza pecaminosa, que se esforça para retomar o seu antigo domínio sobre nós, contudo, temos que resistir essas tentações. “Não reine, portanto o pecado no vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões, nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça.” O pecado se expressa mediante os membros do nosso corpo: mãos, pés, olhos, língua; e também mediante a nossa capacidade intelectual: pensamentos e determinações. Observe o contraste que o Apóstolo estabelece: em vez de apresentar os membros do nosso corpo para praticar a iniquidade, devemos dedicar cada membro ao serviço de Deus, dizendo: “Eis aqui estou (todos os membros do meu corpo), para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Hb 10:9. E, para nos encorajar, o Apóstolo afirma: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei (que não nos oferece nenhum auxílio na prática da verdadeira santidade) e sim da graça (que nos oferece todos os recursos necessários para que possamos resistir o assédio do pecado).” Mas, por causa da insistência do pecado para retomar seu antigo domínio sobre nós, o Apóstolo nos dá a chave para vencer esse assédio. Tudo se resume nesta pergunta: Nós vamos oferecer os membros do nosso corpo para servirem a quem? Ou ao pecado, ou a Deus que nos criou?

1) A Constância do Oferecimento; vs 15-18 Os membros do nosso corpo estão sempre envolvidos em alguma atividade, ou o bem ou o mal. No v. 15 o Apóstolo faz uma referência ao antinomianismo, uma doutrina perversa que ensina que a lei moral (os dez mandamentos, por exemplo) foi revogada  na vida daqueles que são justificados pela fé em Jesus Cristo e, por consequência, o pecado que é cometido não está sujeito à punição. A essa hipótese, o Apóstolo responde: “E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça?” Ele nos responde com um enfático: “De modo nenhum!” Em seguida, o Apóstolo explica por que não podemos continuar na prática desimpedida do pecado: “Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos”? v.2. Por estarmos mortos para o pecado, ele não tem nenhuma atração para nós, pelo contrário, nós o odiamos e fugimos dele. Observemos o raciocínio do Apóstolo:

a) A questão do oferecimento dos nossos membros para realizar um serviço, v 16.. Aquele a quem obedecemos, esse é o nosso mestre, aquele que controla a nossa vida. Quando obedecemos aos ditames do pecado, ele é o nosso mestre. E, semelhantemente, quando obedecemos às normas da justiça, ela é o nosso mestre. Veja o contraste entre esses dois tipos de serviço: o pecado conduz  à morte, ou seja, à separação de Deus; a obediência às normas estabelecidas por Deus, por sua vez, conduz à justiça, ou seja, à plena aceitação diante de Deus.
b) O contraste entre o outrora, o tempo sem Cristo em nossa vida, e o agora, quando Cristo passou a direcionar a nossa vida v. 17: Outrora éramos “escravos do pecado”, mas, agora, graças a Deus, viemos a obedecer, não involuntariamente, antes, espontaneamente, e de coração, à forma de doutrina ensinada nas Escrituras Sagradas. Essa doutrina é “todo o desígnio de Deus”, a sua soberania e seu direito para reger sobre a nossa vida e determinar o que Ele requer de todas as pessoas, At 20:27.
c) O resultado dessa disposição, v. 18.E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Notemos a clareza do pensamento: enquanto continuarmos sob o domínio do pecado, é impossível render a Deus qualquer ato de justiça que O agrada. “Os que estão na carne (em seu estado natural e sem a tão necessária regeneração) não podem agradar a Deus.“ Rm 8:8.
Mas, por outro lado, depois de termos nascido de novo, fomos feitos “servos da justiça”. Em virtude dessa obra regeneradora em nossa vida, Deus nos considera aptos e fiéis para o seu serviço, e essa verdade deve encher o nosso coração com gratidão incessante, I Tm 1:12.

2) A Consciência do Oferecimento vs 19-20: O Apóstolo faz outra comparação. Dessa vez, entre o homem natural e o espiritual. Veja a diferença inconfundível.

a) Os membros do homem natural são oferecidos “para a escravidão da impureza (perversões sexuais, Rm1:26-27) e da maldade para a maldade”. O Apóstolo descreve a manifestação dessa maldade para a maldade em Tito 3:3: “Pois também outrora (antes de sermos regenerados e renovados), éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.” Dentro do contexto dessa corrupção moral, ficamos maravilhados com a paciência e o amor de Deus: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rm 5:8. Realçamos a situação na qual esse amor atuou: “Sendo nós ainda pecadores”, ainda na plena prática de todo tipo de corrupção moral e espiritual. Por causa desse estado, estávamos “isentos (sem liberdade) em relação à justiça”. Nesse contexto, é impossível descobrir qual ato poderia nos fazer merecedores da graça de Deus. Por isso devemos sentir a necessidade indispensável da misericórdia divina para sermos salvos.
b) Os membros do homem espiritual são oferecidos “para servirem a justiça, para santificação.” Como podemos explicar essa mudança radical nas disposições? O Apóstolo continua, dando-nos a explicação: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo.” Tt 3:4 Eis aqui a causa dessa mudança: fomos regenerados e renovados pelo poder do Espirito Santo. Sim, agora podemos caminhar “para servir a justiça. Para santificação.” Como podemos saber se nós somos realmente regenerados e renovados? Pela mudança visível em nossas atitudes: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido (regenerado) de Deus” I Jo3:9

3) A consequência do Oferecimento, vs 21-23: Depois de ter oferecido os membros do nosso corpo como servos do pecado, o Apóstolo faz uma pergunta: “Naquele tempo (praticando toda sorte de paixões e prazeres), que resultados colhestes?” A resposta é negativa: “Somente as cousas que, agora (como servos de Deus), vos envergonhais; porque o fim delas é a morte” A lembrança do nosso procedimento anterior e o desprezo da realidade da morte faz-nos corar de vergonha. O passado não pode ser totalmente obliterado, contudo, podemos assumir a atitude certa: “Mas uma cousa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” Fp 3:13-14. Devemos recusar todas as ocasiões para rememorar ou reviver os pecados de outrora. Repetimos a pergunta anterior: Agora, em Cristo Jesus, “Que resultados colhestes?” Dessa vez a resposta é positiva: “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna” v. 22. Devemos meditar demoradamente sobre a preciosidade dessas quatro frases:

a) “Agora, porém, libertados do pecado.” Em plena vida, estávamos experimentando os terrores do Juízo Final. Mas, agora, somos redimidos pelo sangue de Cristo, libertados do domínio do pecado e da sentença da morte eterna. Agora temos “a liberdade da glória dos Filhos de Deus” Rm 8:21.
b) “Transformados em servos de Deus”. Outrora “servimos o pecado como escravos”, uma servidão cruel, porque o fim é banimento da presença abençoadora de Deus. Mas, agora, servimos um novo Senhor, Jesus Cristo, que é “manso e humilde de coração”, e Nele achamos “descanso para a nossa alma” Mt 11:29.
c) “Tendes o vosso fruto para a santificação”. Esse novo serviço resulta em santificação e uma “vida aceitável e aprazível a Deus” Fp 4:18.
d) “E, por fim, a vida eterna.” Sentimos o contraste entre esses dois tipos de serviço. Aquele que oferece os seus membros para servir o pecado caminha para a morte, porém, aquele que oferece os membros do seu corpo para servir a Deus, caminha para a vida eterna e a paz para sempre. Que fim glorioso!

Conclusão: Depois desta vida existem apenas dois lugares na eternidade, ou o céu ou o inferno, por isso, o assunto sobre oferecimento dos membros do nosso corpo se encerra com esta palavra solene: “Porque o salário do pecado (o que o pecado paga) é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida Eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Portanto, a exortação é esta: “Escolhe, pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” Dt 30:19




Nenhum comentário:

Postar um comentário