Vasos de Honra

quinta-feira, 26 de abril de 2012

MOTIVOS DE GRATIDÃO



O Apóstolo Pedro escreveu a sua Primeira Carta “aos eleitos”, que são os cristãos espalhados pelo mundo conhecido. Por causo do “fogo ardente” da perseguição, este povo estava precisando uma palavra de encorajamento. O Apóstolo orientou estes perseguidos para trazer à sua lembrança as boas experiências que o Senhor lhes tinha concedido, tais como: 

1. A Experiência da Regeneração. Fomos regenerados para uma “viva esperança”, fundamentada sobre “a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”. Ele mesmo afirmou: “Porque eu vivo, vós também vivereis”. Esta é a nossa “viva esperança”. No mundo, somos sujeitos a tantas coisas negativas, porém, na vida vindoura, tudo será gloriosamente diferente. Fomos regenerados para que pudéssemos experimentar uma vida santa e celestial, longe das opressões deste mundo. A nossa regeneração deve ser motivo de segurança e de gratidão. 

2. A Experiência da Recompensa. Regenerados “para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros”. Tudo nesta vida é transitório, tudo murcha e foge de nós, por isso, “aspiramos a uma pátria superior, isto é, celestial”. Moisés abandonou “os prazeres transitórios” do Egito, porque “contemplava o galardão”. A recompensa de ter a vida eterna em Cristo Jesus deve ser motivo de segurança e de gratidão a Deus. 

3. A Experiência de Recepção. Os que são regenerados e que estão aguardando a recompensa da vida eterna, são “guardados pelo poder de Deus”. Apesar das perseguições e das tentações desta vida, a segurança da nossa alma jamais sofrerá dano. O Apóstolo Paulo faz uma pergunta retórica: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. Nada, absolutamente nada. Ninguém pode nos arrebatar da mão do nosso Salvador. Esta recepção que recebemos de Cristo, deve ser motivo de segurança e de gratidão. 

Conclusão: O Apóstolo Pedro nos exorta: “Nisto (as experiências espirituais) exultais”. A lembrança destas grandes intervenções de Deus em nossa vida tem o poder para levantar o nosso ânimo, seja qual for a circunstância do momento. 

Rev. Ivan G. G. Ross.

sábado, 21 de abril de 2012

SALVAÇÃO PELA GRAÇA DE DEUS


Leitura Bíblica: Tito 3:1-8 

Introdução: A primeira verdade que devemos observar é o contraste que o Apóstolo estabelece entre o nosso procedimento no passado e o nosso procedimento no presente: 

a) O que outrora éramos, V.3. Notemos como o Apóstolo se identifica com os demais homens: “Nós também, outrora, éramos néscios,” etc. Ele destaca sete itens que caracterizam a pessoa não regenerada: 
- Néscios, sem entendimento, incapazes de reconhecer e praticar a verdade. 
- Desobedientes, desprezadores da autoridade divina, bom como a autoridade civil. 
- Desgarrados, que se desviam da verdade, não se submetendo a ela. 
- Escravos de toda sorte de paixão e prazeres, ou seja: “aborrecidos de Deus.” 
- Malícia, atitudes perversas diante do bem estar do vizinho. 
- Inveja, não aceitando com bom agrado a prosperidade do vizinho. 
- Odiosos e odiando-nos uns aos outros. Saulo, o perseguidor. 

b) O que somos agora, Vs.1-2. O Apóstolo encoraja a Tito na maneira como deve exercer o seu ministério: “Lembra-lhes,” por exemplo, as sete virtudes que devem caracterizar a pessoa regenerada. 
- Que se sujeitam aos que governam, às autoridades do país. 
- Sejam obedientes às normas estabelecidas pelo governo, pagando os impostos. 
- Estejam prontos para toda boa obra: cooperação cívica. 
- Não difamam a ninguém, sujando o nome do próximo. 
- Não sejam altercadores, provocadores em assuntos polêmicos. 
- Dando prova de toda cortesia, respeitando os direitos do próximo. 
- Sejam cordatos, afirmando a verdade sem provocar polêmicas. 

Depois de sentir a força do contraste entre o que outrora éramos e o que somos agora, uma pergunta surge: O que aconteceu para efetuar esta mudança moral? Foi uma soberana manifestação da “benignidade de Deus” V.4. De passagem, notemos que esta manifestação foi do Deus Triuno. a) A benignidade de Deus, o Pai. b) A obra do Espírito Santo na regeneração e na renovação do pecador. c) E, a graça de Jesus Cristo como a causa da nossa justificação. 

1. O Início desta manifestação. “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia” Vs.4-5a. Novamente, deparamos com os três contrastes que o Apóstolo estabelece: Primeiro, entre a maldade do homem, V.3, e a benignidade de Deus, V.4. Segundo, entre o amor de Deus para com todos, V.4, e o ódio do homem para com seu próximo, V.3 Terceiro, entre a espontaneidade da graça de Deus, V.4, e a inutilidade das obras humanas para merecerem o interesse de Deus, V.5. 

Em todas as obras de Deus, na criação do universo, bem como na salvação do pecador, é Ele que toma a iniciativa. Isaías interroga: “Quem guiou o Espírito para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?” Is.40:13-14. Em todas as suas atividades, Deus age soberanamente, executando a sua própria vontade. “Jurou o Senhor dos exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. ... Quem, pois, a fará voltar atrás?” Is.14:24,27. Contudo, as obras de Deus não são arbitrárias. Ele é sempre movido por motivos justos e santos. Quando Deus manifestou a sua benignidade para com o pecador, Ele agiu por causa de “seu amor para com todos” Jo.3:16. E o Ap. Paulo corroborou esta verdade, dizendo: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm.5:8. Quem pode descobrir a profundidade do sentimento do Apóstolo quando ele confessou: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim” Gl.2:20. 

Para enfatizar a gratuidade da benignidade de Deus, o Apóstolo acrescenta: “Não por obras de justiça praticadas por nós.” O homem natural é espiritualmente morto. Se Deus não tivesse agido em primeiro lugar, ninguém seria salvo. Por isso, as milícias dos redimidos no céu não deixam de clamar em alta voz: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” Ap.7:10-12. Devemos fazer na terra, agora, o que faremos no céu. 

2. O Efeito desta Manifestação. “Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” Vs.5b-6. Quando Deus é servido em manifestar-se a alguém, Ele sempre tem uma intenção específica; e, em nosso texto, o propósito é a regeneração e a renovação da pessoa. Observemos que estes dois atos sempre se encontram juntos. Aquele que é regenerado, é também renovado, ou seja, tem uma vida santa e irrepreensível, Ef.1:4. Aquele que não tem esta renovação, ou seja, esta santificação, não é regenerado. 
Por natureza, o homem é espiritualmente morto em seus delitos e pecados; portanto, antes de poder realizar qualquer obra espiritual no pecador, ele tem que ser vivificado. Esta é a função principal da regeneração, ou seja, a implantação de uma vida espiritual naquele que é espiritualmente morto. A Bíblia descreve este ato como uma ressurreição, semelhante à qual Deus exerceu em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, Ef.1:20. O Ap. Paulo, tendo a experiência da regeneração, exclamou jubilosamente: “Ele nos deu vida, estando nós mortos nos nossos delitos e pecados”, Ef.2:1. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm.5:8. 

Observemos a diferença fundamental entre a regeneração e a renovação, embora estejam inseparavelmente unidas. A regeneração é a obra soberana e exclusiva do Espírito Santo, sem qualquer participação humana. O morto não pode tomar a decisão de retomar a sua vida extinta e ressuscitar-se a si mesmo. Mas a renovação, ou seja, a santificação, apesar de ser a obra do Espírito Santo, requer a cooperação do pecador. A regeneração não apenas nos deu vida, ela implantou em nosso ser uma disposição nova que nos faz desejar cooperar com as indicações do Espírito Santo. “Porque é Deus quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” Fl.2:13. O Espírito Santo nos guia na verdade, e nós, livre e espontaneamente O seguimos, Rm.8:14. Ou, como Cristo disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas (amorosamente) me seguem” Jo.10:27. Neste sentido, podemos entender a exortação que o Apóstolo dirigiu à nossa consciência: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” Rm.12:1-2. Sim, podemos ser exortados, porque o Espírito Santo nos deu uma disposição nova que nos faz desejosos de obedecer em tudo.  

3. A Finalidade desta Manifestação. “A fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” Vs.7. A grande finalidade desta manifestação de Deus é tornar os pecadores seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Porém, para alcançar este objetivo, o problema do pecado tinha que ser resolvido e o pecador justificado, declarado justo. 

Como pode Deus, seguindo as normas da sua santa lei, que exige a condenação do transgressor, ser justo, e ao mesmo tempo justificá-lo? A resposta esta na morte vicária de Jesus Cristo, que é o nosso Salvador. “Aquele (Cristo) que não conheceu pecado, ele (Deus o Pai) o fez pecado por nós, para que nele (Jesus Cristo) fôssemos feitos justiça de Deus” 2Co.5:21. O nosso pecado foi imputado (transferido) a Cristo, e Ele, carregando a nossa culpa, sofreu e morreu como o nosso substituto. Como pode um só satisfazer as exigências da lei e justificar os muitos pecadores que nele crêem? A resposta está na doutrina da Representação. Toda a humanidade foi representada em Adão. Deus sujeitou este, o nosso primeiro pai, a uma prova de obediência, e nós, estando nele, participamos deste exame moral. Portanto, quando Adão desobedeceu, a sua decisão foi também a nossa, e, juntos, perdemos a nossa justiça original, a nossa aceitação diante de Deus. Mas os propósitos de Deus não foram frustrados, pois Ele, em sua muita misericórdia, levantou um novo Representante, o seu próprio Filho, Jesus Cristo. O princípio é o mesmo. Todos os que estão representados por Cristo, que crêem nele, participam da sua perfeita justiça, uma justiça que ele adquiriu mediante a sua imaculada obediência à lei de Deus. Portanto, aqueles que estão em Cristo, são considerados justos em virtude dos méritos da sua morte substitutiva. Por causa desta verdade, Deus pode declarar justos todos os que são encontrados em seu Filho, Jesus Cristo. O Apóstolo resumiu esta doutrina, dizendo: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens, para a justificação que dá vida” Rm.5:18. Esta é a justiça que nos faz herdeiros de Deus, segundo a esperança da vida eterna. 

Conclusão: “Fiel é esta palavra, e quero que, no tocante a estas cousas, faças afirmação, confiadamente, para que os que têm crido em Deus (e que fez na sua manifestação) sejam solícitos na prática de boas obras (que são a prática das leis de Deus). Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens” V.8. Devemos confiar e anunciar tudo o que Deus tem feito por nós em Cristo Jesus. 


Itajubá, 02 de Agosto de 2010. 
          Rev. Ivan G. G. Ross. 

sábado, 14 de abril de 2012

O DIVÓRCIO



O Salmista observou “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl. 11:3). A sociedade e tudo o que nela há depende da solidez de seus fundamentos institucionais. Quando o enfraquecimento, ou a destruição desde é permitida, toda a sociedade (vidas humanas) sofre. O casamento é um fundamento instituído por Deus, porém, está sendo desprezado pelo abuso temerário da lei do divórcio.

A Igreja não pode ficar passiva e calada diante desta permissividade irresponsável. O povo, e os casais em particular, precisam ouvir e entender que o divórcio nunca foi parte do plano original pára o casamento, porque Deus “odeia o repúdio” (Ml. 2:16). A lei do casamento é esta: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei, e não será adultera se contrair novas núpcias” (Rm. 7:2-3).

O casal que está contemplando a dissolução de seu casamento, de certa forma, permitiu a entrada do pecado em suas vidas, visto que a legislação sobre o divórcio foi introduzida por causa do pecado e da dureza do coração de certos casais (Mc. 10:2-9). O divórcio nunca foi o caminho para resolver o problema do pecado. A resposta bíblica é esta: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At. 3:19)

A Igreja tem de levantar a sua voz contra esta permissividade incontestada e re-introduzir o que Deus requer de cada pessoa. A questão não é o que a lei do divórcio permite, o desafio para cada pessoa é conhecer e praticar a vontade de Deus em cada área de sua vida, inclusive no casamento. Quatro princípios devem ser ensinados com toda a autoridade das Escrituras Sagradas:

O primeiro princípio é a necessidade do temor de Deus. O Apóstolo Paulo resumiu o estado pecaminoso da humanidade dizendo: “Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm. 3:18). No ensino das Escrituras Sagradas, o temor de Deus é a motivação da piedade e a sua ausência é o epítome de impiedade. O temor de Deus significa aquela reverência que conduz o homem à obediência, conformidade com a vontade revelada de Deus. Tal atitude age como uma força constrangedora para impedir a prática do pecado. José não caiu no adultério por causa do poder deste temor (Gn. 39:9). “O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal  ... O temor do Senhor é a fonte de vida, para evitar os laços da morte” (Pv. 8:13; 14:27).
O casal que está contemplando o divórcio, revela uma lamentável falta de temor de Deus em suas vidas, uma falta que pode conduzir ao pecado, e, por fim, à exclusão das bênçãos de Deus.
O segundo princípio é a necessidade da santidade do sexo. O sexo é algo sagrado, e é permitido somente dentro das normas bíblicas do casamento. A prática do sexo fora do casamento é condenada como um pecado, e uma impureza moral que evoca a ira de Deus. O Apóstolo Paulo ordenou: “Fugi da impureza; qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo, mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (1 Co. 6:18). O dever da Igreja é orientar o povo quanto a santidade do sexo através de uma exposição do sétimo mandamento.

Muitos dos problemas no casamento surgem por causa de problemas sexuais, problemas que germinaram quando o sexo foi praticado antes do casamento. Evidentemente, aqueles que não conseguiram respeitar e valorizar seus próprios corpos antes do casamento, jamais conseguirão fazê-lo depois do casamento. O sexo fora do casamento destrói os fundamentos do casamento. O divórcio, uma troca de parceiro, não resolve problemas causados pela necessidade sexual.
A pessoa que está contemplando a possibilidade de contrair novas núpcias depois do divórcio revela uma ignorância condenável da santidade do sexo. Diante das implicações do sétimo mandamento da lei de Deus, o divórcio e outro casamento não são tão inconseqüentes como se pensa.
O terceiro princípio é a necessidade do mandamento do amor. Parte do grande mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lc. 10:27). E quanto às obrigações no casamento, a ordem bíblica é: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela ... e a esposa respeite a seu marido” (Ef. 5:25,33).O divórcio é uma declaração da quebra da lei do amor. A bíblia faz esta afirmação: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor ... Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo. 4:7,20). É o dever da Igreja expor com toda a firmeza as implicações de não obedecer ao mandamento do amor.

Aquele que está contemplando o divórcio está em grande perigo espiritual, porque existem certos pecados que não deixam a pessoa herdar o reino de Deus (1 Co. 6:9-10; Gl. 5:19-21). Uma das provas inerrantes da permanência em Deus é o amor ao próximo, ao cônjuge (1 Jo. 4:12). O divórcio nega esta permanência em Deus, porque é uma confissão de que o amor não mais existe.

O último princípio é a necessidade do peso do compromisso. O casamento é um compromisso ratificado por juramento. Uma das manifestações de uma vida reta e justa é a fidelidade no cumprimento do voto. “Quando um homem fizer voto ao Senhor ... não violará a sua palavra; segundo tudo que prometeu, fará” (Nm. 30:2; Sl.15:5).

Quanto ao peso do compromisso no casamento, as palavras do Rev. Adão Carlos Nascimento são bastante sugestiva: 

A base para marido e esposa viverem juntos enquanto Deus os conservar com vida está no compromisso que eles fizeram um com outro e com Deus. Casamento edificado sobre o amor não tem futuro. Porque as crises da convivência diária podem enfraquecer o amor, e aí o casamento pode se desfazer. Infelizmente é isso que temos visto: as pessoas se apaixonam e se casam; depois vêm as crises, elas deixam de se amar, e se separam. Mas quando a base do casamento é o compromisso, as crises vêm e vão, e o casal continua unido ... Nessas situações não adianta apelar para o amor, porque ele estará enfraquecido, fragilizado, às vezes à beira da morte. Mas aí entra o compromisso, que à semelhança da balsa, leva o casal para o outro lado do rio. E eles prosseguem sua caminhada. Restauram o seu amor, reconstroem o seu relacionamento. E só se lembram da crise como de água que passaram”  (Sermões Selecionados – Apoio Pastoral – Página 27).

O casal que está planejando casar-se deve pensar profundamente sobre as implicações do casamento. É assumir, não apenas um compromisso indissolúvel de fidelidade um para com o outro (independente de circunstancias), é também selar o compromisso através de um voto, perante Deus, que não pode ser violado.

Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas,...” (2 Tm. 3:1-5). O casamento não conseguiu ficar isento das conseqüências destes tempos difíceis. Para que o casamento vença e mantenha a sua santidade, ele tem de ser edificado sobre os princípios imutáveis das Escrituras Sagradas: o temor de Deus; a santidade do sexo; o mandamento do amor e  o peso do compromisso. Que seja assim.         

Rev. Ivan G. G. Ross  

sábado, 7 de abril de 2012

ENSINANDO OS FILHOS


Existe um ditado popular que diz: “Filho de peixe, peixinho é”. Será que podemos dizer: “Filho de crente, crentinho é?” A Bíblia nos ensina:  “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl.51:5) e “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). 

Crianças pequenas precisam ser evangelizadas, elas são capazes de receber a graça divina e experimentar o poder de uma verdadeira conversão. Não se pode negligenciar essa verdade e não se pode adiar a evangelização familiar.  

O procedimento de qualquer criança é normalmente um reflexo do ambiente do lar e das atitudes de seus pais. Os filhos são dádivas de Deus e são concedidos para serem criados para a glória de Deus. Ele quer abençoar as crianças, porém, esta bênção vem através do ensino que os pais lhes oferecem.

A estrutura da nossa sociedade é baseada no princípio de representação. Adão representou toda a humanidade no jardim do Éden; Cristo representa todo o povo de Deus; os governadores representam o povo da nação; os pais representam os seus filhos. O representante é sempre responsável pelos representados. É dever dos pais criar, ensinar, e implantar princípios morais e religiosos na vida de seus filhos: “ Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falará assentado em tua casa,” (Dt. 6:4-7); “ Ensina a criança o caminho em que deve andar e, ainda quando for velha, não se desviará dele” (Pv. 22:6);  “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef. 6:4).

Fidelidade da parte dos pais produz filhos obedientes, infidelidade da parte dos pais produz filhos desobedientes. Este ensino necessita do apoio e da participação tanto do pai como da mãe. A unidade no lar produz respeito nos filhos, do mesmo modo, a ausência desta mútua participação produz desrespeito.  

O texto bíblico de 2 Reis, capítulo 5:1-8, fala de uma menina (cerca de doze anos), que foi seqüestrada pelas tropas da Síria e levada cativa para casa de Naamã, comandante do exército do rei da Síria.O procedimento moral e religioso desta menina chamou a atenção de seus senhores. Contudo, todas as suas atitudes foram reflexo do ensinamento de seus pais. 

Qual foi o objetivo principal dos pais desta menina? Esta é uma pergunta que todos os pais devem responder. Certamente eles tinham como objetivo preparar a filha para as eventualidades desta vida e inculcar princípios que refletissem um caráter formado.

Qual é a reação natural ao se contemplar pela primeira vez um filho recém-nascido? Certamente é a de defesa. Uma voz dentro de nossos corações diz: Ele precisa de mim. Os filhos realmente precisam de seus pais para lhes ensinar as bases da fé. 

No curto tempo que essa menina viveu com seus pais, ela aprendeu lições valiosas. Seus pais ensinaram-na a temer a Deus. Este temor é medo por causa do poder de Deus para julgar e castigar. A pessoa que teme a Deus, revela o seu temor através da obediência, através de uma profunda reverência que se manifesta em adoração singular. 
       Ela aprendeu acerca do poder de Deus. Poder para cumprir cada uma das promessas: Como Deus tirou Israel da servidão egípcia; como Deus providenciou uma esperança espiritual através dos sacrifícios levíticos, juntamente com as promessas do Messias. Ela aprendeu também sobre a bondade de Deus. Como Deus satisfez as necessidades de seu povo no deserto, dando-lhes maná e carne; e na terra prometida, chuvas e sol para as plantações, ano após ano. Seus pais a ensinaram sobre o plano da salvação. 

Crianças sempre fazem perguntas espirituais; e com estas, os pais têm oportunidade preciosas para explicar os valores espirituais. “Quando os vossos filhos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da páscoa ao Senhor” (Ex. 12:26-27). Quando seu filho perguntar: Por que o Batismo? Por que a Ceia do Senhor? Por que o sacrifício e a morte de Cristo? Estas perguntas oferecem oportunidades para transmitir instrução espiritual. Não esconda a realidade do pecado de seus filhos, antes lhe mostre o caminho do perdão, através da confissão. Ensina o filho da necessidade de refugiar-se em Cristo. Enfatize o principio de fé, olhando para o Senhor Jesus a fim de receber a salvação e todas as bênçãos de Deus.
    As perguntas dos nossos filhos são convites ao diálogo. Aproveite da oportunidade. Quando os pais conseguem dialogar com seus filhos menores, este privilégio continuará na adolescência e na mocidade. 
  
Existem muitas coisas que os pais devem ensinar a seus filhos. Eles tem de ser preparados para enfrentar as eventualidades desta vida. Sem o devido preparo, serão expostos a muitas dores desnecessárias. Cremos que os pais da menina que estava cativa levaram a sério a incumbência de criar a sua filha no temor do Senhor. Vamos contemplar a vida desta menina.
     Com pouca idade, esta menina teve que enfrentar a sua primeira eventualidade. Foi seqüestrada e levada como escrava. Ela foi arrebatada da segurança de seus pais e obrigada a trabalhar na casa de inimigos. E apesar disso tudo ela se mostrou fiel reagiu de acordo com os ensinamentos recebidos de seus pais.

Podemos perceber que o temor de Deus se manifestou através de seu procedimento. Em vez de ficar rebelde, ela cooperou com seus donos. O temor do Senhor sempre constrange e dirige todos os nossos procedimentos. Ela se lembrou da soberania e do poder de Deus. Soube que Ele permite situações a fim de demonstrar melhor seu poder para abençoar o seu povo. Ela soube que poderia ser abençoada na casa de Naamã, e quem sabe, ela lembrou da história de José no Egito e como a benção de Deus o acompanhou por toda parte. Ela sabia que a benção de Deus depende da obediência, soube da importância de dar um bom testemunho, por isso, tornou-se prestativa, obediente e submissa a seus donos. 

Naamã era comandante do exército da Síria, homem astuto e muito rico, mas havia uma grande tristeza reinante em sua vida, Naamã tinha lepra. A jovem menina soube discernir essa tristeza reinante na família e logo descobriu a razão. Ela pode então testemunhar o Deus verdadeiro, o Deus de seus pais, o Deus que opera milagres. A menina não vacilou, e logo se ouviu uma resposta cheia de ternura e convicção: “Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria de sua lepra.” (2 Rs. 5:3). Naamã levantou-se, e com uma voz firme, declarou: Eu creio na palavra desta menina. Este comandante de exército da Síria acreditou na palavra de uma menina-escrava. Ele acreditou por causa da coerência do testemunho dela.

Sabemos do resultado feliz: Naamã foi purificado de sua lepra; e ainda mais importante, fez uma decisão solene para somente cultuar o Deus vivo e verdadeiro, o Deus da menina escrava.

Um outro exemplo bíblico de evangelização familiar é a de Timóteo. O Apóstolo Paulo escreveu: “Pela recordação que guardo da tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti” (2 Tm. 1:5). O Apóstolo percebeu que a fé do jovem Timóteo era fruto do testemunho que ele teve em seu lar.

Mas não basta somente ensinar as verdades bíblicas, pois o conhecimento bíblico não gera conversão. Uma criança pode aprender histórias bíblicas, cânticos e versículos, mas há a necessidade fundamental da obra do Espírito Santo na vida da criança. A oração é absolutamente necessária. Devemos orar pela conversão de nossos filhos, para Deus ter misericórdia daquelas vidas. Devemos orar para que o Espírito Santo ilumine as verdades bíblicas ensinadas e que essa criança por vontade própria se converta a Cristo Jesus.
Os pais devem exercer uma influência decisiva sobre o procedimento de seus filhos. Vamos acreditar que Deus sempre abençoa os esforços de pais coerentes e fies na execução de seus deveres parentais. Assim teremos a alegria de ver filhos fiéis a Deus, fiéis na execução de seus deveres morais, sociais e religiosos. 
       

Rev. Ivan G. G. Ross