Vasos de Honra

sábado, 7 de abril de 2012

ENSINANDO OS FILHOS


Existe um ditado popular que diz: “Filho de peixe, peixinho é”. Será que podemos dizer: “Filho de crente, crentinho é?” A Bíblia nos ensina:  “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl.51:5) e “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). 

Crianças pequenas precisam ser evangelizadas, elas são capazes de receber a graça divina e experimentar o poder de uma verdadeira conversão. Não se pode negligenciar essa verdade e não se pode adiar a evangelização familiar.  

O procedimento de qualquer criança é normalmente um reflexo do ambiente do lar e das atitudes de seus pais. Os filhos são dádivas de Deus e são concedidos para serem criados para a glória de Deus. Ele quer abençoar as crianças, porém, esta bênção vem através do ensino que os pais lhes oferecem.

A estrutura da nossa sociedade é baseada no princípio de representação. Adão representou toda a humanidade no jardim do Éden; Cristo representa todo o povo de Deus; os governadores representam o povo da nação; os pais representam os seus filhos. O representante é sempre responsável pelos representados. É dever dos pais criar, ensinar, e implantar princípios morais e religiosos na vida de seus filhos: “ Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falará assentado em tua casa,” (Dt. 6:4-7); “ Ensina a criança o caminho em que deve andar e, ainda quando for velha, não se desviará dele” (Pv. 22:6);  “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef. 6:4).

Fidelidade da parte dos pais produz filhos obedientes, infidelidade da parte dos pais produz filhos desobedientes. Este ensino necessita do apoio e da participação tanto do pai como da mãe. A unidade no lar produz respeito nos filhos, do mesmo modo, a ausência desta mútua participação produz desrespeito.  

O texto bíblico de 2 Reis, capítulo 5:1-8, fala de uma menina (cerca de doze anos), que foi seqüestrada pelas tropas da Síria e levada cativa para casa de Naamã, comandante do exército do rei da Síria.O procedimento moral e religioso desta menina chamou a atenção de seus senhores. Contudo, todas as suas atitudes foram reflexo do ensinamento de seus pais. 

Qual foi o objetivo principal dos pais desta menina? Esta é uma pergunta que todos os pais devem responder. Certamente eles tinham como objetivo preparar a filha para as eventualidades desta vida e inculcar princípios que refletissem um caráter formado.

Qual é a reação natural ao se contemplar pela primeira vez um filho recém-nascido? Certamente é a de defesa. Uma voz dentro de nossos corações diz: Ele precisa de mim. Os filhos realmente precisam de seus pais para lhes ensinar as bases da fé. 

No curto tempo que essa menina viveu com seus pais, ela aprendeu lições valiosas. Seus pais ensinaram-na a temer a Deus. Este temor é medo por causa do poder de Deus para julgar e castigar. A pessoa que teme a Deus, revela o seu temor através da obediência, através de uma profunda reverência que se manifesta em adoração singular. 
       Ela aprendeu acerca do poder de Deus. Poder para cumprir cada uma das promessas: Como Deus tirou Israel da servidão egípcia; como Deus providenciou uma esperança espiritual através dos sacrifícios levíticos, juntamente com as promessas do Messias. Ela aprendeu também sobre a bondade de Deus. Como Deus satisfez as necessidades de seu povo no deserto, dando-lhes maná e carne; e na terra prometida, chuvas e sol para as plantações, ano após ano. Seus pais a ensinaram sobre o plano da salvação. 

Crianças sempre fazem perguntas espirituais; e com estas, os pais têm oportunidade preciosas para explicar os valores espirituais. “Quando os vossos filhos perguntarem: Que rito é este? Respondereis: É o sacrifício da páscoa ao Senhor” (Ex. 12:26-27). Quando seu filho perguntar: Por que o Batismo? Por que a Ceia do Senhor? Por que o sacrifício e a morte de Cristo? Estas perguntas oferecem oportunidades para transmitir instrução espiritual. Não esconda a realidade do pecado de seus filhos, antes lhe mostre o caminho do perdão, através da confissão. Ensina o filho da necessidade de refugiar-se em Cristo. Enfatize o principio de fé, olhando para o Senhor Jesus a fim de receber a salvação e todas as bênçãos de Deus.
    As perguntas dos nossos filhos são convites ao diálogo. Aproveite da oportunidade. Quando os pais conseguem dialogar com seus filhos menores, este privilégio continuará na adolescência e na mocidade. 
  
Existem muitas coisas que os pais devem ensinar a seus filhos. Eles tem de ser preparados para enfrentar as eventualidades desta vida. Sem o devido preparo, serão expostos a muitas dores desnecessárias. Cremos que os pais da menina que estava cativa levaram a sério a incumbência de criar a sua filha no temor do Senhor. Vamos contemplar a vida desta menina.
     Com pouca idade, esta menina teve que enfrentar a sua primeira eventualidade. Foi seqüestrada e levada como escrava. Ela foi arrebatada da segurança de seus pais e obrigada a trabalhar na casa de inimigos. E apesar disso tudo ela se mostrou fiel reagiu de acordo com os ensinamentos recebidos de seus pais.

Podemos perceber que o temor de Deus se manifestou através de seu procedimento. Em vez de ficar rebelde, ela cooperou com seus donos. O temor do Senhor sempre constrange e dirige todos os nossos procedimentos. Ela se lembrou da soberania e do poder de Deus. Soube que Ele permite situações a fim de demonstrar melhor seu poder para abençoar o seu povo. Ela soube que poderia ser abençoada na casa de Naamã, e quem sabe, ela lembrou da história de José no Egito e como a benção de Deus o acompanhou por toda parte. Ela sabia que a benção de Deus depende da obediência, soube da importância de dar um bom testemunho, por isso, tornou-se prestativa, obediente e submissa a seus donos. 

Naamã era comandante do exército da Síria, homem astuto e muito rico, mas havia uma grande tristeza reinante em sua vida, Naamã tinha lepra. A jovem menina soube discernir essa tristeza reinante na família e logo descobriu a razão. Ela pode então testemunhar o Deus verdadeiro, o Deus de seus pais, o Deus que opera milagres. A menina não vacilou, e logo se ouviu uma resposta cheia de ternura e convicção: “Oxalá o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria de sua lepra.” (2 Rs. 5:3). Naamã levantou-se, e com uma voz firme, declarou: Eu creio na palavra desta menina. Este comandante de exército da Síria acreditou na palavra de uma menina-escrava. Ele acreditou por causa da coerência do testemunho dela.

Sabemos do resultado feliz: Naamã foi purificado de sua lepra; e ainda mais importante, fez uma decisão solene para somente cultuar o Deus vivo e verdadeiro, o Deus da menina escrava.

Um outro exemplo bíblico de evangelização familiar é a de Timóteo. O Apóstolo Paulo escreveu: “Pela recordação que guardo da tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti” (2 Tm. 1:5). O Apóstolo percebeu que a fé do jovem Timóteo era fruto do testemunho que ele teve em seu lar.

Mas não basta somente ensinar as verdades bíblicas, pois o conhecimento bíblico não gera conversão. Uma criança pode aprender histórias bíblicas, cânticos e versículos, mas há a necessidade fundamental da obra do Espírito Santo na vida da criança. A oração é absolutamente necessária. Devemos orar pela conversão de nossos filhos, para Deus ter misericórdia daquelas vidas. Devemos orar para que o Espírito Santo ilumine as verdades bíblicas ensinadas e que essa criança por vontade própria se converta a Cristo Jesus.
Os pais devem exercer uma influência decisiva sobre o procedimento de seus filhos. Vamos acreditar que Deus sempre abençoa os esforços de pais coerentes e fies na execução de seus deveres parentais. Assim teremos a alegria de ver filhos fiéis a Deus, fiéis na execução de seus deveres morais, sociais e religiosos. 
       

Rev. Ivan G. G. Ross

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