Vasos de Honra

sábado, 14 de abril de 2012

O DIVÓRCIO



O Salmista observou “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Sl. 11:3). A sociedade e tudo o que nela há depende da solidez de seus fundamentos institucionais. Quando o enfraquecimento, ou a destruição desde é permitida, toda a sociedade (vidas humanas) sofre. O casamento é um fundamento instituído por Deus, porém, está sendo desprezado pelo abuso temerário da lei do divórcio.

A Igreja não pode ficar passiva e calada diante desta permissividade irresponsável. O povo, e os casais em particular, precisam ouvir e entender que o divórcio nunca foi parte do plano original pára o casamento, porque Deus “odeia o repúdio” (Ml. 2:16). A lei do casamento é esta: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera, vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei, e não será adultera se contrair novas núpcias” (Rm. 7:2-3).

O casal que está contemplando a dissolução de seu casamento, de certa forma, permitiu a entrada do pecado em suas vidas, visto que a legislação sobre o divórcio foi introduzida por causa do pecado e da dureza do coração de certos casais (Mc. 10:2-9). O divórcio nunca foi o caminho para resolver o problema do pecado. A resposta bíblica é esta: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At. 3:19)

A Igreja tem de levantar a sua voz contra esta permissividade incontestada e re-introduzir o que Deus requer de cada pessoa. A questão não é o que a lei do divórcio permite, o desafio para cada pessoa é conhecer e praticar a vontade de Deus em cada área de sua vida, inclusive no casamento. Quatro princípios devem ser ensinados com toda a autoridade das Escrituras Sagradas:

O primeiro princípio é a necessidade do temor de Deus. O Apóstolo Paulo resumiu o estado pecaminoso da humanidade dizendo: “Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm. 3:18). No ensino das Escrituras Sagradas, o temor de Deus é a motivação da piedade e a sua ausência é o epítome de impiedade. O temor de Deus significa aquela reverência que conduz o homem à obediência, conformidade com a vontade revelada de Deus. Tal atitude age como uma força constrangedora para impedir a prática do pecado. José não caiu no adultério por causa do poder deste temor (Gn. 39:9). “O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal  ... O temor do Senhor é a fonte de vida, para evitar os laços da morte” (Pv. 8:13; 14:27).
O casal que está contemplando o divórcio, revela uma lamentável falta de temor de Deus em suas vidas, uma falta que pode conduzir ao pecado, e, por fim, à exclusão das bênçãos de Deus.
O segundo princípio é a necessidade da santidade do sexo. O sexo é algo sagrado, e é permitido somente dentro das normas bíblicas do casamento. A prática do sexo fora do casamento é condenada como um pecado, e uma impureza moral que evoca a ira de Deus. O Apóstolo Paulo ordenou: “Fugi da impureza; qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo, mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (1 Co. 6:18). O dever da Igreja é orientar o povo quanto a santidade do sexo através de uma exposição do sétimo mandamento.

Muitos dos problemas no casamento surgem por causa de problemas sexuais, problemas que germinaram quando o sexo foi praticado antes do casamento. Evidentemente, aqueles que não conseguiram respeitar e valorizar seus próprios corpos antes do casamento, jamais conseguirão fazê-lo depois do casamento. O sexo fora do casamento destrói os fundamentos do casamento. O divórcio, uma troca de parceiro, não resolve problemas causados pela necessidade sexual.
A pessoa que está contemplando a possibilidade de contrair novas núpcias depois do divórcio revela uma ignorância condenável da santidade do sexo. Diante das implicações do sétimo mandamento da lei de Deus, o divórcio e outro casamento não são tão inconseqüentes como se pensa.
O terceiro princípio é a necessidade do mandamento do amor. Parte do grande mandamento é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lc. 10:27). E quanto às obrigações no casamento, a ordem bíblica é: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela ... e a esposa respeite a seu marido” (Ef. 5:25,33).O divórcio é uma declaração da quebra da lei do amor. A bíblia faz esta afirmação: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor ... Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo. 4:7,20). É o dever da Igreja expor com toda a firmeza as implicações de não obedecer ao mandamento do amor.

Aquele que está contemplando o divórcio está em grande perigo espiritual, porque existem certos pecados que não deixam a pessoa herdar o reino de Deus (1 Co. 6:9-10; Gl. 5:19-21). Uma das provas inerrantes da permanência em Deus é o amor ao próximo, ao cônjuge (1 Jo. 4:12). O divórcio nega esta permanência em Deus, porque é uma confissão de que o amor não mais existe.

O último princípio é a necessidade do peso do compromisso. O casamento é um compromisso ratificado por juramento. Uma das manifestações de uma vida reta e justa é a fidelidade no cumprimento do voto. “Quando um homem fizer voto ao Senhor ... não violará a sua palavra; segundo tudo que prometeu, fará” (Nm. 30:2; Sl.15:5).

Quanto ao peso do compromisso no casamento, as palavras do Rev. Adão Carlos Nascimento são bastante sugestiva: 

A base para marido e esposa viverem juntos enquanto Deus os conservar com vida está no compromisso que eles fizeram um com outro e com Deus. Casamento edificado sobre o amor não tem futuro. Porque as crises da convivência diária podem enfraquecer o amor, e aí o casamento pode se desfazer. Infelizmente é isso que temos visto: as pessoas se apaixonam e se casam; depois vêm as crises, elas deixam de se amar, e se separam. Mas quando a base do casamento é o compromisso, as crises vêm e vão, e o casal continua unido ... Nessas situações não adianta apelar para o amor, porque ele estará enfraquecido, fragilizado, às vezes à beira da morte. Mas aí entra o compromisso, que à semelhança da balsa, leva o casal para o outro lado do rio. E eles prosseguem sua caminhada. Restauram o seu amor, reconstroem o seu relacionamento. E só se lembram da crise como de água que passaram”  (Sermões Selecionados – Apoio Pastoral – Página 27).

O casal que está planejando casar-se deve pensar profundamente sobre as implicações do casamento. É assumir, não apenas um compromisso indissolúvel de fidelidade um para com o outro (independente de circunstancias), é também selar o compromisso através de um voto, perante Deus, que não pode ser violado.

Sabe, porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas,...” (2 Tm. 3:1-5). O casamento não conseguiu ficar isento das conseqüências destes tempos difíceis. Para que o casamento vença e mantenha a sua santidade, ele tem de ser edificado sobre os princípios imutáveis das Escrituras Sagradas: o temor de Deus; a santidade do sexo; o mandamento do amor e  o peso do compromisso. Que seja assim.         

Rev. Ivan G. G. Ross  

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