Vasos de Honra

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

CONFIANÇA EM CRISTO






Leitura Bíblica: 2 Timóteo 1:6-12

Introdução: Confiança em Cristo é uma obra do Espírito Santo, pela qual somos fortalecidos para manter os nossos olhos fixos em Jesus Cristo, seja qual for a circunstância do momento. O Ap. Paulo afirmou a Timóteo estas palavras positivas: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (v.7). Nada  de covardia ou falta de coragem, mas, sim, de poder, poder para testemunhar da nossa devoção a Jesus Cristo; e não apenas isso, mas, também, temos um amor ao nosso próximo     que nos faz intrépidos para anunciar Jesus Cristo e este crucificado, sem sentir vergonha de nossa confiança; e, ainda mais, temos uma moderação, um auto-controle que não nos deixa perder a paciência quando o nosso ouvinte procura contradizer o que dizemos a favor de Cristo. Esse é o fruto da nossa confiança em Cristo, uma segurança para testemunhar da nossa fé no Salvador.
Confiança em Cristo não pode ser algo guardado como um segredo, ela tem que se manifestar audivelmente. Quando o Apóstolo  exortou Timóteo: “Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor” (V8,) ele teve que lembrar que Cristo, por amor a nós, aceitou a vergonha da cruz, assim, testemunhou da realidade do seu amor para conosco. “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Co. 1:18). Por causa do seu amor a Cristo, o Apóstolo suportou todo tipo de sofrimento, confessando: “ Estou sofrendo estas cousas, todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido” (v12). Esta confiança em Cristo é que me dá forças para suportar cada uma dessas coisas negativas. E o que foi eficaz na vida do Apóstolo, certamente será suficiente para cada um de nós que temos Cristo por nosso socorro.
Vamos observar três áreas na vida do Apóstolo Paulo onde ele sentiu a recompensa da sua confiança em Cristo Jesus.
1. Confiança na Fidelidade de Cristo, V.12. O Apóstolo confessou: “Porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (V12). Ele conhecia, por experiência própria, a fidelidade de Cristo, por isso, tinha plena confiança nele.
Primeiro, temos que determinar a natureza desse “depósito” que foi entregue aos cuidados de Jesus Cristo. Sem dúvida alguma, esse depósito se refere à salvação da alma do Apóstolo. Cristo o redimiu, perdoou todos os seus pecados e prometeu cuidar dele até a consumação do século. Foi exatamente para esse fim que Cristo  “não só destruiu a morte, como  trouxe à luz a vida e  a imortalidade” (V10). Como ele mesmo prometeu a todos que nele crêem: “Eu lhes dou a vida eterna, jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo. 10:28). Devemos cultivar esta confiança  em Cristo: “Por isso, também pode salvar  totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb. 7:25). Como é preciosa a palavra “totalmente”! Cristo é “poderoso para socorrer” o seu povo em todas as adversidades, (Hb.2:18).
O testemunho de Paulo: “Eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso” (V12), nos faz perguntar: Como ele consegue alcançar uma confiança tão forte em Jesus Cristo? Cremos que tudo começou no dia da sua conversão, quando ele teve um encontro pessoal com Jesus Cristo. Devemos lembrar quem era esse homem. Ele era cruel, insolente, blasfemo e perseguidor dos seguidores de Cristo, (1Tm. 1:13). “Saulo, respirando ainda ameaça de morte contra os discípulos do Senhor”, saiu de Jerusalém munido com cartas autorizando-o a prender homens como mulheres e os levassem a Jerusalém como presos. “Saindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente  uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” Por que estás agindo tão violentamente contra minha pessoa? Então Saulo respondeu: “Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At. 9:1-6). Notemos a atitude de Cristo. Ele não repreendeu o homem, nem o condenou por causa de suas maldades, antes, lhe deu uma palavra de esperança: “Levanta-te e entra na cidade, onde dirão o que te convém fazer”. Em vez de sofrer um castigo fulminante por causa de seus crimes, ele obteve misericórdia, o perdão de seus pecados e a promessa de vida eterna. Nesse contexto, ouvimos o Apóstolo testemunhando: “Eu sei em que tenho crido”. Cristo é aquele que não me condenou, antes, Ele me amou e me salvou, Ele tem toda a minha confiança, por isso, “eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar” por amor a Ele (2 Co.12:15). Sim, “eu sei em quem tenho crido”.
2. Confiança no Sofrimento. Ao ser convertido, Paulo foi “designado pregador, apóstolo e mestre”. Porém, juntamente com o privilégio desta vocação, ele teve que suportar todo tipo de sofrimento. Cristo profetizou: “Este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At. 9:15-16). O Apóstolo nos dá um relatório do quanto sofria. Ao defender-se diante de pessoas que questionavam o seu apostolado, ele respondeu: “São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim). Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões, em açoites, sem medidas; em prisões de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado; em naufrágios, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das causas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2Co. 12:23-28).
Apesar desse sofrimento, o Apóstolo podia testemunhar: “Eu sei em quem tenho crido”. Eu sei que Cristo pode me sustentar. Às vezes, no meio de circunstâncias aflitivas, ele recebia uma palavra de encorajamento. Em Corinto, sozinho e sentindo-se desamparado, “o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade.” (At. 18:9-10). E, numa outra ocasião, sendo maltratado pelo Sinédrio, o Apóstolo recebeu mais uma palavra de ânimo: “Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma”  (At. 23:11). E, mais uma comunicação especial: O Apóstolo estava num navio, que estava prestes a ser perdido em naufrágio, quando o anjo de Deus lhe apareceu e disse: “Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo”. Aqueles que conhecem a Jesus Cristo como Salvador têm uma autoridade para comunicar esperança para os necessitados ao seu redor. Por isso, num dado momento, o Apóstolo se dirigiu aos marinheiros, dizendo-lhes: “Hoje, é o décimo-quarto dia em que esperando, estais sem comer, nada tendo provado. Eu vos rogo que comais alguma cousa; porque disto depende a vossa segurança; pois nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo. Tendo dito isto, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou a comer. Todos cobraram ânimo e se puseram a comer” (At. 27:23-24, 33-36). Sim, no meio do sofrimento, podemos sempre confiar no amparo do Senhor.
Devemos meditar muito sobre o testemunho do Apóstolo e procurar descobrir o poder espiritual ao confessar: “Eu sei em quem tenho crido”, eu sei que Cristo é poderoso para me socorrer e encorajar em todos os momentos desta vida. Portanto, o nosso anseio deve ser: “Crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pe. 3:18).
3. Confiança no Dia do Senhor. O Dia do Senhor, ou seja, a manifestação de Jesus Cristo para julgar os vivos e os mortos, estava sempre diante dos olhos do Ap. Paulo, (2Tm. 4:1). Ele amava a vinda do Senhor. Por que ele dava tanto valor a essa intervenção escatológica na experiência dos homens?
Naquele dia, a reta justiça de Deus será manifestada a todos os homens, justos e ímpios. A nossa Confissão de Fé tem uma palavra preciosa sobre esse Dia, uma palavra de consolo. “Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um dia de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não sabendo a que horas virá o Senhor, e estejam prontos a dizer: Vem logo, Senhor Jesus! Amém” (Con. de Fé 33:3). Sim, é importante que tenhamos confiança na realidade do Juízo Final. Podemos discernir o consolo que o Apóstolo sentiu quanto a certeza desse Dia Vindouro quando fez referência a um homem extremamente antipático: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as sua obras” (2Tm 4:14). Podemos pensar nas muitas injustiças que passam, aparentemente, impunes. Por isso, cremos que Deus estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de Jesus Cristo, que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos (At.17:31). O Dia pode tardar em vir, mas, com toda certeza virá e, então, cada um receberá segundo as suas obras, (2Co. 5:10). “Mas o Senhor permanece no seu trono eternamente, trono que erigiu para julgar” (Sl. 9:7).
Naquele Dia, os justos receberão o seu galardão. Cristo prometeu: “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap. 22:12). O Ap. Paulo confiava na realidade dessa promessa. Ao chegar o fim de sua vida, confessou: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4:8). Podemos voltar para o texto da nossa meditação, quando o Apóstolo confessou: “Porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito (a minha alma) até aquele Dia”, quando voltará, trazendo o galardão que Ele tem reservado para os seus servos fiéis. Esta confiança em Cristo é o que nos dá forças para perseverar firmes até o fim da nossa vida, capacitando-nos a confessar: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia, e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2 Tm 4:7-8).
Conclusão: Confiança em Cristo é uma obra do Espírito Santo, pela qual somos fortalecidos a manter nossos olhos fixos em Jesus Cristo, seja qual for a circunstância do momento.  Temos confiança na fidelidade de Cristo. Ele é poderoso para guardar a minha alma em toda segurança até o Dia Final, apesar das falhas e das fraquezas da nossa natureza. Esta é salvação de verdade! Temos confiança em Cristo ao sentir o sofrimento. Fidelidade a Cristo sempre envolve formas de perseguição, mas, juntamente com o Ap. Paulo, o nosso testemunho será: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças” para continuar fiel a Ele, (2Tm, 4:17). E, finalmente, temos confiança na vinda do Dia do Senhor, o Dia em que todos nós receberemos do Senhor o galardão segundo as nossas obras. A Bíblia afirma: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co. 5:10). Que cada um de nós possamos entender mais e mais o sentido deste testemunho: “Porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito (a minha alma) até aquele Dia.”