Vasos de Honra

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A suficiência de Cristo




 
“Mas vós sois dele (Deus), em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. I Co 1:30

O contexto do versículo é o contraste que o Ap. Paulo estabelece entre a sabedoria desse mundo e a sabedoria de Deus, I Co 1:18-29. Quando Satanás estava seduzindo Adão e Eva, ele disse: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes (da árvore do conhecimento do bem e do mal) se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” Gn 3:5.

Parece que Satanás está promovendo a importância do homem, por isso ele acrescenta: se comeres da árvore serás mais importante ainda, serás “como Deus, conhecedor do bem e do mal”. Assim, a semente do orgulho, da auto-importância e da divindade entrou sorrateiramente no coração do homem. Com o decorrer do tempo, esse senso de orgulho cresceu a ponto de se declarar: “Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no coração dos mares”. Ez 28:2. E o homem continua assumindo formas de divindade, acreditando que ele tem direitos soberanos sobre o seu próprio destino.

Contudo, a forma mais expressiva desse orgulho é a sua posição de destaque na sociedade, a auto-suficiência e a conquista humana a ponto de bravatear: não preciso de Deus. E, quando estes presunçosos pensam em valores espirituais, procuram estabelecer a sua própria justiça, e não se sujeitam à que vem de Deus, Rm 10:3. O homem quer receber toda a glória em tudo o que se refere a sua vida, inclusive a glória da sua suposta conquista espiritual.

Mas tal orgulho é autodestruidor e a causa principal da confusão que impera sobre a humanidade. Deus não pode aceitar esse mal no meio de seus propósitos. Por isso, Ele “escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aqueles que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”. ICo 1:28-29.

Em vez de depender da sabedoria humana para alcançar valores espirituais, Deus enviou o seu próprio Filho para que Ele pudesse ser a fonte da nossa espiritualidade. Ele é a nossa sabedoria, a nossa justiça, a nossa santificação e a nossa redenção.
Vamos discernir a suficiência de Cristo na sequência destas quatro atribuições:

1) Cristo é a nossa Sabedoria: Nós somos inscientes, mas Cristo é a nossa sabedoria. Ele é a fonte de todo o nosso conhecimento; tudo o que temos em termos de bênçãos espirituais recebemos em virtude da nossa união vital com Cristo, pois sem a sua soberana intervenção nada teríamos. Nisto percebemos a nossa total dependência da sua sabedoria.

Se Cristo é a nossa sabedoria, como podemos desfrutar dessa riqueza espiritual? Ele nos convida: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”. Mt 11:29. Quando temos aprendido de Cristo veremos que Ele é o Enviado de Deus para buscar e salvar pecadores. Como Ele mesmo confessou em sua oração sacerdotal: “Eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste” Jo 17:8. E, tendo crido na missão redentora de Jesus Cristo, os discípulos se tornaram sábios para a salvação, pois “quem crê no Filho tem a vida eterna”. Jo 3:36. Quando Cristo está atuando em nossa vida como a nossa sabedoria, passamos a ser os seus seguidores, confiando em seu ministério para nos guiar. Uma de suas ordens foi: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Mt 4:19. Isto é: Ele moldaria e capacitaria a nossa vida para sermos “um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” Tt 2:14.

Quando Cristo é recebido como nossa sabedoria, estaremos sempre atentos à sua voz. Como ele afirmou: ”As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” Jo 10:27. A característica principal da verdadeira ovelha de Cristo é que ela O segue. Por que esta obediência?  Porque sabe que Ele “guia me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”. Sl 23:3. Eis a base da nossa confiança: Cristo é a nossa sabedoria.

2) Cristo é a nossa Justiça: Nós somos culpados diante de Deus, mas Cristo se tornou a nossa justiça. O povo de Deus ficou consolado quando o Senhor lhes anunciou: “Faço chegar a minha justiça”. Is 46:13. Essa profecia predisse acerca da primeira vinda de Jesus Cristo, “que será chamado: Senhor, Justiça Nossa”. Jr 23:6. Ele recebeu tal nome porque, mediante a sua perfeita obediência, providenciou uma justiça que, quando imputada ao pecador, declara-o inocente e justificado diante da lei de Deus. O Ap Paulo considerou como refugo todos os seus méritos humanos “para conseguir Cristo e ser achado nele não tendo justiça própria que procede da lei (obediência a seus preceitos), senão o que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé”. Fl 3:4-9.

No sentido bíblico, justiça significa perfeita conformidade à lei e vontade de Deus. Mas, por causa da nossa total incapacidade para nos conformarmos a este padrão, perdemos qualquer possibilidade de sermos justificados. Porém, Deus, em sua misericórdia insondável, enviou o seu próprio Filho para que Ele providenciasse uma justiça que salvaria o pecador que crê. E, para adquirir essa justiça para nós, Cristo tornou-se o nosso fiador, assumindo a nossa dívida diante da lei de Deus.

Como? “Aquele que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. II Co 5:21. Cristo, como o nosso fiador, morreu “para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna”. Dn 9:24. Qual foi o resultado desse sacrifício? Esta justiça que Cristo adquiriu é tomada e imputada ao pecador que confia nela: “Justificados, pois mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Rm 5:1. Por isso, exclamamos jubilosamente: “Graças a Deus pelo seu dom inefável”. II Co 9:15.

3) Cristo é a nossa Santificação: Nós somos pecadores e desesperadamente corruptos, mas Cristo se tornou a nossa santificação. Essa santificação é de tal modo necessária que, sem ela, ninguém verá o Senhor. Mas quem é suficiente para alcançar tal padrão indispensável? Humanamente, ninguém, mas Cristo é a nossa suficiência, Ele é a nossa santificação. Veja como Ele explica esta verdade: “E a favor deles (seu povo) eu me santifico a mim mesmo para que eles também sejam santificados na verdade”. Jo 17.19.

Em que sentido Cristo é a nossa santificação? Ele é santo e, em virtude da nossa união vital com Ele, nós nos tornamos santos também. Quando Cristo se santificou por nós, Ele teve que aceitar a crucificação e o sepultamento, porém, ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos. No processo da nossa santificação, a Bíblia ensina que, por causa da nossa união vital com Cristo, fomos crucificados com Ele. Quando Cristo morreu, Ele morreu para o pecado - para destruir o seu poder. Portanto, nós, que estamos unidos com Ele, também morremos para o pecado - ele perdeu o seu domínio sobre nós. Semelhantemente, fomos sepultados com Cristo - há uma separação definitiva entre nós e o pecado. Quando Cristo foi ressuscitado, Ele passou a ter uma vida própria para o céu, e, da mesma forma, nós, que fomos ressuscitados com Cristo, passamos a andar em novidade de vida - um procedimento santo e irrepreensível. Sim, Cristo é a nossa santificação, Rm 6:1-14. “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando  a nossa santidade no temor de Deus”. II Co 7:1.

4) Cristo é a nossa Redenção: Nós somos algemados e cativos, mas Cristo se tornou a nossa redenção. Podemos sentir certa sequência no desenrolar do plano da salvação: Primeiro, recebemos a sabedoria para crer em Jesus Cristo. Em seguida, e estando em Cristo, fomos declarados justificados diante da lei de Deus. E, em terceiro lugar, fomos santificados e preparados para habitar na presença do Senhor.

Agora, o que resta para nós? Por enquanto, estamos presos aqui na terra, aguardando a nossa redenção definitiva. O Ap. Paulo descreveu esse acontecimento desta maneira: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista de imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória”. – transformados para nunca mais experimentar a morte. A redenção será, então, completa. I Co 15:50-54.

Por que o Apóstolo está exaltando a suficiência de Cristo? O pecador gosta de exaltar a sua própria suficiência para merecer a sua aceitação diante de Deus. Mas o plano da salvação é formulado de tal forma para que Cristo receba toda a glória pela salvação do pecador. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”. É ele que nos dá a vitória, e não nós mesmos.

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Provações



“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor de vossa fé, muito mais preciosa do que ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma” (1Pe.1:6-9).


Neste texto, o Apóstolo Pedro está abordando o problema de provações na vida cristã. Embora algumas pessoas se recusem a aceitar a possibilidade de sofrimento na experiência do cristão, independente das nossas afirmações, eles existem. Esta é, portanto, a importância da palavra apostólica sobre o assunto. Cristo nos advertiu: “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo.16:33). E o Apóstolo Paulo, orientando as novas igrejas, mostrou que “através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At.14:22).

Provações são experiências que, de uma ou de outra forma, sempre acompanham a vida do povo de Deus. Por isso, no capítulo 4, versículo 12 desta carta, o Apóstolo Pedro continua insistindo: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo”. Pedro é bem claro quando fala sobre estas provações. Elas são destinadas a nos provar, isto é, revelar a presença de algo específico e, em nosso texto, este algo é a presença de uma fé operosa.

O texto fala de várias provações, experiências que mexem com as profundezas espirituais. Podemos mencionar três tipos:

O primeiro: perseguições, coerções destinadas a provocar um abandono da nossa confiança na singularidade de Jesus Cristo como Salvador de pecadores. O Apóstolo Paulo foi perseguido implacavelmente por causa de seu apego à unicidade de Jesus Cristo. Se ele tivesse feito alguns acréscimos à singularidade de Jesus e este crucificado, ele teria sido isento de perseguição (Gl. 5:11). 

O segundo tipo de provação: adversidades, circunstâncias negativas que nos fazem questionar a realidade do cuidado de Deus sobre as nossas vidas, tais como: acidentes, doenças inesperadas ou a morte repentina dos nossos queridos. É tão comum ouvir: “Se Deus estivesse presente cuidando de nós, este problema não teria acontecido”.

O terceiro tipo é a solidão espiritual, quando nos sentimos abandonados pelo irmão na fé. Uma visita, uma palavra amiga, torna-se tão preciosa! O Apóstolo Paulo experimentou esta solidão na prisão em Roma: “Todos me abandonaram”, mas não são todos os que podem confessar: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças” (2Tm. 4:16-17). De fato, podemos passar por várias provações, mas vamos examinar a finalidade destas experiências.

1. O Motivo nas Provações.

O motivo das provações para o Apóstolo Pedro é bem específico: a confirmação do valor da nossa fé. A nossa fé em Cristo tem de ser bem mais operosa do que uma mera palavra de crença. Ela tem de ser uma experiência vivida: Cristo em nós, a esperança da vida eterna (Cl. 1:27). E, para chegar a esta maturidade, a fé tem de passar por processos de purificação, e um destes é a provação.

Pedro compara a fé inicial com o ouro bruto. Ele tem seu valor relativo, porém, a sua preciosidade é descoberta somente depois de ser passada pelos processos de purificação. De modo semelhante, o valor da nossa fé, uma vez confirmado, torna-se muito mais precioso do que o ouro perecível. Esta fé cresce e fica mais operosa quando passa pelo fogo ardente do sofrimento. Precisamos de uma fé fortalecida para vivermos dignamente a vida cristã.

Na experiência de cada cristão surgem oportunidades que precisam ser avaliadas para que Jesus Cristo receba a prioridade absoluta. São ocasiões de decisões, momentos de provarmos as nossas preferências.

Demas, um dos primeiros co-obreiros do Apóstolo Paulo, enfrentou o poder de uma destas oportunidades. Ele escolheu os prazeres “deste século” e abandonou a sua esperança em Jesus Cristo. Demas representa aquela semente que caiu entre espinhos, quando os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocaram a palavra, e esta ficou infrutífera (Mt. 13:22; 2Tm. 4:10) Ele quis desfrutar dos benefícios de Cristo sem assumir as responsabilidades inerentes a este privilégio.

O Apóstolo Paulo era um jovem ambicioso e teve a oportunidade de ser um homem de destaque na vida poítico-religiosa de Israel. Mas, indo para Damasco, recebeu uma nova opção quando teve um encontro pessoal com Jesus Cristo. Ele não podia ficar neutro diante deste desafio. Eis o seu raciocínio naquela crise: “Mas o que para mim era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo” (Fl.3:7-8). No momento de decisão, ele deu a prioridade a Jesus Cristo, seu Senhor e Salvador. A provação nos constrange a tomar uma atitude: sim, tudo darei a Jesus Cristo, aquele que me amou e a si mesmo se entregou por mim (Gl. 2:20).

2. O Movimento nas Provações.

A provação sempre pede uma ação da nossa parte. Nós não somos passivos diante do sofrimento, temos de agir, temos de fazer alguma coisa.

Quando Cristo estava orientando com respeito às tribulações, Ele acrescentou: “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc.21:28). Na hora da provação teremos, pelo poder da nossa fé, forças para levantar os nossos olhos e contemplar as perfeições daquele que nos ama.

Este ato de levantar os nossos olhos produzirá três realidades: primeiramente, teremos uma impressão mais nítida de Jesus Cristo, nosso Salvador, “a quem não havendo visto, amamos”(1Pe. 1:8). As provações são destinadas para fortalecerem a nossa fé e para aumentarem o nosso apego a Cristo. Na hora da precisão, com os olhos levantados, experimentaremos que Cristo é poderoso para suprir cada uma das nossas necessidades (Fl. 4:19). Em segundo lugar, teremos uma certeza mais ampla da suficiência do auxílio de Cristo, “ no qual, não vendo agora, mas crendo” (1Pe. 1:8).  Em plena consciência das tribulações que podem cair sobre nós, o Apóstolo Paulo testemunhou: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm. 8:37-39).  E, finalmente o ato de levantar os nossos olhos produzirá uma alegria indizível e cheia de glória inundando os nossos corações. Teremos uma paz que excede todo entendimento firmando a nossa alma. Com esta experiência, a dor da provação recuará e teremos forças para permanecer inabaláveis na fé. Sim, podemos ser mais que vencedores.  

           
3. O Momento nas Provações.

O grande momento nas provações é a salvação das nossas almas e, para isto, precisamos de uma fé forte e confirmada. Uma fé fraca e inexperiente fica logo vencida e perde a bem-aventurança da salvação pela fé em Jesus Cristo.

Provações são permitidas por Deus e usadas para experimentar e para fortalecer a nossa fé, a fim de que tenhamos vitória em toda e qualquer dificuldade. O Apóstolo João afirma: “Todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a fé”, uma fé purificada pelas provações.

Devemos nos lembrar que o grande fim da nossa fé, como já foi dito, é a salvação das nossas almas. Reconhecemos que perseguições já mataram os corpos de muitos cristãos, porém, em nenhum momento eles recearam se entregar à morte, porque tinham a certeza da salvação de suas almas. De qualquer forma, o nosso corpo terá de experimentar a morte, mas o importante é a salvação da nossa alma. Por que nós não temos medo de entregar o nosso corpo à morte? O Apóstolo Paulo responde: “Porque o estar com Cristo é incomparavelmente melhor” (Fl.1:21-23). Somos felizes quando podemos confessar: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas” (Fl.3:30-21).

É tão fácil citar para alguém em dificuldades: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm. 8:28). Mas, quando nós mesmos estamos passando por várias provações, temos a mesma certeza de que todas as coisas cooperam para o nosso bem? Inclusive aquela provação que não tem nenhuma explicação razoável?

Vamos renovar a nossa esperança, crendo que Deus permite tribulações para fortalecer a nossa fé, para nos fazer chegar mais perto de Jesus Cristo, porque somente nEle é que alcançamos a salvação da nossa alma.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

OS MANSOS



“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5)

Voltamos, novamente, a enfatizar que essa mensagem foi dirigida aos discípulos de Jesus Cristo. Jesus afastou-se das multidões e, a sós com os seus discípulos, passou a ensiná-los quais as disposições que deveriam cultivar como evidências “de que haviam eles estado com Jesus” (At. 4:13). Quando Jesus lhes disse: “Vós sois a luz do mundo”, evidentemente estava falando daqueles que têm uma comunhão com Ele, daqueles que andam nos seus passos, pois o descrente é trevas no mundo.

1. O Encorajamento da Bem-aventurança. Os seguidores de Jesus Cristo são essencialmente bem-aventurados porque a benção do Senhor os acompanha. Eis o comentário de Moisés: “Feliz és tu, ó Israel! Quem é como tu? Povo salvo pelo Senhor, escudo que te socorre, espada que te dá alteza” (Dt. 33:29). Paz e alegria são bênçãos inseparáveis;  paz no coração faz o rosto brilhar com alegria. É a fé em Jesus Cristo que nos faz exultar com alegria indizível e cheia de glória (1 Pe. 1:8).

2. A Manifestação da Bem-aventurança. Mansidão é uma parte inseparável do fruto que o Espírito Santo produz em nossa vida. O manso não permite que o espírito de vingança manche o seu testemunho, antes, ele dá provas “de toda cortesia (mansidão), para com todos os homens” (Tt. 3:2). “Era o varão Moisés, mui manso, mais do que todos os os homens que havia sobre a terra”. Por quê? Porque ele não perdeu a sua paciência diante da sedição de Miriã e Arão, e nem deixou de amar e orar por seus provocadores, antes,  deixou o Senhor vindicar a sua pessoa, (Nm. 12: 1-16).

3. O Cumprimento da Bem-aventurança. Os mansos “herdarão a terra”. O sentido não é literal, antes, fala da paz que caracteriza o cristão enquanto vive na terra. “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (Sl 37:11). A paz que experimentamos agora é a primícia da paz vindoura. “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nas quais habita justiça” (2 Pe. 3:13). Vivamos, portanto, como aqueles que “aspiram uma pátria superior, isto é, celestial” (Hb. 11:16).

Conclusão: O sentido prático desta mansidão é: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens, se possível, quando depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm. 12:17-18). Mansidão, como fruto do Espírito Santo, tem que ser trabalhada pela prática diária.


Rev. Ivan G. G. Ross