Vasos de Honra

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

PERFEIÇÃO NA SANTIDADE



Leitura Bíblica: Filipenses 3:12-14.

Introdução: O Ap. Paulo, dirigindo-se aos cristãos em Roma, afirmou que eles foram “chamados para serem santos” (Rm. 1:7). O Ap. Pedro, de forma semelhante, exortou os cristãos da Dispersão: Não “vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu (o Senhor) sou santo” (1Pe. 1:14-16), O modelo desta santidade é aquele que caracteriza o próprio Deus; uma santidade tão infinita que o ser humano, mesmo sendo regenerado e auxiliado pelo Espírito Santo, não pode, nesta vida, alcançá-la. Contudo, não há motivo para ficarmos desanimados, porque, quando deixarmos esta vida, seremos imutavelmente transformados e aperfeiçoados para todo o sempre. (Hb. 12:22-23).

Ao abordar esse assunto, o Apóstolo está se referindo a dois tipos de pessoas que confessam o nome de Jesus Cristo: a) Os judaizantes, que ensinavam que essa santidade perfeita podia ser alcançada pelas obras da lei, pelo esforço humano. Mas o Apóstolo declara a futilidade desse ensino, dizendo: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da Lei, para praticá-las. E, é evidente que, pela lei (pelo esforço humano), ninguém é justificado (inocentado) diante de Deus, porque o justo viverá pela fé”  (Gl. 3:10-11). Em vez de alcançar a devida perfeição, as obras da lei deixam tais seguidores cada vez mais perdidos, visto que todos nós continuamos transgredindo essa lei. “Pois a lei nunca aperfeiçoou cousa  alguma” (Hb. 7:19); b) Os indolentes. Aqueles que estão satisfeitos com o mero nome de cristão. Dizem: tenho a salvação, não preciso fazer mais nada! É possível ser cristão sem o desejo de crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo? Somos exortados: “ Procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2 Pe. 1:10). A certeza da nossa salvação depende dessa prontidão.

Vamos sentir como o Ap. Paulo encarava a necessidade de uma aplicação mais participativa na busca dessa perfeição na santidade.

1. A Necessidade de um Ato Providencial. Antes de pensar na santificação, temos que reconhecer que a vida cristã começa com um ato providencial, temos que ser nascidos de novo pelo poder do Espírito Santo, (Jo. 3:6-8). Cristo veio para “buscar e salvar o perdido” (Lc. 19:10). E,  achando um pecador que por natureza está num estado de rebelião espiritual, este tem que ser “conquistado” para que esteja disposto a seguir o seu Salvador, Jesus Cristo. O Apóstolo foi “conquistado”, por isso ele tão prontamente perguntou a seu Conquistador: “Que farei, Senhor?” (At. 22:10). Somos conquistados para conhecer e praticar a vontade de Deus. A Bíblia ensina que fomos “chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8:28). O Ap. Paulo orava para que os cristãos pudessem transbordar “de pleno conhecimento da vontade de Deus” (Cl. 1:9). Embora a vontade de Deus tenha uma multiplicidade de expressões, cremos que a nossa santificação tenha uma prioridade. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (ITs. 4:3). O Apóstolo ensinava: “Assim como Deus nos escolheu, em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef. 1:4). Portanto, a nossa santidade é a evidência incontestável da realidade de sermos conquistados por Cristo Jesus. E, para isso, fomos “selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef. 1:13). Devemos levar a sério a questão da nossa “santificação, sem o qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12:14).

Quando nós fomos achados e conquistados por Cristo Jesus, o Espírito Santo imediatamente gravou sobre o nosso coração a grande promessa da nova aliança. Falando sobre o povo achado por Cristo, o Senhor declarou: “ Na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Hb. 8:10). Essa lei, entre outras finalidades, contém os princípios necessários para desenvolver uma vida santa e irrepreensível. Assim, o Apóstolo, movido por essa lei interior, confessou: “Não que eu tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (V.12).  A frase, “prossigo para conquistar”, possivelmente se refere àqueles que praticam o esporte de agonística, ou seja, a arte da luta. O lutador não considera a possibilidade de uma derrota; por isso, ele se disciplina e concentra toda a sua energia para alcançar o prêmio. A nossa santificação deve ter uma prioridade em nossa vida, afinal, fomos escolhidos para esse fim.

2. A Necessidade de um Ato Pronunciável. O nosso entendimento da doutrina da santificação deve ser pronunciável, isto é, podemos explicar quais as normas adotadas para alcançar a nossa santificação. O Ap. Paulo explicou: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que adiante de mim estão” (V13.). O Apóstolo pronunciou três coisas que ele praticava a fim de alcançar a desejada santidade.

a)      Ele enfatizava o fato de que ainda não tinha alcançado a perfeição. Essa não foi uma confissão de uma falha no seu procedimento, antes, foi um estímulo para continuar no “bom combate” porque soube que, ao chegar o dia final, ele estaria entre os justos aperfeiçoados” (Hb. 12:23). Por isso, o Apóstolo nos exorta: “Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicado e edificados e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em  ações de graças” (Cl. 2:6-7). Ou seja “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fl. 2:12).
b)      Antes de ter o seu encontro salvador com Jesus Cristo, o Apóstolo acumulou para si mesmo muitos benefícios, tanto na área acadêmica, como também na área espiritual. Ele mesmo confessou: “E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais” (Gl. 1:14). Mas ele chegou a considerar todas essas vantagens “como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” (Fl. 3:8). E, para alcançar esse objetivo, acrescentou: “ Esquecendo-me das cousas que  para trás ficam”. Reconhecemos que a lembrança de crenças erradas e de conquistas materiais podem impedir o nosso progresso espiritual e causar o pecado de olhar para trás. Muitos dos Israelitas não foram permitidos a entrar na terra prometida porque olharam para trás para lembrar “dos peixes que no Egito comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma e nenhuma cousa vemos senão este maná” (Nm, 11:5-6) A lembrança do passado provocou o desprezo das providências de Deus no presente, por isso, foram rejeitados.
c)      Por causa do esforço para esquecer as coisas que para trás tinham ficado, o Apóstolo estava livre para ocupar-se com o mais importante, isto é, avançar para os valores “que diante de mim estão”. Na corrida para alcançar “ o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, temos que disciplinar as nossas atitudes e corrigi-las para não cairmos no pecado de murmurar contra o Senhor, “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis” (1Co. 9:24). Corramos para chegarmos vitoriosamente ao fim.

3. A Necessidade de um Ato Proposital. Em todas as atividades desta vida somos impulsionados por um propósito, e, como cristãos, o nosso objetivo é uma santidade que revela a obra santificadora do Espírito Santo em nossa vida, (1Ts. 5:23). Por isso, o Apóstolo acrescentou: “Prossigo para o alvo”, a minha santificação. Mas, não apenas uma vida irrepreensível, prosseguimos “para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (V.14). Temos falado sobre a santificação, mas qual é o sentido desse “prêmio” que aguarda os vencedores dessa corrida espiritual?

Esse prêmio ou galardão é algo além da vida eterna. Embora não saibamos exatamente a forma desse “prêmio”, entendemos que é algo especial reservado para os fiéis, “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do nosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb.6:10). Na consumação dos séculos, no Dia da “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele” (2Ts. 2:1), o nosso testemunho será exibido publicamente. O Ap. Paulo aguardava receber uma “coroa de justiça” (2Tm.4:8). A figura entende uma apresentação pública. “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do seu Senhor” (Mt. 25:21). E Cristo, declamando diante das milícias celestiais: “Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu” (Hb. 2:13). “E eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap. 7:9-10). E, chegando esse Dia do Senhor, teremos maiores esclarecimentos dessa bem-aventurança. Portanto, vamos trabalhar visando esse prêmio, imitando os heróis em Hebreus 2 que enfrentaram todo tipo de dificuldade com fé e muita coragem, “porque contemplavam o galardão” (Hb.11:26).


Conclusão: O terceiro capítulo de Filipenses podia ser intitulado: Uma transferência de prioridades; o que o Apóstolo era antes de ser conquistado por Cristo Jesus; e o que  ele se tornou sob os cuidados de seu Conquistador; ou ainda, A diferença entre as prioridades do homem carnal e do homem espiritual. O carnal se esforça para ganhar as honras deste mundo, enquanto o espiritual se esforça para ganhar uma santidade visível, porque esta é a vontade de seu Senhor. E, para isso, o Apóstolo reconheceu a necessidade de um ato providencial em sua vida, um encontro salvador e santificador com Jesus Cristo. Em seguida, ele reconheceu a necessidade de um ato pronunciável, uma definição quanto à natureza da santificação. E, finalmente, ele reconheceu a necessidade de um ato proposital, o desejo de prosseguir no esforço de alcançar uma vida visivelmente santa e irrepreensível na busca de uma perfeição na santidade. Cristo nos achou e nos conquistou  a fim de apresentar-nos perante Deus o  Pai “santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Cl.1:22). Que sejamos achados assim.

O PROMETIDO FILHO



Leitura Bíblica: Isaias 9:1-7.

Introdução: O versículo 22 do capítulo anterior nos dá um relance da angústia que reinava sobre a terra naqueles dias: “Olharão para a terra e eis aí angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas”. Neste contexto, o povo recebeu duas grandes promessas. A primeira é de uma grande luz. Essa luz não seria uma esperança distante, antes, ela resplandeceria sobre o povo de uma maneira visível, (V2). A segunda é de uma alegria, porque o Senhor quebraria o jugo que pesava sobre o povo, (Vs. 3-5).

Mas existe uma pergunta implícita: Como, e quando se cumpriram essas promessas? A resposta está no V.6. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Essas palavras se referem a Jesus Cristo. Ele é a prometida Luz. Ele é o prometido Libertador e o motivo da nossa alegria e paz.

Notemos como o texto apresenta esta promessa: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. O  Ap. Paulo explica: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei; a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). Aquele que nos nasceu é o  “Deus Forte” que  “foi manifestado em carne” (1Tm.3:16). Este é o Filho que Deus nos deu, a fim de ser o nosso Salvador, “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7). E, a fim de nos dar esse livramento, Ele veio já investido  de uma autoridade absoluta sobre todas as coisas, pois, “o governo está sobre os seus ombros”. E o escritor aos Hebreus esclareceu: “Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb. 2:18).

Antes de comentar sobre o versículo 6, é necessário observar que estes quatro nomes são ilustrativos, porque eles são descrições da Divindade absoluta de Jesus Cristo em toda a sua glória.

1. Ele  é o Maravilhoso Conselheiro. “Ele é maravilhoso em conselho e grande em sabedoria” (Is. 28:29). Podemos confiar irrestritamente nos conselhos daquele que declarou: “Eu, porém, vos digo” (Mt. 5:22). Ele tem uma outra orientação  para cada um de nós. A base desta confiança está naquilo que a Bíblia diz a respeito da Pessoa de Jesus Cristo: “Em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl. 2:3).

Este conhecimento que Cristo tem é comunicado aos homens mediante a pregação do evangelho. O Ap. Paulo testemunhou: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dado esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo” (Ef. 3:8). Isto é: “A sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” (Fl. 3:8). Qual seria o resumo dessa riqueza de Cristo? Ao entrar em Corinto, o Apóstolo deu este resumo da sua mensagem: “Decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co. 2:2). A pregação dessa mensagem pode ser escândalo para os judeus e loucura para os demais povos, contudo, “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co. 1:21). Deus não tem nenhum outro meio para comunicar a sua mensagem de salvação, senão pela pregação do evangelho.

À luz dessas verdades, quais são os conselhos de Cristo, conselhos que são maravilhosos, porque satisfazem as necessidades mais profundas do ser humano? Esses conselhos de Cristo, muitas vezes vêm a nós em forma de convites. Para aqueles que estão cansados e sobrecarregados com o peso do pecado não perdoado, Jesus lhes convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt. 11:28-30). O processo de alcançar esse descanso espiritual é aproximar-se, confiantemente, de Jesus Cristo; assumir uma vida de comunhão espiritual com Ele e pôr em prática os seus conselhos. E, para aqueles que têm uma verdadeira sede espiritual, um anseio para alcançar a piedade convincente, Cristo convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”, receba e pratique os meus conselhos. E qual será o resultado? “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”, pois terá o ministério do Espírito Santo atuando eficazmente em sua vida, (Jo.7:37-39). Sim, Cristo é o Maravilhoso Conselheiro, e quem recebe as suas palavras, se tornará sábio para a salvação eterna.   

2. Ele é o Deus Forte. Podemos acreditar que Cristo é o Deus Forte, “Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl. 2:9). Por ser o Deus Forte, Ele demonstrou a seus discípulos o seu controle absoluto sobre os elementos da natureza, pois “os ventos e o mar lhe obedecem” (Mt. 8:27). As últimas palavras de Cristo, antes de subir para o céu, foram: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt. 28:18). Mediante as suas palavras e os seus sinais de poder celestial, Jesus está dizendo a seu povo: Ponha a sua fé na minha pessoa e não se atemorize; eu tenho o poder para te auxiliar em todas as suas dificuldades.

Em 1 Coríntios 2:8, Cristo é chamado “o Senhor da glória”, e em Salmo 24, Ele é “o Rei da glória, o Senhor forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas” (V8). Cristo demonstrou o seu poder na batalha contra o pecado. Ele veio para “destruir as obras do diabo” (1Jo. 3:8). O combate foi sangrento e custou-lhe a sua própria vida. Mas a sua morte não foi uma derrota, antes, foi uma parte inseparável no plano para salvar pecadores; Ele morreu em nosso lugar. E a eficácia desse sacrifício foi provada mediante a sua ressurreição dentre os mortos, a evidência inconfundível da sua vitória sobre o poder do pecado. E, para nós que estávamos mortos em nossas transgressões, “nos deu vida juntamente com Cristo, perdoando os nossos delitos”. Como? “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz; e despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl. 2:13-15). Somente Cristo, o Deus Forte, o Senhor poderoso nas batalhas, teve o poder para enfrentar os horrores do  pecado e vencê-los triunfantemente.

Mas, por sermos pecadores, os portais do céu foram fechados contra nós. Como a Bíblia declara: “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e  o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que  não vos ouça” (Is. 59:2). Mas, Cristo, mediante a sua morte, nos deu redenção e perdão dos pecados; e, na sua ascensão, ao encontrar os portais do céu fechados, ouve-se a ordem: “Levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da  Glória” (Sl. 24:9). Cristo, como o nosso Precursor, entrou pelos portais, agora abertos, por nós, (Hb. 6:19-20). Assim, quando estamos em Cristo Jesus, temos o direito para entrar pelos “portais eternos” do céu, onde desfrutaremos da vida eterna. Como é consolador sabermos que temos, encarnado em Cristo, o Deus Forte, o Senhor, poderoso nas batalhas, pronto para nos auxiliar!

3. Ele é o Pai da Eternidade. Como Pai, Ele é o  Dono da Eternidade. Tudo o que existe, em termos de origem, pertence a Ele. Como podemos definir a eternidade? Falando do rei de Salém, o representante da eternidade, a Bíblia diz que ele era “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência” (Hb. 7:3). Não precisamos de uma explicação maior. Jesus Cristo, como Pai da Eternidade, está no centro dela, e, por necessidade, possui os atributos de Onipotência, Ele tem o poder absoluto sobre tudo; Onisciência, Ele é conhecedor infalível de tudo o que acontece neste mundo, inclusive as palavras, pensamentos e o procedimento de cada pessoa, desde a fundação do mundo; Onipresença, Ele está em todos os lugares deste universo, por isso, Cristo podia dizer: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt. 28:20).

O Salmo 139 nos dá um relance das possibilidades desses três atributos de Jesus Cristo. São revelações para nos encorajar e fortalecer em cada uma das nossas circunstâncias. Vamos observar como Ele atua.

a)      Cristo é Onisciente, (Vs. 1-6). Vamos sentir a abrangência desse atributo: “Senhor, tu me sondas e me conheces”,(V.1). Sabe das nossas andanças, dos nossos pensamentos e das nossas palavras. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec. 12:14). Por acaso essas verdades oprimiam o Salmista? Veja como ele responde: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir” (V6).
b)      Cristo é Onipresente, (Vs. 7-12). “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?” (V.7). O Salmista imagina lugares de fuga: os céus, o abismo, a alvorada e os mares, nem as trevas o podem encobrir, porque “trevas e a luz são a mesma cousa” (V.12). Por acaso o Salmista se sentia perseguido por causa dessa onipresença de seu Senhor? Veja como ele responde: Seja qual for o lugar, “ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (V.10), Ah, se pudéssemos acreditar nessa conclusão!
c)       Cristo é Onipotente (Vs. 13-18). O Salmista reconheceu o poder de Deus na formação de seu corpo no “seio de sua mãe” (V. 13). Por isso, exclamou: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (V.14). Mesmo antes de nascer, a vida inteira já era visível aos olhos do Senhor, (V.16). Novamente, perguntamos: Essa onipotência intimidava o Salmista? Veja como ele responde: “Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! Se os contasse excedem os grãos de areia. Contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim” Vs. 17-18.

O salmista termina a sua reflexão, verbalizando o seu desejo para que esses três atributos sejam usados em seu favor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. (Vs. 23-24).

E, para o nosso consolo e encorajamento, dentro da eternidade, o povo de Deus, um por um, será conhecido particularmente, porque: “ Assim como ele nos escolheu nele (em Cristo), antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef. 1:4). O atributo da onisciência  de Cristo deve nos incentivar a seguir “a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12:14).

4. Ele é o Príncipe da Paz. Em nossos dias, temos muitos proclamadores de paz, porque essa é a palavra que o povo quer ouvir. Mas o Senhor disse: “Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jr. 8:11). O Ap. Paulo comentou sobre esse assunto, afirmando: “Quando andares dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1Ts. 5:3). A verdadeira paz vem a nós por meio de um só, Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. Ele é o Autor e o Distribuidor dessa paz que guardará o nosso coração e a nossa mente com toda a segurança. Ele mesmo prometeu: “ Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo. 14:27).

Devemos lembrar que, como pecadores, éramos inimigos de Deus, pessoas que não obedeciam às normas que Ele prescrevera para toda a humanidade, (Tg. 4:4). A reconciliação remove este óbice (impedimento). “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo sangue de Cristo, seremos por ele salvos da ira, porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de seu Filho, muito mais, estando reconciliados, seremos salvos por sua vida” (Rm. 5:9-10). Essa reconciliação é possível somente quando somos unidos com Jesus Cristo.

Portanto, temos que saber como podemos tomar posse dessa dádiva de Deus. Reconciliação entende a existência de uma inimizade entre duas ou mais pessoas. Para efetuar essa reconciliação, a causa da inimizade tem que ser resolvida. Deus operou  este efeito quando enviou o seu único Filho para remover os nossos pecados, a causa da nossa inimizade com Deus. “Sabemos também que Cristo se manifestou para tirar os pecados” (1Jo.3:5). Ele conseguiu fazer isto, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe. 2:24). Ou, como Isaías disse: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele (Jesus Cristo) a iniqüidade de nós todos” (Is. 53:6). Por isso, a Bíblia  enfatiza que fomos “reconciliados com Deus, mediante a morte de seu Filho” (Rm. 5:10). Tomamos posse dessa benção pela fé em tudo o que Cristo fez por nós mediante a sua morte substitutiva na cruz do Calvário. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna (está reconciliado com Deus); o que, todavia, se mantêm rebelde contra o Filho não verá a  vida (não está reconciliado), mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo. 3:36). “Sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm. 5:9). Somos felizes quando podemos testificar: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”, o Príncipe da Paz” (Rm. 5:1).

Conclusão: No Antigo Testamento, encontram-se muitas referências ao prometido Messias que foram dadas para que o povo pudesse reconhecê-lo. Essas profecias foram tão eficazes que o povo logo começou a perguntar: “Será este, porventura, o Cristo?” (Jo. 4:29). Ou, “Eis que ele fala abertamente, e nada lhe dizem. Porventura, reconhecem verdadeiramente as autoridades que este é, de fato, o Cristo?” (Jo. 7:26). O Apóstolo comentou: “Estes (sinais), porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo. 20:31).

O nosso texto apresenta a pessoa de Jesus Cristo como Emanuel, Deus conosco. Ele é o Maravilhoso Conselheiro, aquele que nos convida: “Vinde a mim (...) e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt. 11:28-29). Ele é Deus Forte, e o governo do mundo inteiro está sobre seus ombros; por isso, Ele é poderoso para salvar pecadores e conduzi-los à vida eterna. Ele é o Pai da Eternidade, aquele que  é Onisciente, Onipresente e Onipotente, por isso, podemos lhe pedir: “Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. Ele é o Príncipe da Paz, aquele que nos dá uma paz que excede todo o entendimento; uma paz que guarda o nosso coração e a nossa mente em toda segurança. Que cada um de nós possamos crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.  



A PRESENÇA DO SENHOR





Leitura Bíblica: Salmo 46: 1-11

Introdução: Embora não tenhamos certeza quanto às circunstâncias históricas deste Salmo, o texto descreve uma vitória esmagadora sobre um inimigo. A vitória que o rei Ezequias recebeu quando o exército da Assíria se acampou ao redor de Jerusalém e foi destruído por um anjo oferece um contexto possível para esse Salmo. Ao ver o exército de cento e oitenta e cinco mil homens, o rei Ezequias reuniu o seu povo e disse: “Sede fortes e corajosos, não temais,  nem vos assusteis por causa do rei da Assíria,  nem por causa de toda a multidão que está com ele. Com ele está o braço da carne, mas, conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá” (2Cr. 32:7-8). Como Deus honrou a fé de Ezequias? A Bíblia dá este relatório: “Então, o Senhor enviou um anjo que destruiu todos os homens valentes, os chefes e os príncipes no arraial do rei da Assíria; e este, com o  rosto coberto de vergonha, voltou para a sua terra. Tendo ele entrado na casa de seu deus, os seus próprios filhos ali o mataram à espada” (2Cr. 32:21). Esta história nos ajuda a entender a gratidão que permeia esse Salmo.

O Salmo 46 descreve essa história, ou outra semelhante, poeticamente, espiritualizando os seus princípios. O poema se divide em três estrofes, cada uma terminando com a palavra “selá”  (não incluída na RA). Embora haja algumas dúvidas quanto ao sentido dessa palavra, a maioria entende que é um sinal musical, indicando uma pausa a fim de meditar sobre o assunto exposto. Por exemplo, podemos pensar sobre esta declaração de fé, feita no contexto de uma guerra iminente: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.

Notemos o uso do termo, “o Senhor de Jacó”, e não “o Deus de Israel” (Is. 41:17). Jacó, antes do seu encontro salvífico com o Senhor, era um usurpador e enganador, enfim, um pecador, e a sua descendência herdou essa mesma pecaminosidade, contudo, o Senhor não desprezou esse povo rebelde (At. 7:51). Por isso, a nação passou a ser conhecida com o nome sugestivo, o Deus de Jacó, o Deus de pecadores, o Deus salvador, “que justifica o ímpio que tem fé em Jesus Cristo, (Rm. 4:5).

Com esta introdução, vamos sentir a intensidade espiritual que permeia cada parte desse Salmo precioso e repleto de verdades, visando o fortalecimento da nossa fé, bem como o nosso crescimento na graça do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

1. A Presença do Senhor nas Tribulações, Vs. 1-3. O salmo começa com uma manifestação súbita de admiração espiritual, bem como o reconhecimento da singularidade de Deus. Vamos sentir a emoção inerente na declaração: “Deus (o Senhor dos Exércitos) é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”.  O Salmista está lembrando de um livramento soberano que o Senhor concedeu. Qual foi o fruto imediato dessa recordação? Uma confiança na promessa do socorro do Senhor em todas as tribulações. “Portanto, não temeremos”, sejam quais forem as agressões. Em seguida, ele fala de quatro acontecimentos: “Ainda que a terra se transforme e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam”.

O Salmista está falando de tribulações, de ataques que podem nos surpreender em qualquer momento. Tais experiências são dadas para nos constranger a correr aos braços daquele que é poderoso para nos socorrer, (Hb. 2:18). São partes do nosso crescimento espiritual; sem elas, permaneceríamos como crianças em Cristo, (1Co. 3:1). Para o Ap.Paulo, tribulações eram algo positivo: “Mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, experiência e esperança” (Rm. 5:3). Quando os cristãos são fracos, então é que são fortes; quando são pobres, então é que são ricos; quando são humilhados, então é que são exaltados; quando são grandemente afligidos, então é que são grandemente confortados porque “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação”. Quanto mais o cristão é atribulado, mais a sua confiança nas promessas de Deus será confirmada. Se a nossa fé fosse tão forte como a nossa segurança espiritual em Cristo, não teríamos medo de uma confrontação com inimigos declarados, ou de qualquer outra adversidade. “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo,  sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2Co. 2:14). O rei Ezequias  demonstrou a sua fé inabalável diante do exército da Assíria, comentando: “Com ele está o braço de carne, mas, conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e guerrear nossas guerras” (2Cr. 32:8). Que cada um de nós possamos revelar uma confiança semelhante nos dias da tribulação!

2. A Presença do Senhor no Santuário, Vs. 4-7. Por causa de suas meditações espirituais, o Salmista é transportado para “o santuário das moradas do Altíssimo”, e lá ele vê “um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus”. Cremos que esse rio é a figura poética que descreve as bênçãos que Deus derrama copiosamente sobre o seu povo. Cristo usou a mesma figura para descrever o ministério do Espírito Santo na vida de seu povo. Como Ele mesmo disse: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior, fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem” (Jo. 7:38-39). Pela atuação do Espírito Santo, a cidade de Deus e seus habitantes têm uma alegria indizível. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17).

Voltando à figura do rio, cujas correntes falam das bênçãos que fluem da presença de Deus, podemos confessar que, de fato, Ele tem “nos abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3). E, nos versículos que se seguem, o Apóstolo numera algumas delas, tais como a nossa eleição. “Assim como nos escolheu, nele (em Cristo),  antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” V.4 Sublinhamos  o propósito dessa escolha: a nossa santificação, “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12:14). No V.5, temos a nossa “adoção”. O Ap. João comentou, maravilhado: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus” (1Jo. 3:1). No V.7, temos os detalhes da nossa salvação eterna: Em Cristo “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”. E, nos Vs. 13-14, temos o dom do Espírito Santo. “Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. Essas e tantas outras, são as bênçãos que alegram os habitantes da cidade de Deus, “o santuário das moradas do Altíssimo”. Vamos sentir o motivo dessa alegria: “Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus ajudará desde antemanhã”.

Depois de passar um tempo no santuário, meditando sobre esse “rio cujas correntes alegram a cidade de Deus”, o Salmista sai para contemplar os acontecimentos no mundo secular. O que ele vê? Em linguagem poética, ele percebe como o mundo (de pessoas) está numa agitação de desespero: “Bramam nações (pagãs), reinos se abalam”. Mas, no meio dessa confusão, “ ele (o Senhor) faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve”. Qual é a reação do Salmista diante desse tumulto? Com as bênçãos do santuário ainda alimentando o seu coração, ele sente uma segurança que pertence somente aos que são guardado pelo poder de Deus e exclama jubilosamente: “O Senhor dos Exércitos está conosco. O Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Feliz a pessoa que pode descansar no Senhor e esperar nele, porque esta é a nossa segurança e paz neste mundo desequilibrado.

3. A Presença do Senhor nas Assolações, Vs 8-11. O Salmista continua contemplando esse mundo agitado e fica maravilhado com o espetáculo, por isso, nos convida: “Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra”. Ele não se refere às assolações de uma maneira negativa, antes, está compreendendo, com maior clareza, “as obras do Senhor”. Ele está vendo como o Senhor protege e salva o seu povo. Em outro Salmo, o escritor exclama: “Reina o Senhor, tremam os povos. Ele está entronizado acima dos querubins; abala-se a terra. O Senhor é grande em Sião e sobremodo elevado acima de todos os povos” (Sl. 99:1-2). Por estar acima de todos os povos, “Ele põe termos à guerra até os confins do mundo; quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo”. Sim, diante do Senhor esses instrumentos de guerra não têm nenhum poder. Basta pensar no exército da Assíria e seus 185 mil homens armados. Essa multidão de inimigos que queria tomar posse de Jerusalém, foi como nada diante do Senhor, que o frustrou com a maior facilidade todos os seus propósitos: “Então o Senhor enviou um anjo (um único anjo) que destruiu todos os homens valentes, os chefes e os príncipes do arraial do rei da Assíria” (2Cr. 32:21). E, com tal manifestação de poder soberano, não houve nenhuma guerra e Jerusalém permaneceu em paz. Assim, vemos a presença protetora do Senhor, mediante as suas obras assoladoras, que Ele realiza em favor do livramento de seu povo.

Agora, no meio destas reflexões, ouve-se a voz do Senhor, “o rei de toda a terra” (Sl. 47:7), dizendo: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”. O verbo: “aquietai-vos”, tem o pensamento de ficar parado, sem agitar-se por causa dos acontecimentos que assolam esse mundo. A nossa intervenção poderia impedir a livre ação do Senhor. O Ap. Paulo expressou essa atitude quando falou sobre vingança: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira”, afaste-se do assunto e deixe o Senhor livre para resolver o problema sozinho, (Rm. 12:19). Esta disposição de “largar a mão”, requer um ato de fé, temos que crer que Deus é Deus, “um socorro bem presente nas tribulações”. Ele será, com toda certeza, “exaltado entre as nações”.

Essa frase permite uma pergunta: Como pode o  Senhor ser exaltado entre as nações? Cremos que a resposta certa é: Ele será exaltado mediante a  pregação do evangelho de Jesus Cristo. Como o Salmista disse: “Glorificar-te-ei, pois, entre os gentios, ó Senhor, e cantarei louvores ao teu nome” (Sl. 18:49). Assim, mediante a conversão, pessoas que andavam nas trevas, estão, agora, andando na luz, glorificando o Deus perdoador. “O povo que jazia em trevas viu grande Luz, e os que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mt. 4:16). Tal mudança transformadora aconteceu porque o Senhor é soberano sobre as nações e determinou: “Eu sou exaltado na terra”. Com estas palavras, independente de tudo o que acontece nesse mundo, o Salmista, sentindo uma confiança no socorro, rompeu em gratidão: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Nesse contexto, ouvimos as palavras do nosso Senhor, dizendo: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo. 14:27).

Conclusão: Esse Salmo de gratidão foi escrito para encorajar e fortalecer o povo de Deus em todas as suas variadas circunstâncias. Vimos a presença do Senhor nas Tribulações. Ele é o nosso socorro bem presente nas adversidades desta vida. Vimos a presença do Senhor no Santuário. Deus está presente em sua casa derramando um rio de bênçãos copiosas sobre todos os que se acham presentes nessa casa do Deus Altíssimo. E, finalmente, vimos a presença do Senhor nas Assolações. E, no meio delas, ouvimos a voz do Senhor, dizendo: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”. Por causa dessa presença no meio das nossas circunstâncias, podemos exclamar confiantemente: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó (o Deus de pecadores arrependidos) é o nosso refúgio”. Que estas palavras nos fortaleçam para podermos viver a vida cristã para a glória de Deus!     



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O ANO DO JUBILEU


Rev. Ivan G. G. Ross

Leitura Bíblica:  Levítico 25:8-18.

Introdução: Na Bíblia, o Jubileu era uma festa celebrada de cinqüenta em cinqüenta anos, isto é, quarenta e nove anos de atividades normais, dentro dos padrões que Deus estabelecera, e, no qüinquagésimo ano, uma trombeta vibrante anunciava o ano do Jubileu, um tempo de alegria santificado ao Senhor. As características desta comemoração são detalhadas em Levítico capítulo 25. As peculiaridades principais são: desvelo, desprendimento, desafios e descanso; tempos de bênçãos espirituais que “o Pai de misericórdias e o Deus de toda consolação” derramou sobre o seu povo, (2.Co. 1:3).

Nesse contexto, podemos pensar no israelita pobre que, por circunstâncias adversas, ficou pesarosamente endividado, tendo perdido a sua propriedade, inclusive a sua própria liberdade e sendo obrigado a trabalhar como um “jornaleiro e peregrino”, a fim de saldar a sua dívida. Contudo, os anos se passaram e a dívida continuava insolúvel, impossível de ser resolvida com esses trabalhos. Mas, chegando o ano do Jubileu, tudo seria perdoado. Ele seria, não apenas livre dessa dívida, mas, também, libertado desse trabalho servil. Assim, ele seria livre para tomar posse da sua propriedade e cuidar da sua própria família. É fácil imaginar como a expectativa do ano Jubileu alimentava o coração desse homem infeliz.

O Capítulo em Levítico registra, pelo menos, quatro princípios espirituais para todos aqueles que estão celebrando cinqüenta anos de experiência. São princípios que, quando praticados, evocam as bênçãos do Deus Todo-poderoso. Não é uma data em que podemos dizer: Basta, vou parar. Já cheguei! Como cristãos, temos que perseverar na prática desses princípios relacionados com o jubileu. Agora, qual é o primeiro passo?

1. O Jubileu Fala de Desvelos, a necessidade de considerar o necessitado com carinho. Quanto a essa pessoa, o texto prescreve: “Não lhe darás o teu dinheiro com juros, nem darás o teu mantimento por causa de lucro” (V.37). E ainda determina: “Não te assenhorearás dele com tirania; teme, porém, ao teu Deus” (V.43). Esses dois princípios estão implícitos no segundo “grande mandamento”: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc. 12:30-31). Nesse sentido, o Apóstolo esclarece: “O amor não pratica o mal contra o próximo (males tais como juros exorbitantes, lucros exagerados e despotismo, v. 43), de sorte que o  cumprimento da lei é o amor” (Rm. 13:10). O Ap. João ilustra esse desvelo, dizendo: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo. 3:16-18).

Não devemos subestimar a importância de praticar os desvelos. A falta deles causará uma separação entre justos e  injustos no Dia do Juízo Final. Cristo explicou aos justos: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes (os desvelos) a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” E qual foi o galardão? Eles receberam este convite: “Vinde benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. E qual foi o destino daqueles que negligenciaram a prática desses desvelos, que não cuidaram “destes mais pequeninos”, e não serviram a Cristo através dos desvelos? Por isso, Ele pronunciou: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos” (Mt. 25:31-46). Veja como o Apóstolo elogiou os tessalonicenses. “ No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros” (1Ts 4:9). Agora, para poder praticar os desvelos:

2. O Jubileu Fala de Desprendimento, a necessidade de ter uma mão aberta diante das necessidades do nosso irmão. O texto estabelece: “Também a terra não venderá em perpetuidade, porque a terra é minha, pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos” (V.23). E, quanto àquele que se empobreceu, a lei determinou: “Até ao Ano do Jubileu (o endividado) te servirá; então, sairá da tua casa, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão de seus pais” (Vs. 40-41). Não devemos ser possessivos com os bens deste mundo, pensando que pertencem a nós, somente a nós. Temos que praticar o desprendimento, porque tudo o que temos foi entregue como se fosse um empréstimo, para ser administrado para a glória de Deus. Jó, o piedoso, confessou: “Nu saí do ventre da minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó. 1:21). O Senhor Deus não é somente o dono de todos os bens deste mundo, mas, também, é o soberano distribuidor deles. Por isso, Cristo disse: “ De graça recebestes, de graça dai” (Mt. 10:8).

Quanto à prática desse desprendimento, devemos seguir o exemplo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O Ap. Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou (esse é o verdadeiro desprendimento, não ficar apegado a seus direitos), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. Mas o desprendimento de Cristo foi reconhecido pelo Pai? Sim, pois a exposição continua: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl. 2:5-11). Veja como o Ap. Paulo praticava esse desprendimento: “ Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma” (2Co. 12:15). E à Igreja em Corinto, que praticava esse desprendimento, o Apóstolo encorajou: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co. 15:58). Agora, para poder praticar esse desprendimento:

3. O Jubileu Fala de Desafio, a necessidade de receber, pela fé, as promessas que Deus nos dá quanto à sua providência  para suprir cada uma das nossas necessidades. Ao entrar na terra prometida, Israel recebeu uma lei que desafiava o povo para usar a sua fé na providência de Deus. “Seis anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos. Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha” (Vs 3,4,11). À luz dessa lei, o povo, preocupado, logo perguntou: “Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear, nem colher a nossa messe?” O Senhor respondeu dando-lhes uma promessa de providência infalível; uma promessa que  teria de ser experimentada pela fé. “Então eu vos darei a minha benção no sexto ano, para que dê por três anos. No oitavo ano, semeareis e comereis da colheita anterior até o ano novo, até que venha a sua messe, comereis da antiga” (Vs. 20-22). Em nossa vida com Deus, Ele sempre pediu que usássemos a fé “De fato, sem fé, é impossível agradar a Deus” (Hb. 11:6). Deus é honrado e glorificado quando cremos na sua fidelidade para cumprir cada uma de suas promessas.

Hebreus capítulo onze descreve, não apenas a natureza da fé, mas, também, oferece-nos exemplos de como ela deve ser utilizada. Abel é o primeiro exemplo. “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas” (Hb. 11:4). O sacrifício de Abel foi melhor, porque ele obedeceu a Deus e ofereceu um cordeiro, como indicado pelo exemplo de seu Criador, (Gn. 3:21). Por que um cordeiro tinha que ser sacrificado? Porque Abel creu que: “quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem o derramamento de sangue, não há remissão” (Hb. 9:22). Em nossos dias, não é o sangue de cordeiro que garante o perdão dos nossos pecados; tem que ser um sangue específico, o “precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe. 1:19). Esse é o sangue, e somente esse, que “nos purifica de todo pecado” (1Jo. 1:7). Para recebermos a salvação, Deus pede um único ato, fé em Jesus Cristo. O jovem Timóteo tornou-se “sábio para a salvação”. Como? “Pela fé em Jesus Cristo” (2Tm. 3:15). Em todas as partes da Bíblia, somos desafiados para crer na fidelidade de Deus para cumprir, infalivelmente, cada uma das suas promessas de providência para o bem de seu povo. Agora, para aceitar esse desafio e crer nas promessas de Deus:

4. O jubileu Fala de Descanso, a necessidade de entender que Deus preparou um descanso espiritual para o seu povo, um descanso refrescante que jamais terá fim. O contexto do ano  do Jubileu ofereceu um descanso, tanto para a terra, bem como para o homem. “Um sábado ao Senhor – um descanso solene” (V.4). Por que a ênfase sobre o descanso? O Jubileu foi um ano de valores espirituais, tais como o “Dia da Expiação” (V.9), que falava do perdão dos pecados.

Quanto à comemoração desses tempos especiais, o Novo Testamento esclarece: “Ora, visto que a lei (comemorações, etc.) tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, como os mesmos sacrifícios que ano após ano, perpetuamente oferecem”(Hb. 10:1). Com referência às leis do “Dia da Expiação”, elas apontavam para um sacrifício superior, aquele de Jesus Cristo, carregando Ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe. 2:24). Portanto, em Cristo, “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7). A Bíblia fala da bem-aventurança daqueles cujos pecados são cobertos, retirados da presença de Deus e lançados para trás dele, (Rm. 4:7; Is. 38:17). Temos uma “alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma” (1Pe. 1:8-9).

Quanto à comemoração desses Sábados, Dias de descanso, todos apontavam para um descanso superior, aquele que vem de Jesus Cristo, aquele que nos convida: “Vinde a mim (...) e achareis descanso para a vossa alma” (Mt. 11:28-30). Podemos descrever esse descanso estabelecendo uma clara distinção entre as obras da lei (que não dão nenhum descanso à nossa alma), e uma dependência total em Jesus Cristo (que nos dá um descanso verdadeiro). “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras (as obras que Cristo realizou a fim de adquirir a salvação eterna para o seu povo), como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso”, aquele que Cristo adquiriu para o seu povo que crê, (Hb. 4:9-11). Devemos conhecer o plano de Deus para a nossa salvação: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado (salvo) por obras da lei e sim mediante a fé em Jesus Cristo (...) pois por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl. 2:16). Eis o verdadeiro descanso, salvação pela fé nos méritos consumados de Jesus Cristo. Podemos descansar em nosso Salvador, acreditando na suficiência do preço que Ele pagou quando deu a sua própria vida em resgate por muitos, a fim de nos conceder, gratuitamente, a salvação. Este é o prometido descanso.

Conclusão:  O Jubileu, tanto na Bíblia, bem como em nossa própria experiência, é um ano que merece muita atenção. Por que? Porque fala da nossa idade avançada e da necessidade de pensar nos princípios espirituais relacionados com o Jubileu Bíblico. Falamos sobre quatro princípios que devem ser parte inseparável do nosso estilo de vida. O princípio de praticar desvelos, a necessidade de contemplar o irmão necessitado com carinho. O princípio de ter um desprendimento, a necessidade de ter uma mão aberta, uma generosidade diante das necessidades do nosso irmão. O princípio de desafio, a necessidade de receber, pela fé, as promessas de providência que Deus concedeu a seu povo. O princípio de descanso, a necessidade de entender como Deus preparou  um descanso espiritual para o seu povo, isto é, uma salvação eterna que Ele concede, gratuitamente, a seu povo, sem a necessidade de praticar obras meretórias. Dessa maneira, Ele recebe toda a glória quando recebemos a salvação.Terminamos citando a declaração do Autor da nossa salvação: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador. Eu anunciei a salvação, realizei-a e a fiz ouvir (...) Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem impedirá?” (Is. 43:11-13). Assim, que Deus abençoe cada um de vocês nesta hora. Amém.

  

terça-feira, 29 de setembro de 2015

INCENTIVOS BÍBLICOS


Rev. Ivan G. G. Ross

Leitura Bíblica: 2 Timóteo 1:3-9

Introdução: Timóteo era um jovem que se tornou “sábio para salvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm.3:15). A sua fé era verdadeira e “sem fingimento”. Porém, como jovem, ele sentia receios para enfrentar diversas responsabilidades inerentes à vida cristã. Por isso, o Ap. Paulo o exortou: “Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti”. Esse dom que ele recebeu é, em primeiro instante, a dádiva da fé. Por razões diferentes, essa fé pode experimentar inibições diante de situações difíceis. Por exemplo, no caso de doenças. A doença tem a tendência de ocupar todos os nossos pensamentos, não deixando lugar para o exercício da fé. Não devemos permitir que o problema nos domine, antes, é a fé que deve nos controlar. A fé não é um mero sentimento, pelo contrário, é uma ação positiva. “Pela fé, Abraão quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança, e partiu sem saber aonde ia” (Hb. 11:8). Ele agiu, sabendo que Deus iria cuidar dele. Vamos ilustrar o uso desta dádiva  de Deus. Temos o caso de certo homem que tinha muito medo de compromissos financeiros. Mas ele recebeu uma herança de muito dinheiro que iria resolver toda a sua insegurança. Contudo, quando as contas mensais começaram a chegar, ele entrou novamente em pânico, perguntando a si mesmo: Como posso pagar tantas contas? Ele não se lembrou da sua herança até que alguém o desafiou: Não seja tolo, por que você não está usando a sua herança? Semelhantemente, Jesus disse a seus discípulos: “Onde está a vossa fé?” (Lc.8:25). Como se estivesse perguntando: Por que não estão usando a vossa fé que Deus lhes deu? Não devemos deixar as dificuldades do momento impedirem o uso da nossa fé. “Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? (1Jo. 5:5). Seja qual for o desafio, agimos de acordo com a necessidade, acreditando que Deus há de nos auxiliar, conforme a sua promessa. A fé, quando devidamente usada, sempre nos conduz à presença de Cristo Jesus. Eis a direção que devemos seguir: “Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fl. 4:6-7).

Vamos examinar o versículo sétimo da nossa leitura que nos dará as razões pelas quais podemos viver a vida cristã de maneira que glorifique o nosso Deus. “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia (ou temor), mas de poder, de amor, e de moderação (ou, domínio próprio, equilíbrio).”   

1. A Dádiva de Poder. Notemos o que Deus não tem nos dado. Ele não tem nos dado um espírito de covardia, ou de temor. Então, o que é que Deus nos tem dado? Ele tem nos dado um espírito de poder, pelo qual podemos enfrentar, corajosamente, toda e qualquer situação, seja a perseguição, o serviço de Deus, a doença ou a morte. Como o Apóstolo tem dito: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”, Jesus Cristo. (Rm. 8:31-37).

Timóteo é encorajado a participar, sem temores, dos sofrimentos do Ap. Paulo “como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Tm 2:3). Ora, o soldado não pode demonstrar sinal de covardia em sua profissão. Se isso acontecer, ele vai prejudicar não apenas a sua própria segurança, mas, também, aquela de seus colegas. De onde vem a coragem do cristão? Ele vive “embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef. 6:16). Armado assim, ele tem poder para enfrentar vitoriosamente  qualquer situação, inclusive o sofrimento que pode afligi-lo no exercício de sua profissão. Deus é honrado quando usamos as suas dádivas, aquelas de poder, para a sua glória.

Timóteo é exortado a manter “a fé e a boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1Tm. 1:19). O nosso poder na vida cristã depende da nossa fé. Como podemos manter a nossa fé acesa? Temos que alimentá-la com a leitura e o estudo da Palavra de Deus. Nas Escrituras, descobrimos a vontade de Deus para resolver toda e qualquer situação. E, uma vez reconhecendo a vontade de Deus, temos que agir de acordo. A exortação é esta: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg. 1:22). Devemos lembrar da observação do Apóstolo: “Não vos sobreveio tentação (situação difícil) que não fosse humana (algo deste mundo e não do outro); mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co. 10:13). E qual é essa providência? O dom de poder que Deus tem concedido a todos os seus filhos e filhas que  Ele mesmo recebeu por adoção.

Timóteo é incentivado a ser diligente no exercício de seu ministério: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela manifestação e pelo seu reino; prega a palavra, insta (insistir, teimar)  quer seja oportuna, quer não; corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina” (2 Tm. 4:1-2). Como testemunhas de Jesus Cristo, todos nós temos que praticar uma diligência semelhante, dentro da esfera do nosso ministério particular. “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens” (Cl. 3:24). Mas, como podemos exercer essa diligência com a devida fidelidade? Deus não nos obriga a trabalhar segundo as nossas próprias forças, pelo contrário, Ele tem nos dado o poder necessário. O Ap. Paulo testemunhou: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl. 4:13). Não há necessidade de sentir receios diante das nossas responsabilidades cristãs, pois, a dádiva de Deus, o seu poder, é eficaz, seja qual for o desafio que temos que enfrentar e aceitar. Dons são dados para serem usados para a glória de Deus.     

2. A Dádiva do Amor. Nascidos de novo, temos o  poder para amar a Deus, bem como o nosso próximo. Essa disposição é a dádiva de Deus, concedida a fim de autenticar a nossa comunhão com Ele. “O amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm. 8:5b). “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1Jo.4:16). Com qual intensidade devemos amar a Deus? O amor não pode ser mesquinho e dividido por causa de outros interesses. O padrão é este: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mt. 22:37:38). Esse amor tem que ser a manifestação da plenitude do nosso ser. Notemos a tríplice descrição: todo o coração – toda a alma – todo o entendimento.  A plenitude do nosso amor deve corresponder com a plenitude do amor de Deus. Quando Deus ama, esse amor é derramado sobre o seu povo; quando Deus teve que dar, Ele deu o seu Filho para redimir o seu povo. Ele não o poupou. Um amor maior é impossível. Como podemos perceber, o amor não é um mero sentimento, ele é, antes de tudo, uma ação, o ato de entregar a própria vida em favor do amado. “Nisto conhecemos o amor: que  Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo. 3:16). Como é bom poder confessar: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2:20b).

Devemos usar o dom desse amor que Deus tem nos dado para servir. O exemplo de Cristo deve ser imitado. Ele confessou: “ A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo.4: 34). E, para agir assim, temos que praticar a exortação do Ap. Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis  qual seja a boa e agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2). Serviço a Deus sempre começa com um ato de auto-apresentação. “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb.10:9).

Essa dádiva de Deus tem que ser usada, não apenas para amar a Deus, mas, também, para amar o nosso próximo. O segundo mandamento semelhante ao primeiro é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos (amor a Deus e ao próximo) dependem toda a lei e os profetas” (Mt. 22:39-40). O Ap. Paulo observou “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm. 13:10). O Ap. João comentou: “Amados, amemos-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo. 4:1-2). Deus nos deu esse amor para que pudéssemos autenticar a nossa comunhão com Ele.

Novamente, afirmamos que o amor é muito mais do que um mero sentimento, antes, é uma ação positiva. Qual é a maneira mais prática para demonstrar essa dádiva de Deus? “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir o seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo.3:16-17). Por que é tão importante praticar esse amor ao nosso irmão? Porque este será o padrão que Cristo usará no Dia do Juízo. Quando vemos o nosso irmão com fome, damos-lhe de comer; com sede, damos-lhe de beber; forasteiro, damos-lhe hospedagem; nu, damos-lhe vestimento; enfermos, visitamos; preso, damos-lhe apoio. Fazendo assim, estaremos usando a dádiva de Deus para a sua glória. Notemos que essas coisas devem ser praticadas como a Cristo. A nossa aprovação, ou, reprovação, será baseada de acordo com a prática, ou, a negligência, destes atos de amor, (Mt. 25:34-46). Não temos nenhuma desculpa para não praticar o amor, porque, juntamente com essa dádiva, Deus nos deu o poder para praticá-la, seja qual for a pessoa.

3. A Dádiva de Moderação. Este dom que recebemos de Deus, a moderação, foi dado para ajudar-nos a manter uma prudência e um auto-controle nas variadas circunstâncias da vida cristã. Apesar de possuir as dádivas de poder e amor, somos ainda capazes de perder o equilíbrio em nossas reações. Por que? Esse tesouro (os dons de Deus) está em vasos de barro, peças frágeis que podem ser danificadas quando recebem maus tratos. Por que Deus age assim? Para que “a excelência do poder seja de Deus, e não de nós” (2 Co. 4:7). Vamos ilustrar o uso dessa moderação: O Ap. Paulo está num navio prestes a ser naufragado por causa de uma grande tempestade. No perigo, para todos, exceto o Apóstolo, “dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento”.  No meio desse desespero, “Paulo rogava a todos que se alimentassem (...) pois nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo” (At. 27:18-36). Por que o  Apóstolo conseguiu manter a moderação, a calma, nessa situação perigosa? Ele mesmo nos dá resposta: “Eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito” (At. 27:25). O cristão que entra em pânico por causa de qualquer tempestade, evidentemente, não está usando as dádivas de poder, amor e moderação que  Deus lhe concedeu; e, assim, Deus não está sendo glorificado no meio da tempestade. Por que algumas pessoas entram em pânico  quando os ventos são contrários, enquanto outras conseguem manter a moderação? O momento em que olhamos para a circunstância e deixamos que ela tome conta das nossas emoções, o resultado não pode ser outro senão o desespero e opressão. Todos nós estamos lembrando o que aconteceu quando Pedro, “reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me Senhor!” (Mt. 14:30). Como evitar essa reação negativa? No momento em que chegar qualquer dificuldade, devemos reafirmar a nossa confiança na graça sustentadora do nosso Deus e manter os nossos olhos fixos no Senhor Jesus Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé, (Hb. 12:2). Deus nos deu o dom da moderação, o auto-controle, para ser usado em toda e qualquer situação. Em nossos dias, será que Jesus tem necessidade de perguntar: Onde está a sua moderação? Por que não está usando o dom que Deus lhe concedeu? Não acredita que Deus é poderoso para te socorrer? O Apóstolo nos advertiu: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós o perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hb. 3:12). O mesmo princípio opera nos casos de doença grave e morte. O desespero toma conta porque é o problema que está dominando e impedindo a intervenção do Deus de toda consolação. Timóteo tinha  uma constituição mais frágil, mas em vez de deixar as doenças dominarem os seus pensamentos, ele tinha que praticar o bom senso e a moderação. Por isso, o Apóstolo lhe aconselhou: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas enfermidades” (1Tm 5:23). Não tenhamos medo de usar recursos humanos porque isso não significa  uma falta de fé, antes, é a manifestação dela.

Na vida cristã, a prática da moderação é de suma necessidade, porque o cristão vive entre duas possibilidades  de experiências contraditórias. O desânimo, porque, “através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22). E, uma alegria exagerada, “porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas de justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17) O que glorifica a Deus é um procedimento equilibrado, sem excessos de desânimo e sem excessos de alegria. “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef. 5:15-16).


Conclusão: Deus, em sua misericórdia entranhável, tem nos dado três dádivas imprescindíveis: poder, para que possamos viver como testemunhas fiéis; amor, para que possamos amar a Deus e ao nosso próximo de uma maneira convincente, pois, procedendo assim, autenticamos a nossa comunhão com Deus, seja qual for a circunstância; moderação, para que tenhamos auto-controle e equilíbrio no meio de situações provocantes. O Apóstolo faz esta conclusão: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas (e dádivas), purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co. 7:1).       

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

VERDADES QUE PROMOVEM A PIEDADE


Rev. Ivan G. G. Ross

Leitura Bíblica: 1 Timóteo 3:16.

Introdução: A Igreja primitiva tinha o costume de formular frases curtas, a fim de facilitar a memorização de verdades importantes no desenvolvimento da piedade. No versículo da nossa leitura, temos seis dessas verdades. Existem outros exemplos desse costume nas Cartas Pastorais: Os cinco dizeres: “Fiel é esta palavra” (Tt. 3:4-8) etc. E, para nós, a memorização de versículos bíblicos tem o mesmo efeito. O Salmista praticava esse hábito tão edificante. “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl. 119:11).

Na parte introdutória do nosso versículo, precisamos explicar o sentido de duas palavras. A primeira é “mistério”. Um mistério é uma verdade cujo significado ficou oculto da maioria das pessoas, mas, em termos bíblicos, foi revelado em Cristo Jesus. As profecias acerca da sua obra redentora no Antigo Testamento foram mistérios; poucas pessoas descobriram o verdadeiro sentido deles; porém, com a encarnação do Filho de Deus e a sua morte vicária, essas verdades passaram a ser reveladas e devidamente compreendidas. A segunda palavra é “piedade”. No mistério da piedade, o pensamento é: Como podemos explicar esta mudança no procedimento daquele que era arrogante, mas, agora, anda no temor de Deus, com uma vida santa e irrepreensível? A resposta é: ele vive de acordo com as verdades que Deus tem nos revelados, tais como as seis do nosso versículo, e, outras semelhantes, que falam de Jesus Cristo e o que Ele fez por nós, os que cremos em seu nome. Vamos ao estudo dessas seis verdades.

1. “Aquele que foi manifestado na carne”, A frase se refere a Jesus Cristo. “E o Verbo (o Filho de Deus) se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo. 1:14). Por que Cristo se fez carne? Uma das respostas foi dada a José, seu pai adotivo: “E lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt. 1:21). Uma outra pergunta se faz necessária: Como é que Cristo conseguiria salvar o seu povo, visto que já foram condenados ao castigo eterno, por causa de suas transgressões da santa lei de Deus? Seria mediante o pagamento de um resgate. “Jesus Cristo, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: - testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1Tm. 2:5). Vamos meditar sobre o valor desse resgate. “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que os vossos pais vos legaram, mas, pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pe. 1:18). Qual é o nosso dever à luz dessa verdade? Pela fé, cremos na suficiência  da morte de Cristo, “no qual temos a redenção, pelo sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7).   

2. “Foi justificado em espírito”. (pelo Espírito, letra maiúscula). O Espírito Santo sempre acompanhou o ministério de Jesus Cristo. Ele foi ungido  pelo Espírito, autorizado e capacitado para exercer a vontade de seu Pai (Is. 11:2; Mt. 3:16; Jo. 6:38); guiado pelo Espírito, (Lc. 4:1); e, expulsou demônios pelo Espírito de Deus, (Mt. 12:28). Ele mesmo confessou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação dos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor”. Com essa declaração, Ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se. Qual foi a reação de seus ouvintes? “Todos na sinagoga tinham olhos fitos nele” (Lc. 4:18-20). Podemos sentir o impacto que o Espírito causou quando as Escrituras Sagradas foram lidas. Ele fez com que os olhos de seus ouvintes ficassem fixos em Jesus Cristo. Assim, Ele foi justificado pelo Espírito. Esse é o ministério do Espírito Santo, apontar as pessoas para Jesus Cristo, glorificando-o como o Salvador daqueles que nele crêem, (Jo. 16:14). Foi o Espírito Santo que anunciou a Divindade de Cristo, afirmando que Ele é o Filho de Deus, usando a sua ressurreição dentre os mortos para justificar a sua declaração, (Rm. 1:4). E, de suma importância, por que Cristo foi vitorioso em seu sofrimento vicário? Porque Ele foi fortalecido pelo Espírito eterno, (Hb. 9:14). Vamos sempre lembrar que o mesmo Espírito sempre auxilia o povo redimido a vencer todas as suas dificuldades, (Rm. 8:26); (Ef. 3:16). 

3. “Contemplado por anjos”. Os anjos são ministradores. Eles contemplaram o nascimento de Jesus Cristo e, por causa da ocasião, cantaram louvores a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc. 2:13-14). Por que esse louvor? Eles ficaram maravilhados com a condescendência de Jesus Cristo, humilhando-se e pronto para servir a humanidade e dar a sua própria vida em resgate por muitos. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Os anjos não apenas contemplaram o Senhor Jesus, eles o ampararam em toda as fases de sua vida, desde o seu nascimento até a sua morte em favor de seu povo. Em seus primeiros anos de vida, os anjos acompanharam seus pais adotivos advertindo-os de perigos e guiando-os para os lugares mais seguros, (Mt. 2:13,19,20). Depois de quarenta dias em jejum, durante os quais Jesus foi tentado pelo diabo, Ele se sentiu enfraquecido e necessitado. Mas o tentador, tendo sido derrotado, deixou-o por um tempo, “e eis que vieram anjos e o serviram” (Mt. 4:11).

Agora, chegamos ao Getsêmani, e, Jesus, estando em agonia e enfraquecido pelos açoites que recebera, foi novamente contemplado em sua necessidade. “Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava” (Lc. 22:43). Os anjos são “espíritos ministradores (seres invisíveis), enviados para serviço”, não apenas para cuidar de Jesus, mas, também, “a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb. 1:14). Deus tem muitas maneiras para proteger e amparar o seu povo, uma delas é através desses anjos ministradores. O Ap. Paulo experimentou esse encorajamento, (At. 27:23-24). Sim, somos guardados “como a menina dos olhos de Deus” (Sl.17:8).

4. “Pregando entre os gentios”. A Igreja primitiva sempre procurava obedecer à Grande Comissão: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15). E, quando “levantou-se grande perseguição contra a Igreja em Jerusalém, muitos dos crentes foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria”. Por que esses perseguidos não ficaram entristecidos pela perda de suas propriedades? Porque eles tinham um interesse maior, o desejo de ver o nome de Jesus Cristo estabelecido em todas as partes do mundo. “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At. 8:1,4). Em seguida, a Bíblia relata alguns exemplos desse ministério espontâneo. Filipe, um dos diáconos escolhidos em Atos 6:5 (Filipe, um dos apóstolos, permaneceu em Jerusalém At. 8:1), “pregava a palavra”. A chave do seu estilo está nesta frase: “Começando por esta passagem, anunciou-lhe a Jesus”, (At. 8:35). Filipe sempre usava as Escrituras em suas exposições, porque ele sabia que a Palavra de Deus é a espada do Espírito para conduzir pecadores aos pés de Jesus Cristo (Ef. 6:17). Eis aqui qual deve ser a nossa disposição para  cumprir a grande comissão: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm. 2:15). É importante observar uma certa ênfase que a Igreja praticava: Ela deu muita atenção aos gentios. E, eles, sabendo dessa ênfase, “regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que  haviam sido destinados para a vida eterna” (At. 13:48). Nós, que somos gentios, devemos ficar agradecidos a Deus, porque Ele não se esqueceu de tantas pessoas necessitadas.   

5. “Crido no mundo”.  Essa verdade é o resultado que  temos quando pregamos o evangelho com fidelidade.  Por isso, o Ap. Paulo encorajou os Coríntios, dizendo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co. 15:58). Um estudo fascinante é descobrir como a Igreja se levantou nos diversos países. Pensamos  no Brasil. Durante os seus  primeiros trezentos anos (1500 a 1700), era um país fechado para o evangelho bíblico, preso pelos erros de  uma religião composta de tradições humanas. Mas, no início do século dezenove, Deus, em sua sabedoria, deu uma ordem: Ide para o Brasil! E missionários começaram a chegar, pregando Cristo e este crucificado. Dois séculos mais tarde, qual é a situação evangélica no Brasil? Com a pregação do evangelho, milhares e milhares de homens, mulheres e crianças têm crido nesta boa nova. Muitos não estão mais conosco, porém, outros tantos continuam como testemunhas fiéis de Jesus Cristo. Todos estes que crêem estão desfrutando da redenção e do perdão de todos os seus pecados, (Ef. 1:7). Mas o trabalho ainda não terminou, portanto, vamos continuar com perseverança: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não” (2Tm. 4:2). Muitos podem ainda crer, porém, para que seja assim, têm que ouvir o evangelho. “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm. 10:17).

6. “Recebido na glória”. Essa frase subentende alguns eventos que já aconteceram. De fato, Cristo foi manifestado na carne. Ele veio para dar a sua vida em resgate por muitos. Assim, morreu, foi sepultado, mas, ao terceiro dia, ressurgiu dentre os mortos; e, cinqüenta dias mais tarde, subiu para os céus, onde foi recebido em glória, (Mc. 16:19). O Salmo 24 dramatiza, poeticamente, esse evento. O V.2 faz uma pergunta pertinente: “ Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu  santo lugar?” Parece que o céu, onde o Criador habita, é tão inacessível aos homens da terra! Contudo, existe um homem, Jesus Cristo, que é inquestionavelmente digno. Ele esteve morto, mas eis que está vivo pelos séculos dos séculos, (Ap. 1:8). No Salmo, Jesus está subindo para o Santo Lugar. De repente, ouve-se a voz de um precursor, ordenando: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória”. Uma multidão de atendentes pergunta: “Quem é o Rei da Glória?”. O precursor responde: “ O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas”. Na sua luta contra os seu adversários, o Senhor Jesus foi vencedor, porém, ainda retém as marcas da sua crucificação, (Jo. 20:27). O precursor revela uma certa impaciência com os atendentes, por isso, com urgência, repete a mesma ordem: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos”. Os atendentes, temerosos, perguntam novamente: “Quem é esse Rei da Glória?”. O precursor, surpreso com tantas hesitações, dá uma resposta que os  convence: “O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória” (Vs 7-10). A Bíblia registra: “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus” (Hb. 10:12).


Conclusão: Vamos repetir, em nosso coração, essas seis verdades que falam tão concisamente da história de Jesus Cristo, e o que Ele fez por nós, como se estivéssemos repetindo-as para alimentar os nossos motivos de gratidão por tudo o que Ele experimentou em favor da nossa salvação eterna.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A PRUDÊNCIA CONTRA A IMPRUDÊNCIA


Rev. Ivan G. G. Ross

Leitura Bíblica:  Salmo 2:1-12

Introdução: Este Salmo nos mostra qual é a natureza da corrupção humana. O pecado é a transgressão da lei e uma rebelião contra o único legislador do universo, e contra as normas morais e espirituais que Ele prescreveu para toda a humanidade. Se o pecado fosse permitido a continuar impune, aniquilaria o domínio soberano de Deus e o destronizaria. Essa é a verdade a respeito de todos os pecados; e, especialmente, quanto à rejeição de Jesus Cristo. O clamor universal é este: “Não queremos que este (Jesus) reine sobre nós” (Lc. 19:1). Aqueles que recusam prestar obediência à Jesus Cristo estão negando a autoridade do próprio Deus que o enviou. Vamos examinar como este Salmo descreve as manifestações do pecado.

Este Salmo precioso tem uma seqüência de quatro pontos: A destemperança dos povos provoca em Deus uma desafronta; por isso, Ele fez uma declaração quanto aos seus propósitos diante da pecaminosidade humana. Por causa do prometido juízo, os povos são exortados a tomar uma decisão a respeito de Jesus Cristo e da necessidade de refugiar-se nele, a fim de serem salvos.

1. A Grande Destemperança, Vs. 1-3. O primeiro versículo faz uma pergunta séria: “Por que enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?”. Qual é a razão dessa fúria e de tantos sonhos impossíveis? É o pecado que provoca essa grande destemperança. O diabo é “o pai da mentira” (Jo. 8:44). Ele incita os povos para acreditar que podem se rebelar contra a lei de Deus e vencer impunes. E, para promulgar essa mentira diabólica, ele reúne as lideranças a fim de dar uma aparência formal de autoridade a seus ditames. No mundo inteiro, são os governantes que, em vez de promoverem os interesses do reino de Deus, fazem de tudo, através de suas legislações liberais, para prejudicar e impedir a plena expressão do ministério da Igreja. O problema não é uma falta do conhecimento das leis de Deus, antes, é uma revolta contra essas leis. O grande anseio dessas lideranças é livrar-se  de Deus e de suas leis. O seu objetivo principal é resumido em sua própria declaração: “Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (V.3).

Mas, de uma maneira mais específica, estes “príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido”, Jesus Cristo, (V.2). Basta ler os Evangelhos para reconhecer a verdade dessa conspiração. Logo no início de seu ministério, Jesus sentiu a fúria deste ódio: “Os fariseus conspiravam contra ele sobre como lhe tirariam a vida” (Mt. 12:14). Até hoje, se falarmos de Jesus como o melhor amigo, ninguém faz objeção séria, porém, se falarmos sobre o seu direito soberano de reinar sobre a nossa vida, provocaremos uma onda de resistências e até perseguições. Os povos não querem que Cristo reine sobre as suas vidas e sobre os seus interesses pessoas. Qual é a atitude de Deus diante dessa insurreição?  Vemos...

2. A Grande Desafronta, Vs. 4-6. Deus sente uma forte indignação. Qual é a primeira manifestação desta desafronta? “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles” (V4). O riso de Deus, nesse contexto, deve ser um som extremamente terrificante, porque, na verdade, Ele está zombando da loucura dessa rebelião. Como um homem, feito do pó da terra, pode prevalecer contra o Deus Todo-Poderoso? Quem pode suportar as zombarias de Deus e suas manifestações de ira? A luta entre os dois contendores é totalmente desigual. Mesmo em nossos dias, a ira de Deus contra os ímpios se manifesta através de circunstâncias adversas. “Por causa da ira do Senhor dos Exércitos, a terra está abrasada, e o povo é pasto de fogo (Is. 9:19). Contudo, a plenitude dessa ira é reservada para o Dia Final. “Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá” (V.5.) O que Deus vai falar a esses insurretos naquele Dia? “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt. 25:41). Sim, “Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb. 10:31).

Como Deus realizará essas manifestações da sua justiça? Ele mesmo responde: “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião” (V.6). É de suma importância que acreditemos que Deus realiza todos os seus propósitos a respeito do homem pecador pela mediação exclusiva de Jesus Cristo. “Este é o designo que se  formou concernente  a toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida; quem, pois, a fará voltar atrás?” (Is. 14:26-27).
O Pai valoriza e “ama ao seu Filho, e todas as cousas tem confiado às suas mãos” (Jo. 3:35). Estamos, agora, prontos para ouvir...

3. A Grande  Declaração, Vs. 7-9. Nesses versículos, Cristo está repetindo o que o Pai lhe disse nos tempos da eternidade. O assunto é o seu decreto inalterável. Cristo, como o Profeta de Deus, é aquele que revela os propósitos da Divindade; por isso, Ele começa, dizendo: “Proclamarei o decreto do Senhor” (V.7a). Cristo tem três assuntos para revelar:

a) A declaração pública de que o homem, Jesus de Nazaré, é o Cristo, o Filho de Deus, (At. 2:36; 18:5). “Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl. 1:9). “Ele (o Pai) me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei” (V.16). Essa declaração foi feita quando Cristo ressuscitou dentre os mortos, (Rm. 1:4). O impacto da ressurreição silenciou todos os argumentos contra a Divindade de Cristo. A sua ressurreição é o prometido “sinal de Jonas” (Lc. 11:29-30).

b) A herança oferecida a Jesus Cristo. O Pai o convidou: “Pede-me, e eu te darei as nações por herança” (V.8). Aqui temos uma referência ao ministério intercessor de Cristo e como Ele suplica pela salvação de seu povo. E, de fato, Ele ajuntou para si mesmo uma “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas” (Ap. 7:9). A intercessão de Cristo garante a salvação total de todo o seu povo; “e nenhum deles se perdeu” (Jo. 17:10).

c) Como Cristo conseguirá receber essa prometida herança? “Com vara de ferro as regerás e as  despedaçarás como um vaso de oleiro” (V.9). Cristo consegue as suas conquistas através de um domínio soberano e inflexível. O decreto afirma: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap. 11:15). Esse reinado é tão soberano e seguro que ninguém pode resistir, (Rm. 9:19-24). À luz desse reinado, queremos saber o que devemos fazer em termos de preparo espiritual. Portanto, a necessidade de tomar...

4. A Grande Decisão, Vs. 10:12. Em vez de ser despedaçado pela ira de Cristo, é melhor sujeitar-se à sua regência, tomando as devidas decisões.

Primeiro, o texto se dirige às lideranças mundiais: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juizes da terra. Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor” (Vs. 10-11). Em vez de levantar-se contra o Senhor em rebelião, é melhor ser prudente e submeter-se a seu reinado. A advertência foi dada, é melhor obedecer e conservar a sua vida. Qual seria a evidência de uma decisão séria?  Servindo ao Senhor com temor e respeitando a sua majestade. Essa obediência não pode ser insincera e de má vontade, antes, deve ser realizada com alegria e tremor. Em outras palavras, por esse serviço as lideranças devem legislar leis justas que promovem a glória de Deus.  

Em segundo lugar, a advertência é dirigida aos povos em geral. “Beijai o Filho para que não se irrite e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira” (V.12a). O beijo, nesse contexto, é o ato de adoração. Os povos beijavam o deus Baal, (1Rs. 19:18). Mas, a ordem de Deus é “Não adorarás outro deus; pois o nome do Senhor é zeloso, sim, Deus zeloso é Ele” (Ex. 34:14). O resumo do nosso culto é este: “Beijai o Filho”, ou seja: “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc. 12:29-30).

E, finalmente, qual é a recompensa de tomar essas duas decisões? “Bem-aventurados todos os que nele se refugiam” (v.12). Beijar o filho, Jesus Cristo, é um ato de reconciliação, uma confiança na veracidade de sua Palavra, um sinal de submissão à sua autoridade e uma manifestação da adoração que lhe devemos. Eis o caminho para uma verdadeira bem-aventurança.

Conclusão: O Salmo começou descrevendo a fúria dos povos, uma fúria dirigida “contra o Senhor e o seu Ungido”, Jesus Cristo. Qual é a razão que provoca essa rebelião? Eles não aceitam as leis e o domínio de Deus. Por isso, a luta é para romper os laços e sacudir de si mesmos as restrições que a lei lhes impõe.

Mas, qual é a atitude de Deus diante dessa insurreição? “Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles”. A rebelião é destinada a falhar e deixar os povos em plena confusão.

Qual é a providência que Deus deu, a fim de estabelecer ordem e justiça entre os povos? Ele enviou o seu próprio Filho, para reinar,  soberanamente, com uma vara de ferro, a fim de tomar posse da sua herança.


Qual é o conselho dado aos povos? Beijai o Filho e dai-lhe o culto que Ele tem o direito de receber. Esse é o caminho que nos oferece uma verdadeira segurança espiritual. Bem-aventurados todos os que se refugiam em Jesus Cristo, porque, nele, terão a salvação eterna.