Vasos de Honra

sábado, 26 de novembro de 2011

QUEM É AQUELE QUE NASCEU EM BELÉM?



Introdução: Desde o livro de Gênesis, muitas referências são encontradas a respeito de um Salvador, vindo da parte de Deus, cuja missão seria salvar o seu povo dos pecados deles. “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (estes são títulos de Deidade); para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, deste agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” Is 9:6-7. A mãe deste menino seria uma virgem, isto é, uma jovem que nunca tivera relação sexual com homem algum. Is. 7:14; Lc. 1:34

Na “plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” Gl.4:4. O anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus “ a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo  nome era José; e a virgem chamava-se Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida; o Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz a um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.” Ao receber esta declaração, Maria pediu maiores esclarecimentos. “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” E, numa linguagem singularmente sublime, o anjo descreveu o que aconteceria  para que se pudesse realizar um nascimento virginal e sobrenatural. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.” Com esta explanação, Maria se apresentou, dizendo, humildemente: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra.”.

Tanto Maria, como José, seu noivo, receberam a incumbência para dar ao menino o nome de Jesus, “porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles” Mt. 1:21. Este menino recebeu mais um nome descritivo : “E Ele será chamado Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” Mt. 1:23. Quando ajuntamos os dois nomes, Jesus e Emanuel, somos constrangidos a reconhecer que “Ao Senhor pertence a salvação” Jn. 2:9. “Eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador” Is. 43:11. E, no Novo testamento, Jesus Cristo é “o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” Hb. 5:9. O Apostolo Paulo, reconhecendo a  Deidade absoluta, exclamou: “O nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” Tt. 2:13.

Em nossa leitura, temos três frases que descrevem a exaltada Pessoa de Jesus Cristo, aquele que veio ao mundo mediante um nascimento virginal e sobrenatural, aquele que, ‘subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homens; reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” Fl 2:6-8. “ Pois conheceis a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza vos tornásseis ricos” – tendo obtido por nós a salvação eterna, Hb.5:9.

1. A Descrição do Filho. “Este ( o menino que havia de nascer) será grande e será chamado Filho do Altíssimo.” Grande no sentido de poder sobre todas as coisas. “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor” dando-lhe uma primazia singular, Is. 11:2; Lc. 4:18. Esta superioridade foi reconhecida e confessada pelas multidões.

a) Grande na área do ensino. Nos dias do Novo testamento, os escribas eram os intelectuais, mas Jesus os excedeu em tudo. Depois de ouvir o famoso Sermão do Monte, as multidões estavam “maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” Mt. 7:28-29. Muitas vezes, os fariseus vieram para o experimentar, mas, em cada armadilha, Jesus os venceu a ponto que “ninguém mais ousava interrogá-lo” Mc. 12:34.

b) Grande na área de autoridade. Ele curava toda sorte de doenças; e, com o mesmo poder, acalmou o mar, constrangendo os discípulos a exclamar: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” Mc. 4:35-41

c)Grande na área de exclusividade. Ele veio como o grande “Eu Sou” uma frase que exclui qualquer outro participante. Vejam os textos, Jo. 6:35; 8:12; 10:7,8,11,14; 11:25-27. E, especialmente, a sua auto-revelação. Quando interrogado: “És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-poderoso vindo sobre as nuvens dos céus” Mc. 14:61-62. Cristo é o único que pode conceder a vida eterna ao pecador, Jo.10:28. O Apostolo Pedro enfatizou esta exclusividade, dizendo: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” At. 4:12.

Cristo tem essa singularidade porque Ele é “Filho do Altíssimo.” Na bíblia, a frase “Filho de Deus,” no singular,sempre se refere a Jesus Cristo e nunca a nenhum outro ser. Os judeus entenderam este título em termos de Deidade absoluta. Vejam o raciocínio deles em João 5:18; 10:36-38. Jesus Cristo é chamado: “o nosso grande Deus e Salvador” Tt. 2:13. E como “o verdadeiro Deus e a vida eterna” 1 Jo. 5:20. Ele tem o nome que está “acima de todo nome” Fl. 2:9.

2. A Designação do Filho. “Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi seu pai.” É necessário fazer alguns esclarecimentos:

a) Quanto à relação entre Cristo e Davi. Em linguagem típica e profética, Davi era o antecessor de Cristo. “Com  respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado (e proclamado) Filho de Deus com poder ( a voz do Pai fez esta proclamação: “Este é meu Filho amado, em quem me comprazo” Mt. 3:17) segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” Rm 1:3-4. A ressurreição de Cristo dentre os mortos foi a prova inegável da sua Deidade. Ele foi reconhecido como o prometido Salvador, por causa da sua descendência, segundo a carne, da linhagem de Davi, Mt. 21:4-9.

b) Quanto ao trono de Davi. Novamente, em linguagem típica e profética, o reino material de Davi prefigurava o reino espiritual de Cristo. Davi recebeu esta promessa: “Porém a tua casa ( a de Davi)  e o teu reino serão firmados para sempre diante  de ti; teu trono será estabelecido para sempre” 2 Sm. 7:16. Entendemos que a casa de Davi, bem como o seu trono material, não mais existem, contudo, a promessa fala de uma existência “para sempre.” Acreditamos que a promessa se refere ao reino espiritual que Cristo ocupa, pois só Ele tem esta eternidade. A Escritura endossa esta conclusão: “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas cousas às Igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante estrela da manhã” Ap. 22:16. Jesus Cristo é grande, porque Ele é o Herdeiro das promessas que Davi recebeu.

3. A Desinibição do Filho. “Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.” (não será inibido, nem interrompido). A casa de Jacó representava a nação israelita, que era a Igreja do Antigo Testamento. Quando veio ao mundo, Jesus anunciou: “Edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mt. 16:18. A igreja do Antigo Testamento cedeu seu lugar para a Igreja do Novo Testamento. As instituições do Antigo Testamento foram removidas a fim de dar lugar  para o reino de Deus. O trono de Davi deu seu lugar para o trono de Cristo. A vontade de Deus estava atuando sobre as estruturas que os homens conheciam. “Remove o primeiro para estabelecer o segundo” Hb. 10:9. A novidade do reino espiritual foi prometida a Cristo. “Foi lhe dado o domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” Dn. 7:14; Ap. 7:9-10.

Agora, devemos fazer duas perguntas. Onde está o reino de Deus? Cristo respondeu esta pergunta antiga:“Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” Lc. 17:20-21. Está no coração e na vida de todos aqueles que tem o Deus de Jacó como o seu refúgio. Cristo “reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e seu reinado não terá fim.” Na verdade, a primeira pergunta responde a segunda. Qual a evidência de que o reino de Deus está presente na vida de uma dada pessoa? A resposta é óbvia. Está presente na vida de todos aqueles que obedecem a Cristo, e se submetem a seu reino. “Porque o reino de Deus não é comida, nem bebida (valores materiais), mas de justiça, de paz e alegria no Espírito Santo” Rm. 14:17. O reino de Deus se torna evidente na vida de uma pessoa mediante o seu procedimento. Ela pratica a justiça para com seu próximo, procura viver em paz com todos e tem a alegria de Espírito Santo transbordando em seu coração.

Quem é aquele que nasceu em Belém? É o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Nele, temos a esperança da vida eterna. Neste Natal, desejamos que Cristo seja conhecido  como Ele o é: O Salvador. Vamos gravar em nossos corações esta verdade: ‘Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” Jo 3:16

Meditação para Natal, 2009
Rev. Ivan G. G. Ross.

sábado, 19 de novembro de 2011

A OFERTA DA VIÚVA POBRE




     O que agrada a Cristo é uma liberalidade desprendida. Esta é a lição que Cristo inculcou aos discípulos quando comentou sobre a oferta da viúva pobre. A sua avaliação sobre as ofertas dos ricos e a oferta desta viúva revela que Ele toma conhecimento, não apenas da quantia da oferta, mas, também, o motivo da oferta e maneira como foi dada. “O homem vê o exterior, porém, o Senhor, o coração” – I Sm. 16:7.
     De todos os comentários do nosso Senhor, este, sobre a viúva pobre, talvez seja, o mais esquecido. Existem muitas pessoas que podem citar algo dos discursos doutrinários do nosso Senhor, porém , negligenciam o ensino claro sobre a liberalidade desprendida. A prova disto pode ser verificada através das contribuições para a obra missionária. A prova disto pode ser vista nos relatórios do grande número de pessoas que contribuem com quantidades triviais e que poderiam dar muito mais. A avareza de muitos cristãos professos é um dos pecados mais gritantes dos nossos dias. Os contribuintes para a causa de Cristo são um número reduzido na Igreja Visível. Tão poucos cristãos entendem o eu significa ser “rico para com Deus” – Lc. 12:21. A grande maioria dos membros da Igreja gasta centenas de reais satisfazendo os seus próprios interesses e apenas alguns poucos centavos para a causa de Cristo.
     Devemos lamentar esta realidade e orar a Deus para que Ele corrija esta falta. Devemos orar para que Deus abra os olhos de seu povo, desperte o seu coração  e  conceda-nos  um espírito de liberalidade desprendida. Os cristãos da Macedônia deram “na medida de suas posses e mesmo acima delas” - 2 Co. 8:3. E, antes de tudo, que nós mesmos façamos o nosso dever, contribuindo  alegre  e  liberalmente  para  a  santa e excelsa causa  de  Cristo
enquanto pudermos, pois, depois, não haverá nenhuma oportunidade para contribuir. Vamos dar como aqueles que sabem que os olhos de Cristo estão vendo o que ofertamos. Ele sabe qual a quantia que damos e a quantia que guardamos para nós mesmos. E, antes de tudo, damos como discípulos do Salvador que nos amou e a si mesmo se entregou por nós, para que pudéssemos receber gratuitamente, a vida eterna. “De graça recebestes, de graça dai – Mt. 10:8.
  
 Para Pensar:  É tão fácil condenar os avarentos mencionados na Bíblia, pessoas que amavam o dinheiro a ponto de rejeitar os padrões de Cristo. O que é que nossas contribuições falam a respeito do estado do nosso coração?

(Rev. J. C. Ryle, 1816-1900 – traduzido pelo Rev. Ivan Ross)

sábado, 12 de novembro de 2011

A Falência da Religião


Romanos 2. 17-29

"Tu, que te glorias na lei, desonra a Deus pela transgressão da lei?" Rm 2:23

Observamos que o alvo do apóstolo Paulo é revelar a pecaminosidade de todos os povos, gentios e judeus. Na leitura de Romanos 2: 17-29, os religiosos são observados: "Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas  os que praticam a lei hão de ser justificados."

1. Uma Forma de Familiaridade Nos versículos 17 a 20, o apóstolo Paulo enumera onze vantagens da religião revelada nas Escrituras Sagradas. Os religiosos, com muita razão, glorificavam-se nestes privilégios. Mas nos versículos 21 e 24, o apóstolo dá uma aplicação  destas vantagens à vida prática. O religioso tem que ser algo mais que mero falador, ele tem que ser praticante de sua religião.

Observe os cinco casos que ele cita: O ensino é sempre para outrem, o roubo, o adultério, a idolatria, e a transgressão da lei são falhas de outras pessoas, mas nunca dos religiosos que se cegaram pela justiça própria. Por causa dessas incoerências, o nome de Deus é blasfemado entre os que não têm a mesma religião.

2. Uma forma de Falsidade, Não há nenhuma vantagem em ser um simples circuncidado (batizado). A mera religião não salva ninguém. O verdadeiro religioso é aquele que o é interiormente, que é nascido de novo pelo poder do Espírito Santo.

Oração: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno." Amém

sábado, 5 de novembro de 2011

“Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai"




O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro” Jo. 4:36

Sou um pastor jubilado, tendo trabalhado em Belo Horizonte e região, e, por último, no sul de Minas. Conheço a Junta de Missões Nacionais há mais de trinta anos, e este interesse continua, pelos obreiros e pelos campos que eles ocupam. Deus tem me concedido o privilégio de visitar alguns destes lugares.

Agora, como um idoso, qual é a minha opinião a respeito do ministério da Igreja e do trabalho que seus obreiros têm que realizar? A sua missão não mudou em ponto algum. A ordem inalterada é esta: “E disse-lhes (Jesus): ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” Mc. 16:15. “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” 1 Co. 15:1-4. Circunstâncias mudaram. Antigamente, a evangelização se realizava em ambiente rural, em sítios e fazendas; hoje, porém, o trabalho se realiza, principalmente, em zonas urbanas. Alguns estão tentando mudar os métodos, optando por serviços sociais, tais como: cesta básica, oficinas de artesanato e futebol, etc ... afirmando que estes ajuntamentos oferecem oportunidades preciosas para pregar o evangelho. Porém, se retirarmos as vantagens sociais, as pessoas vão continuar a se reunir para ouvir o evangelho? Enquanto a atividade social continuar gratuitamente, haverá sempre pessoas dispostas a suportar algumas inconveniências (ouvir uma pregação) por causa da vantagem. Cristo enfrentou esta realidade e disse à multidão: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes” Jo. 6:26. O homem pecador, por natureza, é muito interesseiro, portanto, temos que ser prudentes para não alimentar esta tendência.

Sem desprezar os esforços sociais, creio que os obreiros têm que reaprender duas verdades bíblicas. A primeira: o evangelho tem um poder inato para atrair seus ouvintes a Jesus Cristo, “porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Rm 1:16. Temos que entender e crer que não é a atividade social que inclina uma pessoa para ouvir o evangelho, antes, é o Senhor que abre o coração do ouvinte para atender as palavras do evangelho, “visto que andamos por fé e não pelo que vemos” 2 Co 5:7 com At. 16:14. A pura e simples pregação do evangelho “é loucura para os que se perdem (porque não confiam nele), mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” 1 Co 1:18. Creio que temos que sentir, novamente, a conclusão do salmista: “ Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” Sl. 126:5-6. A Segunda verdade se refere ao método da evangelização. O servo do Senhor tem que sair do seu gabinete, arregaçar as mangas, e andar pelas ruas do bairro. A ordem recebida é esta: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrades.” E qual foi o resultado deste trabalho? “E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados” Mt 22:9-10. Eu tenho andado pelas ruas dos bairros, cumprimentando crianças e oferecendo-lhes uma bala. Aos poucos, conquistei a confiança de muitas. E qual o resultado? Recebi muitos convites para conhecer os pais destas crianças; e, uma vez nos lares, pude falar da “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” Fl. 3:8. Assim, a Escola Dominical cresceu e houve públicas profições de fé com batismo.

Na evangelização, um aspecto que deve alimentar o nosso zelo no ministério é que Deus quer  que as pessoas do bairro onde trabalhamos saibam que Ele tem um obreiro no meio delas.  “E saberá que há um profeta” no bairro, declarando a vontade de Deus: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” Is. 45:22, 2 Rs. 5:8. Certa vez, alguém comentou mais ou menos assim: “Estou nesse bairro há tantos anos, mas não tenho contato com quase ninguém; mas, veio esta missionária e todo mundo sabe do trabalho que ela realiza.” Outro testemunho semelhante: Temos missionários que trabalham numa cidade pequena do interior de Minas Gerais e, se queremos saber onde ele mora, podemos perguntar a quase qualquer pessoa: “ Você sabe onde o missionário mora?”  E a resposta  espontânea é: “Ah, sim, ele está na rua tal, perto da escola municipal.” E ainda mais um testemunho de um evangelista: “A minha responsabilidade é que a cidade inteira saiba que tem uma congregação presbiteriana na rua tal, e que está de portas abertas para todos” Poderia multiplicar tais exemplos, mas estes são suficientes para ilustrar o que significa: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai.”

Termino citando as palavras do Ap. Paulo: “ Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” 1 Co. 4:1-2. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” 1 Co. 15:58.

E nós, aqui na retaguarda, oramos sistematicamente por todos os obreiros. Seu trabalho nos encoraja a reconhecer que a Igreja Presbiteriana do Brasil ainda é uma força viva. Que Deus abençoe cada um, dando-lhes saúde e coragem  para continuarem firmes em seu trabalho.

Rev. Ivan G. G Ross