Vasos de Honra

sábado, 5 de novembro de 2011

“Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai"




O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro” Jo. 4:36

Sou um pastor jubilado, tendo trabalhado em Belo Horizonte e região, e, por último, no sul de Minas. Conheço a Junta de Missões Nacionais há mais de trinta anos, e este interesse continua, pelos obreiros e pelos campos que eles ocupam. Deus tem me concedido o privilégio de visitar alguns destes lugares.

Agora, como um idoso, qual é a minha opinião a respeito do ministério da Igreja e do trabalho que seus obreiros têm que realizar? A sua missão não mudou em ponto algum. A ordem inalterada é esta: “E disse-lhes (Jesus): ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” Mc. 16:15. “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” 1 Co. 15:1-4. Circunstâncias mudaram. Antigamente, a evangelização se realizava em ambiente rural, em sítios e fazendas; hoje, porém, o trabalho se realiza, principalmente, em zonas urbanas. Alguns estão tentando mudar os métodos, optando por serviços sociais, tais como: cesta básica, oficinas de artesanato e futebol, etc ... afirmando que estes ajuntamentos oferecem oportunidades preciosas para pregar o evangelho. Porém, se retirarmos as vantagens sociais, as pessoas vão continuar a se reunir para ouvir o evangelho? Enquanto a atividade social continuar gratuitamente, haverá sempre pessoas dispostas a suportar algumas inconveniências (ouvir uma pregação) por causa da vantagem. Cristo enfrentou esta realidade e disse à multidão: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes” Jo. 6:26. O homem pecador, por natureza, é muito interesseiro, portanto, temos que ser prudentes para não alimentar esta tendência.

Sem desprezar os esforços sociais, creio que os obreiros têm que reaprender duas verdades bíblicas. A primeira: o evangelho tem um poder inato para atrair seus ouvintes a Jesus Cristo, “porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” Rm 1:16. Temos que entender e crer que não é a atividade social que inclina uma pessoa para ouvir o evangelho, antes, é o Senhor que abre o coração do ouvinte para atender as palavras do evangelho, “visto que andamos por fé e não pelo que vemos” 2 Co 5:7 com At. 16:14. A pura e simples pregação do evangelho “é loucura para os que se perdem (porque não confiam nele), mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” 1 Co 1:18. Creio que temos que sentir, novamente, a conclusão do salmista: “ Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” Sl. 126:5-6. A Segunda verdade se refere ao método da evangelização. O servo do Senhor tem que sair do seu gabinete, arregaçar as mangas, e andar pelas ruas do bairro. A ordem recebida é esta: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrades.” E qual foi o resultado deste trabalho? “E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados” Mt 22:9-10. Eu tenho andado pelas ruas dos bairros, cumprimentando crianças e oferecendo-lhes uma bala. Aos poucos, conquistei a confiança de muitas. E qual o resultado? Recebi muitos convites para conhecer os pais destas crianças; e, uma vez nos lares, pude falar da “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus” Fl. 3:8. Assim, a Escola Dominical cresceu e houve públicas profições de fé com batismo.

Na evangelização, um aspecto que deve alimentar o nosso zelo no ministério é que Deus quer  que as pessoas do bairro onde trabalhamos saibam que Ele tem um obreiro no meio delas.  “E saberá que há um profeta” no bairro, declarando a vontade de Deus: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” Is. 45:22, 2 Rs. 5:8. Certa vez, alguém comentou mais ou menos assim: “Estou nesse bairro há tantos anos, mas não tenho contato com quase ninguém; mas, veio esta missionária e todo mundo sabe do trabalho que ela realiza.” Outro testemunho semelhante: Temos missionários que trabalham numa cidade pequena do interior de Minas Gerais e, se queremos saber onde ele mora, podemos perguntar a quase qualquer pessoa: “ Você sabe onde o missionário mora?”  E a resposta  espontânea é: “Ah, sim, ele está na rua tal, perto da escola municipal.” E ainda mais um testemunho de um evangelista: “A minha responsabilidade é que a cidade inteira saiba que tem uma congregação presbiteriana na rua tal, e que está de portas abertas para todos” Poderia multiplicar tais exemplos, mas estes são suficientes para ilustrar o que significa: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai.”

Termino citando as palavras do Ap. Paulo: “ Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” 1 Co. 4:1-2. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” 1 Co. 15:58.

E nós, aqui na retaguarda, oramos sistematicamente por todos os obreiros. Seu trabalho nos encoraja a reconhecer que a Igreja Presbiteriana do Brasil ainda é uma força viva. Que Deus abençoe cada um, dando-lhes saúde e coragem  para continuarem firmes em seu trabalho.

Rev. Ivan G. G Ross 

Um comentário:

  1. Foi edificante p/a mim. Espero ser tb. referência no meu círculo de amizades. Assim o Senhor te abençõe mais e mais.

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