Vasos de Honra

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Porquê do Natal – 2014



“ Ela (Maria, a prometida virgem) dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).

Se alguém perguntar: Por que era necessário que Jesus Cristo, o Eterno Filho de Deus, viesse ao mundo? A resposta seria esta: Primeiro, foi uma manifestação de amor. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça  mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). E, segundo, era o único caminho disponível para que os pecadores pudessem ser redimidos e salvos. Portanto, devemos meditar sobre três realidades.

1. A Realidade da Pecaminosidade do Homem. Creio que não há necessidade de justificar essa afirmação. Basta ler ou ouvir o que os noticiários estão revelando. O pecado não é apenas uma realidade ao nosso redor, ele está dentro da nossa própria natureza. “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo. 1:8). A dura realidade é esta: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm.3:23). Ninguém consegue alcançar o padrão de justiça que Deus estabeleceu para a humanidade. E, por causa dessa falha, o mundo inteiro está sofrendo como resultado da desobediência à lei de Deus. Todos os pecados nascem dentro do coração do homem para, depois, se manifestarem em atos externos. Cristo deu esta descrição do início do pecado: “Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a  avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos esses males vêm de dentro e contaminam o homem” (Mc. 7:21-23). O pecado permeia cada parte da nossa natureza, pensamentos e ações. O problema é tão sério que Cristo disse: “qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt. 5:28). Por acaso, existe alguém que pode dizer: “Eu nunca tive um pensamento inconveniente contra ninguém!”  Bem sabemos dos pensamentos impróprios que estão em nosso coração. Por isso, todos nós merecemos  a justa condenação de Deus.
Se alguém ainda duvida da realidade do pecado em sua própria vida, basta lembrar-se do seu procedimento na infância: os momentos de desobediência aos pais e as rebeldias, egoísmo e raiva, preguiça e má vontade. Todas essas coisas são manifestações do que já existe no coração da criança. E, podemos mencionar os pecados da mocidade: hábitos aliciantes que não respeitam a santidade do corpo e o desrespeito diante de autoridades. Não há como negar a realidade do pecado que caracteriza a vida do homem.

Mas, porque estou falando dessa maneira, justamente nas vésperas do Natal? Porque esse é o contexto que Deus contemplou quando determinou usar de misericórdia para com o homem. Em vez de destruí-lo peremptoriamente, Ele lhe mostrou o caminho para a salvação. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação (que desvia a ira de Deus) pelos nossos pecados” (1Jo. 4:10). Estamos prontos, agora, para contemplar o preço que Cristo tinha que pagar, a fim de desviar a ira de Deus e salvar o pecador.

2. A Realidade da Humilhação de Jesus Cristo. Podemos destacar três experiências na humilhação do Filho de Deus, Jesus Cristo.

a) O seu nascimento. Devemos tentar conhecer as origens daquele que nasceu naquele primeiro Natal. Ele é Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus; “cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq. 5:2), que estava “no seio do Pai” (Jo. 1:18); que gozava da glória juntamente com o Pai (Jo. 17:5); e, visto em forma humana, “nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl. 2:9). Este é aquele que nasceu em Belém, a fim de adquirir a vida eterna para pecadores arrependidos que nele crêem. A Bíblia resume esse ato nestas palavras: “Pois ele (o Filho de Deus), subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou (deixando a sua glória celestial), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Hb. 2:6-8). Não há palavras para descrever o contraste que  o Filho de Deus enfrentou, quando deixou para trás a sua glória celestial e se dignou a nascer de mulher; e isto não num palácio de reis, mas, sim, “numa manjedoura, porque não havia lugar para ele na hospedaria” (Lc. 2:7).

b) A sua sujeição à lei. Ele nasceu sob os cuidados de um casal humano, “e era-lhes submisso” (Lc. 2:51). Como podemos conceber isso? O Senhor dos senhores e o Rei dos reis sujeitando-se à direção de José e Maria! E, ainda mais, obedecendo perfeitamente à lei de Deus em todos os seus detalhes!  Essa obediência era necessária  porque Ele veio como nosso fiador, pagando as nossas dívidas morais e espirituais, (Hb. 7:22).

c) A sua morte na Cruz. Cristo confessou: “Pois o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc. 10:45). Esse resgate foi o preço que Ele pagou, a fim de nos libertar das consequências judiciais do nosso pecado e conceder-nos o perdão. Essa morte foi substitutiva, Cristo morreu em nosso lugar, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe 2:24). Eis a mensagem do Evangelho: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm. 5:8-9).

3. A Realidade da Exaltação de Jesus Cristo. Podemos destacar três realidades relacionadas à exaltação de Jesus Cristo.

a) A sua ressureição corpórea. De acordo com o determinado desígnio e presciência de Deus, Cristo foi crucificado e sepultado, “ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela” (At. 2:23-24). Pela ressureição de Cristo, pelo menos duas verdades foram definitivamente confirmadas. Primeira, a sua Divindade absoluta foi declarada com poder, (Rm. 1:4). Esse poder se manifesta especialmente pela conversão de pecadores, e nós, que cremos no Cristo ressurreto, somos a evidência desse poder. Segunda, pela ressureição de Cristo  somos justificados, declarados inocentes diante da lei de Deus, (Rm. 4:25).

b) A sua ascensão corpórea.  Cristo subiu às alturas à vista de seus discípulos, com esta explanação:  “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá de modo como o vistes subir” (At. 1:9-11). Agora, dessa posição celestial, Ele está “vivendo para sempre para interceder” por seu povo. (Hb. 7:25). Através desse ministério, Ele garante a nossa salvação eterna, porque, como  nosso Advogado e Propiciação, Ele nos defende quando pecamos, e nos protege, desviando de nós a ira que o pecado provoca, (1Jo. 2:1-2).

c) A sua segunda vinda. Cristo prometeu: “Voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo. 14:3). A Bíblia, como um todo, ensina que Cristo voltará para “julgar vivos e mortos” (At. 17:31, 2Tm. 4:1). Naquela ocasião, “cada um receberá segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2Co. 5:10). Mas, para nós que amamos a sua vinda, “ estaremos para sempre com o Senhor”, vivendo numa comunhão ininterrupta com Ele, contemplando a sua fronte (1Ts. 4:17; Ap. 22:4).

Depois da sua humilhação e tendo cumprido a sua missão redentora, Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”  (Fl. 2:9-11). E, agora, no céu, exaltando a Pessoa de Jesus Cristo, ouve-se esta aclamação: “e cantavam com voz forte: “o Cordeiro que foi morto é digno de receber poder, riqueza, sabedoria e força, honra, glória e louvor.” (Ap. 5:12).

Conclusão: O Natal nos faz lembrar como o imaculado Filho de Deus humilhou-se a si mesmo, nasceu de mulher e passou a viver no meio da pecaminosidade humana. Ele assumiu essa nova circunstância porque, movido pelo amor, quis buscar a salvar pecadores, uma missão que necessitou a doação de sua própria vida: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe. 2:24). Mas Cristo não permaneceu na morte, antes, ao terceiro dia ressuscitou, e agora vive para sempre para garantir a salvação eterna a todos aqueles que nele crêem, (Hb.7:25). Este Natal será verdadeiramente feliz  se for celebrado deixando Jesus Cristo direcionar a sua vida!