“ Ela (Maria, a prometida virgem)
dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo
dos pecados deles” (Mateus 1:21).
Se alguém perguntar: Por que era
necessário que Jesus Cristo, o Eterno Filho de Deus, viesse ao mundo? A
resposta seria esta: Primeiro, foi uma manifestação de amor. “Porque Deus amou
ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele
crê não pereça mas tenha a vida eterna”
(Jo. 3:16). E, segundo, era o único caminho disponível para que os pecadores
pudessem ser redimidos e salvos. Portanto, devemos meditar sobre três
realidades.
1. A Realidade da
Pecaminosidade do Homem. Creio que não há necessidade de justificar essa
afirmação. Basta ler ou ouvir o que os noticiários estão revelando. O pecado
não é apenas uma realidade ao nosso redor, ele está dentro da nossa própria
natureza. “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos
enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo. 1:8). A dura realidade é esta:
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm.3:23). Ninguém consegue
alcançar o padrão de justiça que Deus estabeleceu para a humanidade. E, por
causa dessa falha, o mundo inteiro está sofrendo como resultado da
desobediência à lei de Deus. Todos os pecados nascem dentro do coração do homem
para, depois, se manifestarem em atos externos. Cristo deu esta descrição do
início do pecado: “Porque de dentro do coração dos homens é que procedem os
maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos esses males vêm de dentro
e contaminam o homem” (Mc. 7:21-23). O pecado permeia cada parte da nossa
natureza, pensamentos e ações. O problema é tão sério que Cristo disse:
“qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já
adulterou com ela” (Mt. 5:28). Por acaso, existe alguém que pode dizer: “Eu
nunca tive um pensamento inconveniente contra ninguém!” Bem sabemos dos pensamentos impróprios que
estão em nosso coração. Por isso, todos nós merecemos a justa condenação de Deus.
Se alguém ainda duvida da
realidade do pecado em sua própria vida, basta lembrar-se do seu procedimento
na infância: os momentos de desobediência aos pais e as rebeldias, egoísmo e
raiva, preguiça e má vontade. Todas essas coisas são manifestações do que já
existe no coração da criança. E, podemos mencionar os pecados da mocidade:
hábitos aliciantes que não respeitam a santidade do corpo e o desrespeito
diante de autoridades. Não há como negar a realidade do pecado que caracteriza
a vida do homem.
Mas, porque estou falando dessa
maneira, justamente nas vésperas do Natal? Porque esse é o contexto que Deus
contemplou quando determinou usar de misericórdia para com o homem. Em vez de
destruí-lo peremptoriamente, Ele lhe mostrou o caminho para a salvação. “Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou
e enviou seu Filho como propiciação (que desvia a ira de Deus) pelos nossos
pecados” (1Jo. 4:10). Estamos prontos, agora, para contemplar o preço que
Cristo tinha que pagar, a fim de desviar a ira de Deus e salvar o pecador.
2. A Realidade da Humilhação
de Jesus Cristo. Podemos destacar três experiências na humilhação do Filho
de Deus, Jesus Cristo.
a) O seu nascimento. Devemos
tentar conhecer as origens daquele que nasceu naquele primeiro Natal. Ele é
Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus; “cujas origens são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade” (Mq. 5:2), que estava “no seio do Pai”
(Jo. 1:18); que gozava da glória juntamente com o Pai (Jo. 17:5); e, visto em
forma humana, “nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl.
2:9). Este é aquele que nasceu em Belém, a fim de adquirir a vida eterna para
pecadores arrependidos que nele crêem. A Bíblia resume esse ato nestas
palavras: “Pois ele (o Filho de Deus), subsistindo em forma de Deus, não julgou
como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou (deixando a
sua glória celestial), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até a morte, e morte de cruz” (Hb. 2:6-8). Não há palavras para
descrever o contraste que o Filho de
Deus enfrentou, quando deixou para trás a sua glória celestial e se dignou a
nascer de mulher; e isto não num palácio de reis, mas, sim, “numa manjedoura,
porque não havia lugar para ele na hospedaria” (Lc. 2:7).
b) A sua sujeição à lei. Ele nasceu
sob os cuidados de um casal humano, “e era-lhes submisso” (Lc. 2:51). Como
podemos conceber isso? O Senhor dos senhores e o Rei dos reis sujeitando-se à
direção de José e Maria! E, ainda mais, obedecendo perfeitamente à lei de Deus
em todos os seus detalhes! Essa
obediência era necessária porque Ele
veio como nosso fiador, pagando as nossas dívidas morais e espirituais, (Hb.
7:22).
c) A sua morte na Cruz. Cristo
confessou: “Pois o filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc. 10:45). Esse resgate foi o preço que
Ele pagou, a fim de nos libertar das consequências judiciais do nosso pecado e
conceder-nos o perdão. Essa morte foi substitutiva, Cristo morreu em nosso
lugar, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”
(1Pe 2:24). Eis a mensagem do Evangelho: “Mas Deus prova o seu próprio amor
para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos
por ele salvos da ira” (Rm. 5:8-9).
3. A Realidade da Exaltação de
Jesus Cristo. Podemos destacar três realidades relacionadas à exaltação de
Jesus Cristo.
a) A sua ressureição corpórea. De
acordo com o determinado desígnio e presciência de Deus, Cristo foi crucificado
e sepultado, “ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte;
porquanto não era possível fosse ele retido por ela” (At. 2:23-24). Pela
ressureição de Cristo, pelo menos duas verdades foram definitivamente confirmadas.
Primeira, a sua Divindade absoluta foi declarada com poder, (Rm. 1:4). Esse
poder se manifesta especialmente pela conversão de pecadores, e nós, que cremos
no Cristo ressurreto, somos a evidência desse poder. Segunda, pela ressureição
de Cristo somos justificados, declarados
inocentes diante da lei de Deus, (Rm. 4:25).
b) A sua ascensão corpórea. Cristo subiu às alturas à vista de seus
discípulos, com esta explanação: “Esse
Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá de modo como o vistes subir” (At.
1:9-11). Agora, dessa posição celestial, Ele está “vivendo para sempre para
interceder” por seu povo. (Hb. 7:25). Através desse ministério, Ele garante a
nossa salvação eterna, porque, como nosso Advogado e Propiciação, Ele nos defende
quando pecamos, e nos protege, desviando de nós a ira que o pecado provoca,
(1Jo. 2:1-2).
c) A sua segunda vinda. Cristo
prometeu: “Voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou,
estejais vós também” (Jo. 14:3). A Bíblia, como um todo, ensina que Cristo
voltará para “julgar vivos e mortos” (At. 17:31, 2Tm. 4:1). Naquela ocasião,
“cada um receberá segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo
(2Co. 5:10). Mas, para nós que amamos a sua vinda, “ estaremos para sempre com
o Senhor”, vivendo numa comunhão ininterrupta com Ele, contemplando a sua
fronte (1Ts. 4:17; Ap. 22:4).
Depois da sua humilhação e tendo
cumprido a sua missão redentora, Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome
que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho,
nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo
é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl.
2:9-11). E, agora, no céu, exaltando a Pessoa de Jesus Cristo, ouve-se esta
aclamação: “e cantavam com voz forte: “o Cordeiro que foi morto é digno de
receber poder, riqueza, sabedoria e força, honra, glória e louvor.” (Ap. 5:12).
Conclusão: O Natal nos faz
lembrar como o imaculado Filho de Deus humilhou-se a si mesmo, nasceu de mulher
e passou a viver no meio da pecaminosidade humana. Ele assumiu essa nova
circunstância porque, movido pelo amor, quis buscar a salvar pecadores, uma
missão que necessitou a doação de sua própria vida: “carregando ele mesmo em
seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1Pe. 2:24). Mas Cristo não
permaneceu na morte, antes, ao terceiro dia ressuscitou, e agora vive para
sempre para garantir a salvação eterna a todos aqueles que nele crêem,
(Hb.7:25). Este Natal será verdadeiramente feliz se for celebrado deixando Jesus Cristo
direcionar a sua vida!
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