Vasos de Honra

sábado, 26 de julho de 2014

OS REDIMIDOS NA GLÓRIA



Leitura Bíblica: Apocalipse 7:9-17

Introdução: Todos nós desejamos saber como será a nossa vida no céu. O sétimo capítulo de Apocalipse nos dá um relance de algumas das atividades que nos aguardam. Devemos entender que o nosso conhecimento dessa realidade é muito limitado, porque Deus é servido em não nos dar maiores detalhes. Como a Bíblia diz: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (ICo. 2:9). Portanto, temos que ser cuidadosos para não ultrapassar o que está revelado nas Escrituras Sagradas.

Na primeira parte do capítulo, vs. 1-8, vemos uma cena do que está acontecendo aqui na terra. Um anjo está segurando os quatro ventos que estão prontos para castigar os habitantes da terra. Porém, nada, em termos escatológicos, pode acontecer até que todos “os servos do nosso Deus” sejam arrebanhados e preparados para a vida eterna. Contudo, haverá certos sinais que indicam a aproximação desse Dia. Por isso, Cristo disse: “Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc. 21:28). Na segunda parte do capítulo, vs. 9-17, podemos visualizar e sentir o que está acontecendo no céu:

1. A Extração dos Redimidos, v. 9a. Uma “grande multidão que ninguém podia enumerar” foi extraída do mundo inteiro, “todas as nações, tribos, povos e línguas” são representadas nessa profusão dos redimidos do Senhor. Este é o fruto visível da pregação do Evangelho, uma obra que tem que continuar, porque a consumação dos séculos ainda não chegou.

A história do progresso do conhecimento de Deus no mundo foi sempre embasada na esperança da vinda do Messias, o prometido Salvador de pecadores, que feriria o causador de todos os males espirituais, (Gn 3:15). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 Jo.3:8). Através desse ministério de Cristo, serão “benditas todas as famílias da terra” (Gn. 12:3). Eis o incentivo para  pregar o Evangelho; temos vidas para colher que serão parte dessa “grande multidão” que se encontra diante do trono de Deus.

No início do século 19 aqui no Brasil, o Evangelho começou a ser anunciado com uma intensidade mais concentrada. Certamente seria impossível descobrir quantos brasileiros estão agora no meio daquela grande multidão de pessoas que estão “diante do trono e diante do Cordeiro”. Por isso cantamos: “Ao Deus eterno, Criador, mil graças tributemos, por tantos anos de labor, a nossa gratidão” (HNC -59). Mas essa obra não pode parar, pois a ordem do Senhor “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” nunca foi revogada, (Mc. 16:15). Sejamos instantes na oração, “para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho” (Ef. 6:19).

2. A Exposição dos Redimidos, v. 9b. Essa grande multidão dos salvos é exposta para a nossa admiração, cada cristão particular é um troféu da misericórdia do nosso Deus. Eles estão “em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas com palmas nas mãos”. Uma grande nuvem de testemunhas; são os justos aperfeiçoados, (Hb. 12:1,23). O Salmista perguntou: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar?”. Existe uma única resposta: “O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. Este obterá do Senhor a benção e a justiça do Deus da sua salvação” (Sl. 24:3-5). Essa benção é o direito de estar “em pé diante do trono e diante do Cordeiro”. E a justiça é a vestidura das perfeições de Jesus Cristo que nos fazem aceitáveis diante da santidade de Deus. As vestes brancas simbolizam a sua pureza. E as palmas nas mãos são sinais de sua vitória, porque venceram “ o Maligno” (1Jo. 2:13). Feliz a pessoa que pode confessar: “ Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação”. (Is.12:2).

3. A Exclamação dos Redimidos, v.10. Ao entrarem no céu, os redimidos receberam as vestes brancas, próprias para uma nova vida, e, em seguida, foram conduzidos para estarem diante do trono e diante do Cordeiro. Tudo isso causou um impacto indelével sobre a consciência daquela multidão. De uma maneira completamente nova, compreenderam que foram salvos por um ato soberano da parte de Deus, por isso, a exclamação espontânea: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”. Sentimos a exclusividade dessa salvação. Não há nenhuma multiplicidade de autores. Como a Bíblia assevera: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir” (Is. 43:11-12). Jesus Cristo é reconhecido como o único Senhor e Salvador. Por isso o Ap. Pedro declarou: “E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12).

Os hereges negam a unicidade e a exclusividade de Cristo para salvar, totalmente, pecadores. A mensagem deles é sempre: Cristo e uma obra humana; ou seja, Cristo sozinho não pode salvar a ninguém, é necessário acrescentar algo da nossa parte. Esses acréscimos podem ser o batismo, ou a prática de obras, ou restrições quanto a “comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”, ou ainda: “Não manuseies isto, não proveis aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens” (Cl. 2:16,21-22). É como alguns indivíduos da Judéia ensinaram: “Se não vos circuncidares segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos” (At. 15:1). Qual é a conseqüência de submeter-se a um desses acréscimos? “Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar (ou adotar qualquer outra obra humana), Cristo de nada vos aproveitará. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligaste, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gl.5:2-4). A Bíblia pede uma única disposição da nossa parte a fim de sermos salvos: Crer, de coração, que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, e que foi sepultado e ressuscitado ao terceiro dia” (1Co. 15:3-4). E, que “está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”, (Credo Apostólico, com At. 1:10-11;17:31). “Pois  desta  maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2. Pe.1:15).

4. A Expansão dos Redimidos vs. 11-12. O número dos habitantes no céu é expandido com a presença de anjos e outros seres celestiais. Os anjos ajudaram o povo de Deus enquanto viviam aqui na terra, agindo como “espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb. 1:14). Agora, no céu, os anjos estão observando o procedimento desses herdeiros da vida eterna e escutando a sua exclamação a respeito do Autor dessa salvação. Ao ouvirem a declaração de reconhecimento, todos os anjos, em uma só voz, dizem: “Amém”. Eles também reconhecem que pecadores são salvos somente pela soberana graça de Deus, por isso, acrescentam suas vozes em louvor e adoração, dizendo: “O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém”. Notemos que todas as partes dessa adoração se referem à intervenção de Deus na salvação de pessoas. No céu, homens e anjos dão glória a Deus por sua misericórdia demonstrada na salvação de pecadores.  

5. A Explanação dos Redimidos vs 13-15a.  Não apenas os anjos estão contemplando os redimidos, mas, também, uma outra classe de seres celestiais, chamados “os anciões”. Pairando na mente do Ap. João está implícita uma pergunta. Por isso, um dos anciões vem para lhe dar a devida explanação. “Estes que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?” Na resposta do ancião, ele menciona quatro fatos que fizeram parte da experiência dos redimidos: a) A “grande tribulação” se refere a todas as dificuldades, perseguições cruéis e tentações que questionam o valor de se continuar na prática da fé cristã. Contudo, cada um nessa grande multidão venceu e agora eles estão desfrutando da bem-aventurança da sua firmeza. Convém lembrar da palavra do Apóstolo: “Fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At. 14:22). b) Como é que essa multidão alcançou a devida pureza necessária para entrar no céu? “Lavaram as suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. A Bíblia dá muita ênfase ao valor do sangue precioso de Jesus Cristo, porque ele, e somente ele, tem o poder para “nos purificar de todo pecado” (1Jo. 1:7). c) A eficácia do sangue de Cristo na vida dos redimidos é a “razão por que (eles) se acham diante do trono de Deus”. “Eles, pois, o venceram (o acusador dos nossos irmãos) por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap. 12:11). Confiança no poder purificador do sangue de Cristo e o testemunho audível dessa certeza nos dão força para não temer a morte e vencer todos os obstáculos na vida cristã. d) Qual será a nossa atividade no céu? Tudo se resume nesta frase: Demonstramos a nossa gratidão a Deus pela dádiva da salvação através de uma obediência incessante. “E o servem de dia e de noite no seu santuário” – como os seus sacerdotes, (1Pe. 2:9).

6. A exultação dos remidos. vs 15b -17. O ancião continua a sua explanação, mas, agora, descreve alguns motivos que os redimidos têm para fruir uma exultação que jamais terá fim. a) O primeiro motivo é uma proteção. O ancião está fazendo um tipo de comparação. Aqui, na terra, os cristãos ficaram expostos a todo tipo de mal, porém, no céu, não terão nada dessas coisas, porque estão debaixo de um tabernáculo, de uma tenda protetora. “E aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo”. b) Debaixo desse tabernáculo é providenciado um conforto total aos redimidos. O que aconteceu contra eles na terra, jamais sucederá no céu. “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum”. O céu é gloriosamente diferente do que a vida na terra. c) Por que os redimidos têm toda essa proteção? “Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida”. Sob a liderança guiadora de Cristo, os redimidos experimentam a plenitude da vida celestial, nada faltando. d) Entendemos que alguns chegarão no céu com os olhos molhados de lágrimas por causa de sofrimentos amargos que a morte lhes trouxe. Mas estes vão experimentar a mão carinhosa de Deus enxugando “dos olhos toda lágrima”. Sim, os redimidos têm muitas razões para exultar no céu, pois, “eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram” (Ap. 21:3-4).

Conclusão: O livro de Apocalipse foi escrito para consolar e encorajar os cristãos que passam por dificuldades angustiantes na prática da sua fé. A leitura que acabamos de explicar deve alimentar o nosso anseio de estar com o Senhor, que é infinitamente melhor do que qualquer experiência aqui na terra. Que cada um de nós estejamos preparados para o nosso encontro com o Senhor.



Rev. Ivan G. G. Ross

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ESTAMOS NA FÉ?




“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Co. 13:5).

Muitas das mensagens que se ouvem nas Igrejas são exposições, ensinando como o povo deve se comportar na prática de uma ética cristã. Contudo, apesar de ouvir tantas exortações claras para praticar o que se ouve, especialmente no que se refere ao nosso relacionamento com os demais membros da Igreja, não estamos ouvindo de um convívio harmonioso entre os circunstantes. Somos exortados para que o nosso “amor seja sem hipocrisia”. Pois o amor não pode ser de ânimo dobre, falando com a boca, porém, agindo ao contrário, (Rm. 12:9). Mas, na prática, estamos amando com alegria e singeleza de coração? (At. 2:46). Pelo que se ouve entre os membros da Igreja, não é bem assim. Somos exortados: “amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm. 10:12). Mas esse princípio está sempre entre nós? Parece que não. Sabemos que rixas, fofocas, rivalidades e críticas são bastante comuns em todos os departamentos da Igreja. Por que as exortações éticas não estão surtindo o devido efeito? Será que estamos lidando com um povo que ainda não “está na fé”, que nunca teve a experiência de um encontro salvador e santificador com Cristo Jesus?

O Apóstolo está respondendo essa pergunta no texto escolhido para a nossa mensagem. “Examinai-vos a vós mesmos (e não uns aos outros, como é o costume de muitos) se realmente estais na fé”. É de suma importância que descubramos a respeito do nosso estado espiritual. Afinal, existem apenas duas possibilidades, ou estamos na fé ou estamos entre os “reprovados”. Não existe um meio termo, só é possível estar ou em um estado ou em outro.

Mas como podemos fazer esse auto-exame? Ofereço algumas perguntas que devem receber uma resposta honesta, pois estamos lidando com o nosso destino na eternidade.

1. Você tem uma preocupação espiritual? Milhares de pessoas não têm nenhuma inquietação quanto ao destino de sua alma depois da morte. Vivem como as pessoas nos dias de Noé: “Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento”, enfim, viviam uma vida mais ou menos normal, porém, sem nenhum cuidado em favor de sua alma; aquela parte do ser que jamais deixará de existir. Mas, qual foi o fim dessas pessoas tranqüilas e omissas? Elas não perceberam a insensatez da sua negligência “senão quando veio o dilúvio e os levou a todos” para uma eternidade onde “haverá choro e ranger de dentes” (Mt. 24:38-39; 22:13). E o que pode ser dito com respeito ao homem que alcançou uma certa prosperidade e disse à sua alma: “tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e regala-te”? A palavra de Deus para aquele homem egocêntrico foi: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma” (Lc. 12:16-21). Não viva sem pensar na sua alma e onde ela estará na eternidade. Cristo advertiu: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo: arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1:15). E o Apóstolo acrescentou: “Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação?” (Hb. 2:2-3). Os dias do homem são incertos, por isso: “Eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2Co. 6:2). Não a perca!

2. Você está tentando salvar-se a si mesmo pelas obras da lei de Deus? Você já demonstrou que tem uma preocupação pelo estado de sua alma; mas, agora, está tentando resolver o seu problema mediante os seus próprios esforços. Essa atitude foi a ruína dos judeus. “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus (o que Deus requer do homem para que seja salvo) e procurando estabelecer a sua própria (vontade para se salvar), não se sujeitaram à que vem de Deus ( o que Ele colocou nas Escrituras Sagradas). Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm. 10:3-4). Convém lembrar o que a Bíblia estabelece: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado (salvo) por obras da lei e sim mediante a fé em Jesus Cristo”. E o Apóstolo acrescentou: “Também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados por fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado (inocentado e recebido por Deus)” (Gl. 2:16). Seja prudente, ande no caminho que Deus lhe deu em Cristo Jesus.

3. Você sabe como pode ser salvo? Eis o resumo em toda a sua simplicidade acessível. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).Crer em Cristo significa que entendemos a razão da sua morte na cruz. Ele, como fiador do seu povo, pagou toda a sua dívida diante da lei de Deus, que foi incorrida pela transgressão dessa mesma lei. Crer em Cristo significa que o pecador sente a culpa de seu pecado, arrepende-se dele e o confessa, pedindo o perdão. Crer em Cristo significa vir e descansar na veracidade de sua promessa de um perdão inteiramente gratuito. Tudo se resume nesta palavra: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo. 5:11-12). Não demore, venha a Cristo e receba já a sua salvação. Cristo prometeu: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo. 6:37).

4. Você tem certeza da sua conversão? Cristo ensinou: “Não pode a árvore boa (o pecador convertido) produzir frutos maus, nem a árvore má (o pecador não convertido) produzir frutos bons. (...) Assim, pois, pelos frutos os conhecereis” (Mt. 7:18, 20). Quais são alguns desses frutos?  Aquele que crê em Jesus Cristo foi “selado com o Santo Espírito da promessa” (Ef. 1:13). É Ele que opera em seu povo as evidências da sua conversão. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl. 5: 22-23). Você está vivendo a realidade da sua conversão? “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito servindo ao Senhor” (Rm. 12:11).

5. Você tem uma vida santa e irrepreensível? Deus escolheu o seu povo para que tivesse um padrão de comportamento. Esta é a evidência infalível da sua eleição. O Apóstolo afirmou: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas (os costumes impuros) já passaram; eis que se fizeram novas (uma vida santa e irrepreensível)” (2Co. 5:17). A santidade é de tal modo necessária que, sem ela, ninguém verá o Senhor, (Hb.12:14). Cristo ensinou: “Assim brilhe também a vossa luz (a vossa santidade) diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras (as evidências da vossa santidade) e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5:16).

6. Você está usando os meios da graça? Este termo é composto de pelo menos cinco elementos: leitura diária das Escrituras Sagradas, (Jo. 5:39; 1Tm. 4:13); oração incessante, (At. 12:5; 1Ts. 5:17); assiduidade nos cultos da Igreja, (At. 2:46; Hb. 10:25);  participação da Ceia do Senhor, (At. 20:7; 1Co. 11:26); e, respeito ao Dia do Senhor com o devido descanso, seguindo o exemplo de Deus, (Is. 58:13-14; Hb. 4:4; Ef. 5:1). Com a devida observância desses recursos, o cristão crescerá na graça e no conhecimento do seu Senhor e Salvador, (2Pe. 3:18). Deus deu esses meios para o nosso desenvolvimento espiritual, portanto, não seja negligente naquilo que Deus lhe deu para a segurança da sua alma.

7. Você vive em plena comunhão com Cristo, ou seja, em plena dependência de seu sustento? Ele mesmo disse: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto (a presença do fruto do Espírito Santo); porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15-4-5). Como o ramo depende da seiva que recebe do tronco, assim, o cristão depende da sua união com Cristo para viver e frutificar para a glória de Deus. O Ap. Paulo experimentou a realidade dessa comunhão, por isso, podia confessar: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2:19-20). Você tem esse tipo de comunhão com Cristo? Então aplique-se ao devido uso dos meios da graça para experimentar toda sorte de benção espiritual em sua vida.

8. Você tem uma vida consagrada a Deus? Cada cristão sente que é um devedor diante de Deus por causa das inúmeras bênçãos recebidas. Por isso, paira sobre a sua mente uma pergunta: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” (Sl. 116:12). O Ap. Paulo deu esta resposta: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Mas como essa oferta deve ser feita? O Ap. continua: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2). Consagração a Deus significa que Ele tem toda a liberdade para moldar a vida de seu povo de acordo com a sua própria vontade. A sua vida está sendo moldada pela palavra de Deus ou pelas influências deste século? Deus  quer direitos totais sobre a vida de seu povo.

9. Você está servindo a Cristo? Este serviço obrigatório é realizado mediante o amor aos irmãos na fé. Como Cristo disse: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Quando um cristão cuida do esfomeado, sedento, desabrigado, desvestido ou encarcerado, é um ato de amor aceitável a Cristo. Este serviço aos irmãos na fé, quando feito inconscientemente, é reconhecido como se fosse feito ao próprio Cristo. É importante observar que este amor específico será o padrão usado para estabelecer a diferença entre aquele que serviu a Cristo e aquele que serviu os seus próprios interesses, (Mt. 25:31-46). “ E ele (Cristo) morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co. 5:15).

10. Você anseia pela Vinda de Cristo? O Ap. Paulo vivia na expectativa da Vinda do Senhor. Por quê?  Entre outras razões, porque é o Dia quando Jesus Cristo “há de julgar os vivos e os mortos, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Tm. 4:1; 2Co. 5:10). Para o Apóstolo, este Dia seria o momento para receber a sua recompensa por seu serviço a Cristo. “Já agora a coroa de justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia”. E, para o consolo do povo de Deus, ele logo acrescenta: “E não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm. 4:8). A Bíblia encerra a sua mensagem, registrando o anseio do povo salvo por Cristo: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22:20).


Conclusão:  Reconhecemos que a Igreja visível é composta de “joio no meio do trigo”, e, “os maus entre os justos” (Mt. 13:25, 49). É de suma importância que você saiba já se está “realmente na fé”. O Dia do Juízo é autorizado para declarar o seu estado na eternidade e não para oferecer uma segunda oportunidade para se fazer as pazes com Deus. “Eis agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Co. 6:2). Não brinque com o destino da sua alma!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O SER HUMANO




Leitura Bíblica: Salmo 8:1-4.

Introdução: Nos primeiros quatro versículos deste Salmo, temos dois contrastes marcantes. No primeiro, vs, 1-2, a magnificência do nome do Senhor e a simplicidade de crianças de peito. Aquele que tem o nome mais sublime “em toda terra”, um nome que está acima de toda a terra, é servido em usar a “ boca  de pequeninos” para suscitar força e para fazer “emudecer o inimigo e o vingador”. Jesus citou o segundo versículo para repreender “os principais sacerdotes e os escribas”. O que a liderança religiosa não estava fazendo, Deus usou “meninos” para proclamar e cantar: “Hosana ao Filho de Davi”, pois reconheceram e acreditaram na messiandade de Jesus Cristo, (Mt. 21:14-16).

No segundo contraste, vs 3-4, vemos a vastidão do universo, que proclama a glória de Deus, e a pequenez do homem, que nem sempre glorifica a Deus como Deus. Aquele que criou tal grandeza tem a condescendência de conceder uma preferência especial para o homem pecador. Quando o pecado entrou no mundo, Deus preferiu salvar homens e não anjos, “Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão”, ou seja, “filhos da promessa, como Isaque” (Gl. 4:28).

Mediante o propósito desses dois contrastes devemos estar preparados para meditar sobre o significado da pergunta no versículo quatro. “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”.

1. O Estado do Homem. “Que é o homem?” Podemos responder essa pergunta através do exame de dois de  seus estados: Inocência e Culpa.

a) O seu estado de inocência. O próprio Criador nos dá esta gênese: primeiro, a decisão divina: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. E, logo em seguida, o ato: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn. 1:26-27). A Bíblia revela que esta imagem é composta de, pelo menos, quatro elementos: “justiça e retidão”,  (Ef. 4:24); “pleno conhecimento” (Cl. 3:10); e, “ a norma da lei gravada no seu coração” (Rm. 2:15). No início, mediante a devida prática desses quatro elementos, o homem desfrutava de plena comunhão com o seu Criador.

b) O seu estado de culpa. A Bíblia registra: “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec. 7:29). A sua primeira astúcia foi um ato de flagrante desobediência contra a lei que fora gravada indelevelmente sobre o seu coração. “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16-17). Contudo, ele desobedeceu e comeu da árvore proibida, (Gn. 3:6). Quais foram as conseqüências imediatas dessa transgressão da lei de Deus? Adão e Eva “decaíram de sua retidão (inocência) original e da comunhão com Deus, e, assim, tornaram-se mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e alma. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito de seus pecados foi imputado a seus filhos, e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. Desta corrupção original, pela qual ficamos, totalmente indispostos, incapazes e adversos a todo bem e inteiramente inclinados a todo mal, é que procedem todas as transgressões atuais” (Confissão de Fé, 6:2-4). Neste estado, o homem tem uma “inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rm. 8:7). Como é triste o estado do homem em sua culpa. “Como está escrito: não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há que faça o bem, não há nem um sequer. (...) Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm. 3:10-12,18).  Essas verdades sombrias nos preparam para ouvir, com gratidão, as verdades que se seguem.

2. O Estímulo do Homem. “Que dele te lembres?”. Apesar do nosso estado de culpa, fomos criados à imagem de Deus, por isso, Ele não se esquece de nós. Essa verdade nos foi revelada a fim de nos estimular e nos encorajar em nossa vida espiritual. Muitas vezes, as lembranças do Senhor se acham em contextos onde o seu povo se encontra em grandes dificuldades. Quando o Senhor viu Israel sofrendo no Egito, Ele disse a Moisés: “Ainda ouvi os gemidos dos filhos de Israel, os quais os egípcios escravizam e lembrei da minha aliança” (Ex. 6:5). E essas lembranças são sempre demonstradas por uma ação de salvamento. “Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento” (Ex. 6:6). Anos mais tarde, quando Israel pecou contra o Senhor e foi levado ao cativeiro, eles receberam esta direção: “Se o seu coração incircunciso se humilhar, e tomarem eles por bem o castigo da sua iniqüidade, então, me lembrarei da minha aliança com Jacó, e também a minha aliança com Isaque, e também a minha aliança com Abraão e da terra me lembrarei” (Lv. 26: 41-42). Como podemos explicar essas lembranças do Senhor? Ele mesmo responde: “Antes, por amor deles, me lembrarei da aliança com seus antepassados, que tirei da terra do Egito à vista das nações, para lhes ser por Deus. Eu sou o Senhor” (Lv. 26:45). Deus age em favor de seu povo porque Ele o ama.

Zacarias, o pai de João Batista, ao perceber o cumprimento das profecias messiânicas, confessou que Deus estava lembrando “da sua santa aliança e do juramento que fez a Abraão” (Lc. 1:72-73). Novamente, essa lembrança está no contexto de uma grave necessidade espiritual, quando os homens se encontravam perdidos por causa de seus pecados. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Sim, o pecado de seu povo foi julgado quando Cristo deu a sua vida em resgate por muitos. Mas, o que podemos dizer a respeito dos pecados dos ímpios? Quando chegar o  Dia do Juízo Final, Deus se lembrará dos atos iníquos que eles praticaram, e cada um receberá a devida retribuição, (Ap. 18:5-6). À luz desse assunto, devemos orar: “Lembra-te, Senhor, das tuas misericórdias, e das tuas bondades que são desde a eternidade. Não te lembres dos meus pecados da mocidade, nem das minhas transgressões. Lembra-te de mim, segundo a tua misericórdia, por causa da tua bondade, ó Senhor” (Sl. 25:6-7). Podemos orar desta maneira, “pois no Senhor há misericórdia; nele copiosa redenção. É ele quem redime Israel de todas as suas iniquidades” (Sl. 130:7-8). As lembranças do Senhor são um forte estímulo para nós. Com isso em mente, estamos preparados para seguir até o próximo ponto.

3. O Esteio do Homem. “E o filho do homem, que o visites?” Eis o esteio que nos sustenta em todas as lidas difíceis da nossa vida: Deus tem prometido nos visitar e amparar quando pedimos o seu auxílio. “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl. 50:15). Assim, podemos sempre dizer: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e nos suscitou plena e poderosa salvação” como prometera desde a antiguidade, (Lc. 1:68-69). Zacarias estava falando sobre a realidade da vinda de Cristo. Deus nos visitou em seu Filho, Jesus Cristo. O Apóstolo confessou: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4-5). Eis a “plena e poderosa salvação” . Cristo, mediante a sua morte substitutiva, nos resgatou da lei e nos concedeu o poder de sermos feitos filhos de Deus, (Jo. 1:12). Devemos meditar, ponderadamente, sobre a maravilha dessas duas verdades. Todos nós nascemos debaixo da lei e da condenação. Quando Cristo nos visitou, Ele nos resgatou e nos libertou dessa condenação conduzindo-nos à vida eterna, onde somos reconhecidos como filhos, membros da família celestial. “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo” (2. Co.  2:14).

Podemos discernir a presença de Deus entre nós através de suas obras de providência. Como o Ap. Paulo comentou: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre os homens, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, deste o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm. 1:19-20). Assim, quando Cristo realizava milagres, a presença de Deus se manifestava, fazendo o povo confessar: “Deus visitou o seu povo” (Lc. 7:16). E, de modo semelhante, em relação aos gentios que ouviram e acreditaram no Evangelho, a sua conversão foi reconhecida como uma obra de Deus. Como o Ap. Pedro explicou: “Como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles (os judeus) um povo para o seu nome” (At. 15:14). Juntamente com o Salmista, confessamos ao Senhor: “Tu visitas a terra e a regas; tu a enriqueces copiosamente. (...) Coroas o ano da tua bondade; as tuas pegadas destilam fartura” (Sl.65-9,11).


Conclusão: Como são preciosas as verdades implícitas no versículo da nossa meditação. “Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?”. Embora sejamos “mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2Tm. 3:4), Ele se lembra de nós, pois fomos criados à sua imagem e para a sua própria glória. Por isso, Ele nos visitou com uma “plena e poderosa salvação”, “pela qual nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13). Sim, feliz a pessoa que pode confessar por experiência própria: “O Senhor cuida de mim” – Ele se lembra de mim, (Sl.40:17).   

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A MULHER CANANÉIA


Leitura Bíblica: Mateus 15: 21-29

Introdução: A história da mulher cananéia foi incluída nas Escrituras Sagradas para nos instruir quanto à natureza de uma fé verdadeira, a fé que é o dom de Deus, que é dado a todos que crêem em Jesus Cristo. Essa fé, sendo o dom de Deus, nos dá a capacidade para suportar todo tipo de provação, sem esmorecer e sem duvidar do amor de Cristo para conosco.

A importância da história está no fato de que ela descreve a fé de uma gentia, uma mulher grega que não tinha a cultura religiosa dos judeus. Ela foi visitada secretamente pelo Espírito Santo, de quem recebeu o dom de crer no poder salvador de Jesus Cristo. Por causa dessa inspiração, ela veio a Jesus, fez o seu pedido e recebeu a cura instantânea de sua filha.

Porém, o caminho para o milagre foi sofrido e humilhante. Perguntamos: Por que Jesus tratou a mulher daquela maneira? Não foi falta de interesse e nem ausência de compaixão por ela ser uma gentia. Jesus agiu daquela forma porque Ele quis descobrir a natureza da fé dela e fortalecê-la através de uma prova manifestadora. O Ap. Pedro ensina que fé, testada por provações difíceis, torna-se “muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” 1 Pe. 1:6-7. Certamente esta mulher sentiu algo da preciosidade desse dom de Deus quando viu sua filha em perfeita paz e saúde, “ pois o demônio a deixara” (Mc. 7:29-30).

A fé desta mulher foi o dom de Deus, por isso ela veio a Jesus com uma atitude de total confiança, acreditando que Ele teria compaixão dela. Estamos enfatizando que a fé verdadeira é o dom de Deus, porque ninguém pode vir a Jesus, se, pelo Pai, não lhe for concedido, (Jo. 6:65). A mulher cananéia veio a Jesus porque tinha recebido esta fé que é o dom de Deus. Sobre essa verdade, o Ap. Paulo escreveu: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fl. 1:29).

Veja como a fé dessa mulher manifestou-se como verídica, porque venceu todas as formas negativas na provação a qual foi submetida. “Todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1Jo. 5:4-5). 

1. A sua fé venceu o silêncio. “ E eis que uma mulher cananéia, que veio daquelas regiões (de Tiro e Sidom), clamava: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra” (vs 22-23). A mulher cananéia não foi a primeira pessoa a enfrentar esse silêncio espiritual. Muitos séculos antes, Jó, temente a Deus, experimentou o mesmo problema. Ele lamentava: “Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido, grito: Socorro! Porém, não há justiça” (Jó 19:7). E, pendurado na cruz, o próprio Filho de Deus teve que suportar esse mesmo silêncio. “Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego” (Sl.. 22:2). Em ambos os casos, no momento certo, o silêncio foi interrompido e Deus galardoou os seus servos de uma maneira rica e generosa, (Jó 42:10-15; Sl 22:24).  Mas, o que aconteceu com a mulher cananéia? A sua fé não esmoreceu, pelo contrário, dirigiu-se, esperançosamente, aos discípulos, pedindo-lhes a sua intercessão. Porém, novamente, foi recusada. Os discípulos ficaram irritados com ela e rogaram a Jesus: “Despede-a, pois vem clamando atrás de nós”.

Na experiência dos cristãos, todos, em dados momentos, têm enfrentado a perplexidade desse silêncio. Qual deve ser a nossa atitude? Talvez, em primeiro lugar, devemos examinar a natureza do nosso pedido. Estamos orando segundo a vontade de Deus? O nosso pedido está baseado no claro ensino das Escrituras Sagradas? Deus ouve s      somente as orações que representam a sua vontade. “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1Jo. 5:14-15). Contudo, mesmo sabendo que a nossa oração é de acordo com a vontade de Deus, e ainda assim o silêncio continua, deixamos a fé agir e imitamos o Salmista que se achou numa situação semelhante: “De manhã te apresento a minha oração e fico esperando” (Sl. 5:3). E, em outro Salmo, ele acrescenta: “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl. 40:1).

2. A sua fé venceu o repúdio. Agora, em voz alta, Jesus passou a justificar o seu silêncio: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (v 24). Em primeiro instante, essa palavra justifica o seu aparente repúdio da mulher. Mas, devemos entender que, aqui, Jesus entrou em território gentílico com um propósito específico, não foi por acaso. Havia neste local uma mulher necessitada e Jesus veio para cuidar dela. Em outra ocasião, Jesus fora à terra dos gerasenos, outro local gentílico, com o fim específico de socorrer um homem endemoninhado. Depois de libertar aquele infeliz, Jesus regressou para o seu lugar entre os judeus (Mc. 5:1-20).  Ainda numa outra ocasião, a Bíblia registra outro desvio interessante sobre as viagens de Jesus. “Era-lhe necessário atravessar a província de Samaria”, uma terra que os judeus evitavam. Mas, por quê? Jesus queria falar com uma outra pessoa necessitada, a conhecida mulher samaritana, (Jo. 4: 4-18, 39-42). Portanto, em nossa leitura, Jesus está nesse local gentílico com o fim específico de socorrer essa mulher que tinha uma filha, que estava “horrivelmente endemoninhada”, Então, por que esse aparente repúdio? Novamente, reafirmamos que, nesse processo todo, Jesus está testando a natureza da fé dessa mulher. A fé que vem de Deus não desfalece diante de circunstâncias negativas. Por isso, vemos essa mulher firme em sua confiança na misericórdia de Jesus. Ela é semelhante a Jacó que lutou com o anjo do Senhor a noite toda. E, quando o anjo quis livrar-se dele, Jacó renovou  seu agarramento e gritou: “Não te deixarei ir se não me abençoares” (Gn. 32:26). A Bíblia tem um versículo que pode ser aplicado a circunstâncias semelhantes daquelas da mulher cananéia: “E não nos cansemos de fazer o bem (de permanecer na oração), porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” ( Gl. 6:9). Apesar das circunstâncias desanimadoras, a fé dessa mulher continua viva e atuante, porque era o dom de Deus que operava nela.

3. A sua fé venceu o impasse. Como é que a mulher cananéia reagiu diante deste impasse: Jesus veio somente para as ovelhas perdidas de Israel? A sua confiança na misericórdia infalível de Jesus não titubeou: “Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!” (v 25). Ela não quis contestar as prioridades de Jesus, mas, também, não quis desistir de seu pedido original. Ao renová-lo, ela adotou uma atitude diferente, desta vez, prostrou-se aos pés de Jesus e o adorou. Esse ato tem a força de uma confissão: Senhor, eu confio na tua compaixão; creio que tu tens o poder e o desejo para me socorrer. Em todos os casos de adoração na Bíblia, o adorador está reconhecendo e confessando que o acontecimento, ou milagre, foi uma manifestação do poder de Deus. Quando Jesus se apresentou ao cego de nascença, este creu na palavra ouvida e adorou a Jesus, isto é, confessou a sua fé em Jesus como o Cristo e o Salvador de pecadores, (Jo. 9:35-38). Nesse contexto, somos exortados: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca  se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido” (Rm 10:9-11). A mulher cananéia creu desta maneira, por isso, jamais seria confundida. Contudo, a sua fé seria sujeita a mais uma prova, e talvez, a mais difícil.

4. A sua a fé venceu a humilhação. Ninguém gosta de se sentir inferiorizado e humilhado, contudo, essa mulher teve que vencer estas palavras cortantes que Jesus proferiu. “Então ele (Jesus), respondendo, disse: Não é bom tomar  o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v 26). Jesus está chamando a mulher de cachorrinho. Mas a palavra não é tão ofensiva como parece. Os cachorrinhos eram bichos de estimação que viviam dentro da casa de seus donos, e não os cachorros vira-latas que viviam nas ruas sem dono. Qual foi a reação da mulher ao ouvir essa comparação? Em vez de ficar indignada, ela resolveu usar a mesma palavra para a sua própria vantagem: Ela, contudo, replicou: “Sim, Senhor, porém os cahorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos” (v 27). Parece que ela está dizendo: Sim, Senhor, trate-me como um cachorrinho e deixe-me receber uma migalha do teu poder, tenha compaixão de mim! A minha filha está horrivelmente endemoninhada, e tu és o único que tens autoridade suficiente para libertá-la desse mal! Esta mulher estava praticando um princípio fundamental das Escrituras Sagradas: “ Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe. 5:6-7). Com essa demonstração da constância da sua fé, Jesus não precisou de nenhuma outra prova quanto à veracidade da fé dessa mulher. Por isso, cheio de admiração, exclamou: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã” (v.28). “Voltando ela para casa, achou a menina sobre a cama, pois o demônio a deixara”. (Mc, 7:30). Sem desmaiar diante das provações difíceis as quais foi submetida, essa mulher perseverou e recebeu a recompensa de sua fé – a salvação de sua filha. “E esta é a vitória que vence o mundo (e qualquer tipo de provação): a nossa fé” (1 Jo. 5:4).

Conclusão: Como podemos descrever a origem da fé dessa mulher? Com segurança podemos dizer que, de alguma maneira, ela ouviu acerca de Jesus e de como Ele tinha compaixão dos necessitados. Essa notícia foi acompanhada do testemunho de pessoas que ouviram as suas palavras e viram os seus milagres. Diante dessas evidências, ela creu nele. A Bíblia ensina: “A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm. 10:17). Nós, também, se crermos no evangelho de Jesus Cristo, receberemos a mesma fé que a mulher cananéia recebeu. O primeiro passo para receber qualquer benefício espiritual é crer. Como a Bíblia ensina: “ É necessário que aquele que se aproxima de Deus  creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb. 11:6). Que cada um de nós possamos exercer a mesma fé que a mulher cananéia teve e, com certeza, alcançaremos vitórias semelhantes. Que seja assim.

terça-feira, 10 de junho de 2014

UM AMOR ABNEGADO




Leitura Bíblica:

Introdução: A história desta mulher foi registrada em três dos Evangelhos: Mateus, Marcos e João. Com os dados colhidos, entendemos que Jesus e seus discípulos foram convidados para um jantar organizado na casa de Simão, o leproso, que desejava demonstrar a sua gratidão a Jesus pela purificação recebida. Além de Jesus e seus discípulos, foram convidados também Lázaro, ressuscitado dentre os mortos, e as suas duas irmãs, Marta e Maria. Todos têm seus motivos para agradecer a Deus: Simão, não mais leproso, reintegrado na vida social, podia convidar amigos para sua casa; Lázaro, agora com uma nova compreensão do valor da sua vida; e, Marta e Maria, abençoadas de maneira especial com as visitas de Jesus quando Ele passava por Betânia.

Todos os homens estavam à mesa, o jantar foi servido, o ambiente era festivo e, pelas conversas animadas, um clima de gratidão impregnava a sala. De repente, Maria, querendo demonstrar a sua gratidão e amor a Jesus de uma maneira mais expressiva, trouxe “um vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo, que lhe derramou sobre a cabeça, estando ele (Jesus) à mesa”.

Vamos estudar esse ato e as reações que ele provocou, e, ao mesmo tempo, colher algumas lições importantes para a nossa vida.

1. Esse ato foi Revelador. Revelou a intensidade do amor de Maria e a abnegação da sua dedicação a Jesus. De onde ela adquiriu essa disposição espiritual? Quando Jesus passava na sua casa, em vez de ocupar-se com limpezas e comidas, “quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos” (Lc. 10:39). É necessário deixar as atividades do dia de lado quando queremos passar um tempo aprendendo dos ensinamentos das Escrituras Sagradas. Esse princípio foi praticado pelos piedosos do Antigo Testamento. Moisés confessou ao Senhor: “Na verdade, amas os povos, todos os teus santos estão na tua mão; eles se colocam aos teus pés e aprendem das tuas palavras” (Dt. 33:3). O nosso culto doméstico deve ser observado desta maneira: dedicando um tempo especifico, cada dia, para cantar hinos, ler a bíblia e orar. Com esse costume, cresceremos na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Quais foram os ensinamentos que Maria recebia dos lábios do Senhor? Embora a Bíblia não ofereça um exemplo, cremos que Ele repetia alguns dos seus ensinamentos públicos. Naquela ocasião, Jesus estava vivendo a última semana de sua vida aqui na terra. Ele já falava com seus discípulos sobre a iminência da sua morte e, agora, na presença de Maria, Ele repetiu a mesma verdade. Podemos imaginar Maria exclamando: Mas, Senhor, por quê? Ao que Jesus podia ter respondido: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc. 10:45). Cremos que Jesus passou a explicar o aspecto substitutivo da sua morte. Em vez do pecador sofrer a sentença da lei e receber o  salário do seu pecado, Jesus pagaria toda a dívida em seu lugar. Talvez Ele citou a profecia de Isaías para substanciar a sua afirmação: “ Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Is. 53:6). Maria estava entendendo como ela mesma seria salva mediante a morte de Cristo, passando a confessar: O Senhor Jesus me amou e a si mesmo se entregou por mim.

Consciente da sua salvação eterna (Hb. 5:9), possivelmente, Maria fez a mesma pergunta do Salmista: “Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” (Sl. 116:12). Ela não quis lhe dar algo que não custasse nada, por isso, lembrou do “vaso de alabastro cheio de precioso bálsamo”. Sim, foi uma oferta magnânima, mas o amor não pode ser medido em termos de dinheiro; o amor conhece limites, o amor oferece o melhor de tudo o que possui. Afinal, Jesus deu o seu tudo por nós, tendo dado a sua vida, Ele deu tudo o que possuía. Em termos práticos, o que devemos oferecer a Jesus? O Ap. Paulo responde: “ Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo  e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. E como podemos fazer isso? Mediante uma consagração irrestrita. “E não vos conformeis com esse século, mas transformai-vos pela renovação  da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2). Esse tipo de amor sempre requer uma abnegação da nossa parte.
2. Esse ato causou Revolta. Os discípulos, liderados por Judas Iscariotes, ficaram revoltados com a extravagância do ato de Maria. “Vendo isto, indignaram-se os discípulos e disseram: Para que este desperdício? Pois este perfume podia ser vendido por muito dinheiro e dar-se aos pobres.” Parece ser um raciocínio piedoso, porém, antes de dar a nossa anuência aos discípulos, devemos perguntar: Aquele perfume foi derramado sobre quem? Foi despejado sobre o corpo de Jesus Cristo, aquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós, pecadores condenados à morte eterna, para que pudéssemos ser redimidos, perdoados e abençoados com vida na presença de Deus. Gratidão por tais benefícios não se paga com moedas de prata. O valor da nossa oferta deve corresponder ao preço da benção que recebemos. É difícil compreender como Judas podia ser tão mesquinho na presença do seu Senhor!

Devemos tentar analisar os motivos da reação de Judas. Por que ele levantou a sua voz contra a devoção de Maria? Eis o que ele disse: “Por que não se vendeu o perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?” Agora, vamos ouvir o comentário do Ap. João: “Isto disse ele, não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava” (Jo. 12:5-6). Evidentemente, Judas estava lamentando a perda de uma oportunidade para pilhar um dinheiro fácil. A cobiça continua sendo a raiz de toda sorte de corrupção moral. “ Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg. 1:15). Vamos nos lembrar do fim tormentoso de Judas Iscariotes, (Mt. 27:3-5). A atitude de Judas tornou-se ainda mais odiosa porque estava querendo  lançar mão sobre o que foi oferecido a seu Senhor. Além disso, ele estava julgando e condenando a dedicação de uma pessoa que amava desprendidamente a Jesus Cristo. Assim, com palavras mentirosas e hipócritas, Judas tentava encobrir a sua própria falta de dedicação a Jesus Cristo.

O mau costume de julgar e condenar o zelo de certos cristãos que procuram dedicar a totalidade de sua vida ao serviço de Deus continua evidente em nossos dias. A ordem do Senhor é esta: “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas” (Sl. 105:15). O zelo do seu povo é como uma boa ação, agradável aos olhos do Senhor.  Parece que a abnegação desses servos zelosos irrita os descomprometidos. Por que Judas Iscariotes ficou tão indignado com a devoção e o amor de Maria a seu Senhor e Salvador? Judas estava vendo em Maria uma dedicação que ele não tinha, e a sua consciência estava repreendendo a sua hipocrisia. Por que os fariseus levantaram tamanha oposição contra a pessoa de Jesus Cristo e o seu trabalho? Porque eles reconheceram que Jesus era fiel a Deus em seu ministério. Essa verdade trouxe à luz a hipocrisia desses homens e a sua consciência os acusava. E, querendo abafar essa voz acusadora, fizeram tudo ao seu alcance para silenciar e desacreditar a voz de Cristo, ou pela perseguição, ou pela morte. O Ap. Paulo, antes da sua conversão, conhecia o terror de uma consciência acusadora, por isso, Cristo lhe disse: “Dura cousa é recalcitrares contra os aguilhões” (At. 26:14). Em vez de resistir o Espírito Santo, que fala através da consciência, é melhor submeter-se e seguir o bom exemplo dos piedosos, como fizeram os tessalonicenses: “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia” (1 Ts. 1:6-7).

3. Esse ato foi Revivente. Qual foi a reação de Jesus diante daquela cena molestadora? “Por que molestais esta mulher?” Em seguida, Jesus justificou o procedimento de Maria com uma defesa quádrupla, da qual podemos observar:

a) Maria “praticou uma boa ação” para com Jesus. Ações espontâneas, quando não condenadas na lei de Deus, tornam-se boas ações se forem inspiradas por um amor sincero. Maria foi movida por um amor ilimitado a Jesus e foi elogiada por sua voluntariedade. Todas as nossas ações devem redundar para a glória de Deus, (1Co. 10:31). O Senhor Jesus reconheceu que Maria estava exaltando a sua Pessoa através desse ato. Será que estamos fazendo coisas para exaltar aquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós?

b) A Pessoa de Cristo é mais prioritária do que as necessidades imediatas de qualquer pobre. “Por que os pobres sempre tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes”. A prática de boas ações deve obedecer às normas de precedência. Alguns casos podem aguardar uma outra oportunidade, porém, existem situações que pedem uma ação imediata. Maria reconheceu que não teria outra oportunidade para demonstrar o seu amor a Jesus. Maria acreditou na morte iminente de Jesus, como Ele mesmo lhe dissera, por isso, a repentinidade da sua ação. Temos que discernir o momento mais propício para praticar uma boa ação. Maria teve esse discernimento.
c) A ação de Maria demonstrou uma percepção espiritual. “Pois derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento.” Ela acreditou na palavra  que Jesus lhe ensinara quanto à sua morte vicária e o seu sepultamento, por isso, resolveu  agir de acordo com o seu conhecimento, agradecendo a Jesus por sua morte substitutiva. Em vez de esperar até depois da sua morte, ela antecipou a manifestação de seu amor e o derramou sobre Jesus enquanto Ele ainda estava com vida. É uma futilidade demonstrar o nosso amor a um defunto, pois ele não tem mais consciência do nosso interesse.

d) Jesus quis que esse ato de Maria fosse lembrado  durante todo o tempo enquanto o Evangelho for pregado. “Em verdade vos digo: Onde for pregado o evangelho, será também contado o que ela fez para memória sua”. Maria deixou para nós todos  um exemplo de como podemos demonstrar o nosso amor a Jesus Cristo. Hoje é o dia mais aceitável, porque o amanhã pode ser tarde demais. O Ap. Paulo elogiou os Tessalonicenses por causa da constante evidência da abnegação de seu amor a Cristo. Que, através da espontaneidade do nosso amor a Cristo, possamos deixar um exemplo para aqueles que estão nos seguindo na vida cristã.

Conclusão: A história de como Maria ungiu o corpo de Jesus foi registrada nas Escrituras Sagradas para nos ensinar a importância de oferecer a Cristo um amor espontâneo e desprendido. Boas ações, por si, não têm nenhum valor espiritual se não forem motivadas por um amor sincero. “Ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Co. 13:2-3).


As boas ações devem revelar o nosso amor a Cristo. Ele mesmo ensinou: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes (uma boa ação) a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt. 25:40). Mesmo que  alguns fiquem escandalizados com a abnegação da nossa oferta, Cristo sempre tem palavras viventes para nos encorajar. A exortação é esta: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl. 6:9).    



Rev. Ivan G. G. Ross

domingo, 11 de maio de 2014

O DIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO



Leitura Bíblica: Mt. 28: 2-4, 11-15

Introdução: Diante de uma multidão de ouvintes, Cristo declarou: “ Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá” (Jo. 11:25). Ele demonstrou a veracidade dessa afirmação quando, diante do túmulo de um morto, ordenou: “Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto por um lenço. Então lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir” (Jo. 11:43-44). Ninguém duvidava do poder de Jesus para ressuscitar os mortos, nem os seus inimigos mais ferrenhos. Mas Ele assustou a todos quando profetizou que seria crucificado e ressuscitado no terceiro dia, (Mt. 16:21). Seus inimigos nunca se esqueceram dessa palavra. Por isso, quando Jesus foi assassinado e sepultado, os principais sacerdotes e os fariseus, “dirigindo-se a Pilatos, disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: depois de três dias ressuscitarei. Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubam e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos, e será o último embuste pior do que o primeiro” (Mt. 27:62-66).

Podemos perguntar: Por que os incrédulos ficaram tão preocupados com a possível ressurreição de Cristo? Porque, no fundo da sua consciência, eles acreditavam no poder de Cristo e na profecia da sua ressurreição. Seus muitos milagres não deixavam espaço para dúvidas. Assim, através de recursos humanos, fizeram tudo para impossibilitar a ressurreição. Mas, quem é que pode coibir o poder de Deus quando Ele está agindo? Ele mesmo declarou: “Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?” (Is. 43:13).

Agora, vamos nos colocar diante do sepulcro onde o Senhor Jesus jazia.

Vemos uma escolta de soldados, possivelmente uns dezesseis homens para manter uma vigilância ininterrupta até ao terceiro dia, cada um pronto para impedir qualquer novidade (At. 12:4).

Finalmente chegou o Dia temido, o terceiro dia, o dia da prometida ressurreição de Jesus Cristo. “Ao despontar o sol” (Mc. 16:2), subitamente, “eis que houve grande terremoto, porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve” (Mt. 28:2-3).

Qual foi a reação daqueles soldados valentes? “E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos” (Mt. 28:4). Quando o poder de Deus se manifesta, não há ninguém que possa se suster, todos caem diante dele (Is. 18:5-6). Aqueles soldados foram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus Cristo. Que oportunidade de desfrutar das bênçãos da ressurreição e proclamar, destemidamente, a verdade que tinham acabado de testemunhar!

Portanto, qual foi a mensagem inicial daqueles soldados? Na presença dos principais sacerdotes, contaram tudo o que sucedera: o terremoto, a descida do anjo, e como ele rompeu o selo e afastou a pedra. Nada esconderam. Notemos que nenhum dos sacerdotes contestou a veracidade do relato. Na sua consciência, eles sabiam que, de fato, Jesus ressuscitara dentre os mortos, exatamente como os soldados relataram. Qual foi a reação daqueles religiosos?

Nesse ponto, devemos inserir uma advertência séria das Escrituras Sagradas: “Tendes cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hb. 3-12). A incredulidade sempre leva a sua vítima a um comportamento rebelde e perverso. Diante de evidências tão convincentes, os sacerdotes receberam uma oportunidade ímpar para se arrepender da sua hipocrisia e fazer as suas pazes com Deus. Mas a incredulidade os afastou do Deus vivo e da esperança de uma verdadeira comunhão com Deus. Em vez de receberem a verdade, eles a perverteram e subornaram os soldados, dando-lhes “grande soma de dinheiro” (Mt. 28:12) para que espalhassem uma mentira. A Bíblia proíbe o recebimento desse tipo de dinheiro, “porque o suborno cega até o perspicaz e perverte as palavras do justo” (Ex. 23:8). Com o dinheiro nas mãos, os soldados ficaram cegos e, mesmo agindo contra a verdade, espalharam uma mentira do tipo mais ridículo: “Vieram de noite os discípulos de Jesus e o roubaram enquanto dormíamos” (Mt.28:13). Quantas pessoas já perderam a esperança da vida eterna porque acreditaram na mentira, em uma mensagem pervertida pela presença do suborno!

Mas, vamos continuar olhando para o túmulo. O que mais estamos vendo? Duas ou três mulheres estão se aproximando do sepulcro. Ao verem a pedra removida e o anjo do Senhor assentado sobre ela, “ficaram surpreendidas e atemorizadas” (Mc. 16:5). “Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo!” (Mt. 28:5-7). Qual foi o efeito da ressurreição de Jesus Cristo sobre a vida daquelas mulheres? Foram “tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos” (Mt. 28:8). E, todos os que creram no Senhor ressurreto, foram tomados de grande júbilo, adorando e louvando a Deus (Lc. 24:52-53).

Terminamos comentando sobre a reação de diversas testemunhas da ressurreição de Jesus Cristo. Os soldados ficaram carentes de qualquer benefício, porque o suborno cegou as suas consciências e os afastou do Deus vivo. É como a Bíblia registra: “Para os perversos (e subornados), diz o meu Deus, não há paz” (Is. 57:21).

Agora, veja as mulheres e, sucessivamente, até os nossos dias, a alegria e o consolo que inunda a vida daqueles que crêem na ressurreição corporal de Jesus Cristo. É como Ele mesmo disse: “Porque eu vivo, vós também vivereis” (Jo. 14:19). A nossa esperança se baseia sobre o Cristo ressurreto e vivo para todo sempre. Vamos imitar o anseio do Ap. Paulo: “Para o conhecer, e o poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Fl. 3:10-11)


Páscoa, 20 de Abril de 2014

Rev.  Ivan G. G. Ross.     

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A Esperança dos Resgatados



Leitura Bíblica: Isaias 35:1-10


Introdução: “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” Is. 35:10

O capítulo todo entende que nós, “os resgatados do Senhor”, somos “estrangeiros e peregrinos sobre a terra (...) procurando uma pátria” (Hb. 11:13-14).A partir da nossa conversão a Jesus Cristo, saindo da morte espiritual e entrando na vida eterna, passamos a ser um povo impulsionado por uma grande esperança: a certeza de alcançar a cidade celestial, e isto com cânticos de vitória e de gratidão.

O texto nos dá algumas comparações, descrevendo a nossa vida antes de sermos resgatados por Jesus Cristo e o que somos agora, em pleno gozo desta benção. “A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de água; onde outrora viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos” (v7). Com essa transformação maravilhosa, “a nossa boca se encheu de riso, e nossa língua, de júbilo” (Sl. 126:2).

Mas não podemos deixar de enfatizar: Esta nova vida em Cristo tem um caminho diferente do que o mundo nos oferece – o caminho da santidade. “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho do Senhor; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo; quem quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o louco. Ali não haverá leão, animal feroz não passará por ele, nem se achará nele; mas os remidos andarão por ele” (v. 8-9). Nesse caminho, temos plena proteção, segurança e direção. “O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam” (Sl. 18:30).

No V. 10, vemos, sem figura de linguagem, a felicidade dos resgatados e os motivos desta alegria transbordante. Vamos sentir o efeito da bem-aventurança de sermos chamados: “Os resgatados do Senhor”.

1. A Persuasão dos Resgatados. “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo”. Com certeza, eles serão chamados, regenerados e conduzidos para a vida eterna. Essa é a nossa persuasão e segurança; a vontade de Deus para ter um povo resgatado para si mesmo se realizará infalivelmente.

Mas precisamos entender o que está implícito na palavra “resgatado”. Ela se refere a uma circunstância de cativeiro onde não há possibilidade de livramento, exceto pelo pagamento de um resgate. Livramento é possível, sim, porém, somente mediante o pagamento do devido preço. Contudo, quem é que pode pagar o resgate para libertar o pecador? “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate. (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre)” (Sl 49:7-8).

Como pecadores, estávamos “mortos nos nossos delitos e pecados”, sem Cristo, estranhos às promessas de Deus, e sem esperança no mundo (Ef. 2:1,12). Mas, nessa situação de perda, Deus se mostrou misericordioso e enviou o seu Filho unigênito para pagar, através da sua morte vicária na cruz do Calvário, o preço da nossa redenção. O propósito principal da vinda de Cristo foi o de “dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc. 10:45). Não existia nenhum recurso com valor suficiente para redimir e salvar o pecador, senão a morte do próprio Filho de Deus. A experiência dos coríntios é igualmente a nossa. Éramos praticantes de toda sorte de pecado, mas Deus interveio: “Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Co. 6:9-11). Por essa intervenção da parte de Deus, fomos resgatados, libertados da pena da morte espiritual e feitos herdeiros da vida eterna. E qual foi o preço pago a fim de nos resgatar dessa condenação? “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo “ (I Pe. 1:18-19).  Por causa do preço do nosso resgate, pesa sobre nós uma obrigação: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co. 6:20). Vamos sempre lembrar: Por causa do valor e da eficácia desse resgate, “os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de jubilo”. Assim, experimentamos o que o profeta predisse: “Vós, com alegria, tiráveis água das fontes da salvação” (Is. 12:3). “ Eles verão a glória do Senhor e o esplendor do nosso Deus”.

2. A Persistência dos Resgatados. “Alegria eterna coroará a sua cabeça”. A experiência de ver a glória do Senhor e onde Ele habita no céu estimula os resgatados a persistir em sua caminhada cristã, sabendo que uma coroa está  reservada para os vencedores. Cristo alimenta esta esperança dizendo: “ Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap. 2:10). Notemos que esta coroa sempre se associa com a persistência, chegando ao fim da nossa vida como servos fiéis, confessando, à semelhança do Ap. Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm. 4:7).

Devemos perguntar: “Persistência em quê? Imitando os primeiros cristãos, que “perseveraram na doutrina dos apóstolos”, isto é, nas verdades que os apóstolos receberam verbalmente do Senhor Jesus Cristo, quando andavam juntos aqui na terra. O Ap.Pedro declarou algumas dessas verdades em suas primeiras mensagens, registradas no Livro de Atos dos Apóstolos. Fundamental à fé cristã   é crer em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e em tudo o que Ele fez a fim de salvar pecadores: Crer em sua morte substitutiva – Ele morreu em nosso lugar. Nele, “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7). Crer em sua ressurreição dentre os mortos – Ele ressuscitou para a nossa justificação, para que nós pudéssemos ser recebidos como inocentes e feitos filhos de Deus. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1). Crer na ascensão corporal – Ele subiu para o “céu e assentou-se a destra de Deus”, de onde reina soberanamente sobre tudo o que acontece aqui na terra. Entre outras atividades, ele está arrebanhando o seu povo resgatado e preparando-o para a consumação do século, quando Ele voltará para julgar os vivos e mortos, (2 Tm. 4:1). A fé em Jesus Cristo é de tal importância que “não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12). E, para reforçar a importância de permanecer na fé, a Bíblia exorta: “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardamos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos” (Hb. 3:14).

A coroa que receberemos é descrita como uma “eterna alegria”, uma “ alegria indizível e cheia de glória”. Não é uma alegria momentânea, antes, é uma alegria eterna que jamais desvanecerá. E, enquanto caminhamos rumo à cidade celestial, esta alegria incipiente se manifesta “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando graças por tudo ao nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:19-20). Como a Bíblia afirma: “ O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm. 14:17).

3. A Perspectiva dos Resgatados. “Gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” A Bíblia tem muitas grandes e preciosas promessas que nos oferecem uma perspectiva de valiosos recursos, cada um à nossa disposição. Repetimos a promessa dada no início deste versículo: “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilos”. Sim, com toda certeza, sem nenhuma sombra de dúvida, os resgatados do Senhor hão de chegar à cidade celestial com “cânticos de júbilo”. E, na frase que estamos examinando, “o gozo e alegria” hão de alcançar a vida dos resgatados do Senhor. Tribulações de toda sorte são experiências de todos os cristãos, mas, não chegam a nós ininterruptamente; temos bons momentos de alento, pois, “gozo e alegria” hão de nos alcançar no momento certo. “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl. 30:5). Quanto ao aspecto do sofrimento, o Ap. Paulo confessou: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”, pois o “gozo e a alegria” hão de nos alcançar, inclusive nesta vida presente. Por isso, o Ap. Pedro nos encorajou, dizendo: “ Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação da sua glória, vos alegreis exultando” (1Pe. 4:12-13). Sim, esta alegria, no meio de circunstâncias negativas é possível, porque a promessa é esta: “gozo e alegria” hão de alcançar os resgatados do Senhor. Não existe coisa alguma que possa impedir a chegada desta bem-aventurança.

Possivelmente, as expressões: “tristeza e gemido” são personificadas como perseguidores do povo de Deus, cujo objetivo principal é impossibilitar a plena experiência deste “gozo e alegria” na vida dos resgatados. Mas, graças a Deus, essa perseguição, com certeza, será sempre frustrada. Como? Quando Deus é servido em aplicar a sua promessa de “gozo e alegria” a seu povo, a “tristeza e gemido” são obrigados a fugir e a deixar os resgatados do Senhor desfrutar dos frutos dessa promessa. Nesta vida, com gratidão a Deus, experimentamos as primícias desse “gozo e alegria”, porém, no céu, teremos as plenitudes dessa bem-aventurança, porque o Senhor “lhes enxugará dos olhos toda lágrima e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram” (Ap. 21:4),


Conclusão: Quanto à infalibilidade das promessas de Deus, a nossa confiança se baseia no ensino das Escrituras Sagradas, que afirmam: “Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio”  (2Co. 1:20). Vimos a persuasão dos resgatados. Sim, estes hão de entrar na cidade celestial, com jubilo. Também, reconhecemos a persistência dos resgatados. Eles persistirão fiéis até a morte, porque são motivados pela esperança de uma alegria eterna. E, vimos a perspectiva dos resgatados. Sim, a “tristeza e o gemido” hão de fugir para longe, deixando os resgatados do Senhor desfrutar do gozo e da alegria para todo o sempre, O nosso apelo é este: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is. 55:6).