Leitura
Bíblica: Isaias 35:1-10
Introdução:
“Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo;
alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá
a tristeza e o gemido.” Is. 35:10
O
capítulo todo entende que nós, “os resgatados do Senhor”, somos “estrangeiros e
peregrinos sobre a terra (...) procurando uma pátria” (Hb. 11:13-14).A partir
da nossa conversão a Jesus Cristo, saindo da morte espiritual e entrando na
vida eterna, passamos a ser um povo impulsionado por uma grande esperança: a
certeza de alcançar a cidade celestial, e isto com cânticos de vitória e de
gratidão.
O
texto nos dá algumas comparações, descrevendo a nossa vida antes de sermos
resgatados por Jesus Cristo e o que somos agora, em pleno gozo desta benção. “A
areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de
água; onde outrora viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos” (v7).
Com essa transformação maravilhosa, “a nossa boca se encheu de riso, e nossa
língua, de júbilo” (Sl. 126:2).
Mas
não podemos deixar de enfatizar: Esta nova vida em Cristo tem um caminho
diferente do que o mundo nos oferece – o caminho da santidade. “E ali haverá
bom caminho, caminho que se chamará o Caminho do Senhor; o imundo não passará
por ele, pois será somente para o seu povo; quem quer que por ele caminhe não
errará, nem mesmo o louco. Ali não haverá leão, animal feroz não passará por
ele, nem se achará nele; mas os remidos andarão por ele” (v. 8-9). Nesse
caminho, temos plena proteção, segurança e direção. “O caminho de Deus é
perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é escudo para todos os que nele se
refugiam” (Sl. 18:30).
No
V. 10, vemos, sem figura de linguagem, a felicidade dos resgatados e os motivos
desta alegria transbordante. Vamos sentir o efeito da bem-aventurança de sermos
chamados: “Os resgatados do Senhor”.
1.
A Persuasão dos Resgatados. “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a
Sião com cânticos de júbilo”. Com certeza, eles serão chamados, regenerados e
conduzidos para a vida eterna. Essa é a nossa persuasão e segurança; a vontade
de Deus para ter um povo resgatado para si mesmo se realizará infalivelmente.
Mas
precisamos entender o que está implícito na palavra “resgatado”. Ela se refere
a uma circunstância de cativeiro onde não há possibilidade de livramento,
exceto pelo pagamento de um resgate. Livramento é possível, sim, porém, somente
mediante o pagamento do devido preço. Contudo, quem é que pode pagar o resgate
para libertar o pecador? “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem
pagar por ele a Deus o seu resgate. (Pois a redenção da alma deles é caríssima,
e cessará a tentativa para sempre)” (Sl 49:7-8).
Como
pecadores, estávamos “mortos nos nossos delitos e pecados”, sem Cristo,
estranhos às promessas de Deus, e sem esperança no mundo (Ef. 2:1,12). Mas,
nessa situação de perda, Deus se mostrou misericordioso e enviou o seu Filho
unigênito para pagar, através da sua morte vicária na cruz do Calvário, o preço
da nossa redenção. O propósito principal da vinda de Cristo foi o de “dar a sua
vida em resgate por muitos” (Mc. 10:45). Não existia nenhum recurso com valor
suficiente para redimir e salvar o pecador, senão a morte do próprio Filho de
Deus. A experiência dos coríntios é igualmente a nossa. Éramos praticantes de
toda sorte de pecado, mas Deus interveio: “Mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus” (1Co. 6:9-11). Por essa intervenção da parte de Deus,
fomos resgatados, libertados da pena da morte espiritual e feitos herdeiros da
vida eterna. E qual foi o preço pago a fim de nos resgatar dessa condenação?
“Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro que
fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas
pelo precioso sangue, como cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de
Cristo “ (I Pe. 1:18-19). Por causa do
preço do nosso resgate, pesa sobre nós uma obrigação: “Porque fostes comprados
por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (I Co. 6:20). Vamos
sempre lembrar: Por causa do valor e da eficácia desse resgate, “os resgatados
do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de jubilo”. Assim, experimentamos
o que o profeta predisse: “Vós, com alegria, tiráveis água das fontes da
salvação” (Is. 12:3). “ Eles verão a glória do Senhor e o esplendor do nosso
Deus”.
2.
A Persistência dos Resgatados. “Alegria eterna coroará a sua cabeça”. A
experiência de ver a glória do Senhor e onde Ele habita no céu estimula os
resgatados a persistir em sua caminhada cristã, sabendo que uma coroa está reservada para os vencedores. Cristo alimenta
esta esperança dizendo: “ Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.
2:10). Notemos que esta coroa sempre se associa com a persistência, chegando ao
fim da nossa vida como servos fiéis, confessando, à semelhança do Ap. Paulo:
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm. 4:7).
Devemos
perguntar: “Persistência em quê? Imitando os primeiros cristãos, que “perseveraram
na doutrina dos apóstolos”, isto é, nas verdades que os apóstolos receberam
verbalmente do Senhor Jesus Cristo, quando andavam juntos aqui na terra. O
Ap.Pedro declarou algumas dessas verdades em suas primeiras mensagens,
registradas no Livro de Atos dos Apóstolos. Fundamental à fé cristã é crer
em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e em tudo o que Ele fez a fim de salvar
pecadores: Crer em sua morte substitutiva – Ele morreu em nosso lugar. Nele,
“temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
da sua graça” (Ef. 1:7). Crer em sua ressurreição dentre os mortos – Ele
ressuscitou para a nossa justificação, para que nós pudéssemos ser recebidos
como inocentes e feitos filhos de Deus. “Justificados, pois, mediante a fé,
temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1). Crer na
ascensão corporal – Ele subiu para o “céu e assentou-se a destra de Deus”, de
onde reina soberanamente sobre tudo o que acontece aqui na terra. Entre outras
atividades, ele está arrebanhando o seu povo resgatado e preparando-o para a
consumação do século, quando Ele voltará para julgar os vivos e mortos, (2 Tm.
4:1). A fé em Jesus Cristo é de tal importância que “não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12). E, para reforçar a
importância de permanecer na fé, a Bíblia exorta: “Porque nos temos tornado
participantes de Cristo, se, de fato, guardamos firme, até ao fim, a confiança
que, desde o princípio, tivemos” (Hb. 3:14).
A coroa
que receberemos é descrita como uma “eterna alegria”, uma “ alegria indizível e
cheia de glória”. Não é uma alegria momentânea, antes, é uma alegria eterna que
jamais desvanecerá. E, enquanto caminhamos rumo à cidade celestial, esta alegria
incipiente se manifesta “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando graças por tudo ao nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:19-20). Como a Bíblia
afirma: “ O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria
no Espírito Santo” (Rm. 14:17).
3.
A Perspectiva dos Resgatados. “Gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a
tristeza e o gemido.” A Bíblia tem muitas grandes e preciosas promessas que nos
oferecem uma perspectiva de valiosos recursos, cada um à nossa disposição.
Repetimos a promessa dada no início deste versículo: “Os resgatados do Senhor
voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilos”. Sim, com toda certeza, sem
nenhuma sombra de dúvida, os resgatados do Senhor hão de chegar à cidade
celestial com “cânticos de júbilo”. E, na frase que estamos examinando, “o gozo
e alegria” hão de alcançar a vida dos resgatados do Senhor. Tribulações de toda
sorte são experiências de todos os cristãos, mas, não chegam a nós
ininterruptamente; temos bons momentos de alento, pois, “gozo e alegria” hão de
nos alcançar no momento certo. “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem
pela manhã” (Sl. 30:5). Quanto ao aspecto do sofrimento, o Ap. Paulo confessou:
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem
ser comparados com a glória a ser revelada em nós”, pois o “gozo e a alegria”
hão de nos alcançar, inclusive nesta vida presente. Por isso, o Ap. Pedro nos
encorajou, dizendo: “ Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio
de vós, destinado a provar-vos, como se alguma cousa extraordinária vos
estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois
co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação da
sua glória, vos alegreis exultando” (1Pe. 4:12-13). Sim, esta alegria, no meio
de circunstâncias negativas é possível, porque a promessa é esta: “gozo e
alegria” hão de alcançar os resgatados do Senhor. Não existe coisa alguma que
possa impedir a chegada desta bem-aventurança.
Possivelmente,
as expressões: “tristeza e gemido” são personificadas como perseguidores do
povo de Deus, cujo objetivo principal é impossibilitar a plena experiência
deste “gozo e alegria” na vida dos resgatados. Mas, graças a Deus, essa
perseguição, com certeza, será sempre frustrada. Como? Quando Deus é servido em
aplicar a sua promessa de “gozo e alegria” a seu povo, a “tristeza e gemido”
são obrigados a fugir e a deixar os resgatados do Senhor desfrutar dos frutos
dessa promessa. Nesta vida, com gratidão a Deus, experimentamos as primícias
desse “gozo e alegria”, porém, no céu, teremos as plenitudes dessa bem-aventurança,
porque o Senhor “lhes enxugará dos olhos toda lágrima e a morte já não
existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas
passaram” (Ap. 21:4),
Conclusão:
Quanto à infalibilidade das promessas de Deus, a nossa confiança se baseia no
ensino das Escrituras Sagradas, que afirmam: “Porque quantas são as promessas
de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória
de Deus, por nosso intermédio” (2Co.
1:20). Vimos a persuasão dos resgatados. Sim, estes hão de entrar na cidade
celestial, com jubilo. Também, reconhecemos a persistência dos resgatados. Eles
persistirão fiéis até a morte, porque são motivados pela esperança de uma
alegria eterna. E, vimos a perspectiva dos resgatados. Sim, a “tristeza e o
gemido” hão de fugir para longe, deixando os resgatados do Senhor desfrutar do
gozo e da alegria para todo o sempre, O nosso apelo é este: “Buscai o Senhor
enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is. 55:6).
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