Leitura
Bíblica: Apocalipse 1:4-8
Introdução:
A primeira verdade que se encontra neste texto é a doutrina inconfundível da
Trindade. As três Pessoas da Divindade é o Deus e o autor da “graça e paz” que
são derramadas sobre a Igreja. A Trindade é facilmente reconhecida pela
tríplice repetição de: “da parte de”. As três Pessoas da Divindade,
inseparavelmente juntas, comunicam às 9 igrejas a benção de “graça e paz”. A
graça, a gratuidade das providências divinas, e a paz, atuando como a confirmação dessas dádivas recebidas. Veja como as três
Pessoas interagem como uma só Pessoa.
“Graça
e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir”. Temos aqui a eternidade
de Deus Pai. O Salmista o exalta, dizendo: “Antes que os montes nascessem, e se
formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu é Deus” (Sl. 90:2)
“Graça
e paz, da parte dos sete Espíritos que se acham diante de seu trono”. O número
sete é usado, simbolicamente, para descrever a plenitude e a onipresença do
Espírito Santo. Notemos a sua localização. Ele está “diante de seu trono”,
inseparavelmente unido com a Divindade, e, desta posição, Ele ouve e toma pleno
conhecimento de todos os propósitos da Divindade. Por isso, Cristo disse:
“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque
não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as
cousas que hão de vir” (Jo. 16:13).
“Graça
e paz da parte de Jesus Cristo”. Observemos a tríplice descrição: 1º Ele é a
“fiel testemunha”, fazendo referência a seu ministério aqui na terra.
Obediência foi a característica principal na vida de Cristo. Ele mesmo
confessou: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e
realizar a sua obra” (Jo. 4:34). 2º Ele é o “Primogênito dos mortos”, fazendo
referência à sua ressurreição dentre os mortos. “Mas, de fato, Cristo
ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”, isto é, o
primeiro a ser ressuscitado escatologicamente, (1 Co.15:20). 3º Ele é o “Soberano dos reis da terra”. Ele
tem a supremacia absoluta sobre todos os poderes existentes, “é o grande rei de
toda a terra” (Sl. 47:2). E, para qual fim? “Para que ao nome de Jesus se dobre
todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl. 2:10-11).
O
texto lido apresentou a doutrina da Trindade, afirmando que o Pai, e o Filho, e
o Espírito Santo é um só Deus verdadeiro e eterno. Este é o Deus que abençoa o
seu povo com as dádivas espirituais de graça e paz; cada Pessoa contribuindo
para que essas bênçãos sejam realidades experimentáveis. Agora vamos ver como
Cristo se apresenta às suas Igrejas.
1.
O Compadecimento de Cristo. “Aquele que nos ama”. Uma das frases prediletas do Ap. Paulo fala
sobre o amor de Cristo e como este se manifestou: “Cristo me amou e a si mesmo
se entregou por mim” (Gl. 2:20). O amor de Cristo é bem específico : “Ele me
amou”. Sim, Ele ama muitos, mas, para o meu consolo e segurança, posso
confessar: “Ele me amou”. Cristo descreveu a natureza desse amor, dizendo: “
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos
seus amigos”.(Jo. 15:13). E, acrescentou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá
a vida pelas ovelhas” (Jo. 10:11). Mas, quem são esses amigos e ovelhas? “Vós sois os meus amigos, se fazeis o que eu
vos mando” (Jo. 15:14). E, acrescentou: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz;
eu as conheço, e elas me seguem” (Jo. 10:27). Devemos reconhecer que a maneira
prática para demonstrar o nosso amor a Cristo é através da nossa obediência ao
que Ele manda. Nós o seguimos. Pela obediência, desenvolvemos uma verdadeira
comunhão espiritual com Ele.
Devemos
perguntar: Qual é o sentido de ter Cristo morrido por nós? A sua morte tem
valor vicário, isto é, tomar o lugar de outro. “Cristo me amou e a si mesmo se
entregou por mim”. Assim, a sentença da morte que pairava sobre mim, por causa
dos meus pecados, foi tirada e lançada sobre Cristo. Ele morreu por causa dos
meus pecados que Ele mesmo carregou na cruz do Calvário, (1Pe. 2:24). “ Agora,
pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (os que crêem na
suficiência da sua morte vicária). Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo
Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:1-2).
2.
O Comportamento de Cristo. “E pelo seu sangue, nos libertou dos nossos
pecados”. Uma das frases que expressam, eloquentemente, a boa vontade de Cristo
para dar a sua vida em favor de seu povo, está no Evangelho segundo Lucas: “E
aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu
(isto é, os dias em que Cristo seria crucificado, ressurreto e recebido no céu),
manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém”, onde
sofreria os horrores da crucificação (Lc. 9:51). Por que essa “intrépida
resolução”? Porque foi o único meio para que pecadores pudessem ser libertados
das conseqüências judiciais de seus pecados. No Antigo Testamento, o sangue de
animais foi derramado para ensinar que, “sem derramamento de sangue, não há
remissão” (Hb. 9:22). Mas esses sacrifícios eram apenas sinais, totalmente
incapazes de efetuar o indicado. “Porque é impossível que o sangue de touros e
de bodes remova pecados” (Hb. 10:4). Era necessário um sangue superior, o
sangue precioso de Jesus Cristo, (Pe. 1:18-19). Este é o único sangue, a única
providência divina pela qual importa que sejamos libertados dos nossos pecados.
Libertados, não apenas do salário do pecado, mas, também, do domínio do pecado
(Rm. 6:14). Como Cristo explicou: “Se, pois, o Filho vos libertar,verdadeiramente
sereis livres” (Jo.8:36).
3.
O Comprazimento de Cristo. “ Ele nos constituiu reino, sacerdote para o seu
Deus e Pai, a ele seja a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” .
Cristo tem comprazimento em designar o seu povo redimido, segundo a sua boa e
agradável vontade. Com estes salvos, Ele organizou o seu reino, que não é deste
mundo, antes, é celestial. Quando nós fomos convertidos, Deus, o nosso Pai, “
nos libertou do império das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do
seu amor” (Cl. 1:13). Agora, pertencemos ao reino de Cristo, onde Ele será o
nosso soberano para todo o sempre.
Dentro
desse reino, somos ministros e sacerdotes, servindo na presença de Deus, nosso
Pai, “de modo agradável, com reverência e santo temor” (Hb. 12:28). “ Os seus
servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele”
(Ap. 22:3-4). O nosso ministério principal consistirá em “louvor, que é fruto
de lábios que confessam o seu nome” (Hb. 13:15). Por causa do privilégio de
pertencer ao reino celestial e servir como sacerdotes na presença de Deus,
reconhecemos que tudo isso é a graça e a condescendência do nosso Deus, portanto, “a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.
4.
O Comparecimento de Cristo. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá,
até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre
ele. Certamente. Amém”. Eis aqui o resumo dos eventos que acontecerão,
simultaneamente, no Dia da Segunda Vinda de Jesus Cristo.Vamos observar a
sequência dos eventos mencionados no texto:
a) A vinda de Cristo será repentina e gloriosamente visível. Nada de uma
vinda invisível e secreta. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá”. A
visibilidade da vinda de Cristo é ensinada em muitas partes da Bíblia. “Porque
assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mt. 24:27).
b) Logo em seguida haverá a ressurreição geral, incluindo todos os vivos e
todos os mortos, todos os justos e todos os
ímpios. Cristo ensinou: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que
todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão” (Jo. 5:28). E o
Ap. Paulo acrescentou: “Porque importa que todos nós (vivos e mortos)
compareceremos perante o tribunal de Cristo” (2 Co. 5:10).
c) Logo em seguida haverá o julgamento geral. Devemos lembrar que o
julgamento não é necessariamente para condenar, antes, o fim principal é
descobrir e declarar a verdade a respeito da pessoa sendo julgada. Os que estão
em Cristo serão declarados inocentes, enquanto que os que se acham sozinhos e
sem Cristo serão declarados culpados. E, depois de serem julgados, Cristo
declarou: “E irão estes (os culpados) para o castigo eterno, porém, os justos,
para a vida eterna” (Mt. 25:46).
Devemos
sentir a confusão e o terror que tomará conta de muita gente no Dia do Juízo:
“E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amem”. Veja a
exposição maior daquele Dia: “Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os
ricos, os poderosos e todo escravo e todo o livre se esconderam nas cavernas e
nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e
escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro,
porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se? (Ap.
6:15-17).
Conclusão:
Esta mensagem, que é dada às Igrejas no início do Apocalipse, é o tema central do livro: O amor de Cristo e como este foi demonstrado
quando deu sua vida, a fim de redimir o seu povo e dar-lhe o perdão de todos os
seus pecados, sempre incluindo a
consumação do século e o julgamento de todos os povos. Que sejamos preparados,
“antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor” (Ml. 4:5).
Rev. Ivan G. G. Ross
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