Vasos de Honra

domingo, 19 de junho de 2011

A VIDA NO LAR



Qual a definição de uma pessoa feliz, que se sente realizada e satisfeita com a vida? Evidentemente não pode estar no sucesso profissional e nem na quantidade de bens materiais. Todos nós conhecemos pessoas que se sobressaíram nestas duas áreas, contudo estão entre as mais infelizes deste mundo.
           
Oferecemos uma resposta diferente: A pessoa feliz é aquela que tem um bom equilíbrio entre o serviço secular (ou eclesiástico) e a vida no lar; que tem boa comunhão espiritual com os membros de sua casa, enfim, que está no meio de uma família que anda com o Senhor em todas as circunstâncias. A bíblia concorda com essa definição quando fala do homem que governa bem a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito, (1 Tm. 3:4).
            
Este equilíbrio não é fácil de ser mantido neste mundo agitado, isto é equilíbrio entre as exigências da profissão e os deveres do lar. Em momentos de crise entre a profissão e o lar, devemos decidir pelo bem do lar. Por que?  A norma bíblica responde: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus (vizinhos próximos) e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (1 Tm. 5:8). O nosso testemunho como cristão depende do equilíbrio entre a profissão e o lar. Negligências no cuidado do lar são formas de negar a fé que confessamos.
            
Todos nós conhecemos casos de divorcio em que a causa foi desequilíbrio entre a profissão e o lar, sem esquecer dos filhos cuja vida emocional ficou quebrada pelo trauma de um lar destruído. O apóstolo Paulo exorta: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo  assim, salvará tanto a ti mesmo como aos seus ouvintes) (1 Tm. 4:16). É assustador quando entendemos que o nosso procedimento no lar pode contribuir ou para a salvação ou perdição da nossa família. Podemos alcançar o devido equilíbrio espiritual pela prática de três ações:

            
A primeira ação é: “Exercita-te pessoalmente na piedade” (1Tm.4:7). Exercitar-se é uma palavra tirada do mundo dos esportes, descrevendo um treinamento intenso a fim de alcançar uma boa forma física. Todos nós temos visto pessoas correndo nas ruas e estradas; gastam muitas horas se esforçando desta maneira na esperança de alcançar o devido nível físico. A mesma intensidade de concentração tem de ser praticada a fim de alcançar uma piedade que é aceitável a Deus.
            
Piedade significa ter atitudes corretas a respeito da Pessoa de Deus, à semelhança de Davi quando se dirigiu a Deus: “Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra esplenda a tua glória” (Sl. 57:11).
            
Quais são algumas destas atitudes que devem ser cultivadas e exercitadas com intensidade? Uma dessas atitudes é o temor do Senhor. Este temor é o principio da sabedoria (Pv. 9:10). Sem este temor, uma forma de ignorância impera e provoca todo o tipo de desequilíbrio, decisões precipitadas e respostas confusas. Este temor de Deus constrange os impulsos da nossa natureza pecaminosa; é um medo de transgredir a santa lei de Deus. José do Egito manifestou este temor do Senhor na presença da sedutora mulher de Potifar quando exclamou: “Como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” (Gn. 39:9).
            
Uma outra atitude a ser exercitada é a submissão diante da lei de Deus. Esta lei revela a santa vontade de Deus para todas as pessoas do mundo inteiro. Portanto a nossa atitude deve  ser de uma constante auto-apresentação de nós mesmos, nos termos das Escrituras: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, atua vontade” (Hb. 10:9).
            
Piedade é uma disciplina particular que envolve o temor do Senhor e uma submissão espontânea diante da autoridade absoluta da lei de Deus. E quando esta piedade é praticada no lar, cada membro sentirá as repercussões felizes da benção de Deus. O Senhor endireitará as veredas de cada um.
            
A segunda ação: “Torna-te padrão dos fies, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”  (1 Tm. 4:12).
            
Temos aqui cinco palavras que, quando são observadas no lar, exercem uma forte influência nas áreas de união e edificação. São cinco pilares que estimulam a confiança mútua. 

  • Na palavra – refere-se à honestidade. Temos de ser pessoas que falam a verdade com prudência e autoridade, conhecidas como pessoas cuja palavra seja verídica.
  • No procedimento – refere-se ao modo de apresentar-se. O apóstolo Paulo podia desafiar a todos: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co. 11:1). Temos de oferecer direção no lar.
  • No amor – refere-se ao ato de entregar-se a si mesmo em favor do outro. O próprio apóstolo Paulo observava isso: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei em prol das vossas almas” (2 Co. 12:15).
  • Na fé – refere-se aquele corpo de doutrina, àquela convicção quanto à nossa esperança espiritual. Temos de demonstrar uma tenacidade: Não posso me demover desta verdade, ou, princípio.
  • Na pureza – refere-se as nossas atitudes ou ações diante do sexo oposto.Neste mundo de tantas aberturas e oportunidades na área do sexo, temos de manter uma santa vigilância sem qualquer trégua. Portanto, cuidemos de nossas palavras, vestuário e recreações em termos de livros, revistas, filmes, novelas e lugares de lazer.

            
A vida se torna mais fácil quando podemos seguir um padrão visível e aprovado. Tornemo-nos padrões para cada um dos membros que estão em nosso lar.
            
A terceira ação é: “aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino” (1 Tm. 4:13).  Devemos de ter tempo para ler as Escrituras Sagradas com proveito. Cada pessoa no lar tem de parar numa hora escolhida e, juntos, cantar, ler e orar diante do Senhor. Devemos zelar para que a família unida preste culto a Deus.
            
A bíblia dá muita ênfase à família. O testemunho de Josué reforça a nossa palavra: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24:15). Quando Lídia foi batizada, todos de sua casa foram batizados (At. 16:15). A família do carcereiro teve a mesma experiência,     “ A seguir foi ele batizado, e todos os seus. Então levando-os (Paulo e Silas) para a sua própria casa lhes pôs a mesa; com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (At. 16:33-34).
            
Mas o texto não fala somente da leitura, fala também da necessidade de exortar e ensinar. O culto doméstico propicia oportunidades especiais para a prática destes deveres. Quando estamos lendo um dado trecho é tão fácil exortar e dizer: Veja o que o texto fala sobre o procedimento do jovem e da doutrina; da mesma forma, na questão do ensino, é tão fácil dizer: Veja como o apóstolo enfatiza uma verdade: “ Fiel é a palavra (quando à piedade) e digna de toda  aceitação” (1 Tm. 4:8-9).
            
A leitura da escritura cria uma ambiente de paz, uma paz que começa caracterizar as atitudes de todos os membros da família. A promessa de Deus é esta: “Do Senhor é a salvação, e sobre o teu povo a tua benção” (Sl. 3:8). “Derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha benção sobre os teus descendentes” (Is. 44:3).
            
A felicidade não é automática, ela tem de ser cultivada pela prática de certas ações disciplinares. Estabelecemos um equilíbrio entre o serviço secular e a vida no lar. A felicidade nasce no lar onde todos priorizam valores espirituais, a piedade, os princípios de uma vida santa e irrepreensível e o uso da leitura das Escrituras em culto Doméstico.   
             

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