Um dos assuntos mais em voga atualmente é o sexo. A propaganda do momento é mais ou menos assim: “Divirta-se com o sexo, mas seja prudente, use camisinha para não ficar contaminado com uma das doenças sexualmente transmissíveis ou provocar uma gravidez indesejada.”
Imagine a reação popular se houvesse uma propaganda assim: “Divirta-se com o roubo e aproveite dessa facilidade financeira, mas seja prudente, a polícia está vigiando, pois uma temporada na cadeia não seria nada agradável.”
Por que reagimos contra um convite para roubar? Por que esta discriminação contra o roubo livre? Por que não existe esta mesma discriminação contra o sexo livre? Afinal, a lei que diz: “Não furtarás” também diz: “Não adulterarás”. Todas as formas de sexo fora daquela relação entre um homem e uma mulher, legalmente casados, são englobadas naquela proibição legislativa. As três palavras que descrevem as variadas formas de perversão sexual são: adultério, impureza e imoralidade. Tais expressões encontram-se repetidamente nas Escrituras Sagradas. A Bíblia adverte “Ou não sabeis que (...) nem adúlteros, nem afeminados, nem sodomitas, ... herdarão o reino de Deus?” (1Co. 6:9-10).
Por que Deus é tão contra o sexo ilícito? Sem entrar em todos os aspectos da sexualidade humana, esta reflexão detém-se sobre a finalidade principal do sexo, a procriação. Através do sexo, novos seres humanos são produzidos. O sexo é uma fonte de vida, é uma vida. Portanto, qualquer forma de sexo fora da legislação divina é um atentado contra a santidade humana, a vida criada segundo a imagem de Deus (Gn. 1: 26-27). É a própria vida que sofre por causa da impureza sexual.
Por isso, o Apóstolo Paulo ensina: “Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (1 Co. 6:18). O Apóstolo Paulo está afirmando que pecados tais como o roubo, não têm nenhuma influência direta sobre o bem estar do corpo; mas a impureza sexual age diretamente contra o mesmo, provocando todo tipo de sofrimento, e sofrimento este que muitas vezes não passa com o decorrer dos anos. Eis algumas destas conseqüências.
A perda do amor próprio. A pessoa tem de valorizar e respeitar o seu corpo. No ato sexual, a pessoa (homem ou mulher) está entregando o seu próprio corpo para outro. Quando este ato acontece dentro das normas estabelecidas por Deus, Ele mesmo abençoa esta união com uma paz e um senso de plena realização. Mas quando este ato acontece fora das normas bíblicas, não há nenhuma benção da parte de Deus, porque Ele não pode abençoar o que Ele mesmo proíbe.
O amor próprio produz um respeito, uma valorização. Quando uma pessoa se entrega ao sexo ilícito, está desrespeitando e desvalorizando o seu próprio corpo. Na ausência deste amor próprio, seu corpo não será respeitado pelo parceiro. Assim, o ato sexual é apenas uma descarga de energia, a satisfação de um desejo de conveniência que não respeita as necessidades do outro.
Um dos males mais graves desta falta de amor próprio vem depois do casamento. Se o corpo foi desrespeitado antes do casamento, fatalmente será desrespeitado depois do mesmo. Sexo que fere as normas estabelecidas por Deus desencadeia todo tipo de paixão violenta: brigas e feridas físicas, palavras intransigentes, apelidos debochados e discussões provocativas; e, muitas vezes, a infidelidade matrimonial e o divórcio. E mais um lar é destruído e mais uma família desestruturada. O que começou com pecado, termina com pecado e todas as suas conseqüências amargas.
A perda de seguranças básicas. No caso de contrair doenças sexualmente transmissíveis, quem é que sofre? Não apenas o transgressor, mas também a sua família. O pecado é uma força destruidora que desenrraiga as estruturas da sanidade.
E no caso de uma gravidez indesejada, quem é que sofre? Não apenas a mãe e a sua família, mas também a própria criança, a parte passiva e inocente no assunto. E quais são as perspectivas de uma criança indesejada? Todas as crianças têm o direito inalienável de um lar estável onde o pai e a mãe tenham uma vida harmoniosa. Mas a criança indesejada não desfruta deste direito e mais cedo ou mais tarde, terá de suportar os traumas de ser uma inconveniência, um acidente de percurso. O roubo tem poucas conseqüências negativas, mas a imoralidade prejudica vidas inteiras, não apenas as dos culpados, mas também as do inocentes.
A perda de realizações afetivas. A própria Bíblia reconhece que o pecado pode oferecer um momento de prazer, mas é apenas um momento; depois aparecem as inquietações cruéis de uma consciência ofendida. A propaganda secular incentiva a diversão com o sexo, porém, não fala das conseqüências negativas deste. O sexo, dentro da legislação divina, oferece ao casal um senso de união afetiva, uma realização que fortalece os laços de amor. Porém, quando acontece dentro fora da vontade de Deus, o senso de culpa impede esta plena realização, e o ato passa a ser uma descarga de sensualidade.
Mas o problema não termina aqui; no caso de um casamento posterior, o sexo que foi dado para unir o casal, torna-se um ato nocivo, especialmente para mulher. Esta abstinência provocadora é a causa de brigas violentas, e o resultado é a infidelidade matrimonial. O homem, por não receber suas necessidades sexuais, busca uma outra parceira; e a mulher, por se sentir desprezada, procura outro parceiro a fim de provar que ainda é capaz de atrair homens. Assim, ambos procuram uma realização afetiva, porém, esta lhes é sempre negada. A imoralidade, a impureza sexual, cobra um preço insuportável, uma alma vazia e uma falta de realização na área mais importante, as profundezas de seu ser. O sexo que parecia ser algo tão desejado, passa a ser uma fonte de frustrações de decepções.
O pecado da impureza existe. Mas, há perdão? É possível desfrutar de uma vida sexual que agrade a Deus? Três proposições se apresentam:
A necessidade de reconquistar o amor próprio. O corpo tem de ser respeitado e valorizado, pois ele também é a imagem de Deus. Um santo temor do Senhor tem de constranger os impulsos carnais. O corpo não pode ser entregue às paixões mentirosas. “O corpo não é para a impureza, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo” (1 Co. 6:13). Quando o amor próprio está agindo no temor do Senhor, o corpo não será entregue às paixões sensuais; e outros, vendo este zelo pela pureza sexual, terão a tendência de respeitar a santidade do corpo. Sim, é possível reconquistar o amor próprio bem como o respeito dos conhecidos. Um nome bom é de sumo valor.
A necessidade de abandonar todas as formas de desvio sexual. O pecado da imoralidade não é imperdoável. Quando os escribas e fariseus trouxeram uma certa mulher surpreendida em adultério à presença de Jesus a fim de ser julgada e apedrejada, qual foi a sua reação? Depois de algumas deliberações e o sumiço dos homens, Jesus se dirigiu à mulher perguntando-lhe: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus:Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo. 8:10-11). O verdadeiro arrependimento consiste no abandono dos pecados específicos. A norma bíblica é esta: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (At. 3:19). Pela fé em Cristo Jesus, o pecador arrependido pode desfrutar da bem-aventurança de perdão dos pecados, inclusive aqueles da impureza sexual.
A necessidade de reestruturar a vida sexual. A Bíblia reconhece o problema da sexualidade humana. Qual é a sua resposta? “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado” (1 Co. 7:9). Mas, para o crente, a Bíblia apresenta uma condição: a pessoa “fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor” (1 Co. 7:39).
Quanto ao valor do corpo, convêm lembrar a palavra do Apóstolo Paulo: “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co. 6:20). E o caminho para este fim é a conformidade à vontade de Deus.
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