Leitura Bíblica: Mateus 22:1-14
Introdução: Uma parábola é uma história
figurada e, normalmente, é contada a fim de ensinar realidades atuais que
descrevem os propósitos de Deus para as pessoas deste mundo.
Nesta parábola, temos uma
apresentação do propósito de Deus para a salvação de seu povo. Através da
figura de uma grande festa, aprendemos que o plano de Deus é reunir um grande
número de pessoas para que estas possam experimentar as riquezas da sua graça.
O Ap. João viu essa multidão em plena festividade, e testificou: “Vi, e eis
grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e
línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras
brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus,
que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.” Ap 7:9-10. Como é
que Deus consegue reunir essa multidão de pessoas? Tudo se realiza mediante a
livre proclamação do convite: “Vinde para as bodas.” Em seguida, temos três
passos que descrevem claramente como Deus age a fim de executar a sua
determinação de ter a sala do banquete “repleta de convidados”.
1) A Proclamação do Convite: A
igreja recebeu esta ordem: “Ide por todo
o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura.” Mc 16:15. Segundo a parábola,
essa missão se realizou mediante a pregação do evangelho. No início, de uma
forma mais restrita: as primeiras pregações foram dirigidas, “não anunciando a
ninguém a palavra, senão somente aos judeus.” At 11:19. Quando os judeus
rejeitaram o evangelho, a porta se abriu para os gentios, At 13:46.
a) A oportunidade dos judeus: A
parábola descreve a insistência e a paciência de Deus ao procurar a salvação de
pecadores. De fato, Ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
pleno conhecimento da verdade.” I Tm 2:4. Por isso, Deus envia os seus servos
com uma mensagem específica: “Eis que já preparei o banquete, (...) vinde para
as bodas.” Mas, estes convidados, coletivamente, não apenas rejeitaram o convite,
“mas agarrando os servos, os maltrataram e mataram”. Com tantas afrontas, qual
foi a reação de Deus? “O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou
aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade”. Essa sentença literalmente
aconteceu quando Jerusalém foi atacada e destruída pelas tropas romanas no ano
70 AD. Mas, apesar de receber pouca aceitação, o convite permanece em pé para
qualquer judeu que se humilha e recebe Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
b) A oportunidade dos gentios. A incredulidade
dos judeus não frustrou os propósitos salvíficos de Deus, pelo contrário, o
convite para a festa foi dirigido aos gentios. “Os gentios, ouvindo isto,
regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam
sido destinados para a vida eterna”. At 13:48. Novamente, Deus se dirige aos
seus servos, ordenando-lhes: “Ide, pois, para as encruzilhadas e convidai para
as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas,
reuniram todos os que encontraram, maus e bons.” Assim, o propósito foi
alcançado: “a sala do banquete ficou repleta de convidados”.
2) A Promoção do Convite: Podemos imaginar algumas dessas
pessoas que foram encontradas nas encruzilhadas dos caminhos perguntando: “Como
posso aceitar o convite, não tenho vestes próprias para uma festa no palácio do
rei! Que posso fazer?” Ao que os servos responderam: Não se preocupem, “tudo
está pronto; vinde para as bodas.” O rei já providenciou as “vestes nupciais”.
Estas vestes encobrem tudo e, aqueles que estiverem vestidos com elas, serão
reconhecidos como dignos de estarem na presença do rei.
Essa figura descreve claramente a
situação do pecador. Por causa de seus pecados, ele não tem acesso à presença
de Deus. Então, não há esperança para o pecador? Sim, porque Deus, em sua
imensurável misericórdia, já providenciou um encobrimento que apaga todos os
nossos pecados. Esta veste é a justiça de Jesus Cristo e, vestidos com ela,
Deus nos vê como uma “Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa
semelhante, porém santa e sem defeito.” Ef 5:27. Agora, podemos ter confiança, porque:
“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo.” Rm 5:1. Ele é o nosso tudo.
Mas, devemos perguntar: Como é que Deus
conseguiu “ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus?” Rm 3:26. A
chave é esta: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Jo3:16. Ele veio para este mundo como o nosso “fiador”, aquele que tinha
recursos suficientes para pagar a totalidade da dívida que incorreu por causa
dos nossos pecados.
Como é que Cristo conseguiu pagar
essa dívida? A Bíblia ensina que “o salário do pecado é a morte.” Rm 6:23.
Portanto, como o nosso Fiador e Substituto, Ele tinha que morrer em nosso
lugar. A essência do evangelho é esta: “Que Cristo morreu pelos nossos pecados,
segundo as Escrituras.” I Co 15:3. O profeta descreveu as circunstâncias desta
morte vicária e como o nosso pecado foi imputado a Jesus Cristo: “Mas ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras (sofrimentos
e afrontas, Mc 10:33-34) fomos sarados.” Is 53:5. O problema do pecado do povo
de Deus foi definitivamente resolvido. Portanto, podemos confiar na veracidade
do convite: “Tudo está pronto; vinde para as bodas.” E qual deve ser a nossa
resposta? “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a
fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna.” Hb 4:16.
3) A Prescrição do Convite: Neste convite do rei está implícita
a necessidade de vestir-se com tudo o que ele tem providenciado para a entrada
feliz na sala do banquete. Essa aceitação do convite envolve uma certa
humilhação da parte do convidado, no sentido que ele tem que reconhecer que as
suas próprias vestes, mesmo sendo as melhores possíveis, são totalmente
inadequadas para permitir uma entrada feliz para o banquete.
A parábola estabelece um contraste
entre as duas formas de justiça. Primeiro, a auto-justiça que o próprio homem
procura estabelecer através dos seus próprios esforços, mediante a prática de
boas obras. A Bíblia, porém, afirma categoricamente “que ninguém será
justificado diante dele (Deus) por obras da lei, em razão de que, pela lei, vem
o pleno conhecimento do pecado” Rm 3:20. A lei nunca foi dada para salvar,
antes, o seu intento é dar o pleno conhecimento do pecado e condenar o
transgressor dela à “penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor
e da glória do seu poder”, II Ts 1:9.
A outra justiça é aquela “que procede
de Deus”, “baseada na fé” Fl 3:9. Essa é
a justiça que Cristo adquiriu por nós, mediante a sua perfeita obediência e morte
vicária na cruz. Quando chegamos a Ele, pela fé, depositando toda a nossa
confiança nele, essa justiça é imputada a nós, e nos dá pleno acesso à presença
de Deus. O grande anseio do Ap Paulo foi “ser achado nele (Cristo), não tendo
justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a
justiça que procede de Deus, baseada na fé” Fl 3:9
A parábola ilustra graficamente a
diferença entre essas duas justiças. A maioria dos convidados recebeu e vestiu
a “veste nupcial” sem qualquer restrição, porque reconheceu a soberania do rei
para legislar as normas para entrar no palácio. Mas um convidado chegou e
recusou vestir-se da “veste nupcial”, talvez justificando a sua atitude,
dizendo: “Eu preparei a minha veste com todo cuidado, não preciso da que o rei
está distribuindo, a minha é suficiente.” Assim, ele entrou na sala do banquete
e, confiadamente, tomou o seu lugar à mesa. Mas, quando o rei chegou para “ver
os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia a veste nupcial e perguntou-lhe:
Amigo, como entraste aqui sem a veste nupcial? E ele emudeceu.” A reação do rei
foi fulminante, porque não podia tolerar tamanha afronta. “Então, ordenou o rei
aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora nas trevas; ali
haverá choro e ranger de dentes.”
Conclusão: O
Ap. Paulo fala sobre estas duas atitudes de Deus. “Considerai, pois, a bondade
e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo,
a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás
cortado.” Rm11:22. Cuidado com o “perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo.” – que não deixa a pessoa acolher os convites de Deus, Hb
3:12. Cuidado com a presunção que encoraja a pessoa a confiar em sua própria
justiça. Lembre-se do fim desesperador do intruso que a parábola ressalta. Ser
rejeitado no último momento é indizivelmente horrível. Mas, por outro lado,
como é feliz a pessoa que acolheu o convite generoso de Deus com prontidão e
ação de graças! No céu, ela será vestida da vestidura branca, alvejada no
sangue do Cordeiro, Ap 7:9,14.
--------------------------------------------------------
Blog Vasos de Honra: http://revivanross.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário