Leitura Bíblica: João 5:24-30
Introdução: O Ap. Paulo
encerrou a sua mensagem aos atenienses, afirmando: “Porquanto estabeleceu
(Deus) um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão
(Jesus Cristo) que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre
os mortos” (At. 17:31). A Confissão de Fé da nossa Igreja ensina: “Assim como
Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos justos em
suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um
dia de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a
fim de que eles se despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes,
não sabendo a que hora virá o Senhor, e estejam prontos a dizer: Vem logo,
Senhor Jesus! Amém” (Cap. 33:3). E, de forma semelhante, o nosso Senhor fez
repetidas referências ao Dia do Juízo: “Digo-vos que toda palavra frívola que
proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas
palavras serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mt.
12:36-37). E, finalmente, em nosso texto, Cristo fez uma clara referência a
esse Dia do Juízo Vindouro. Vamos ao texto lido.
1. A Identidade do Juiz Vs. 26-27. O Juiz é alguém que é igual ao Pai, porque Ele é da mesma
substância, isto é, o poder de auto-existência. “Porque assim como o Pai tem
vida em si mesmo (Ele não depende de recursos externos para manter a sua vida),
também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (V.26). Pai e Filho têm a mesma
autoridade sobre todas as coisas no céu e na terra. Mas, apesar dessa
igualdade, percebemos que o Filho tem o atributo específico para julgar os
transgressores da lei de Deus. Como diz o Apóstolo: “E o Pai a ninguém julga,
mas ao Filho confiou todo julgamento” (Jo. 5:22).
Certamente alguém está se lembrando da palavra do Senhor,
quando afirmou: “Eu a ninguém julgo” (Jo.8:15). Mas, o nosso texto se refere ao
ministério de Cristo enquanto andava entre os homens aqui na Terra e não da sua
atividade em seu estado de exaltação. Como Ele mesmo explicou: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para
que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo.3:17). Tudo
tem as suas devidas sequências. Primeiro Cristo prepara e convida os pecadores
para receber a salvação; mas, no caso de ser rejeitado, vem a condenação. No
momento, Cristo está salvando pecadores que se arrependem de seus pecados e
crêem nele, porém, na consumação do século, a obra salvadora de Cristo será
definitivamente encerrada, e dará início ao processo de encaminhar a humanidade
para o seu lugar na eternidade. “E irão estes (os injustos e condenados) para o
castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mt. 25:46).
2. A Ideologia do Juiz Vs. 24 e 28. Qual será o padrão que Cristo usará no Dia do Juízo? Ele
julgará o mundo com justiça (At. 17:31). Uma das verdades básicas à filosofia
humana é que depois da morte haverá uma distribuição de recompensas, quando
cada um receberá segundo o seu procedimento. “Tribulação e angústia virão sobre
a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego;
glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu
primeiro e também ao grego. Porque para com Deus não há acepção de pessoas”
(Rm. 2:6-11). E, fundamental a essa crença é que “o Juiz de toda a terra” fará
a justiça, (Gn.18:25). O Dia do Juízo é visto como o “dia em que Deus, por meio
de Jesus Cristo, julgará os segredos dos homens” (Rm. 2:16). Cristo é
totalmente competente para julgar os segredos dos homens, “porque os conhecia a
todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem,
porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo. 2:24-25).
Como devemos avaliar os dias atuais? São dias de
oportunidade, dias em que devemos nos preparar para o Juízo Vindouro. Cristo
comentou sobre essa necessidade quando disse: “Em verdade, em verdade vos digo:
quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não
entra em juízo (para ser condenado), mas passou da morte para a vida” (V.24). O
nosso preparo espiritual se resume em uma só palavra: “Crer”. O evangelho está
sendo anunciado com este apelo: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua
casa” (At. 16:31). Fé em Jesus Cristo é absolutamente necessária à salvação da
nossa vida. Ele é o meio que Deus providenciou pelo qual podemos tomar posse da
nossa salvação. Não existe nenhuma outra possibilidade. “Por isso, quem crê no
Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantêm rebelde contra o Filho
(recusando submeter-se às suas condições) não verá a vida, mas sobre ele
permanece a ira de Deus” (Jo. 3:36).
Quando é que esse Dia se manifestará? Ninguém sabe! “Mas a
respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho,
senão o Pai” (Mt. 24:36). “Ficai também vós apercebidos, porque à hora que não
cuidais, o Filho do homem virá” (Lc. 12:39-40). No momento, o importante é
ouvir e crer no Evangelho de Jesus Cristo, pois a nossa felicidade na
eternidade depende desse passo.
3. A Idoneidade do Juiz, Vs. 29-30. Cremos que o Senhor, como criador de tudo o que existe,
visível e invisível, tem a idoneidade, ou, a competência, para encaminhar, com
justiça, todas as coisas que foram criadas por Ele, inclusive o lugar certo
para cada pessoa na eternidade. Mas, como será a manifestação desse Dia? Haverá
uma sequência de eventos inconfundíveis. Primeiro, a consumação do século será
anunciada pela Segunda Vinda de Jesus Cristo e a ressurreição geral, a fim de
que todos, vivos e mortos, compareçam perante o tribunal de Cristo. “Então
verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará
os anjos e reunirá os seus escolhidos (os povos deste mundo) dos quatro ventos
da extremidade da Terra até a extremidade do céu” (Mc. 13:26-27). Logo em
seguida se iniciará o processo do julgamento final, “para que cada um receba
segundo o bem ou o mal que tiver feito no corpo” (2Co. 5:10). “Quando vier o
Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no
trono da sua glória, todas as nações reunidas em sua presença, e ele separará
uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas
à sua direita, mas os cabritos, à esquerda” (Mt. 25:31-33).
Na leitura do nosso texto, Cristo descreveu esse processo de
separação usando estas palavras: “Os que tiverem feito o bem, para a
ressurreição da vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do
juízo”, quando serão condenados por causa de seu procedimento reprovado. Não
haverá duas ressurreições. O versículo está descrevendo o destino de cada
pessoa depois da sua ressurreição. Assim, observamos que, depois da nossa
ressurreição, será tarde demais para mudar o rumo do nosso estado na
eternidade. Cristo encerrou o seu discurso sobre o juízo vindouro dizendo: “E
irão estes (os injustos) para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida
eterna” (Mt. 25:46).
Conclusão: Quanto ao juízo
vindouro, o Ap. João escreveu: “ Filhinhos, agora, pois, permanecei nele (em
Cristo), para que quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos
afastemos envergonhados na sua vinda” (1Jo. 2:28). O Dia do Juízo pode ser um
dia de confiança se tivermos permanecido assíduos em nossa devoção a Jesus
Cristo; ou, pode ser um Dia quando nos sentiremos envergonhados por causa de
atos de infidelidade e omissões em nossos deveres de devoção. E o Apóstolo
acrescentou: “E a si mesmo se purifica todo o que tem esta esperança (a esperança de sermos achados semelhantes a
Jesus Cristo no Dia da sua manifestação (1Jo. 3:2), assim como ele é puro”
(1Jo. 3:3). Por isso temos tantas exortações na Bíblia, como: “Por isso, ficai
também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem
virá” (Mt. 24:44). Sim, com toda certeza, haverá um Dia de Juízo, portanto, estejamos
preparados.
Rev. Ivan G. G. Ross
Nenhum comentário:
Postar um comentário