Vasos de Honra

quarta-feira, 17 de junho de 2015

NOSSO TESTEMUNHO



Leitura Bíblica: Mateus 5:1-16

Introdução: Nesta leitura temos dois relatos distintos. O primeiro descreve como o mundo trata a Igreja; e, no segundo, vemos como a Igreja deve tratar o mundo. Desde o tempo de Abel, no livro de Gênesis, os justos têm sido perseguidos pelos injustos. As duas formas mais usadas nessas perseguições são dirigidas contra a integridade do justo; difamações e mentiras, insinuações e inverdades, tudo para que o nosso nome seja levado ao desprezo, Vs.10-12.

Nos Vs. 13-16, Cristo descreve como devemos reagir diante dessa perseguição que o mundo levanta contra a Igreja. Somos “o sal da terra” e “a luz do mundo”. E, por necessidade: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus”, V.16. O Ap. Pedro, comentando sobre o procedimento dos cristão neste mundo, disse: “Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no Dia da Visitação” (1Pe. 2:11-12). Vamos aprender como a Igreja perseguida deve agir diante dos descrentes deste mundo.

1, A Persuasão do nosso Testemunho, V. 13. “Vós sois o sal da terra”.  Os cristãos são apresentados como se fossem sal, aquele ingrediente que faz uma diferença apreciável a tudo com que tem contato. Esse sal tem duas possibilidades que devem ser reconhecidas.

a) Sal exige cuidados especiais para que não se torne insípido, isto é, o cristão tem que permanecer em comunhão vital com Cristo Jesus. Como Ele mesmo disse: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim” (Jo. 15:4). Essa comunhão espiritual é cultivada através de hábitos de devoção. Davi fez referência a esse hábito quando disse: “De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração e fico esperando” (Sl. 5:3). Através desse hábito, a leitura diária das Escrituras Sagradas e a oração, aprendemos de Jesus e como andar com Ele, (Cl. 2:6-7). Assim, o sal que está em nós jamais se tornará insípido.

b) Quais são os elementos que podem contaminar o sal que está em nós, fazendo que ele se torne insípido? O primeiro e o mais comum é a negligência daqueles atos diários de devoção, isto é, a leitura atenciosa da Bíblia e a oração perseverante. Mas existem muitos outros elementos que podem corromper a utilidade do sal. O Apóstolo menciona “todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia” (Hb,12:1). Pecado, como a transgressão da lei, é normalmente evitado pelo cristão sincero; porém, pesos, que não são propriamente transgressões da lei de Deus, podem entrar traiçoeiramente em nossa vida e prejudicar o nosso testemunho; ou seja, atividades que consomem o nosso tempo de tal forma que não sobra tempo para os atos de devoção. Podemos mencionar o tempo desnecessário gasto com a Internet e Facebook, etc; esportes; e os cuidados deste mundo como prioridades e investimentos, (Lc. 14:18-19). Por causa dessas realidade possíveis, Cristo faz uma pergunta pertinente: “Ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor?” E se não houver cuidados e o sal ficar realmente insípido, Cristo concluiu: “Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”. Em nossos hábitos de devoção, devemos buscar uma sensibilidade espiritual, a fim de discernir qualquer elemento estranho que procura entrar em nossa vida. Com esse cuidado, o sal que está em nós jamais se tornará insípido. O Apóstolo nos adverte: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (2Co. 10:12).

2. A Persistência do nosso Testemunho, Vs. 14-15. “Vós sois a luz do mundo”. À semelhança do sal, a  luz é um elemento silencioso, porém, quando está presente, ninguém questiona a sua realidade. A luz pode ser pequena, porém, na escuridão, ela se torna visível. O pirilampo, ou vaga-lume, faz a sua presença conhecida mediante a luz que irradia. Assim, sem nenhuma palavra, anuncia a sua presença. A vida do cristão tem um elemento, como se fosse uma luz, que, sem palavras, todos ao seu redor reconhecem que ele tem algo diferente e chamativo direcionando a sua vida. O Ap. Pedro, falando sobre o caso de uma esposa crente que tem um marido descrente, faz referência a essa luz silenciosa, dizendo: “Mulheres, sede vós igualmente submissas a vosso próprio marido, para que se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor” (1Pe. 3:1-2).

O nosso Senhor fez duas observações sobre essa luz que caracteriza a vida de todos os cristãos.

a) Não devemos tentar colocar a nossa luz debaixo de um alqueire (uma cesta usada para medir grãos) para que não possa alumiar a todos os presentes. “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte”, e nem a realidade da graça de Deus em nossa vida. Essa luz não é algo natural, o fruto de alguns estudos específicos, antes, é um dom da graça de Deus, dado para que o mundo reconheça a sua obra em nossa vida. Na realidade, essa luz é a Pessoa de Jesus Cristo que agora habita na vida de todos os que nele crêem. “Pois, outrora, éreis trevas (sem Cristo, Ef. 2:12), porém, agora, sois luz no Senhor (Cristo está em nossa vida); andai como filhos da luz (porque o fruto da luz - Cristo em nós - consiste em toda bondade, e justiça e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor” (Ef. 5:8-10). Importa que todos vejam o nosso testemunho cristão e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

b)Em vez de impedir o pleno brilho da nossa luz, temos que colocá-la num velador para que ilumine todos o que se encontram na nossa presença. Quando alguém entra em nossa casa, o que estão vendo? Um lar que evidencia trevas e mundanismo, ou uma mobília modesta que testifica do temor de Deus? Quando a luz está no velador, ela, silenciosamente, manifesta a presença de Cristo no meio da família. Importa que todos vejam o nosso testemunho cristão e glorifiquem a nosso Pai que está nos céus.

3. A Personificação do nosso Testemunho, V.16.  Chegamos agora, à parte quando afirmamos que o nosso testemunho é composto, inegavelmente, de palavras audíveis e de boas obras. “Assim, brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. O nosso testemunho é de uma pessoa viva, que tem uma experiência pessoal com Jesus Cristo.

a) O nosso testemunho está brilhando quando temos uma  prontidão espontânea para explicar os princípios da nossa esperança em Cristo. O Ap. Pedro escreveu afirmando que devemos estar “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe. 3:15). Alguém nos vê com a Bíblia na mão e pergunta: Você é crente? E, sem qualquer hesitação, respondemos: Sim! E, logo em seguida, acrescentamos: Creio “que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co. 15:3-4). Uma fé singular nesta verdade básica nos garante o perdão de todos os nossos pecados e a certeza da vida eterna. A nossa luz está brilhando quando testemunhamos da nossa esperança em Jesus Cristo.

b) Parte do nosso testemunho é a confissão de que amamos o nosso irmão na fé. Mas esta palavra tem que ser confirmada por uma ação apropriada. Nesse sentido, o Ap. João nos ajuda a entender a ligação entre palavras e ações. “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo. 3:17-18). O brilho da luz tem que ser visto pelos homens para que glorifiquem o nosso Pai que está nos céus.

c) Parte do nosso testemunho diante dos nossos conhecidos é a nossa assiduidade na prática dos deveres cristãos. O Apóstolo exortou: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb.10:25). Falamos de Cristo não somente para descrentes, como se fossem eles os únicos que precisam ouvir uma palavra de esperança, mas, também, aos membros da nossa Igreja. Muitos vêm à Igreja na esperança de receber uma palavra de consolo, ou através da mensagem do pastor, ou de um membro em conversa particular. Cristo disse: “Não só de pão (valores materiais) viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt. 4:4). Como podemos admoestar as pessoas necessitadas das nossas Igrejas se não estivermos presentes? O nosso dever imediato é que brilhemos, deixando que todos vejam a nossa assiduidade nos interesses do reino de Deus.

Conclusão: Temos tomado conhecimento da atitude do mundo para com a Igreja; todavia, mais importante é reconhecer que a Igreja tem que manifestar uma atitude positiva diante do mundo, mesmo quando estamos sendo perseguidos por causa da nossa lealdade a Jesus Cristo. Somos o sal da terra e a luz do mundo. Somos uma contribuição positiva à sociedade secular e não negativa, como, às vezes, acusados, (1Pe. 2:12).

Sal tem um poder persuasivo e logo faz a sua  presença reconhecida. Todavia, reconhecemos a necessidade de praticar, todos os dias, os atos de devoção, para que o sal não se torne insípido. A luz tem um poder persistente, mas, para isso, o lugar dela está no velador e não escondida debaixo de uma cesta. O importante é que todos sejam aluminados. O nosso testemunho tem que ser pessoal, afinal, como cristãos, somos pessoas que têm uma palavra apropriada para todos. Dessa maneira, as pessoas que estão observando o nosso honesto procedimento hão de glorificar o nosso Pai que está nos céus. Que cada um de nós sejamos diligentes para que os propósitos de Deus para a nossa vida tenham a devida expressão. Nós não somos uma mera conjectura, somos, de fato, o sal da terra e a luz do mundo.



Rev. Ivan G. G. Ross

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