LEITURA BÍBLICA: Romanos 4:13-25
Introdução: Por um momento, juntamente com as
mulheres, Maria Madalena e a outra Maria, vamos contemplar o túmulo onde
Cristo, depois de ser crucificado e morto, foi sepultado. Ficamos perplexos ao
ver a pedra removida e o túmulo vazio. O que aconteceu? Um anjo se dirigiu às
mulheres, dizendo: “Não temais; porque
sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou,
como tinha dito. Vinde ver onde Ele jazia.” Mt 28:5-6. A ressurreição é
motivo de grande alegria para todos os que têm esperança em Jesus Cristo. Ele é
um Salvador vivo.
Mas, devemos perguntar: Qual é a
importância da ressurreição de Jesus para a nossa vida? O Ap. Paulo responde: “Cristo foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” Rm 4:25.
Portanto, o fruto da ressurreição de Jesus Cristo é a justificação de
pecadores. “O que é justificação? Justificação é um ato da livre graça de Deus,
no qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante
dele, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela
fé.” Breve Cat. 33.
Resumimos esta verdade -
Justificação é uma palavra forense e significa: Quando Deus, como Juiz Supremo,
e, de acordo com sua lei, declara que somos inocentes, a sua lei não tem nada a
dizer contra a nossa pessoa. Tal pronunciamento é possível porque Deus nos vê
vestidos da perfeita justiça de seu Filho Jesus Cristo, que encobre os nossos
pecados. Cristo tem essa justiça por causa da sua perfeita obediência à lei de
Deus. Agora, aqueles que crêem em Jesus Cristo, a justiça de Cristo, ou, sua
perfeita obediência, é imputada a eles de tal forma que a obediência de Cristo
é vista como se fosse a própria obediência do pecador. Esse ato da graça de
Deus é reconhecido e recebido somente pela fé. Rm 5:1.
1) A Justificação de Abraão: Ele é um exemplo de como a
justificação é recebida. A Bíblia tem este registro: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça” Rm 4:3.
Mas, devemos perguntar: Qual foi a substância deste ato de crer em Deus? Em
resumo, ele acreditou nas promessas redentoras que Deus lhe deu. Abraão,
juntamente com os demais piedosos do Antigo Testamento, “morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém de
longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a
terra.” Hb 11:13. Eles perceberam a realidade contida nas promessas, mas
não compreenderam completamente como os detalhes seriam realizados. Contudo, a
sua fé foi válida, acreditando que a redenção do pecador seria um ato soberano
e misericordioso da parte de Deus. Assim, Deus passou a ser reconhecido como “Senhor, rocha minha e redentor meu.”
Sl19:14. Qual foi a substância da fé justificadora de Abraão?
a) Abraão acreditou na promessa que
se referia ao “Descendente Especial”. O Ap. Paulo explicou: “Ora,
as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos
descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu
descendente, que é Cristo.” Gl 3:16. Evidentemente, Abraão tinha um certo
conhecimento de Cristo. E, quando Jesus estava defendendo a sua eternidade, Ele
mesmo confessou: “Abraão, vosso pai,
alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. (...) Em verdade, em
verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” Jo 8:56,58.
Podemos afirmar: Abraão era um crente convicto em Jesus Cristo como o seu
Redentor e Salvador, por isso, ele é reconhecido como “o pai de todos os que crêem”,
os que “andam nas pisadas da fé que teve Abraão.”Rm 4:11-12.
b) Abraão acreditou na ressurreição
dos mortos. Ele
creu no “Deus que vivifica os mortos e
chama à existência as cousas que não existem”. Rm.4:17. Esta fé foi
demonstrada quando ele foi desafiado a oferecer o seu filho Isaque, em
holocausto. Abraão estava pronto para obedecer “porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre
os mortos.” Hb11:19. Subentende-se que Abraão, de certa forma, entendeu que
o Cristo daria a sua própria vida em resgate por muitos, mas, Deus, aprovando a
eficácia deste sacrifício vicário, ressuscita-lo-ia dentre os mortos.
Esta história de fé de Abraão não
foi registrada como uma mera lembrança dele, pelo contrário, foi escrita “por nossa causa, posto que a nós igualmente
nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os
mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:24-25
2) Os requisitos para a nossa
justificação: A
Bíblia afirma: “Justificados, pois,
mediante a Fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por
intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela Fé, e esta graça na qual
estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” Rm 5:1-2.
Novamente, devemos perguntar: qual a substância desta fé que devemos acreditar
e receber?
a) Devemos acreditar na divindade de
Jesus Cristo.
Destacamos este ponto, porque não fomos resgatados por um valor qualquer. “Sabendo que não foi mediante cousas
corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados do vosso fútil
procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de
cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito,
antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de
vós.” I Pe 1:18-20. Por causa do eterno valor do sangue de Cristo, podemos
afirmar que os piedosos do Antigo Testamento foram redimidos pelo mesmo sangue
dos piedosos no Novo Testamento. Como podemos discernir a Divindade de Cristo
neste sangue resgatador? O Ap. Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em
figura humana, a si mesmo se humilhou tornando-se obediente até a morte e morte
de cruz.” Fl 2:5-8. Aquele que nos amou e a si mesmo se entregou à morte
por nós, é aquele que “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação
o ser igual a Deus”.
b) Devemos acreditar na morte
substitutiva de Jesus Cristo, “O qual se entregou por causa das nossas
transgressões.” Veja o aspecto substitutivo na profecia de Isaías: “Mas ele (Cristo), foi transpassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades; e o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados.” Is 53:5. Por causa da eficácia desta
morte substitutiva, o Ap. Pedro declarou.
“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum
outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” At
4:12. A fé em Jesus Cristo é tão insubstituível, que a Bíblia afirma: “Quem crê no Filho (Jesus Cristo) tem a vida
eterna;o que todavia, se mantêm rebelde contra o Filho, não verá a vida, mas
sobre ele permanece a ira de Deus.” Jo3:36.
c) Devemos acreditar na ressurreição
de Jesus Cristo.
Esse foi o assunto principal da mensagem inaugural do Ap. Pedro no dia de
Pentecostes, At 2:22-36. A ressurreição de Cristo é de tal modo necessária, que,“se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé,
e ainda permaneceis nos vossos pecados.” I Co 15:17. E, portanto, sob a “penalidade de eterna destruição, banidos da
face do Senhor e da glória do seu poder.” II Ts1:9. A ressurreição de
Cristo demonstrou a veracidade de suas palavras acerca de si mesmo. Ele é o
Filho de Deus que veio para nos dar a sua própria vida em resgate por muitos. A
ressurreição de Cristo anunciou publicamente que Deus o Pai tinha aceitado o
seu sacrifício como suficiente para expiar e encobrir os pecados daqueles que
nele crêem. A ressurreição de Cristo demonstrou a sua vitória sobre a morte e
abriu as portas do céu para o seu povo. Enfim, a ressurreição de Cristo foi
indispensavelmente necessária para a nossa justificação. Cristo “foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:25
3) O fruto imediato da Justificação. Justificados estamos agora “em
Cristo”, unidos com Ele. Nele recebemos “toda sorte de benção espiritual nas regiões
celestiais”, tais como: a) fomos escolhidos para uma vida “santa e
irrepreensível”; b) “adoção”, feitos filhos de Deus; c) “redenção”, libertados
do domínio do pecado; d)“perdão”, todos os nossos pecados foram perdoados e
lançados nas profundezas do mar; e)“desvendando-nos
o mistério da sua vontade”, a ponto de entendermos os propósitos de Deus; f) “fomos também feitos herança”,
somos herdeiros destes propósitos redentores; g) “fomos selados com o
Espírito Santo da promessa”, que nos dá a certeza da salvação, Ef 1:3-14; h)“paz com
Deus”, não estamos mais guerreando contra a sua vontade para a nossa vida, Rm 5:1. A ressurreição de Cristo é a
garantia da nossa própria ressurreição “Mas
de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que
dormem.” I Co 15:20-21. Com o salmista, podemos perguntar: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em
quem eu me comprazo mais na terra.” Sl 73:25. “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor
Jesus Cristo.” I Co15:57. Tendo sido enriquecidos com tantas bênçãos, qual
deve ser uma das nossas disposições espirituais? O Ap. Paulo nos deu esta
direção: “Portanto, se fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo
vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, não nas que
são aqui na terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós
também sereis manifestados com ele em glória.” Cl3:1-4. O Ap. João,
maravilhado com a graça de Deus, exclamou: “Vede
que grande amor nos tem creditado o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de
Deus; e de fato, somos filhos de Deus (...) Amados, agora somos filhos de Deus,
e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.”
I Jo3:1-2. A vinda de Cristo continua sendo um dos anseios principais do
cristão.
Conclusão: A lembrança da ressurreição de
Cristo não deve ser uma esperança desacompanhada, porque ela trouxe a nós
bênçãos inumeráveis, bênçãos que saciam o nosso coração sedento. “Cristo foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:25
Rev. Ivan G. G. Ross
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