Vasos de Honra

quarta-feira, 27 de março de 2013

O FRUTO DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO






LEITURA BÍBLICA: Romanos 4:13-25

Introdução: Por um momento, juntamente com as mulheres, Maria Madalena e a outra Maria, vamos contemplar o túmulo onde Cristo, depois de ser crucificado e morto, foi sepultado. Ficamos perplexos ao ver a pedra removida e o túmulo vazio. O que aconteceu? Um anjo se dirigiu às mulheres, dizendo: “Não temais; porque sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde Ele jazia.” Mt 28:5-6. A ressurreição é motivo de grande alegria para todos os que têm esperança em Jesus Cristo. Ele é um Salvador vivo.

Mas, devemos perguntar: Qual é a importância da ressurreição de Jesus para a nossa vida? O Ap. Paulo responde: “Cristo foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” Rm 4:25. Portanto, o fruto da ressurreição de Jesus Cristo é a justificação de pecadores. “O que é justificação? Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante dele, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé.” Breve Cat. 33.

Resumimos esta verdade - Justificação é uma palavra forense e significa: Quando Deus, como Juiz Supremo, e, de acordo com sua lei, declara que somos inocentes, a sua lei não tem nada a dizer contra a nossa pessoa. Tal pronunciamento é possível porque Deus nos vê vestidos da perfeita justiça de seu Filho Jesus Cristo, que encobre os nossos pecados. Cristo tem essa justiça por causa da sua perfeita obediência à lei de Deus. Agora, aqueles que crêem em Jesus Cristo, a justiça de Cristo, ou, sua perfeita obediência, é imputada a eles de tal forma que a obediência de Cristo é vista como se fosse a própria obediência do pecador. Esse ato da graça de Deus é reconhecido e recebido somente pela fé. Rm 5:1.

1) A Justificação de Abraão: Ele é um exemplo de como a justificação é recebida. A Bíblia tem este registro: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça” Rm 4:3. Mas, devemos perguntar: Qual foi a substância deste ato de crer em Deus? Em resumo, ele acreditou nas promessas redentoras que Deus lhe deu. Abraão, juntamente com os demais piedosos do Antigo Testamento, “morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.” Hb 11:13. Eles perceberam a realidade contida nas promessas, mas não compreenderam completamente como os detalhes seriam realizados. Contudo, a sua fé foi válida, acreditando que a redenção do pecador seria um ato soberano e misericordioso da parte de Deus. Assim, Deus passou a ser reconhecido como “Senhor, rocha minha e redentor meu.” Sl19:14. Qual foi a substância da fé justificadora de Abraão?

a) Abraão acreditou na promessa que se referia ao “Descendente Especial”. O Ap. Paulo explicou: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.” Gl 3:16. Evidentemente, Abraão tinha um certo conhecimento de Cristo. E, quando Jesus estava defendendo a sua eternidade, Ele mesmo confessou: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se. (...) Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” Jo 8:56,58. Podemos afirmar: Abraão era um crente convicto em Jesus Cristo como o seu Redentor e Salvador, por isso, ele é reconhecido como “o pai de todos os que crêem”, os que “andam nas pisadas da fé que teve Abraão.”Rm 4:11-12.

b) Abraão acreditou na ressurreição dos mortos. Ele creu no “Deus que vivifica os mortos e chama à existência as cousas que não existem”. Rm.4:17. Esta fé foi demonstrada quando ele foi desafiado a oferecer o seu filho Isaque, em holocausto. Abraão estava pronto para obedecer “porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos.” Hb11:19. Subentende-se que Abraão, de certa forma, entendeu que o Cristo daria a sua própria vida em resgate por muitos, mas, Deus, aprovando a eficácia deste sacrifício vicário, ressuscita-lo-ia dentre os mortos.

Esta história de fé de Abraão não foi registrada como uma mera lembrança dele, pelo contrário, foi escrita “por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:24-25

2) Os requisitos para a nossa justificação: A Bíblia afirma: “Justificados, pois, mediante a Fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela Fé, e esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.” Rm 5:1-2. Novamente, devemos perguntar: qual a substância desta fé que devemos acreditar e receber?

a) Devemos acreditar na divindade de Jesus Cristo. Destacamos este ponto, porque não fomos resgatados por um valor qualquer. “Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós.” I Pe 1:18-20. Por causa do eterno valor do sangue de Cristo, podemos afirmar que os piedosos do Antigo Testamento foram redimidos pelo mesmo sangue dos piedosos no Novo Testamento. Como podemos discernir a Divindade de Cristo neste sangue resgatador? O Ap. Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em  semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.” Fl 2:5-8. Aquele que nos amou e a si mesmo se entregou à morte por nós, é aquele que “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus”.

b) Devemos acreditar na morte substitutiva de Jesus Cristo,O qual se entregou por causa das nossas transgressões.” Veja o aspecto substitutivo na profecia de Isaías: “Mas ele (Cristo), foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; e o castigo que nos traz  a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Is 53:5. Por causa da eficácia desta morte substitutiva, o Ap. Pedro declarou. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” At 4:12. A fé em Jesus Cristo é tão insubstituível, que a Bíblia afirma: “Quem crê no Filho (Jesus Cristo) tem a vida eterna;o que todavia, se mantêm rebelde contra o Filho, não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.” Jo3:36.

c) Devemos acreditar na ressurreição de Jesus Cristo. Esse foi o assunto principal da mensagem inaugural do Ap. Pedro no dia de Pentecostes, At 2:22-36. A ressurreição de Cristo é de tal modo necessária, que,“se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.” I Co 15:17. E, portanto, sob a “penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” II Ts1:9. A ressurreição de Cristo demonstrou a veracidade de suas palavras acerca de si mesmo. Ele é o Filho de Deus que veio para nos dar a sua própria vida em resgate por muitos. A ressurreição de Cristo anunciou publicamente que Deus o Pai tinha aceitado o seu sacrifício como suficiente para expiar e encobrir os pecados daqueles que nele crêem. A ressurreição de Cristo demonstrou a sua vitória sobre a morte e abriu as portas do céu para o seu povo. Enfim, a ressurreição de Cristo foi indispensavelmente necessária para a nossa justificação. Cristo “foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:25

3) O fruto imediato da Justificação. Justificados estamos agora “em Cristo”, unidos com Ele. Nele recebemos “toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais”, tais como: a) fomos escolhidos para uma vida “santa e irrepreensível”; b) “adoção”, feitos filhos de Deus; c) “redenção”, libertados do domínio do pecado; d)“perdão”, todos os nossos pecados foram perdoados e lançados nas  profundezas do mar; e)“desvendando-nos o mistério da sua vontade”, a ponto de entendermos os propósitos de Deus; f) “fomos também feitos herança”, somos herdeiros destes propósitos redentores; g) “fomos selados com o Espírito Santo da promessa”, que nos dá a certeza da salvação, Ef 1:3-14; h)“paz com Deus”, não estamos mais guerreando contra a sua vontade para a nossa vida, Rm 5:1. A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa própria ressurreição “Mas de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” I Co 15:20-21. Com o salmista, podemos perguntar: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me comprazo mais na terra.” Sl 73:25. “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Co15:57. Tendo sido enriquecidos com tantas bênçãos, qual deve ser uma das nossas disposições espirituais? O Ap. Paulo nos deu esta direção: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, não nas que são aqui na terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele em glória.” Cl3:1-4. O Ap. João, maravilhado com a graça de Deus, exclamou: “Vede que grande amor nos tem creditado o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e de fato, somos filhos de Deus (...) Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” I Jo3:1-2. A vinda de Cristo continua sendo um dos anseios principais do cristão.

Conclusão: A lembrança da ressurreição de Cristo não deve ser uma esperança desacompanhada, porque ela trouxe a nós bênçãos inumeráveis, bênçãos que saciam o nosso coração sedento. “Cristo foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” Rm 4:25


Rev. Ivan G. G. Ross


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