Vasos de Honra

sábado, 4 de janeiro de 2014

OS PERSEGUIDOS



“Bem-aventurado os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus: pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mateus 5:10-12).

INTRODUÇÃO: A oitava é a última bem-aventurança no sermão do monte, e, até certo ponto, é diferente das demais. As primeiras sete bem-aventuranças anunciam as virtudes que caracterizam a vida de todos os filhos de Deus. Mas, a oitava bem-aventurança fala da reação que essas perfeições provocam nos ímpios. Eles odeiam essas virtudes e perseguem os seus possuidores, a fim de desacreditar e destruir o seu testemunho.

1. A Causa da Perseguição: Cristo explicou: “ Por causa da justiça,” por causa de uma vida santa e irrepreensível. Aqui percebemos um paradoxo. Por um lado, todo mundo elogia a prática de boas obras e de uma vida correta, porém, quando alguém está praticando essas excelências em nome de Cristo, é zombado e perseguido. Por que essa oposição? Quando o ímpio vê alguém praticando a justiça, a sua consciência  o acusa da sua omissão. Mas, em vez de arrepender-se e começar a praticar a vontade de Deus, ele fica irritado com o bom testemunho do piedoso, porque a sua consciência foi despertada para o condenar. Para livrar-se dessas acusações em seu homem interior, ele se levanta contra o causador dessas inquietações para o destruir. “Pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.”

2. A Natureza dessa Perseguição: A perseguição religiosa sempre teve duas manifestações. Na igreja primitiva, a perseguição infligia os cristãos com toda sorte de sofrimento físico, prisões, e até morte cruenta. Contudo, acredito que a perseguição mais comum em nossos dias é o uso de uma língua venenosa. Quando, por causa de Cristo “vos injuriarem e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós”. Por que Deus permite a perseguição de seus filhos? Embora não tenhamos uma resposta completa, sabemos  que todas as cousas (inclusive perseguição) cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8:28). Um desses benefícios é a confirmação da veracidade da nossa fé em Cristo. “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe. 1:6-7). Nesse dia, Cristo receberá todo " o louvor, glória e honra", porque, mesmo em meio ao sofrimento, seu povo há de engrandecê-lo através da maneira pela qual foi conduzido à vida eterna.

3. A Reação à Perseguição. Devemos lembrar que, como cidadãos do reino de Deus, já temos uma vida bem-aventurada acalmando o nosso coração em meio a diversas experiências desta vida. E, agora, diante das angústias da  perseguição, qual é a nossa reação? Jesus Cristo recomendou: “Regozijai-vos e exultai”. O Ap. Tiago acrescentou: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tg. 1:2-3). A perseverança ao prosseguir algo subentende uma convicção de que todas as adversidades são um nada a fim de alcançar o propósito da nossa fé: a salvação da nossa alma. O Ap. Paulo podia declarar: “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e: co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm. 8:17). Esta foi a esperança dos apóstolos quando foram açoitados: “E eles se retiraram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (At. 5:41). Vamos cultivar  a mesma convicção do Ap. Paulo: “Porque para mim, tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser compadrados com a  glória a ser revelada em nós” (Rm. 8:18).

4. A Recompensa da Perseguição.  Aceitamos muitas coisas do presente quando temos certeza quanto ao bem que teremos no futuro. Assim, suportamos a perseguição do presente momento porque temos plena confiança na veracidade da promessa de Cristo: “Grande é o vosso galardão nos céus”. Esta foi a esperança que alimentava os heróis de Hebreus 11: “Pela fé, Moisés quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado, porquanto  considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hb. 11:24-26). Cristo também sofreu tudo alegremente, porque contemplava o galardão: “o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb. 12:2). O galardão que Cristo recebeu foi a vitória sobre o pecado, podendo, agora, perdoar os pecados de todos os  crêem. E o galardão que aguarda os que são perseguidos por causa de Cristo é a bem-aventurança de serem herdeiros “ do reino dos céus” e habitar com Cristo, que é incomparavelmente melhor do que qualquer momento de prazer nesta vida.


CONCLUSÃO: Devemos sentir a repetida ênfase sobre a bem-aventurança dos herdeiros do “reino dos céus”. Eles possuem “uma alegria indizível e cheia de glória”. Por quê? Porque sabem que Deus começou uma obra espiritual em  sua vida, dotando-os com virtudes que os distinguem como “o sal da terra” e “ a luz do mundo”. Seu prazer maior é guardar os mandamentos de seu Salvador e fazer diante dele o que lhe é agradável. Assim, eles “brilham”, deixando os homens verem a realidade dos valores espirituais; isto é: Cristo em sua vida, a esperança de glória.

Rev. Ivan G.G. Ross

Nenhum comentário:

Postar um comentário