Vasos de Honra

terça-feira, 12 de novembro de 2013

EMANUEL – DEUS CONOSCO



“Eis que a virgem conceberá a dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”, Mateus 1:23. Essa é a mensagem do Natal: Deus conosco.

Esse versículo é uma citação da profecia em Isaías 7:14, que foi dada para consolar o povo de Deus nos dias quando Jerusalém estava sendo ameaçada pelas tropas unidas dos reis da Síria e de Israel. Acaz, o rei de Judá, “tremia de medo”, mas o profeta lhe disse: “Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem desanime o teu coração por causa destes dois tocos de tições fumegantes; (...) Isto (a invasão de Jerusalém) não subsistirá, nem tão pouco acontecerá”, Is. 7:4,7. O profeta, então, convida-o a pedir um sinal, uma indicação de que o Senhor seria fiel e daria a Jerusalém a devida proteção. Mas, Acaz, homem extremamente incrédulo, recusou a oferta. Depois de repreender o rei por causa do seu reinado opressor, o Senhor resolveu agir soberanamente: Portanto o Senhor  mesmo vos dará um sinal: “ Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” O Senhor tem poder para não somente livrar Jerusalém de seu perigo, mas tem poder, ainda maior, suficiente para livrar o pecador da sua condenação eterna. Portanto, a promessa de Deus para enviar o seu próprio Filho, que entraria no mundo através de um nascimento virginal (sem auxílio humano), e que continuaria sendo verdadeiro Deus, mas, ao mesmo tempo, verdadeiro homem,  porém, “sem pecado”, Is. 7:15; Hb.4:15. Embora essa profecia pertencesse ao futuro, o rei Acaz recebeu uma outra palavra para o seu consolo. O profeta, olhando para o seu filho que estava ao lado dele, disse ao rei: “Antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem, será desamparada a terra ante cujos dois reis tu tremes de medo”, v.16. Assim aconteceu dentro de dois ou três anos, 2Rs. 15:20,30; 16:9.

Estamos, agora, preparados para meditar sobre o cumprimento literal desta promessa: Deus conosco. “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”, Gl. 4:4-5. Notemos a união entre os dois nomes de Cristo. Jesus tem esse nome porque Ele salva o seu povo dos pecados deles, e isso Ele consegue fazer porque é Deus conosco, “Deus perdoador, clemente e misericordioso”, Ne. 9:17.

1 A Alternativa do Deus Conosco. Na verdade, querendo salvar pecadores, Deus não tinha nenhuma outra alternativa senão tornar-se homem a fim de poder destruir a transgressão do pecador. Como isso aconteceu? Temos que entender, pelo menos em parte, a doutrina da Trindade. Nós cremos que: “Na unidade da divindade há três pessoas, de uma mesma substância, poder e eternidade – Deus o Pai (que declara a vontade da Divindade), Deus o Filho (que executa a vontade da Divindade) e Deus Espírito Santo (que comunica a vontade da Divindade)”, Confissão de Fé, cap. 2:3. O Filho de Deus é também conhecido como “Verbo”, o que revelou a natureza do Pai, Jo. 1:18; 14:8-11. “No princípio (ainda na eternidade), era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade e vimos a sua glória (mediante os seus milagres), glória como do unigênito do Pai”, Jo. 1:1,2,14.

O Apóstolo Paulo ensina que os salvos foram “comprados por preço”, 1Co. 6:20. O que está envolvido no pagamento desse preço? Novamente o Apóstolo responde: Jesus Cristo, “subsistindo em forma de Deus, não julgou usurpação ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”, Fl 2:6-8. Podemos descrever esse preço dizendo: O próprio Filho de Deus se humilhou assumindo um estado e circunstâncias tão diferentes da sua eterna glória. Ele colocou de lado essa glória, a fim de tornar-se homem e viver com todas as limitações dos homens, porém, sem pecado. Por ter nascido sob a lei, Ele, juntamente com os demais homens, tinha que submeter-se à lei, prestando-lhe uma obediência imaculada. A lei exige uma obediência total, e, no caso de qualquer falha, o transgressor receberia a sentença da morte, a separação de Deus. Os homens transgrediram essa lei, portanto, a pena da morte paira sobre cada transgressor. Nesse contexto, Cristo se apresentou ao Pai como fiador do pecador, prometendo apagar toda a sua dívida para que seja salvo. O homem não obedeceu à lei, mas Cristo pagou essa falha mediante a sua obediência perfeita. Por causa dessa desobediência, o homem é condenado à morte, mas Cristo pagou essa dívida, morrendo no lugar do transgressor. Essa é a justiça de Cristo, a sua obediência a todos os pedidos da lei. Agora essa justiça é imputada a todos os que crêem na obra substitutiva de Jesus Cristo para a salvação de sua vida. “Graças a Deus pelo seu dom inefável” – o Senhor Jesus Cristo.

2. A Alegria do Deus Conosco. Devemos sentir o contraste entre a nossa vida anterior, sem Deus e sem esperança, e a vida que agora temos, justificados e salvos por Cristo Jesus. O que devemos sentir quando experimentamos o poder salvador de Cristo em nossa vida? O Apóstolo Pedro responde: “Não havendo visto (a pessoa de Jesus Cristo), amamos; no qual não vendo agora, mas crendo, exultamos com alegria indizível e cheia de glória, sabendo que temos obtido o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma”, 1Pe. 1:8-9. O evangelho é, essencialmente, uma mensagem de esperança e de “alegria indizível”. É isso que o anjo anunciou aos pastores na noite em que o Filho de Deus chegou ao mundo: “Não temas; eis que vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo o Senhor”, Lc. 2:10-11. Que sejamos semelhantes aos pastores, “glorificando e louvando a Deus” por tudo o que Ele tem feito por nós através da sua providência – Ele mesmo sendo  “Deus conosco”.

Essa alegria que agora temos em nosso coração permanece em nós, independente de circunstâncias do momento. Os apóstolos foram açoitados por terem anunciado, incessantemente, Jesus Cristo, crucificado por causa dos nossos pecados e ressuscitado por causa da nossa justificação, Rm. 4:25. “E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse nome”, At. 5:40-41. Quando o eunuco ouviu e creu no evangelho de Jesus Cristo, ele seguiu “o seu caminho cheio de júbilo”, At. 8:39. Essa é a experiência normal de todos aqueles que crêem em Jesus Cristo, porque estão experimentando o poder da sua promessa: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo (que é enganadora). Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”, Jo. 14:27. O Apóstolo Paulo nos exorta, dizendo: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos”, Fl. 4:4. Temos tantos motivos para nos alegrar, porque cremos em Emanuel – Deus conosco.

3.  A Aliança do Deus Conosco. Por que Deus amou ao mundo, a ponto de tornar-se Emanuel – Deus conosco? A resposta regressa ao livro de Gênesis, onde Deus fez uma aliança com Abraão – uma “aliança perpétua”, cheia de promessas preciosas. “ Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”, Lv. 26:12. Com a vinda de Cristo, o Senhor literalmente andou entre nós. Ele veio não somente para dar a sua vida em resgate por muitos, mas, também, para buscar e salvar pecadores, isto é : aplicar os benefícios  da sua morte a cada pessoa que crê. Por isso, podemos confessar: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes”, Rm. 5:1-2.

Devemos sentir a paternidade nesta aliança: “ Eu serei o vosso Deus.” Ele se comprometeu a ser o nosso Deus, a agir como o nosso refúgio e a suprir cada uma das necessidades do seu povo, Hb. 6:18 ; Fl. 4: 19. Ele anda com o seu povo, por isso, podemos lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque sabemos que cuida de nós, 1 Pe. 5:7. Cristo, como Deus conosco, é semelhante ao pastor de ovelhas, que sempre anda à frente de seu povo, dando-lhe um caminho preparado. O salmista orava: “Ensina-me Senhor, o Teu caminho e guia-me por vereda plana, por causa dos que me espreitam”, Sl. 27:11. Com essa confiança, podemos confessar: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte (tempos de grandes tristezas e perplexidades espirituais) não temerei mal nenhum, por tu estás comigo; o teu bordão (para me guiar e proteger) e o teu cajado (para facilitar a minha caminhada, especialmente nos lugares escorregadios) me consolam” – nele temos tudo o que é necessário para viver como “mais que vencedores”, Sl. 23:4; Rm. 8:37. Eis  o juramento do Senhor: “Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram”, Sl. 89:34. Quando Deus enviou o Seu Filho unigênito ao mundo, a fim de providenciar salvação para pecadores, Ele estava se lembrando da sua santa aliança, Lc. 1:72.

Terminamos citando a experiência de Simeão, um “homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel”, quando teve seu encontro com Cristo, o seu Salvador: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos”, Lc. 2:25-32. Que este Natal, Deus conosco, tenha um impacto semelhante sobre a nossa vida!

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