Leitura: Hebreus 10:19-25
Vamos
abordar este assunto fazendo algumas perguntas e tentando descobrir
algumas respostas razoáveis. A maioria de nós, que tem uma vida mais ou
menos normal, tem um lugar que chamamos: Nossa Casa. Não tem importância
as suas circunstâncias sociais, é Nossa casa. Por que temos tanto
apego a este lugar especifico? Talvez haja várias respostas, tais
como: é o lugar onde meus pais moram; ou, Eu tenho que ficar onde meus
pais estão. Todos nós temos de ter um lugar fixo, onde podemos ir,
descansar, dormir, abrigar-nos; enfim, um lugar onde podemos ficar à
vontade e sentir uma certa segurança.
A
nossa casa é realmente necessária? Como seria nossa vida se não
tivéssemos esse lugar fixo que chamamos: Nossa casa? A nossa vida seria
bastante solitária e sem nenhuma segurança (semelhante àqueles que
moram na rua). Não teríamos o apoio dos nossos pais e nem uma vida em
família. Enfim, a nossa vida seria uma mera existência, sem direção e
sem sentido. Alguém aqui tem lido aquele livro: “Sem família”, de
Hector Malot? O menino sofria todo tipo de privações e de abuso. Por
quê? Ele não tinha família; vivia sem pai e sem irmãos, não tinha um
lar.
Para
onde estamos indo? Em todas as respostas sugeridas, a presença e o
apoio dos pais estavam presentes. Dependemos deles para o nosso
crescimento. Por outro lado, os nossos pais assumiram a responsabilidade
de cuidar de nós. Nascemos com este conhecimento, porque sabemos que
pertencemos a eles; por isso, quando precisamos de alguma coisa, sempre
dirigimo-nos a eles, por causa dos laços que nos unem. Enfim, somos uma
família. Os pais nos amam e nós os amamos.
Não
podemos fugir da realidade deste laço que nos une aos nossos pais. Não
tem importância o argumento de independência, o laço que existe,
juntamente com todas as conseqüências desta realidade. Existimos, eu sou
o que sou, porque fui gerado por meus pais. Todos os nossos
antepassados dariam a mesma explanação de sua existência. Fomos gerados
por nossos pais. Se não fosse assim, não haveria nenhuma forma de vida
como nós a conhecemos. Mas se pudéssemos regressar até o primeiro homem,
as perguntas seriam: Quem o gerou? Como é que ele veio a existir? Ele
não surgiu do nada, isso seria uma impossibilidade. Temos que admitir
que alguém deu a sua existência. E este alguém é Deus, o criador dos
céus e da terra e de tudo o que neles existe. A doutrina da nossa Igreja
Presbiteriana tem este ensino importante: “ A luz da natureza revela
que existe um Deus que mantém o senhorio e soberania sobre tudo; que é
bom e faz o bem a todos; portanto deve ser temido, amado, louvado,
invocado, crido e servido de todo o coração, de toda a alma e todas as
nossas forças” (Confissão de Fé 21:1).
No
mesmo sentido em que temos laços de família com os nossos pais, e a
obrigação moral para reconhecê-los e respeitá-los como os nossos
genitores, assim, temos elo semelhante diante de Deus. E, sendo o Grande
Originador de toda a humanidade, Ele assumiu a responsabilidade de
cuidar de nós e suprir cada uma das nossas necessidades; e nós, por
causa dos laços de filiação, devemos a Ele o devido reconhecimento,
obediência e respeito (No momento, não podemos discutir o estrago que o
pecado causou neste relacionamento original. O sábio confessou: “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” Ec. 7:29).
Qual
é uma das providências de Deus para cuidar do bem total da humanidade?
Sem dúvida alguma, é a sua Igreja, onde o povo pode sentir os laços da
família espiritual e das providências de Deus para o seu bem total – um
bem que se estende até a eternidade, a vida eterna. Para o povo de Deus,
a Igreja é aquele lugar especifico onde as pessoas se encontram com o
pai Celeste, e de onde desfrutam de todas as seguranças (bênçãos)
espirituais, tão necessárias para seu bem total. A Igreja é a nossa casa
espiritual, o lugar onde a família de Deus se encontra e desfruta
daquela “comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo. 1:3)
É
instrutivo ler a bíblia e sentir como o povo de Deus amava a casa do
Senhor. O salmista testemunhou: “Quão amáveis são os teus tabernáculos,
Senhor dos Exércitos... Bem-aventurados os que habitam na sua casa,
louvam-te perpetuamente... Pois um dia nos teus átrios vale mais que
mil; prefiro estar à porta da casa do meus Deus, a permanecer nas tendas
da perversidade. Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça
e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente” (Sl. 84: 1,4,10,11),
E, o que é que vemos dentro da Igreja? Um povo congregado, cada pessoa
dando plena atenção ao Dirigente. “Na verdade, o Senhor ama os povos;
todos os seus santos estão na sua mão; eles se colocam a seus pés e
aprendem das palavras” (Dt. 33:3).
É importante observar o valor que o Senhor Jesus dava à sua Igreja ( o
lugar específico para prestar culto a Deus). Um dia, quando era ainda
criança de doze anos, Ele deu uma pequena fuga, e quando encontrado por
seus pais (José e Maria), ofereceu esta justificação: “Por que me procuráveis? Não sabeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc. 2:49). E quando Ele viu coisas inconvenientes acontecendo neste lugar de culto, repreendeu os responsáveis, dizendo “Tirai daqui estas cousas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio” (Jo. 2:16).
Agora,
voltando para a pergunta original: Por que devemos freqüentar a Igreja?
Ou, fazendo outra pergunta semelhante: Por que aceitamos a nossa casa
como algo de suma importância? A resposta é a mesma para as duas
perguntas. Precisamos um lugar especifico para o nosso bem total.
Precisamos da casa do nosso Senhor e salvador Jesus Cristo para nossa
formação e segurança espiritual.Como estaríamos sem a proteção destas
duas casas de abrigo? Seríamos reduzidos à mendicância, à semelhança das
pessoas de rua; expostos a todo tipo de abuso, físico e moral; enfim,
uma vida sem Deus e sem esperança.
Devemos
aprender a observar e a analisar as coisas que acontecem ao nosso
redor. Quais são os sentimentos da maioria daqueles que procuram viver
sem um compromisso com Deus e com a sua Igreja? Depois que passa a
euforia dos “prazeres transitórios do pecado” (Hb. 11:25), o que resta ? Os tormentos de uma consciência acusadora ( At. 2:37).
Por que existe suicídio? Sem dúvida alguma, em muitos casos, um pecado
imperdoável foi praticado e, não podendo suportar as conseqüências de
uma consciência acusadora, tais pessoas tentam fugir de suas angústias
através do suicídio.
Ninguém
de nós é tão forte que pode viver satisfatoriamente sem o amparo que
Deus nos oferece através do ministério da Igreja. Não convém desprezar o
que Deus julga importante para o nosso bem total. Devemos assumir um
compromisso de sempre estar na casa de Deus; não sozinhos, mas sim,
convidando os nossos amigos e familiares e, certamente, ouviremo-los
confessar: “alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 122:1).
Itajubá, 08 de Junho de 2005
Rev. Ivan G. G. Ross
Belo texto. Hoje conversei com um cidadão que falava sobre a "desnecessidade" de igrejas. Pegou algumas partes da bíblia e as distorceu, com uma doutrina pobre e indigerível. Deus abençoe seu ministério. Um abraço de um irmão assembleiano.
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