Leitura: Bíblica: 2 Tessalonicenses 2:1-6
Introdução: A pergunta que paira sobre a mente de muitos é esta: O mundo vai acabar? Respondemos: Sim, com certeza haverá uma “Consumação do Século” (Mt 13:49), mas, somente depois de certos acontecimentos proféticos, então, virá o fim, (Mt 24:14). Há uma segunda pergunta de igual urgência: Quando é que o mundo vai chegar ao seu fim? Não sabemos! Devemos dar ouvidos à resposta terminante que o Senhor Jesus Cristo nos dá: “Mas a respeito daquele dia e a hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt. 24:36). Uma árvore pode alcançar muitos anos de sobrevivência, porém, inevitavelmente, vai experimentar um processo de envelhecimento até que seja consumada pela morte definitiva. E o mundo que conhecemos não escapará do mesmo destino.
A “Consumação do Século” está sempre associada ao “ Dia do Senhor”, ou seja, à Segunda Vinda de Jesus Cristo. Os homens sempre tiveram uma preocupação em relação aos acontecimentos que acompanham o fim do mundo. Por isso os discípulos fizeram uma tríplice pergunta a Jesus (Mt. 24:3): a) “Quando sucederão estas cousas?” ( a destruição de Jerusalém, que aconteceu no ano 70 DC.) b) “E qual será o sinal da tua vinda?” c) “e da consumação do século?” Estas três perguntas foram respondidas magistralmente em Mt. 24 e 25; Mc 13:1-28, Lc 21:5-28. A destruição de Jerusalém seria precedida por certos sinais específicos (Mt. 24:1526; Lc. 21:20-24); e, semelhantemente, a Vinda de Cristo e a Consumação do Século serão também precedidas por sinais pré-estabelecidos (Mt. 24:3-14, Lc 21:7-19). Não haverá como não identificar estes sinais proféticos: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem” (Mt. 24:27).
Entre outras razões, Cristo voltará para “julgar vivos e mortos, pela sua manifestação”(2 Tm. 4:1). O aspecto de um Juízo Final é muito enfatizado na Bíblia: Deus “estabeleceu um Dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão (Jesus Cristo) que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At. 17:31). No mundo existem muitos crimes que passam, aparentemente, impunes; por isso o Dia do Juízo final é uma verdade repleta de consolo para os retos de coração. A Bíblia ensina: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10).
Qual será o estado do mundo imediatamente antes da vinda de Cristo? Podemos dizer, de modo geral, que tudo estará funcionando normalmente. Todos estarão vivendo sem qualquer preocupação ou preparo espiritual, como nos dias de Noé, antes do dilúvio. “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também na vinda do Filho do homem.” (Mt. 24: 38-39). Por causa da certeza da Consumação do Século, Cristo fez este apelo: ‘Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt. 25:13).
Deixamos essa parte oferecendo uma palavra de orientação. Não devemos ficar amedrontados com as chamadas “revelações” (profecias) que se ouvem em nossos dias, nem com o uso de palavras chamativas que falam sobre o fim do mundo em 2012. A nossa única regra de orientação espiritual é a Bíblia. Ela não usa frases como: “ a iminente vinda de Cristo” e nem que “Jesus em breve voltará”. Não devemos tentar marcar um tempo cronológico para a vinda de Cristo, porque não sabemos se ela acontecerá em nossos dias ou se ela ainda está longe. Ninguém tem autoridade para especular sobre os propósitos de Deus que Ele ainda não revelou. O que a Bíblia enfatiza é a necessidade de estarmos preparados para um encontro com o Senhor, que “julgará vivos e mortos”. O aspecto de “repentinidade” não significa “iminência”. Repentinidade denota o ato de ser surpreendido, porque não houve nenhum aviso sobre a visitação. Por isso, Cristo explicou: “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos, porque a hora em que não cuidais, o Filho do homem (Cristo) virá” (Mt 24:43-44). Novamente, a ênfase recai sobre a necessidade de estarmos preparados para um encontro com o Senhor, porque a hora da sua vinda é totalmente desconhecida. Como podemos aplicar essa orientação à nossa vida?
1. Precisamos Praticar a Perseverança. A Consumação do Século e a Segunda Vinda de Cristo são partes essenciais da doutrina cristã; portanto, devemos estudar e acreditar nas seqüências envolvidas neste assunto, porque a palavra de Cristo é a nossa segurança. Devemos estudar os capítulos 24 e 25 de Mateus e os textos paralelos em Marcos e Lucas. Uma vez firmados neste ensino, temos que perseverar nele, isto é, continuando a seguí-lo sem vacilar, mesmo que haja opiniões contrárias. O Ap. Paulo escreveu: “Nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito (uma voz profética que foi ouvida), quer por palavra (alguém afirmando que ouviu a palavra que ele cita dos próprios lábios do Apóstolo), quer por epístola (um documento falso), como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá” sem que primeiro venha certos sinais estabelecidos nas Escrituras Sagradas ( 2 Ts. 2:2-3). O falso mestre usa toda sorte de artimanha a fim de estabelecer a sua própria interpretação. Cristo nos deu muitas advertências sobre estes enganadores que proferem fantasias sobre os acontecimentos finais. Por causa destas invenções, temos que praticar perseverança no ensino inconfundível das Escrituras Sagradas, “olhando firmemente para o autor e consumador da nossa fé, Jesus Cristo” (Hb. 12:2).
2. Precisamos Praticar a Percepção. Já temos feito referência a “certos sinais” que precederão a segunda vinda de Cristo. São dois: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto (o Dia do Senhor) não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição” (2 Ts.2:3). Temos que praticar a percepção a fim de reconhecer a aproximação deste dois sinais. a) Uma “apostasia” geral tomará conta da Igreja de Cristo. b) A “revelação do homem da iniqüidade, o filho da perdição”. Qual é a atuação dessas duas figuras nos tempos que precederão a Segunda Vinda de Cristo?
a) A apostasia. Este mal acontecerá dentro da Igreja visível. Apostasia significa o afastamento das doutrinas fundamentais da fé cristã; uma rebelião contra o senhorio de Jesus Cristo. Portanto, a fim de perceber a aproximação deste mal, temos que conhecer quais são as doutrinas das Escrituras que dirigem a vida da Igreja Cristã. A falta deste conhecimento insensibilizará o discernimento do que está acontecendo. Por causa da multiplicação de divisões na Igreja dos nossos dias e a implantação de novas denominações, sentimos que a profetizada apostasia está se aproximando. A causa destas divisões é basicamente uma rebelião contra o senhorio de Cristo sobre a sua Igreja, porque o homem está querendo estabelecer a sua própria vontade em seus atos espirituais. A história de Israel e o seu afastamento de Deus é um exemplo deste mal (1 Rs 12:25-33; 14:1-20).
b) O homem da iniqüidade. É um homem, e não uma instituição, que liderará esta apostasia. Quais são as características deste personagem? Ele “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (1Ts. 2:4). Ele perverterá toda moralidade e espiritualidade das Escrituras Sagradas. Novamente, sentimos que esta perversão de princípios santos já está começando a se manifestar em nossa sociedade. Sim, precisamos praticar, urgentemente, a percepção. “Quando vier o Filho do homem (Cristo), achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18:8).
3. Precisamos Praticar a Perspicácia. Por causa da certeza destes acontecimentos vindouros precisamos praticar uma perspicácia para que o Dia do Senhor não nos apanhe despreparados. Mas esta urgência não é somente por causa da Segunda Vinda de Cristo, mas também por causa da inevitabilidade da nossa morte física. Pela morte, entramos em nosso lugar na eternidade, onde existem apenas dois destinos: o céu, ou o inferno. O Credo Apostólico nos ensina a confessar: “Creio em Jesus Cristo (...) crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades (ao estado dos mortos); ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Assim vivemos na expectativa da Segunda Vinda de Jesus Cristo, a qual, naquela ocasião, iniciará a Consumação do Século. Que estejamos preparados para este encontro com o Senhor.
Rev. Ivan G. G. Ross
17 de Julho de 2012
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