Leitura Bíblica: João 6:25-29
Introdução: O sexto capítulo do Evangelho Segundo João, registra as atividades de Jesus e de seus discípulos durante dois dias de seu ministério. No primeiro dia, vemos Jesus ensinando a Palavra de Deus a uma numerosa multidão, Jo. 5:19-47. Ao anoitecer, Jesus, percebendo a necessidade física de seus ouvintes, deu-lhes um sinal inconfundível da sua Messiandade: a multiplicação de cinco pães de cevada e dois peixinhos que, milagrosamente, alimentaram quase cinco mil pessoas famintas. O milagre foi muito singular, porque, além de oferecer a todos quanto queriam “foram recolhidos doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram” Vs. 11-12. O povo ficou tão convencido da Messiandade de Jesus que queriam “arrebatá-lo para o proclamarem rei.” Mas por não ter ainda chegado a sua hora, Ele “retirou-se novamente, sozinho, para o monte,” enquanto os discípulos navegaram, rumo a Cafarnaum, Vs. 15-17
No Segundo dia, a mesma multidão chegou a Cafarnaum, à procura de Jeus e o encontrou na Sinagoga, ensinando a Palavra de Deus, V.59. Surpreendidos, perguntaram: “Mestre, quando chegaste aqui?” A resposta que Ele lhes deus é o assunto da nossa mensagem.
1. A Necessidade de Prioridades, V 27a. Em vez de responder a pergunta à respeito de seu paradeiro, Jesus passou a falar sobre a necessidade de ter prioridades espirituais na vida. Qual foi o motivo principal desta multidão para procurar a presença de Jesus? Ele mesmo responde: “Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais (as credenciais da sua Messiandade), mas porque comeste dos pães e vos fartaste” v. 26 Qual foi o erro desta multidão?
a) Uma interpretação equivocada do propósito redentor do Messias. Eles acreditaram que o messias iria conduzir a nação para uma prosperidade material. Não tinham nenhum interesse nos valores espirituais que o Messias introduziria. Receber uma fartura de pão gratuitamente, para eles, era muito mais importante e desejável. Em vez de trabalhar para o seu sustento, como a Bíblia ordem, queriam um Messias que promoveria uma prosperidade material, sem qualquer esforço pessoal. Este tipo de mentalidade persiste, inclusive em nossos dias. Em vez de perguntar: “O que devo fazer para que seja salvo?” At. 16:30. A indagação de muitos é: O que posso ganhar de Cristo a fim de aumentar o meu bem-estar neste mundo? Um Messias que veio para resolver o problema do pecado e do estado espiritual do homem não é mais desejado. No dia do juízo final, a condenação de muitos será justificada com estas palavras: vós me procuraste, não porque vistes sinais da minha missão, mas porque comestes dos pães e vos fartaste. Vim para buscar e salvar pecadores, mas não quisestes receber. Então, qual é o dever inadiável de cada pessoa? É este:
b) A necessidade de ter as suas prioridades espirituais acertadas conforme as normas estabelecidas nas Escrituras Sagradas. Cristo ensinou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas (as necessidades materiais) vos serão acrescentadas” Mt. 6:33. Como é que podemos realizar esta busca espiritual? Cristo deu a orientação: “trabalhai (no sentido de esforçar-se, Lc. 13:24), não pela comida (bens materiais) que perece, mas pelo que subsiste para a vida eterna.” A prioridade que deve sobrepujar todos os nossos interesses é ter paz com Deus e desfrutar das bem-aventuranças da vida eterna. Deus pôs a “eternidade no coração do homem,” e, por causa deste testemunho inapagável, sabemos que a vida continua, mesmo depois da morte, Ec. 3:11. “Tais homens são, por isso, indesculpáveis,” se negligenciarem as prioridades espirituais, Rm. 1:20.
2. A Necessidade de Princípios, V.27b. Todas as pessoas têm seus princípios, pelos quais procuram viver bem no meio da sociedade. A mesma verdade existe na área espiritual. Não podemos viver de qualquer jeito; temos que seguir os princípios que o próprio Deus prescreveu para o nosso bem. O nosso texto nos oferece dois princípios que devem ser observados com todo cuidado.
a) O primeiro princípio. De quem podemos receber a vida eterna? O texto estabelece: “A vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará”. Devemos sentir a exclusividade de Jesus Cristo para salvar pecadores e conceder-lhes a vida eterna. O Ap. Pedro tinha esta convicção: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” At. 4:12.
A história da nossa redenção começou quando Deus prometeu enviar o seu próprio Filho para ser o Redentor de seu povo. “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” Jo. 3:16 “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” Is 7:14. O nome “Jesus” descreve a missão do Emanuel: “Ele salvará o seu povo dos pecados deles” Mt. 1:21-23. Os séculos passaram, e, finalmente, chegou o prometido Advento. “Vindo a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” Gl 4:4-5. O que Deus prometeu, Ele cumpriu! Por causa da fidelidade de Deus em enviar seu próprio Filho a fim de buscar e salvar pecadores, podemos acreditar que Jesus Cristo é o único que foi enviado e autorizado para dar a vida eterna para aqueles que nele crêem. Não existe nenhuma outra opção.
b) O Segundo princípio: Por que Cristo é o único que pode nos dar a vida eterna? O nosso texto explica: “Porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo”. Por ter nascido como qualquer outra pessoa e reconhecido em figura humana, era necessário que as suas origens fosse anunciadas publicamente. E este pronunciamento aconteceu por ocasião do seu batismo, quando Ele foi ungido visivelmente pelo Espírito Santo e quando a voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” Mt. 3:13-17. À luz deste acontecimento, o Ap. João declarou “Pois o enviado por Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida. O pai ama ao Filho, e todas as cousas têm confiado às suas mãos. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia , se mantém rebelde contra o Filho (não aceitando-o como o único Salvador) não verá vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” Jo. 3:34-36. É de suma importância que observemos estes dois princípios, pois, seguindo-os alcançaremos a vida eterna.
3. A Necessidade de Primazias, Vs. 28-29. O discurso de Jesus foi interrompido pela pergunta: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” Apesar de uma espiritualidade aparente, estas pessoas acreditavam que era necessário praticar as obras da lei a fim de merecer a salvação. Mas o Apóstolo Paulo era sempre taxativo ao condenar este engano: “ Sabendo, contudo, que o homem não é justificado (salvo) por obras da lei,... pois, por obras da lei, ninguém será justificado (salvo)” Gl. 2:16.
Em seguida, Jesus lhes deu esta orientação: Se vocês querem uma espiritualidade que agrada a Deus, eis a resposta: “A obra de Deus é esta: que creais naquele que por ele foi enviado.” Em vez de fugir da primazia de Cristo, temos que crer que Ele é o prometido Messias. Mas, o que realmente significa “crer em Jesus Cristo?” Eis o resumo: “Que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” 1 Co. 15:3-4. Portanto, crer em Cristo significa que entendemos, aceitamos e descansamos sobre estas três verdade essenciais à salvação da nossa vida:
a) Cremos na morte substitutiva de Jesus Cristo. “Ele morreu pelos nossos pecados”.A Escritura ensina: “Mas ele (Cristo) foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; ... O Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” Is. 53:5-6.
b) Cremos no sepultamento de Jesus Cristo. Quando Ele foi sepultado, o nosso pecado, que estava sobre Ele, foi também sepultado e entregue ao esquecimento. A Escritura ensina: Disse o Senhor: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos ter pecados não me lembro” Is. 43:25. O Senhor “lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” Mq. 7:19.
c) Cremos na ressurreição de Jesus Cristo. A Escritura registra a promessa que Cristo recebeu: “Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” Sl. 16:10; At. 2:31-32. Cristo “foi entregue por causadas nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” Rm. 4:25. Estas são as três primazias de evangelho e a base de uma fé salvadora. “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” Rm. 3:39.
Conclusão: Vamos acreditar na centralidade de Jesus Cristo nos propósitos de Deus para salvar pecadores. Deus não cogitou nenhum outro meio pelo que podemos ser salvos. A única participação que Deus requer de nós é que creiamos em seu Filho, Jesus Cristo. “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.”
Rev Ivan G. G. Ross
Itajubá, 30 de Junho de 2012
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