Vasos de Honra

sábado, 23 de junho de 2012

Como tomar posse da salvação




Leitura Bíbliaca: Atos 2:37-41

Introdução: É necessário que entendamos algo sobre o contexto destes versículos, e, para isto, faremos algumas perguntas:

a) Quais são as pessoas que ouviram esta mensagem? São os judeus e os prosélitos que vieram a Jerusalém a fim de assistir a Festa de Pentecostes. Entendemos que, basicamente, elas foram as mesmas pessoas que freqüentaram a Festa da Páscoa, portanto, são as mesmas que presenciaram e ajudaram na crucificação e morte de Jesus Cristo, por isso, o Apóstolo podia fazer esta acusação: “Vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos.”

b) Qual foi o assunto principal desta mensagem que elas ouviram? Foi uma exposição das profecias messiânicas do Antigo Testamento. O apóstolo demonstrou que o conhecido “ Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais ... sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o mataste, crucificando-o por mãos de iníquos.” Mas este não foi o fim da história. O Apóstolo acrescenta jubilosamente, “ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse Ele retido por ela.” O próprio Jesus, já ressuscitado, fez os discípulos se lembrarem do seu ensino: “Importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc. 24:44).

c) E qual foi o apelo que o Apóstolo fez? “Esteja absolutamente certo, pois, toda a casa de Israel de que este Jesus que vós crucificaste, Deus o fez Senhor e Cristo.” Não pode haver dúvidas quanto à Pessoa, Obra e Designação de Jesus Cristo.

d) Qual foi o efeito desta mensagem sobre a consciência destes ouvintes? Cada pessoa sentiu, pessoalmente, a sua culpa pela crucificação e morte de Jesus Cristo, o imaculado Filho de Deus. E, com corações compungidos pela culpa e pelo terror do Juízo Vindouro, perguntaram: “O que faremos, irmãos?”  A nossa mensagem é a exposição da resposta que o Apóstolo lhes deu. São os quatro passos básicos que devem ser tomados, a fim de se tomar posse da salvação. “Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.”   

1. A Norma do Arrependimento. “Arrependei-vos.” A melhor definição do arrependimento se encontra no Breve Catecismo da nossa Igreja: “Arrependimento para a vida é uma graça salvadora, pelo qual o pecador, tendo um verdadeiro sentimento de seu pecado e percepção da misericórdia de Deus em Cristo, se enche de tristeza e de horror pelos seus pecados, abandonando-os e volta-se para Deus, inteiramente resolvido e presta-lhe nova obediência” (Resp. 87). Uma das atividades principais do Espírito Santo é convencer o pecador da sua culpabilidade; ele tem transgredido a Santa Lei de Deus. Assim, mediante o poder do Espírito Santo, o pecador clamará ao Senhor: “pois eu conheço minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos” (Sl. 51:3-4). Quando alguém reconhece a sua culpabilidade, ele sentirá a necessidade de confessá-la. É uma determinação e uma parte inseparável do arrependimento. “ Disse, confessarei ao Senhor as minhas transgressões” (Sl. 32:5). Está implícito no ato da confissão o abandono do pecado, porque ele tornou-se nocivo e repugnante, e a volta para Deus, inteiramente resolvido e prestar-lhe nova obediência. A nossa oração é: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro em mim um espírito inabalável” (Sl. 51:10).

2. A Norma do Batismo. “E cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo.” Não é do nosso interesse discutir o modo de administrar o batismo neste momento; antes, queremos saber a razão desse conselho. Desde o Antigo Testamento, Batismo, ou, “diversas ablusões’ (Hb. 9:10), foram ritos de “purificação” (Jo. 3:25). Antes de começar qualquer serviço espiritual, o candidato teve que ser “lavado” (Ex 40:31-32). Portanto, o Apóstolo está exortando o povo acerca da necessidade de ser “purificado” antes de poder servir a Deus aceitavelmente; seus pecados têm que ser perdoados. Esta purificação é recebida somente através de uma identificação, uma união vital com Jesus Cristo. Os salvos no céu estão lá porque “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” Jesus Cristo, (Ap. 7:14). Devemos sentir a força das palavras do Apóstolo. Ele está acentuando a unicidade de Jesus Cristo, aquele que foi crucificado por mãos de iníquos, como o único que pode conceder aos pecadores a necessária purificação. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12). Não devemos nos preocupar indevidamente com ritos externos, antes, devemos fundamentar a nossa esperança espiritual em Jesus Cristo, o Autor e Consumador da nossa salvação, (1 Co. 10:12).

3. A Norma do Perdão. “Para remissão dos vossos pecados.” Antes de ser perdoado, o Salmista confessou: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a mão do Senhor pesava dia e noite sobre mim (esta foi a obra do Espírito Santo convencendo-o de seu pecado) e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” Ele sentiu alívio somente depois de confessar o seu pecado e quando soube que o Senhor o tinha perdoado, (Sl. 32:3-5). Os ouvintes da mensagem do Ap. Pedro sentiram o mesmo desespero, pois seus corações ficaram compungidos pelo peso da sua culpa, sabendo que eles mesmo foram responsáveis pela crucificação e morte de Jesus Cristo. A pergunta do Salmista  é também a nossa: “Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor subsistirá?” (Sl. 130,3). A conclusão do Profeta foi: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:4). Diante da lei de Deus, o pecador está perdido. Contudo, no recôndito da consciência  de cada pessoa, existe a esperança de receber misericórdia  da parte do Senhor, por isso o Salmista podia exclamar confiadamente: “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam ... pois , no Senhor, há misericórdia; nele, copiosa redenção” (Sl. 130:4,7). Esta foi a esperança que levou os ouvintes do Apóstolo a perguntar: “Que faremos, irmãos?” Queremos que vocês tragam ao nosso coração o que nos pode dar esperança, (Lm. 3:21). E eles não ficaram decepcionados, porque o Senhor estava conduzindo-os à salvação. O Apóstolo lhes deu esta direção: Crê no Senhor Jesus Cristo, e receberá o perdão de todos os seus pecados , pois para este fim, Ele submeteu-se à morte, tomando para si o castigo de seu povo, (Is.53:5). Em Cristo, as nossas transgressões são afastadas de nós; são apagadas e lançadas na pronfundeza de esquecimento divino, (Sl. 103:12, Is. 43:12). Sim, feliz aquele cuja iniqüidade é perdoada, (Rm. 4:7).     

4. A Norma do Espírito Santo. “E recebereis o dom do Espírito Santo.” “Tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef. 1:13-14). Todos aqueles que crêem salvadoramente em Jesus Cristo, recebem o dom do Espírito Santo como o selo e a garantia de que são recebidos por Deus; de que seus pecados são perdoados; e de que têm a salvação. O Espírito Santo é o penhor, ou, podemos dizer, Ele é a primícia de todas as bênçãos celestiais. “Nisto conhecemos que permanecemos nele (em Deus), e Ele em nós: em que nos deu do seu Espírito Santo” (1 Jo. 4:13). Por causa deste dom, podemos confessar: “O Próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).

O dom do Espírito Santo, que habita na vida daqueles que crêem em Jesus Cristo , tem diversas finalidades. No momento, temos que nos limitar a um aspecto só, a saber, a nossa santificação, “sem a qual ninguém verá o Senhor”( Hb. 12:14). Fomos escolhidos, em Cristo, “antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (Ef. 1:4). O padrão que Deus estabeleceu para todas as pessoas do mundo inteiro é este: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe. 1:16). A humanidade não pode ser diferente do seu Criador. O Espírito Santo foi concedido a fim de nos dar o poder para andar segundo os juízos de Deus e os observar, (Ez. 36:27). Pelo Espírito, mortificamos os efeitos negativos do corpo, (Rm. 8:13), e, pelo mesmo Espírito, reproduzimos o seu fruto em nosso procedimento diário, a saber: “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”, (Gl. 5:22-23). A nossa santificação é sempre atribuída à obra do Espírito Santo, (2 Ts. 2:13). Portanto, se vivemos no Espírito, se Ele realmente habita em nossa vida, andemos também no Espírito, (Gl. 5:25).

Conclusão: Se nós precisamos chegar a um determinado lugar, ou  alcançar um objetivo específico, temos que seguir o caminho certo, sem qualquer desvio. Se desprezamos as normas, jamais chegaremos ao destino. O mesmo princípio é verdadeiro na busca da salvação. Começamos reconhecendo a nossa culpabilidade diante da Santa Lei de Deus; temos que nos arrepender do nosso pecado, confessando-o e o abandonando. Temos que crer em Jesus Cristo como o nosso único Salvador, entregando nossa vida aos cuidados dele, a fim de recebermos o perdão dos nossos pecados. Veja como a Confissão de Fé descreve este princípio: “Os principais atos de fé salvadora são: aceitar e receber a Cristo e descansar só nele para a justificação, santificação e vida eterna, isto em virtude do pacto da Graça” (Cap. 14:2) Com estes passos tomados, receberemos o dom do Espírito Santo como a garantia da nossa salvação e o Santificador da nossa vida. Sim, tomemos posse da vida eterna pela fé em Jesus Cristo.

Rev. Ivan G. G. Ross
Itajubá, 12 de Maio de 2012      

Nenhum comentário:

Postar um comentário