Vasos de Honra

sábado, 3 de março de 2012

REINA O SENHOR




Dizei entre as nações: Reina o Senhor. Ele firmou o mundo para que não se abale, e julga os povos com equidade” (Sl. 96:10).


O Salmo 96  é o terceiro Salmo do grupo (93,95-100) cantado nos dias de festa. Cada Salmo do grupo enfatiza a verdade central: “Reina o Senhor”.Ele é o grande Soberano que reina e sobre-reina em todas as áreas do mundo inteiro.

A essência deste Salmo encontra-se no cântico de Davi em I Crônicas 16. Tal cântico foi entoado enquanto a arca de Deus estava sendo transportada para o Templo em Jerusalém. Foi de grande alegria, uma alegria que deve sempre caracterizar todo o povo de Deus. E nestas festas, foi comemorado a dádiva de uma pátria onde poderiam viver em paz e desfrutar das bênçãos constantes do Deus das boas providências. 

O Salmo é Messiânico, isto é, as partes proféticas falam de Cristo e do ministério de sua Igreja, especialmente entre as nações gentílicas.

Podemos observar a abrangência desse Salmo: o povo de Deus, os ídolos, as nações e o universo.

O Senhor e o seu povo.  Devemos oferecer “ao Senhor um novo cântico.  O homem natural canta para descrever seus sentimentos carnais; o homem regenerado canta para descrever seus sentimentos espirituais. É novo porque somente o redimido pode cantar das bênçãos do perdão e da esperança da vida eterna. O fato de que as misericórdias do Senhor renovam-se cada manhã, necessita de novos cânticos.

Este novo cântico deve ser o cântico de “todas as terras”. Subentende-se uma obra prévia de evangelização. Os povos que não conheciam a Deus e nem as suas misericórdias, agora O conhecem, e são exortados a ajuntarem-se com todos os redimidos e a romperem em novo cântico.

Através do cântico, devemos bendizer o nome do Senhor. O conteúdo do cântico deve ser bíblico e teológico, que exalta os atributos de Deus, especialmente aqueles que descrevem a sua condescendência em buscar e salvar pecadores.

Este novo cântico nunca se encontra sozinho, ele é sempre acompanhado pela proclamação das maravilhas que efetuam a salvação. Novamente, esta proclamação tem de acontecer fora das quatro paredes e “entre as nações.”  Evangelização continua sendo uma parte da prática de Deus.

O Senhor e os deuses. Devemos nos lembrar do contexto em que Israel vivia: cercado por nações idólatras. Mas Israel não era idólatra, era um povo redimido, um povo que cantava os Salmos de redenção.
Apesar dos ídolos serem exaltados pelo homem natural, são coisas de nada e que não fazem nada; por outro lado, “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses” Há uma comparação entre o Senhor, que opera maravilhas, e os ídolos que não fazem nada. O ídolo é tão parado e inútil, que depende do homem para mover-se.

A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo? Os que gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças assalariam o ourives para que faça um deus e diante deste se prostram e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, levam-no e o põem no seu lugar, e ai ele fica; do seu lugar não se move, recorrem a ele, mas nenhuma resposta ele dá e a ninguém livra da sua tribulação. Lembrai-vos disto e tende ânimo; tamai-o a sério, ó prevaricadores.” (Is. 46:5-8)
        
Observemos a importância do culto público (o povo subiu para Jerusalém para juntos prestar culto). O Deus que cultuamos é cercado por glória e majestade e dentro de seu santuário existe uma força e uma formosura. Ficamos revigorados, na totalidade do nosso ser, através do verdadeiro culto. A idolatria enfraquece e desmoraliza os seus adeptos.

O Senhor e as Nações. A unidade de todos os povos é destacada pela expressão: “família dos povos.” Neste sentido, entendemos a palavra  do Apóstolo Paulo: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto” (Gl. 3:28). Porém, a plena expressão desta unidade acontece somente “em Cristo Jesus,” por isso, as exortações: “Anunciai entre as nações.”  Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15).

Há uma tríplice ordem no Salmo, Tributai, tributai, tributai. O que estas nações reunidas em culto têm de tributar ao Senhor?  Glória e força... a glória devida ao seu nome. O pensamento é que todos nós temos recebido tudo o que somos das abundâncias da providência de Deus. O Apóstolo Paulo fez um bom comentário do sentido desta verdade: “ Pois que é que te faz sobresair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1 Co. 4:7). Tributar ao Senhor a glória devida ao seu nome é confessar que Ele é o Autor e Doador de tudo o que possuímos: saúde, trabalho, esperança espirituais e todas as demais bênçãos.

Além de reconhecer que o Senhor é o Autor e Doador de todas as coisas que temos (nisto reconhecemos a soberania da providência de Deus), há duas coisas que devemos fazer para manifestar o nosso reconhecimento:

A primeira é “Trazei oferendas, e entrai nos seus átrios”. Na linguagem levítica, estas oferendas eram sacrifícios pacíficos, sacrifícios que não envolviam derramamento de sangue. Não há necessidade de mais sangue, porque o sangue purificador já foi derramado. O povo já é redimido e salvo. No Novo Testamento este sangue purificador é o sangue de Jesus Cristo.

As oferendas que trazemos são: orações, ações de graça, atos de caridade, coração quebrantado e uma consagração total de nós mesmos a seu serviço.

Antes de trazer estas oferendas ao Senhor, convém lembrar da condição que Jesus Cristo estabeleceu em Mt 5:23-24.
Se pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.”

Oferendas são aceitas na condição de amor ao próximo, um amor que não guarda as amarguras.

A segunda ação que devemos fazer para manifestar nosso reconhecimento é  “Adorai ao Senhor na beleza da sua santidade; tremei diante dele todas as terras.” O versículo refere-se ao culto que prestamos a Deus. “ Na beleza da sua Santidade.” Significa de acordo com a sua vontade revelada. A repetida advertência é esta: “Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte” (Ex. 25:40).

“Tremei diante dele,”significa ter medo de desobedecer a Deus quanto ao tipo de culto que lhe prestamos. Convém lembrar que não podemos ser levianos no culto, “porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb. 12: 29).

O Senhor e o Universo. Embora o português não revele, podemos traduzir a retórica que há nos versículos  11e 12, do Salmo 96.

Permita que os céus alegrem-se;
Permita que a terra exulte;
Permita que o mar e a sua plenitude ruja;
Permita que o campo e tudo o que nele há folgue;
Permita que todas as árvores do campo regozijem-se.

Por que esta liberdade de expressão? Porque o universo inteiro está na  presença do Senhor em grande expectativa. No momento presente “toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora” (Rm 8:22). Porém, em breve, haverá um brado de mudança. Porque o Senhor vem, vem para julgar a terra; julgará o mundo com justiça, e os povos, consoantes a sua fidelidade.

Podemos aguardar este dia com toda a certeza.  Porque o Senhor reina. Aos nossos olhos, parece que o mundo se abalou. Mas nada disto aconteceu. O Senhor em sua soberania reina para que o mundo não se abale. Esta é a nossa confiança e o motivo da nossa gratidão. 

Quando dizemos que Deus é soberano, as severamos o seu direito de governar o universo, criado para a sua própria glória, exatamente como lhe aprouver.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário