Vasos de Honra

sábado, 10 de março de 2012

A INICIATIVA DE CRISTO



Leitura Bíblica: João 15:12-16.

Introdução: Os versículos desta leitura descrevem o amor de Cristo para cada pessoa que pertence a Ele, e, o efeito deste amor sobre o comportamento deste povo. O versículo 12 ensina como o amor de Cristo serve de modelo para cada um de nós. “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” Cristo demonstrou o seu amor mediante o serviço, cuidando das pessoas em suas dificuldades. E nós, de modo semelhante, demonstraremos o nosso amor para com o nosso próximo através de um interesse participativo em seus momentos de necessidades. No versículo 13, entendemos como o amor de Cristo nos ensina a praticar a abnegação. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos.” O Ap. João nos deu uma explanação deste versículo: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos” 1 João 3:16. O Ap. Paulo praticava este tipo de abnegação: “Eu de boa vontade me gastei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma” 2 Co.12:15. Nos versículos 14 e 15, vemos como o amor de Cristo se manifestou às pessoas que o amam. Em vez de sermos meros servos, pessoas que lhe podem ser úteis, somos elevados ao privilégio de sermos chamados amigos, um povo que tem uma comunhão privilegiada com Cristo, pela qual participamos das bem-aventuranças espirituais. “Vós sois os meus amigos, se fazeis o que vos mando.” E, finalmente, vemos no versículo 16, como o amor de Cristo fez com que Ele tomasse a iniciativa para nos chamar e nos salvar. Esta iniciativa será o tema desta mensagem.

1. O Produto desta Iniciativa. “Não foste vós que me escolhestes a mim.” Esta iniciativa da parte de Cristo produz em nós uma consciência da nossa total falência espiritual. Por causa da herança do pecado que pesa sobre a nossa natureza, não temos nenhum interesse em conhecer a Deus e a sua vontade para a nossa vida. Existem, pelo menos, três impedimentos em nossa vida que fazem a iniciativa de Cristo em nosso favor indispensavelmente necessária, a fim de que tenhamos um interesse espiritual que possa nos conduzir à comunhão vital com Deus e às bênçãos celestiais que as seguem.

a) O desinteresse. “Não há quem busque a Deus” Rm 3:11. O pecador não busca o conhecimento de Deus porque não acredita em sua existência. “Diz o insensato em seu coração: Não há Deus.” Mas qual é o produto desta atitude ateísta? Uma vida pecaminosa. “Corrompem-se e praticam abominações” Rm 3:11. Quando alguém afirma que Deus existe, de necessidade, tem que se sujeitar a Ele. Mas o homem natural não quer lhe obedecer, antes, ele deseja viver segundo o seu próprio querer. Se Cristo não tivesse tomado a iniciativa, alguém, porventura, teria anseios espirituais?

b) O secularismo. “Os homens amaram mais as trevas do que a luz” Jo. 3:19. O homem, apesar de sofrer por causa da sua rebelião, continua impenitente, porque ama os prazeres do pecado. Demas é um exemplo marcante do poder que o secularismo tem para afastar o homem de seguir a Deus. Demas, tendo amado o presente século, abandonou o Ap. Paulo  e a vida cristã a fim de usufruir os prazeres do secularismo, 2 Tm. 4:10. Se Cristo não tivesse tomado a iniciativa, alguém, porventura, teria anseios espirituais?

c) A inanimação. “Estando vós mortos em vossos delitos e pecados” Ef.2:1. O Senhor Deus deu esta advertência a Adão: O dia em que dela comeres (da árvore do conhecimento do bem e do mal), certamente morrerás, isto é, seria expulso do jardim do Éden e da presença de Deus, Gn. 2:17; 3:23. Esta separação, “banidos da face do Senhor e da glória de seu poder”, é vista como uma morte espiritual, 2 Ts. 1:9. Nascemos espiritualmente mortos  por causa da herança pecaminosa que recebemos de Adão, por isso, a necessidade indispensável do novo nascimento, Jo. 3:3. Se Cristo não tivesse tomado a iniciativa, alguém, porventura, teria anseios espirituais?

2. O Processo desta Iniciativa.  “Não fostes vós que me escolheste a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”.  Tendo falado sobre a morte espiritual de cada pessoa que nasce de mulher, o Apóstolo anuncia, triunfantemente, que Deus “nos deu vida, juntamente com Cristo” Ef. 2:5.

Mas, qual foi o processo usado para comunicar esta iniciativa de Cristo, segundo a experiência humana? Deus, em sua misericórdia, nos fez ouvir o evangelho; O Espírito Santo aplicou eficazmente esta mensagem ao nosso coração; acreditamos nela; passamos a confessar Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador.

Agora, unidos pela fé com Ele, o Espírito Santo continua a atuar em nossa vida, efetuando em nós uma verdadeira ressurreição espiritual. “Fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”. Cl. 2:12. O mesmo poder que Deus usou para ressuscitar Jesus Cristo dentre os mortos Ele usa para ressuscitar pecadores espiritualmente mortos. Esta ressurreição espiritual é a nossa regeneração, pela qual nos tornamos uma nova criação, “as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” 2 Co. 5:17. Esta regeneração nos une com Cristo, “no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” Ef. 1:7. Este processo todo aconteceu por que Cristo tomou a iniciativa e nos chamou para recebermos “toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais” Ef. 1:3.

O dom do Espírito Santo foi concedido a todos os que crêem em Jesus Cristo como o “penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” Ef. 1:14. Enquanto aguardamos este Dia, temos o dever de andar no Espírito, em total dependência da sua direção, e, assim, “jamais satisfaremos a concupiscência da carne” Gl. 5:16,25. Este é o inicio da nossa santificação, uma obra que continuará ininterruptamente até o dia da nossa morte. “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” 1 Ts. 4:2.

3. O Propósito desta Iniciativa.  “Não foste vós que me escolheste a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e que vosso fruto permaneça.” Qual foi o propósito que Cristo tinha em vista quando tomou esta iniciativa de chamar um povo para si? A resposta inconfundível é esta: “Que vades e deis fruto, e que vosso fruto permaneça.”  Mas, qual é este fruto que devemos manifestar? A Bíblia nos ensina que Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis Ef. 1:4. O grande propósito de Cristo foi tomar um pecador e operar nele de tal forma que ele abandone a sua iniqüidade e se torne totalmente obediente à prática da vontade de Deus. Portanto, a nossa santidade é um aspecto deste fruto que deve ser achado em nossa vida.

A Bíblia também nos ensina que fomos predestinados para sermos conformes à imagem de Cristo, Rm 8:29. E, para isto, temos que nos revestir de todas as virtudes que caracterizam o povo de Deus. Algumas destas são: fé, uma confiança arraigada e alicerçada no amor de Cristo para conosco, Ef. 3:17; virtude; conhecimento, que inclui a compreensão e a prática da vontade de Deus, Cl. 1:9; domínio próprio; perseverança, que revela a nossa decisão para executar a vontade de Deus; piedade; fraternidade; amor, que é o cumprimento da lei, Rm 3:10. Estes distintivos da vida cristã habitando em nós, além de confirmar a nossa vocação e eleição, fazem que a nossa entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja amplamente  suprida 2 Pe. 1:5-11.

Cremos que o Espírito Santo habita na vida de todos os que crêem, biblicamente, em Jesus Cristo. “E nisto conhecemos que ele (Cristo) permanece em nós, pelo Espírito que nos deu” 1 Jo. 3:24. “Mas o fruto do Espírito (a evidência de que Ele está atuando em nossa vida) é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (que possa nos condenar), Gl 5:22-23.

O propósito de Cristo é que nosso “fruto permaneça.” Na natureza, uma tempestade pode destruir o fruto de uma árvore e, na vida cristã, as tempestades da tentação podem sacudir o nosso fruto, porém, jamais o destruirão por completo. Por quê? Porque “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Jesus Cristo” Fl. 1:6. “Em todas estas cousas, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou” Rm. 8:37. Assim, o nosso fruto, a nossa identidade como pessoas vestidas de Jesus Cristo, há de permanecer.

Conclusão: Cristo terminou a palavra sobre a sua iniciativa para nos chamar e nos salvar dando-nos este encorajamento: “tudo quando pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”. O que é que devemos pedir ao sentirmos a nossa vulnerabilidade diante das tempestades que procuram assolar o fruto que está se manifestando em nossa vida? Devemos pedir um constância em nosso procedimento, uma fé inabalável em Jesus Cristo, para que nosso fruto permaneça. “Pois naquilo que ele mesmo (Cristo) sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” Hb. 2:18. Que cada um de nós possamos cumprir todos os propósitos de Cristo quando Ele tomou a iniciativa para nos chamar e nos salvar.

Itajubá, 24 de Fevereiro de 2012.
Rev. Ivan G. G. Ross  

Nenhum comentário:

Postar um comentário