Vasos de Honra

terça-feira, 20 de junho de 2017

LOUVOR PELA SALVAÇÃO


Rev. Ivan G. G. Ross

Leitura Bíblica: Isaías 12:1-6

Introdução: O capítulo doze de Isaías fala “das fontes da salvação”. Mas, o que significa salvação? Salvação é livramento de um estado de perigo ou de opressão. Israel foi escravizado e oprimido pelos egípcios, mas Deus viu a aflição de seu povo e determinou efetuar neles um grande salvamento. E, desfrutando dessa salvação, o povo rompeu em louvor e gratidão a Deus. No cântico de Moisés, ouviram-se estas palavras: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai (Abraão); por isso o exaltarei” (Ex. 15:2). Salvação é sempre motivo de ações de graças. Israel experimentou muitos salvamentos, livramentos de seus opressores, que são exemplos práticos da riqueza da nossa salvação espiritual, um livramento do poder escravizador do pecado.

O Ap. Paulo ensinou que as Escrituras Sagradas podem nos tornar “sábios para a salvação pela fé em Jesus Cristo” (2Tm. 3:15). E o Ap. Pedro enfatizou: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At. 4:12). Os judeus tentaram se salvar pela prática das obras da lei. Mas, jamais alcançariam a salvação por esforços próprios, porque somos pecadores e incapazes de prestar a devida obediência. Além disso, a Bíblia ensina “que ninguém será justificado (declarado inocente) diante de Deus por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm. 3:20). Portanto, sabendo que a lei somente nos dá conhecimento da nossa culpabilidade, temos que descobrir o que a Bíblia diz sobre o caminho certo que devemos seguir para sermos salvos das consequências do nosso pecado; a saber: “penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”, para conceder uma outra oportunidade, (2Ts. 1:9).

Desde o pecado de Adão e Eva, toda a sua descendência tem precisado de socorro e salvação, porque todos nascem com a pena de morte pairando sobre a sua vida. Portanto, essa realidade tem que ser reconhecida e temida. O evangelho nos oferece o único meio pelo qual podemos ser salvos: exclusivamente pela fé em Jesus Cristo e em tudo o que Ele fez por nós quando deu a sua vida em resgate por muitos. A ordem agora é: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério” (At. 3:19-20). Importa que adotemos esse meio, pois fé em Jesus Cristo é a nossa única esperança. Agora, para nós, que cremos no Filho de Deus, e que estamos experimentando as bem-aventuranças do perdão de todos os nossos pecados, podemos sentir a razão do louvor que está registrado em Isaías, capítulo doze.

1. A Maravilha da Salvação, Vs.1-2. A referência “Naquele dia” é de quando o Espírito Santo aplicou a salvação, adquirida por Jesus Cristo, à nossa pessoa. E, com o reconhecimento dessa dádiva, somos incentivados a orar: “Graças te dou, ó Senhor, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas”. Essa “ira” que sentimos pesando sobre o coração foi tomada pelo Espírito Santo para nos “convencer do pecado, da justiça e do juízo” (Jo. 16:8). E, compungidos em nosso coração, clamamos em desespero: “Que faremos?”. E, logo veio a resposta: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado (purificando-se pelo abandono do pecado) em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At. 2:38). Uma vez convertido, a ira de Deus se retira, e o Espírito Santo começa a nos consolar com palavras que comunicam a bem-aventurança do perdão de nossos pecados e da justificação diante de Deus, (Rm. 4:6-8).

O versículo dois expressa a alegria daquele que é salvo pela fé em Jesus Cristo. Louvamos a Deus quando testemunhamos tudo o que Ele fez por nós e o que Ele faz por nós, e como confessamos a nossa confiança nele. “Eis que Deus é a minha salvação”. Ele age em nosso favor, cuida de nós e supre todas as nossas necessidades. E, tendo a experiência dessa salvação, declaramos a nossa disposição diária: “Confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico”. Todos nós temos que aceitar desafios, pois eles são parte da vida cristã. Para nós, que cremos em Jesus Cristo, unidos com Ele, talvez, o primeiro desafio é aceitar e praticar o que está implícito em nossa união com Cristo. Temos que considerar e reconhecer que, com ele, morremos para o pecado, de maneira que, agora, o pecado não terá domínio sobre nós. A nossa antiga servidão ao pecado recebeu a voz de libertação. Agora, somos livres para nos oferecer a Deus, como ressuscitados dentre os mortos, e os nossos membros a Deus, como instrumentos de justiça, (Rm. 6:6,12,13). Cantemos ao Senhor: “Ele se tornou a minha salvação”. A multidão dos redimidos no céu exclamou em grande voz, dizendo: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap. 7:10). Nada da parte dos redimidos, tudo foi da graça de Deus. A Ele, pois, seja toda a glória, com ações de graças!

2. A Matéria da Salvação, Vs. 3-4. “Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação”. Jesus Cristo é a fonte da nossa salvação. Como uma fonte de água, podemos chegar a ele e beber à vontade, porque Ele mesmo nos convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo.7:37). O que sacia a nossa sede espiritual é conhecer mais e mais, e descobrir o que Cristo pode nos oferecer; nele achar uma abundância inesgotável, e tudo sem preço: “exultamos com alegria indizível e cheia de glória” (1Pe. 1:8). Podemos sentir a matéria que vai satisfazer a nossa sede espiritual nas sete grandes “eu sou” que Cristo assumiu para si mesmo: Ele é “o pão da vida”, (Jo.6:35). Aquele que vem a Cristo, pela fé, experimentará uma satisfação espiritual que o encherá de plena realização. Como Cristo prometeu: “O que vem a mim jamais terá fome”. Ele é “a luz do mundo”, (Jo. 8:12). Aquele que segue a Cristo não andará nas trevas da perdição, antes, terá a luz que o guiará para a vida eterna. O salmista confessou: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos” (Sl. 119:105). Ele é “a porta”, (Jo. 10:9). Nele, temos acesso ao “trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb. 4:17). Essa porta é única, por isso, o salmista disse: “Esta (a Pessoa de Jesus) é a porta do Senhor, por ela entrarão os justos” (Sl. 118:20). Ele é “o bom pastor”, (Jo. 10:9). Ele é o pastor por excelência que cuida de nós durante a nossa caminhada rumo ao céu. “Ainda que eu ande pelo vale da morte (uma aflição ou teste fora do comum, como no caso de Jó), não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão (instrumento usado para guiar e defender) e o teu cajado (instrumento usado para dar equilíbrio no andar), me consolam” (Sl. 23:4). Os dois instrumentos davam ao pastor confiança no exercício de seu trabalho. A Cristo pertence o poder para cuidar de cada um de seus redimidos. Ele é “a ressurreição”, (Jo. 11:25). Todos nós podemos aguardar a morte e sepultamento, mas este não é o fim da nossa existência, seremos ressuscitados dentre os mortos, a fim de estarmos com o Senhor para todo o sempre, (1Ts. 4:16-17). Ele é “o caminho”, (Jo. 14:6). Ele não apenas nos mostra o caminho para as moradas celestiais, antes, Ele mesmo é o caminho; portanto, andando em plena harmonia com Ele, chegaremos, com confiança, ao lugar preparado para aqueles que o amam. Jesus, como precursor, abriu o caminho, tirando dele todo e qualquer obstáculo, para que nós pudéssemos andar nele com toda segurança. Ele é “a videira”, (Jo. 15:5). Cristo é como a videira, e nós, o seu povo, somos os seus ramos. Os ramos são totalmente dependentes da seiva que recebem do tronco, pois, sem essa ligação, não teríamos como viver. Cristo acrescentou: “Sem mim, nada podeis fazer”. Temos que alimentar e cultivar essa união vital com Cristo, pois a nossa vida espiritual depende dessa comunicação. Com alegria ficamos agarrados a Ele, em plena dependência da sua plenitude!

Mas, o texto continua descrevendo aqueles que receberam esta salvação: “Direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos, relembrai que é excelso o seu nome”. Observamos os quatro verbos imperativos. 1º “Dai graças”. Temos que ter um motivo para dar graças com entendimento, por exemplo: “Converteste meu pranto em folguedos, tiraste o meu pano de saco e me cingiste de alegria, para que meu espírito te cante louvores e não se cale” (Sl. 30:11-12). 2º “Invocai o seu nome”. Clamar com urgência. Eis a promessa: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor (de acordo com os princípios bíblicos), será salvo” (Rm. 10:13). 3º “Tornai manifestos os seus feitos entre os povos”. Temos o dever de testemunhar dos feitos que o Senhor realizou a fim de nos dar a salvação: “O Filho de Deus me amou e a si mesmo se entregou por mim”, assim, nele “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Gl. 2:20; Ef. 1:7). Testemunhar é evangelizar. Devemos imitar os primeiros cristãos. “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At. 8:4). 4º “Relembrai que é excelso o seu nome”. O nome do Senhor deve ser  invocado com santo temor. “Eu, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do seu santo templo no teu temor” (Sl. 5:7). É uma determinação, semelhante ao que Josué disse: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24:15). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência” (Pv. 9:10).  

3. A Magnitude da Salvação, Vs. 5-6. “Cantai ao Senhor, porque fez coisas grandiosas”. Entre as obras grandiosas, temos a criação, que proclama a glória de Deus, (Sl. 19:1). Contudo, a obra maior é a redenção e a salvação de pecadores. As obras da criação foram realizadas por meio de uma ordem de poder, “pela palavra de Deus” (Hb. 11:3). Mas a redenção de pecadores foi realizada por um princípio bem mais envolvente. “Porque Deus amou ao mundo (cheio de pecadores) de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1Jo. 4:9). “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós (como o nosso substituto), sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). A redenção do pecador sempre envolve o pagamento de um preço. E qual foi o preço que Cristo pagou a fim de redimir o seu povo? O preço foi extraído dele, mediante o seu sofrimento e morte substitutiva. No Getsêmani, o seu sofrimento foi tão intenso “que o suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc. 22:44).  Do Getsêmani, Ele foi conduzido ao Sinédrio e a Pôncio Pilatos, de quem  recebeu todo tipo de injustiça, açoites, zombarias e, finalmente, a crucificação entre dois criminosos. Esse foi o preço da nossa redenção. O Apóstolo nos faz lembrar: “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co. 6:20). “Saiba-se isto em toda a terra”. Somos testemunhas de Jesus Cristo, seus representantes aqui na terra, e o nosso assunto principal é Jesus Cristo e este crucificado, (1Co. 2:2).

Por sermos salvos mediante a fé em Jesus Cristo e na sua obra redentora, podemos praticar a exortação final: “Exulta e jubila, ó habitantes de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio de ti”. Ele é grande em seu amor para conosco e inescrutável em seus caminhos. E, apesar de ser tão grandioso, Ele nos entregou o seu Filho, para que nele fôssemos redimidos, perdoados e feitos seus herdeiros, (Rm. 8:17). Por essa razão podemos sentir uma exultação, com júbilo, e uma “alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da nossa fé: a salvação da nossa alma” (1Pe. 1:8-9).

Conclusão: Um dos assuntos mais preciosos que deve ocupar a nossa mente é a salvação que temos mediante a fé em Jesus Cristo. Isaías doze é um cântico de louvor pela salvação de seu povo.


Vimos a Maravilha da Salvação, uma dádiva inteiramente gratuita para os que crêem. Vimos a Matéria da Salvação. Resumidamente, Cristo é a plenitude dessa salvação. Tendo Cristo em nossa vida, temos a vida eterna. Vimos a Magnitude da Salvação. Jesus Cristo, “aquele que não conheceu o pecado, Deus o Pai o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co. 5:21). Cristo, como o nosso substituto, carregou o nosso pecado e foi maltratado, como se fosse Ele o próprio pecador, sofrendo e morrendo em nosso lugar, para que nós pudéssemos exultar e jubilar, sabendo que, em Cristo Jesus, temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da  sua graça. Agora, a única coisa que Deus requer de nós para sermos salvos é fé em Jesus Cristo e em tudo o que Ele fez por nós. Que seja assim!

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