“Para sempre estabelecerei a tua
posteridade e firmarei o teu trono de geração em geração” (Salmo 89:4).
Essa promessa foi dada a Davi. Na
profecia original, notemos a insistência no uso do singular: “o teu descendente”,
portanto, para um só, uma pessoa específica nos propósitos de Deus. A esse
descendente foi dada a promessa: “E eu estabelecerei para sempre o trono do seu
reino” (2 Sm. 7:12-16). Somos obrigados a passar por cima dos descendentes
naturais de Davi, visto que a perpetuidade deles foi impelida pela morte. E, para confirmar essa enfermidade, a própria monarquia davídica foi dissolvida
pelo cativeiro babilônico, e, até hoje,
nunca mais se estabeleceu. A promessa a Davi falhou? De modo algum! Esse
prometido “descendente” de Davi se refere a Jesus Cristo, “o qual, segundo a
carne, veio da descendência de Davi” (Rm. 1:3). Assim, quando a sua vinda foi
anunciada, a virgem Maria recebeu esta explanação: “Eis que conceberás e darás
a luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será
chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá
fim” (Lc. 1:31-33). Cristo é o pleno cumprimento da promessa dada a Davi.
Essa promessa messiânica foi
anunciada ao povo de Deus muitos séculos antes do seu cumprimento. Assim sendo, será que foi fácil aguardar “a consolação de Israel”? (Lc. 2:25).O Salmo 89 descreve a
luta espiritual para manter acesa essa esperança. Em vez de ver a prosperidade do
reino davídico, o Salmista reclamou ao Senhor: “Tu, porém, o repudiaste e o
rejeitaste e te indignaste com o teu ungido”, até a dissolução de todos os
sinais da dinastia davídica: “ deitaste por terra o seu trono” (Sl. 89:38-44).
A fé do Salmista foi posta à prova por tantos indícios de futilidade, porém, a
sua esperança na imutabilidade da promessa não se extinguiu. Ele termina
confessando a sua confiança na soberania do Senhor: “Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e
amém” (Sl. 89:52). Na soberania de Deus,
nem sempre nos é dado o privilégio de experimentar o pleno cumprimento de todas
as suas promessas que alimentam o nosso coração. A carta aos Hebreus, falando
sobre a fé dos nossos antepassados, registra: “Ora, todos estes que obtiveram
bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa”.
Deus tem estabelecido o momento certo, quando todo o seu povo desfrutará da
plena compreensão das promessas, (HB. 11-39-40). À luz dessas demoras, o Ap.
Paulo escreveu: “Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no
corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que
vemos” (2Co. 5:6-7).
Agora, é importante que façamos
uma pergunta necessária: Como podemos alimentar a nossa fé durante os tempos quando, aparentemente, Deus não está fazendo nada para apressar o cumprimento de
suas promessas? O Salmista nos dá uma resposta segura, que nunca falhou.
Devemos conhecer os atributos de Deus e meditar em cada um; tais como: as
misericórdias do Senhor, a sua fidelidade e a sua benignidade. O Salmista tomou
esta decisão: “Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor; os
meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois disse
eu: a benignidade está fundada para sempre; a tua fidelidade, tu
a confirmarás nos céus” (Sl. 89:1-2). Paulo e Silas receberam livramento
enquanto “oravam e cantavam louvores a Deus (alegrando-se nos atributos)”.
(At. 16:25). E, seguindo o mesmo exemplo, seremos plenamente realizados em
todas as nossas esperanças espirituais.
Desde as primeiras promessas messiânicas
do Antigo Testamento, o povo de Deus tinha que manter uma confiança na
fidelidade de Deus para cumprir as suas promessas. Agora, no Novo Testamento,
cremos que Deus já cumpriu essas promessas messiânicas. “Vindo, porém, a
plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl. 4:4). Cristo não apenas
veio ao mundo, mas também cumpriu a sua missão, dando a sua vida em resgate por
muitos, (Mc. 10:45). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus
enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele” (1Jo. 4:9).
Em virtude da morte substitutiva de Cristo, todo o que nele crê, tem a
redenção, o perdão de todos os seus pecados e a vida eterna, (Ef. 1:7).Independente
de circunstâncias incompreensíveis, a nossa fé em Jesus Cristo permanecerá imperturbável,
olhando firmemente para Ele, por que Ele é o Autor e Consumador da nossa fé,
(Hb. 12). "Não temas, crê somente" e será salvo, (Lc. 8:50).
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