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terça-feira, 31 de maio de 2016

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - Rev. Ivan G. G. Ross




Leitura Bíblica: Mateus 25:31-46.

Introdução: Ao abordarmos o assunto da Segunda Vinda de Jesus Cristo, devemos ponderar sobre dois princípios que envolvem a nossa obediência. Primeiro: As últimas  palavras de Cristo a seus seguidores, são: “Ide, portanto, fazei discípulos (...) ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt. 28:19-20). Ao obedecermos essa ordem,  temos que nos limitar ao que Ele estabeleceu, evitando o uso de acréscimos que confundem a simplicidade das palavras de Cristo. Segundo: Quando os discípulos perguntam a Jesus sobre os três eventos do futuro, a saber: 1) “Quando sucederão estas cousas?” (a destruição de Jerusalém, quando “não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”); 2) “e, que sinal haverá da tua vinda?” (o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória); 3) “e da consumação do século?” (ou, depois de certos acontecimentos, tal como a pregação do evangelho por todo o mundo, “então virá o fim”). No resto do capítulo 24, até o fim do capítulo 25, Cristo respondeu magistralmente as três perguntas dos discípulos. Agora, a questão é: Cristo deu uma resposta completa ou, porventura, incompleta, deixando os seus discípulos insatisfeitos e sem uma resposta segura? Não podemos cometer tamanha blasfêmia, questionando a completude da resposta que Cristo deu a seus discípulos, sedentos por uma resposta verídica, suficiente para alimentar a sua fé.

Em poucas palavras, podemos resumir o ensino desses dois capítulos com o seguinte esboço:

  1. Os discípulos comentam sobre a construção do templo, 24:1;
  2. A profecia sobre a destruição de Jerusalém, 24:2;
  3. A tríplice pergunta dos discípulos quanto ao cumprimento dessa profecia, 24:3;
  4. Como Cristo respondeu essas perguntas, 24:4 – 25:46.

a) Uma descrição do estado inseguro do mundo: Falsos cristos, guerras, fomes, terremotos e perseguições, horrores que continuarão até a  consumação do século, 24:4-14.
b) Uma descrição da tribulação e do sinal que anunciarão e precederão a destruição de Jerusalém. “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (ou seja: “Quando, porém, virdes Jerusalém  sitiada de exércitos (romanos), sabei que está próxima a sua devastação, Lc. 21:20), então  os que estiverem na Judéia, fujam para os montes”, 24:15-28.
c) Um relance da vinda de Cristo: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória”, 24:29-31.
d) Mediante o uso de quatro parábolas, Cristo descreveu as atitudes espirituais que devem ser cultivadas enquanto aguardamos a vinda de Cristo, a saber: 1) A figueira, apesar das calamidades mencionadas nos Vs. 4-28, os propósitos de Deus estão se cumprindo inexoravelmente, as palavras de Cristo jamais falharão. “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (V. 42). 2) Do servo bom e do mau. Seja fiel a Cristo. “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm. 14:12). 3) As dez virgens. Seja diligente para cuidar da sua vida espiritual. 4) Os talentos, cada um de nós temos recebido um dom pelo qual serviremos a Deus, portanto, não sejamos negligentes, esbanjando o nosso tempo, 24:32 -25:30.
e) Os quatro acontecimentos escatológicos, 25:31-46. Podemos observar uma seqüência ininterrupta de quatro eventos  que acontecerão na consumação do século: 1. A vinda repentina e visível de Jesus Cristo; 2. A ressurreição geral de cada ser humano; 3. O juízo final, separando os justos dos injustos; 4. Os Destinos na eternidade, alguns para o castigo eterno e outros para a vida eterna. Podemos observar esses mesmos quatro eventos, em seqüência semelhante, nas duas parábolas do reino, cada uma com esta explanação: “Assim será na consumação do século” (Mt. 13:40, 49). Na parábola do joio, Mt. 13:36-43, a situação geral do mundo, bons e maus crescendo juntos. Agora, os quatro eventos: 1. Novamente, uma ordem foi dada, a Segunda Vinda de Cristo; 2. A ordem, a colheita, a Ressurreição Geral dos bons e maus; 3. O processo de separação, O Juízo Final; 4. Os respectivos Destinos, o joio queimado e o trigo recolhido no celeiro. Na parábola da rede, Mt. 13:47-50. 1. Mais uma vez, a ordem foi dada, a Vinda de Cristo; 2. O recolhimento dos peixes, a Ressurreição Geral; 3. O processo de separação, o Juízo Final; 4. Os respectivos Destinos.
Vamos examinar esses quatro eventos como se  encontram em Mt. 25:31-46.
1. A Vinda de Cristo. “ Quando vier o Filho do homem”. V. 13. Cristo descreveu a natureza de sua vinda em Mt. 24:30-31. Os discípulos tinham perguntado: “E que sinal haverá da tua vinda?”. Agora, Cristo dá a sua resposta: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória”. Como será manifestado o seu poder e glória? Ele “se assentará no trono da sua glória”, Mt. 25:31. Desta posição de autoridade, Ele dará início aos eventos relacionados à consumação do século.

Quanto à visibilidade da vinda de Cristo, Ele mesmo disse: “Porque, assim como o relâmpago  sai do oriente e se mostra no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem” Mt. 24:27. A sua visibilidade será inconfundível. Os dois anjos que orientaram os discípulos, depois da ascensão de Cristo, disseram: “Varões galileus, por que estais olhando  para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá de modo como o vistes subir” At. 1:11.

E, quanto à repentinidade da vinda de Cristo, Ele mesmo disse: “Mas, considerai isto: se o pai de família soubesse a que horas viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá”, 24:43-44. Qual é a lição que devemos aprender? “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia, nem a hora” da vinda de Cristo, 25:13.

2. A Ressurreição Geral. Embora o texto não use a palavra “ressurreição”, a sua realidade está implícita, porque todas as nações e cada indivíduo delas estão reunidos diante do trono onde Cristo se assentou, Mt. 25:31-32. Na ressurreição escatológica, todas as pessoas, sem exceção, justos e injustos, vivos e mortos, todos estão incluídos. Nas duas parábolas do reino, o joio e o trigo, os peixes bons e os peixes ruins, foram incluídos na colheita, para depois serem separados. Quando Cristo falou sobre a ressurreição, Ele disse: “Não vos maravilheis disto (da autoridade que Ele recebeu para efetuar as ressurreições), porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos (todos os crentes e descrentes), ouvirão a sua voz, e sairão”. E qual é a finalidade desse acontecimento? Para que sejam julgados e encaminhados para o seu lugar na eternidade. Alguns  ressuscitarão  para receber a vida,  outros para receber o castigo, Jo. 5:25-29.
O Ap. Paulo descreveu essa ressurreição: “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos (morreremos), mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós (os vivos) seremos transformados. Porque é necessário que este corpo se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade” 1Co. 15:51-53. Na ressurreição, o nosso próprio corpo será levantado. O piedoso Jó expressou a sua convicção espiritual, dizendo: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos virão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro em mim” Jó 19:25-27. No dia da ressurreição, o corpo dos ressuscitados, bem como o corpo dos vivos, será transformado, feito indestrutível e eterno, próprio  para a eternidade, seja para o céu, na presença de Deus, ou para o inferno, separado da presença de Deus. Se a doutrina da ressurreição, com todas as suas implicações, parece  incrível, então ouça a pergunta pertinente do Ap. Paulo: “Por que se julga incrível entre vós  que Deus ressuscite os mortos?” At. 26:8. O Deus que criou o céu e a terra do nada, certamente tem o poder para ajuntar os elementos do nosso corpo e fazê-los reviver outra vez. “Visto que a morte veio por um homem, também  por um homem veio a ressurreição dos mortos” 1Co. 15:21. A ressurreição de Jesus Cristo é a garantia da nossa ressurreição. Talvez alguém esteja pensando: Como será o corpo dos cristãos ressuscitados? O Ap. João responde: “Amados, agora, somos os filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhante  a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” 1Jo. 3:2.   

3. O Juízo Final. “ E todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda” Mt. 25:32-33. “Retribuirá a cada um segundo o seu procedimento”, Rm. 2:6. Qual é o padrão de avaliação que Cristo usará no Dia do Juízo? Cremos que a norma será a lei do amor, resumida nos dois grandes mandamentos: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhantemente a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mt. 22:37-40. Segundo o texto de Mateus 25, este amor  tem uma dupla expressão: tudo que fazemos, deve ser feito “como para o Senhor e não para homens” (Cl. 3:23). E, no dia do Juízo, Cristo reconhecerá: ou “sempre que o fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”, V.40; ou “sempre que o deixastes de fazer  a um destes meus pequeninos, a mim deixastes de fazer” V.45. Manifestamos o nosso amor a Cristo, servindo-o e cuidando  das necessidades do nosso próximo. Em termos práticos, amamos a Cristo, por isso, amamos o nosso próximo, suprindo as suas necessidades, como para Cristo. “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber, era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso e fostes ver-me”. Aqueles discípulos praticaram esses atos de amor a seu próximo inconscientemente; e, quando ouviram o elogio, perguntaram a Cristo: Quando te vimos nestas circunstâncias? Ele logo respondeu: “Em verdade vos afirmo, sempre que o fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” Vs. 35-40. Se amamos a Cristo, de necessidade amaremos o nosso próximo. E, no dia do Juízo, seremos aprovados, ou, reprovados, de acordo com a lei do amor. O Apóstolo disse: “Porque importa que todos nós (incluindo justos e injustos, vivos e mortos) compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba do bem ou do mal que tiver  feito por meio do corpo” 2Co. 5:10. A lei do amor é exigente, temos que amar a Cristo com a totalidade do nosso ser, e o nosso próximo como a nós mesmos. “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei (...) O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” Rm. 13:8-10. Convém ouvir a palavra do Ap. Tiago: “Se vós, contudo, observais a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo; se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. Pois  qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” Tg. 2:8-10. Vamos lembrar “que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite” 1Ts. 5:2. Portanto, estejamos preparados, sabendo que cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus, no tocante ao nosso procedimento diante da lei do amor.

4. Os Destinos na Eternidade. Depois de julgar cada indivíduo, o Juiz pronunciará o seu veredicto. Aos que obedeceram à lei do amor, ouvirão: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. V.34. No final da parábola do joio, Cristo acrescentou: “Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai”. Mt. 13:43. Será uma bem-aventurança sem fim!

Aos que negligenciaram a lei do amor, ouvirão: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. V. 41. A transgressão maior dos pecadores rebeldes é o seu  desprezo da Pessoa de Cristo. Por isso, está escrito: “Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema – amaldiçoado” 1Co. 16:22. E, na parábola do joio, esse anátema significa: ser lançado “na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes”. Mt. 13:42. O assunto dos destinos na eternidade é encerrado com estas palavras: “E irão estes (os injustos) para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida eterna.”, V.46. Com estas palavras, termina-se a revelação escatológica que Cristo nos confiou.

Quando meditamos sobre os destinos na eternidade, nós, o seu povo redimido, devemos sempre dar graças a Deus pelas bênçãos espirituais que Ele tem derramado sobre nós, tão gratuitamente, “porque Deus não tem nos destinado para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos (morramos), vivamos em união com ele. Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo”. 1Ts. 5:9-11.

Conclusão: Existem diversos textos escatológicos no Novo Testamento, cada um tratando de uma parte específica da doutrina da Segunda Vinda de Cristo. Na interpretação desses textos, devemos entendê-los de acordo com o ensino que Cristo nos deu em Mateus 25, obedecendo à seqüência dos quatro acontecimentos. Vamos examinar dois desses textos:

Primeiro: 1Ts 4:13-18. Aqui, o Apóstolo está  respondendo uma pergunta: Os cristãos que morrem  antes da vinda de Cristo, perderão a esperança da vida eterna? A resposta é enfática: Não. Ninguém será esquecido no Dia da Ressurreição Geral, como delineado por Cristo nos três textos escatológicos, em Mateus capítulo 13 e 25. Notemos como o Apóstolo fala seguindo os ensinos que Cristo nos deu em Mateus 25. “Ora, ainda vos declaramos, por palavras do Senhor, isto é: os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto, o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficamos, seremos arrebatados (levantados) juntamente com eles (os mortos ressuscitados), entre as nuvens, para o encontro com o Senhor, nos ares, e, assim, estaremos, para sempre, com o Senhor”. 1Ts. 4:15-17. O que o Apóstolo está dizendo? Está descrevendo a Segunda Vinda do Senhor e a Ressurreição Geral, exatamente como Cristo  ensinou em Mateus 25. Essa resposta é basicamente a mesma que ele deu à Igreja em Corinto, que fez a mesma pergunta: “Porque importa que todos nós (vivos e mortos) compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” 2Co. 5:10. O Apóstolo jamais contradizeria as sequências escatológicas estabelecidas por Jesus Cristo, em Mateus capítulo 25.

O segundo texto: Ap. 20:1-15. Primeiro, reconhecemos que os números no livro do Apocalipse são metafóricos, interpretações por meio de símbolos, portanto, não podem ser literais. Eis um exemplo desse simbolismo: O número dos “servos do Senhor” são 144.000, mas, logo em seguida, esse mesmo número é visto como “grande multidão que ninguém podia enumerar”. Então, por que o uso do número 144.000? Para Deus, o número de seus servos é conhecido em termos exatos e inalteráveis, porém, para nós, o número exato é desconhecido. Em Apocalipse 20, o número mil é usado simbolicamente para descrever, indefinidamente, o longo tempo entre as duas vindas de Cristo. Durante esses mil anos, Cristo está reinando soberanamente, arrebanhando o seu povo dentre todas as nações. Paralelamente, Satanás ficou preso com uma grande corrente durante os mesmos mil anos. Apesar de estar preso, ele não ficou imobilizado, porém,  pode agir dentro das limitações da grande corrente, mas, somente com a permissão de Cristo. Qual a razão desse detalhe? Como é consolador saber que Satanás não pode impedir que alguém se aproxime de Cristo para receber a salvação eterna. “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo  a sua boa vontade”. Fl. 2:13. Por causa desse reinado de Cristo, Ele tem levantado Igrejas no mundo  inteiro, onde o evangelho é anunciado. Depois  dessa exposição do que está acontecendo no mundo dos nossos dias, o resto do capítulo 20 dá um relance da Segunda Vinda de Cristo, Ressurreição Geral, o Juízo Final e os Destinos das pessoas na eternidade, exatamente como Cristo estabeleceu em Mateus 25. Quanto às atividades atuais, tanto de Cristo, bem como de Satanás, convém ler Mateus 24:4-31.

Vamos evitar todas as conversas sobre esse assunto, tão precioso, que procuram ferir o claro e completo ensino de Cristo sobre a consumação do século. Sejamos semelhantes aos tessalonicenses, que foram convertidos a Deus, para servirem o Deus vivo e verdadeiro e para aguardarem dos céus o seu Filho, a quem Ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura, 1Ts. 1:9-10. Maranata, “Vem, Senhor Jesus!” Ap. 22:20.



quarta-feira, 17 de junho de 2015

O JUÍZO VINDOURO



Leitura Bíblica: João 5:24-30

Introdução: O Ap. Paulo encerrou a sua mensagem aos atenienses, afirmando: “Porquanto estabeleceu (Deus) um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão (Jesus Cristo) que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At. 17:31). A Confissão de Fé da nossa Igreja ensina: “Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos justos em suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um dia de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles se despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não sabendo a que hora virá o Senhor, e estejam prontos a dizer: Vem logo, Senhor Jesus! Amém” (Cap. 33:3). E, de forma semelhante, o nosso Senhor fez repetidas referências ao Dia do Juízo: “Digo-vos que toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas palavras serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mt. 12:36-37). E, finalmente, em nosso texto, Cristo fez uma clara referência a esse Dia do Juízo Vindouro. Vamos ao texto lido.

1. A Identidade do Juiz Vs. 26-27. O Juiz é alguém que é igual ao Pai, porque Ele é da mesma substância, isto é, o poder de auto-existência. “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo (Ele não depende de recursos externos para manter a sua vida), também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (V.26). Pai e Filho têm a mesma autoridade sobre todas as coisas no céu e na terra. Mas, apesar dessa igualdade, percebemos que o Filho tem o atributo específico para julgar os transgressores da lei de Deus. Como diz o Apóstolo: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento” (Jo. 5:22).

Certamente alguém está se lembrando da palavra do Senhor, quando afirmou: “Eu a ninguém julgo” (Jo.8:15). Mas, o nosso texto se refere ao ministério de Cristo enquanto andava entre os homens aqui na Terra e não da sua atividade em seu estado de exaltação. Como Ele mesmo explicou: “Porquanto  Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo.3:17). Tudo tem as suas devidas sequências. Primeiro Cristo prepara e convida os pecadores para receber a salvação; mas, no caso de ser rejeitado, vem a condenação. No momento, Cristo está salvando pecadores que se arrependem de seus pecados e crêem nele, porém, na consumação do século, a obra salvadora de Cristo será definitivamente encerrada, e dará início ao processo de encaminhar a humanidade para o seu lugar na eternidade. “E irão estes (os injustos e condenados) para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mt. 25:46).

2. A Ideologia do Juiz Vs. 24 e 28. Qual será o padrão que Cristo usará no Dia do Juízo? Ele julgará o mundo com justiça (At. 17:31). Uma das verdades básicas à filosofia humana é que depois da morte haverá uma distribuição de recompensas, quando cada um receberá segundo o seu procedimento. “Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego; glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego. Porque para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm. 2:6-11). E, fundamental a essa crença é que “o Juiz de toda a terra” fará a justiça, (Gn.18:25). O Dia do Juízo é visto como o “dia em que Deus, por meio de Jesus Cristo, julgará os segredos dos homens” (Rm. 2:16). Cristo é totalmente competente para julgar os segredos dos homens, “porque os conhecia a todos. E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo. 2:24-25).

Como devemos avaliar os dias atuais? São dias de oportunidade, dias em que devemos nos preparar para o Juízo Vindouro. Cristo comentou sobre essa necessidade quando disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo (para ser condenado), mas passou da morte para a vida” (V.24). O nosso preparo espiritual se resume em uma só palavra: “Crer”. O evangelho está sendo anunciado com este apelo: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa” (At. 16:31). Fé em Jesus Cristo é absolutamente necessária à salvação da nossa vida. Ele é o meio que Deus providenciou pelo qual podemos tomar posse da nossa salvação. Não existe nenhuma outra possibilidade. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantêm rebelde contra o Filho (recusando submeter-se às suas condições) não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo. 3:36).
Quando é que esse Dia se manifestará? Ninguém sabe! “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt. 24:36). “Ficai também vós apercebidos, porque à hora que não cuidais, o Filho do homem virá” (Lc. 12:39-40). No momento, o importante é ouvir e crer no Evangelho de Jesus Cristo, pois a nossa felicidade na eternidade depende desse passo.

3. A Idoneidade do Juiz, Vs. 29-30. Cremos que o Senhor, como criador de tudo o que existe, visível e invisível, tem a idoneidade, ou, a competência, para encaminhar, com justiça, todas as coisas que foram criadas por Ele, inclusive o lugar certo para cada pessoa na eternidade. Mas, como será a manifestação desse Dia? Haverá uma sequência de eventos inconfundíveis. Primeiro, a consumação do século será anunciada pela Segunda Vinda de Jesus Cristo e a ressurreição geral, a fim de que todos, vivos e mortos, compareçam perante o tribunal de Cristo. “Então verão o Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos (os povos deste mundo) dos quatro ventos da extremidade da Terra até a extremidade do céu” (Mc. 13:26-27). Logo em seguida se iniciará o processo do julgamento final, “para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito no corpo” (2Co. 5:10). “Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória, todas as nações reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda” (Mt. 25:31-33).

Na leitura do nosso texto, Cristo descreveu esse processo de separação usando estas palavras: “Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”, quando serão condenados por causa de seu procedimento reprovado. Não haverá duas ressurreições. O versículo está descrevendo o destino de cada pessoa depois da sua ressurreição. Assim, observamos que, depois da nossa ressurreição, será tarde demais para mudar o rumo do nosso estado na eternidade. Cristo encerrou o seu discurso sobre o juízo vindouro dizendo: “E irão estes (os injustos) para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida eterna” (Mt. 25:46).

Conclusão: Quanto ao juízo vindouro, o Ap. João escreveu: “ Filhinhos, agora, pois, permanecei nele (em Cristo), para que quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1Jo. 2:28). O Dia do Juízo pode ser um dia de confiança se tivermos permanecido assíduos em nossa devoção a Jesus Cristo; ou, pode ser um Dia quando nos sentiremos envergonhados por causa de atos de infidelidade e omissões em nossos deveres de devoção. E o Apóstolo acrescentou: “E a si mesmo se purifica todo o que tem esta esperança (a  esperança de sermos achados semelhantes a Jesus Cristo no Dia da sua manifestação (1Jo. 3:2), assim como ele é puro” (1Jo. 3:3). Por isso temos tantas exortações na Bíblia, como: “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá” (Mt. 24:44). Sim, com toda certeza, haverá um Dia de Juízo, portanto, estejamos preparados.

Rev. Ivan G. G. Ross

 


domingo, 30 de março de 2014

A MANIFESTAÇÃO DE CRISTO




Leitura Bíblica: Apocalipse 1:4-8

Introdução: A primeira verdade que se encontra neste texto é a doutrina inconfundível da Trindade. As três Pessoas da Divindade é o Deus e o autor da “graça e paz” que são derramadas sobre a Igreja. A Trindade é facilmente reconhecida pela tríplice repetição de: “da parte de”. As três Pessoas da Divindade, inseparavelmente juntas, comunicam às 9 igrejas a benção de “graça e paz”. A graça, a gratuidade das providências divinas, e a paz, atuando como a confirmação dessas dádivas recebidas. Veja como as três Pessoas interagem como uma só Pessoa.

“Graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir”. Temos aqui a eternidade de Deus Pai. O Salmista o exalta, dizendo: “Antes que os montes nascessem, e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu é Deus” (Sl. 90:2)

“Graça e paz, da parte dos sete Espíritos que se acham diante de seu trono”. O número sete é usado, simbolicamente, para descrever a plenitude e a onipresença do Espírito Santo. Notemos a sua localização. Ele está “diante de seu trono”, inseparavelmente unido com a Divindade, e, desta posição, Ele ouve e toma pleno conhecimento de todos os propósitos da Divindade. Por isso, Cristo disse: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as cousas que hão de vir” (Jo. 16:13).

“Graça e paz da parte de Jesus Cristo”. Observemos a tríplice descrição: 1º Ele é a “fiel testemunha”, fazendo referência a seu ministério aqui na terra. Obediência foi a característica principal na vida de Cristo. Ele mesmo confessou: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo. 4:34). 2º Ele é o “Primogênito dos mortos”, fazendo referência à sua ressurreição dentre os mortos. “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”, isto é, o primeiro a ser ressuscitado escatologicamente, (1 Co.15:20).  3º Ele é o “Soberano dos reis da terra”. Ele tem a supremacia absoluta sobre todos os poderes existentes, “é o grande rei de toda a terra” (Sl. 47:2). E, para qual fim? “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl. 2:10-11).

O texto lido apresentou a doutrina da Trindade, afirmando que o Pai, e o Filho, e o Espírito Santo é um só Deus verdadeiro e eterno. Este é o Deus que abençoa o seu povo com as dádivas espirituais de graça e paz; cada Pessoa contribuindo para que essas bênçãos sejam realidades experimentáveis. Agora vamos ver como Cristo se apresenta às suas Igrejas.

1. O Compadecimento de Cristo. “Aquele que nos ama”.  Uma das frases prediletas do Ap. Paulo fala sobre o amor de Cristo e como este se manifestou: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl. 2:20). O amor de Cristo é bem específico : “Ele me amou”. Sim, Ele ama muitos, mas, para o meu consolo e segurança, posso confessar: “Ele me amou”. Cristo descreveu a natureza desse amor, dizendo: “ Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos”.(Jo. 15:13). E, acrescentou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”  (Jo. 10:11). Mas, quem são esses amigos e ovelhas? “Vós sois os meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo. 15:14). E, acrescentou: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (Jo. 10:27). Devemos reconhecer que a maneira prática para demonstrar o nosso amor a Cristo é através da nossa obediência ao que Ele manda. Nós o seguimos. Pela obediência, desenvolvemos uma verdadeira comunhão espiritual com Ele.

Devemos perguntar: Qual é o sentido de ter Cristo morrido por nós? A sua morte tem valor vicário, isto é, tomar o lugar de outro. “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Assim, a sentença da morte que pairava sobre mim, por causa dos meus pecados, foi tirada e lançada sobre Cristo. Ele morreu por causa dos meus pecados que Ele mesmo carregou na cruz do Calvário, (1Pe. 2:24). “ Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (os que crêem na suficiência da sua morte vicária). Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:1-2).

2. O Comportamento de Cristo. “E pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados”. Uma das frases que expressam, eloquentemente, a boa vontade de Cristo para dar a sua vida em favor de seu povo, está no Evangelho segundo Lucas: “E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu (isto é, os dias em que Cristo seria crucificado, ressurreto e recebido no céu), manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém”, onde sofreria os horrores da crucificação (Lc. 9:51). Por que essa “intrépida resolução”? Porque foi o único meio para que pecadores pudessem ser libertados das conseqüências judiciais de seus pecados. No Antigo Testamento, o sangue de animais foi derramado para ensinar que, “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb. 9:22). Mas esses sacrifícios eram apenas sinais, totalmente incapazes de efetuar o indicado. “Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb. 10:4). Era necessário um sangue superior, o sangue precioso de Jesus Cristo, (Pe. 1:18-19). Este é o único sangue, a única providência divina pela qual importa que sejamos libertados dos nossos pecados. Libertados, não apenas do salário do pecado, mas, também, do domínio do pecado (Rm. 6:14). Como Cristo explicou: “Se, pois, o Filho vos libertar,verdadeiramente sereis livres” (Jo.8:36).

3. O Comprazimento de Cristo. “ Ele nos constituiu reino, sacerdote para o seu Deus e Pai, a ele seja a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.” . Cristo tem comprazimento em designar o seu povo redimido, segundo a sua boa e agradável vontade. Com estes salvos, Ele organizou o seu reino, que não é deste mundo, antes, é celestial. Quando nós fomos convertidos, Deus, o nosso Pai, “ nos libertou do império das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl. 1:13). Agora, pertencemos ao reino de Cristo, onde Ele será o nosso soberano para todo o sempre.

Dentro desse reino, somos ministros e sacerdotes, servindo na presença de Deus, nosso Pai, “de modo agradável, com reverência e santo temor” (Hb. 12:28). “ Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele” (Ap. 22:3-4). O nosso ministério principal consistirá em “louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb. 13:15). Por causa do privilégio de pertencer ao reino celestial e servir como sacerdotes na presença de Deus, reconhecemos que tudo isso é a graça e a condescendência do nosso Deus, portanto, “a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.

4. O Comparecimento de Cristo. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém”. Eis aqui o resumo dos eventos que acontecerão, simultaneamente, no Dia da Segunda Vinda de Jesus Cristo.Vamos observar a sequência dos eventos mencionados no texto:

a)      A vinda de Cristo será repentina e gloriosamente visível. Nada de uma vinda invisível e secreta. “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá”. A visibilidade da vinda de Cristo é ensinada em muitas partes da Bíblia. “Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no ocidente, assim  será a vinda do Filho do homem” (Mt. 24:27).
b)      Logo em seguida haverá a ressurreição geral, incluindo todos os vivos e todos os mortos, todos os justos  e todos os ímpios. Cristo ensinou: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão” (Jo. 5:28). E o Ap. Paulo acrescentou: “Porque importa que todos nós (vivos e mortos) compareceremos perante o tribunal de Cristo” (2 Co. 5:10).
c)  Logo em seguida haverá o julgamento geral. Devemos lembrar que o julgamento não é necessariamente para condenar, antes, o fim principal é descobrir e declarar a verdade a respeito da pessoa sendo julgada. Os que estão em Cristo serão declarados inocentes, enquanto que os que se acham sozinhos e sem Cristo serão declarados culpados. E, depois de serem julgados, Cristo declarou: “E irão estes (os culpados) para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida eterna” (Mt. 25:46).

Devemos sentir a confusão e o terror que tomará conta de muita gente no Dia do Juízo: “E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amem”. Veja a exposição maior daquele Dia: “Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo o livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o Grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se? (Ap. 6:15-17).

Conclusão:  Esta mensagem, que é dada às Igrejas no início do Apocalipse, é o tema central do livro: O amor de Cristo e como este foi demonstrado quando deu sua vida, a fim de redimir o seu povo e dar-lhe o perdão de todos os seus pecados, sempre incluindo a consumação do século e o julgamento de todos os povos. Que sejamos preparados, “antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor” (Ml. 4:5).


Rev. Ivan G. G. Ross  

sábado, 15 de dezembro de 2012

2012 - O MUNDO VAI ACABAR?




Leitura: Bíblica: 2 Tessalonicenses 2:1-6

Introdução: A pergunta que paira sobre a mente de muitos é esta: O mundo vai acabar? Respondemos: Sim, com certeza haverá uma “Consumação do Século” (Mt 13:49), mas, somente depois de certos acontecimentos proféticos, então, virá o fim, (Mt 24:14). Há uma segunda pergunta de igual urgência: Quando é que o mundo vai chegar ao seu fim? Não sabemos! Devemos dar ouvidos à resposta terminante que o Senhor Jesus Cristo nos dá: “Mas a respeito daquele dia e a hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mt. 24:36). Uma árvore pode alcançar muitos anos de sobrevivência, porém, inevitavelmente, vai experimentar um processo de envelhecimento até que seja consumada pela morte definitiva. E o mundo que conhecemos não escapará do mesmo destino.

A “Consumação do Século” está sempre associada ao “ Dia do Senhor”, ou seja, à Segunda Vinda de Jesus Cristo. Os homens sempre tiveram uma preocupação em relação aos acontecimentos que acompanham o fim do mundo. Por isso os discípulos fizeram uma tríplice pergunta a Jesus (Mt. 24:3): a) “Quando sucederão estas cousas?” ( a destruição de Jerusalém, que aconteceu no ano 70 DC.) b) “E qual será o sinal da tua vinda?” c) “e da consumação do século?” Estas três perguntas foram respondidas magistralmente em Mt. 24 e 25; Mc 13:1-28, Lc 21:5-28. A destruição de Jerusalém seria precedida por certos sinais específicos (Mt. 24:1526; Lc. 21:20-24); e, semelhantemente, a Vinda de Cristo e a Consumação do Século serão também precedidas por sinais pré-estabelecidos (Mt. 24:3-14, Lc 21:7-19). Não haverá como não identificar estes sinais proféticos: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do  Filho do homem” (Mt. 24:27).

Entre outras razões, Cristo voltará para “julgar vivos e mortos, pela sua manifestação”(2 Tm. 4:1). O aspecto de um Juízo Final é muito enfatizado na Bíblia: Deus “estabeleceu um Dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão (Jesus Cristo) que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At. 17:31). No mundo existem muitos crimes que passam, aparentemente, impunes; por isso o Dia do Juízo final  é  uma verdade repleta de consolo para os retos de coração. A Bíblia ensina: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10).

Qual será o estado do mundo imediatamente antes da vinda de Cristo? Podemos dizer, de modo geral, que tudo estará funcionando normalmente. Todos estarão vivendo sem qualquer preocupação ou preparo espiritual, como nos dias de Noé, antes do dilúvio. “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé  entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também na vinda do Filho do homem.” (Mt. 24: 38-39). Por causa da certeza da Consumação do Século, Cristo fez este apelo: ‘Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt. 25:13).

Deixamos essa parte oferecendo uma palavra de orientação. Não devemos ficar amedrontados com as chamadas “revelações” (profecias) que se ouvem em nossos dias, nem com o uso de palavras chamativas que falam sobre o fim do mundo em 2012. A nossa única regra de orientação espiritual é a Bíblia. Ela não usa frases como: “ a iminente vinda de Cristo” e nem que “Jesus em breve voltará”. Não devemos tentar marcar um tempo cronológico para a vinda de Cristo, porque não sabemos se ela acontecerá em nossos dias ou se ela ainda está longe. Ninguém tem autoridade para especular sobre os propósitos de Deus que Ele ainda não revelou. O que a Bíblia enfatiza é a necessidade de estarmos preparados para um encontro com o Senhor, que “julgará vivos e mortos”. O aspecto de “repentinidade” não significa “iminência”. Repentinidade denota o ato de ser surpreendido, porque não houve nenhum aviso sobre a visitação. Por isso, Cristo explicou: “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos, porque a hora em que não cuidais, o Filho do homem (Cristo) virá” (Mt 24:43-44). Novamente, a ênfase recai sobre a necessidade de estarmos preparados para um encontro com o Senhor, porque a hora da sua vinda é totalmente desconhecida. Como podemos aplicar essa orientação à nossa vida?   

1. Precisamos Praticar a Perseverança. A Consumação do Século e a Segunda Vinda de Cristo são partes essenciais da doutrina cristã; portanto, devemos estudar e acreditar nas seqüências envolvidas neste assunto, porque a palavra de Cristo é a nossa segurança. Devemos estudar os capítulos 24 e 25 de Mateus e os textos paralelos em Marcos e Lucas. Uma vez firmados neste ensino, temos que perseverar nele, isto é, continuando a seguí-lo sem vacilar, mesmo que haja opiniões contrárias. O Ap. Paulo escreveu: “Nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito (uma voz profética que foi ouvida), quer por palavra (alguém afirmando que ouviu a palavra que ele cita dos próprios lábios do Apóstolo), quer por epístola (um documento falso), como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá” sem que primeiro venha certos sinais estabelecidos nas Escrituras Sagradas ( 2 Ts. 2:2-3). O falso mestre usa toda sorte de artimanha a fim de estabelecer a sua própria interpretação. Cristo nos deu muitas advertências sobre estes enganadores que proferem fantasias sobre os acontecimentos finais. Por causa destas invenções, temos que praticar perseverança no ensino inconfundível das Escrituras Sagradas, “olhando firmemente para o autor e consumador da nossa fé, Jesus Cristo” (Hb. 12:2).

2. Precisamos Praticar a Percepção.  Já temos feito referência a “certos sinais” que precederão a segunda vinda de Cristo. São dois: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto (o Dia do Senhor) não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição” (2 Ts.2:3). Temos que praticar a percepção a fim de reconhecer a aproximação deste dois sinais. a) Uma “apostasia” geral tomará conta da Igreja de Cristo. b) A “revelação do homem da iniqüidade, o filho da perdição”. Qual é a atuação dessas duas figuras nos tempos que precederão a Segunda Vinda de Cristo?      

a) A apostasia. Este mal acontecerá dentro da Igreja visível. Apostasia significa o afastamento das doutrinas fundamentais da fé cristã; uma rebelião contra o senhorio de Jesus Cristo. Portanto, a fim de perceber a aproximação deste mal, temos que conhecer quais são as doutrinas das Escrituras que dirigem a vida da Igreja Cristã. A falta deste conhecimento insensibilizará o discernimento do que está acontecendo. Por causa da multiplicação de divisões na Igreja dos nossos dias e a implantação de novas denominações, sentimos que a profetizada apostasia está se aproximando. A causa destas divisões é basicamente uma rebelião contra o senhorio de Cristo sobre a sua Igreja, porque o homem está querendo estabelecer a sua própria vontade em seus atos espirituais. A história de Israel e o seu afastamento de Deus é um exemplo deste mal (1 Rs 12:25-33; 14:1-20).

b) O homem da iniqüidade. É um homem, e não uma instituição, que liderará esta apostasia. Quais são as características deste personagem? Ele “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (1Ts. 2:4). Ele perverterá toda moralidade e espiritualidade das Escrituras Sagradas. Novamente, sentimos que esta perversão de princípios santos já está começando a se manifestar em nossa sociedade. Sim, precisamos praticar, urgentemente, a percepção. “Quando vier o Filho do homem (Cristo), achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18:8).

3. Precisamos Praticar a Perspicácia. Por causa da certeza destes acontecimentos vindouros precisamos praticar uma perspicácia para que o Dia do Senhor não nos apanhe despreparados. Mas esta urgência não é somente por causa da Segunda Vinda de Cristo, mas também por causa da inevitabilidade da nossa morte física. Pela morte, entramos em nosso lugar na eternidade, onde existem apenas dois destinos: o céu, ou o inferno. O Credo Apostólico nos ensina a confessar: “Creio em Jesus Cristo (...) crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades (ao estado dos mortos); ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está assentado à mão direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Assim vivemos na expectativa da Segunda Vinda de Jesus Cristo, a qual, naquela ocasião, iniciará a Consumação do Século. Que estejamos preparados para este encontro com o Senhor.

Rev. Ivan G. G. Ross
17 de Julho de 2012