terça-feira, 2 de janeiro de 2018
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Junto ao Pai ...
Que a vida dele seja um testemunho vivo do amor, misericórdia e constante cuidado de Deus.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
O NASCIMENTO DE CRISTO - NATAL 2017
Leitura Bíblica:
Gálatas 4:1-7
Introdução: O término de
mais um ano se aproxima rapidamente. É o tempo quando o nascimento de Jesus
Cristo é comemorado de uma maneira mais específica. Todos nós gostamos de ouvir
as palavras que o anjo falou a José, que ficou preocupado com a inesperada gravidez de Maria, a sua noiva.
“José, filho de Davi, não temas receber Maria, a tua mulher, porque o que nela
foi gerado é do Espirito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de
Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” Mt.1:20-21.
Quando Adão e Eva pecaram, Deus
não os entregou às consequências totais de sua desobediência; antes, Ele lhes
deu a promessa de um Salvador, pelo qual receberiam o perdão de seus pecados.
Essa promessa deu ao povo a esperança de tempos melhores. Os anos se passaram,
mas a promessa nunca foi esquecida. O profeta Isaías descreveu como o Salvador
chegaria à terra. “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe
chamará Emanuel”- Deus conosco, Is.7: 14; Mt.1:23. O prometido Salvador
seria o próprio Deus em forma humana -
Deus manifestado na carne, 1Tm.3:6. Assim, na plenitude do tempo, quando tudo
foi devidamente preparado para o nascimento do prometido Salvador, o Deus
soberano agiu mais uma vez na história da humanidade. Agora, estamos prontos para
meditar sobre o texto de Gálatas 4:4-6.
1.A Condição de seu Nascimento.
”Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. Para que Ele
fosse nosso Salvador, de verdade, duas condições eram necessárias:
Primeira, Ele teria de ser um
verdadeiro homem, “nascido de mulher”. Foi o homem que pecou, portanto, é o homem
que tem que receber o salário do pecado, que é a morte. Cristo veio como o
nosso substituto, um verdadeiro homem, capaz de receber o salário do nosso
pecado. Como o Verbo (Jesus Cristo) se fez
carne e habitou entre nós? Jo.1:14. Maria recebeu esta explanação: “Descerá sobre
ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por
isso, também o ente santo que há de nascer será chamado o Filho de Deus” Lc.1:35.
Este (o que haveria de nascer) é a imagem do Deus invisível (...) Porque
aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” da Divindade, Cl.1:15-19;
2:9. Veja a disposição de Cristo ao aceitar o desafio da redenção do seu povo:
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou (deixou de lado sua glória celestial por um breve
tempo), assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e
reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até
a morte e morte de cruz” Fp.2:5-8. Dessa
maneira, Ele demostrou a intensidade do seu amor para com o seu povo. “Ninguém
tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos”
Jo.15:13.
Segunda: Ele teria de ser
“nascido sob a lei”. Isto é, sob a obrigação de prestar uma obediência
imaculada à esta lei. Ele teria de ser como o cordeiro nos sacrifícios do
Antigo Testamento: “sem defeito e sem mácula” 1Pe.1:19. Estando totalmente
livre de qualquer pecado pessoal, Ele tinha as condições necessárias para
“carregar, ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados”
1Pe.2:24. “Porque, como, pela desobediência de um só homem (Adão), muitos se
tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só (Cristo),
muitos se tornarão justos”- em virtude da perfeita obediência, Rm.5:19. Essa
obediência de Cristo é imputada (atribuída) a todos os que nele creem, por isso,
podemos confessar: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por
meio do nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente
acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” Rm.5:1-2.
À luz dessas verdades, qual deve
ser a nossa disposição? Reconhecemos que fomos comprados (redimidos) por bom preço.
Portanto, pesa sobre nós o dever de glorificar
a Deus no nosso corpo e no nosso espírito, os quais pertencem a Deus,
1Co.6:20.
3 A Conquista de seu Nascimento: “A fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” Cristo veio para o que era seu (o povo de Israel) e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. 1Jo.1:11-13. A nossa salvação, desde o início e até o fim da nossa vida, é um ato da soberana misericórdia de Deus. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm.5:8.
Mas, como podemos saber, com certeza, que somos os filhos que o próprio Deus adotou por meio de Jesus Cristo? Ef.1:5. “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!”. É o Espírito Santo em nós que nos dá esta certeza: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” Rm.5:5. “O Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” Rm.8:16. Essa testificação nos faz sentir a realidade do amor paternal de Deus para conosco, pela qual conseguimos clamar: Aba, Pai! - um clamor de reconhecimento. “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” 1Jo.3:2. Aba Pai é um hebraísmo que intensifica a realidade do amor do Pai para com o seu povo. Cristo, quando orou no jardim de Getsêmani, usou este vocábulo: “E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres” Mc.14:36. Como é precioso poder testemunhar do amor de Deus para conosco. “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” 1Jo.4:16.
Conclusão: Esta é a
mensagem do Natal: que Deus, por amor a nós, pecadores, “enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a
fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou
Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.” Que
possamos ter esse clamor filial, porque a certeza da nossa salvação depende
desta intimidade com Deus. Desejamos que este Natal possa conduzir cada um de
nós para uma comunhão mais pessoal “com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo”.
IJo.1:3. Amém.
terça-feira, 24 de outubro de 2017
DO PECADO PARA A SALVAÇÃO
Leitura Bíblica: Efésios 2:1-10
Introdução: Para entender melhor a mensagem da nossa leitura, é necessário lembrar do conteúdo do primeiro capítulo. Nos versículos 3 a 14, o Apóstolo descreveu algumas das bênçãos que Deus derrama sobre o seu povo, dizendo: “Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com tanta sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”. Notemos o repetido uso da frase: “Em Cristo”. Sem a mediação de Cristo, é impossível ter acesso à presença do Pai. Em seguida, o Apóstolo descreve algumas bênçãos que recebemos em Cristo, tais como: eleição, adoção, redenção, perdão, compreensão do evangelho, uma herança espiritual e o dom do Espírito Santo, o qual é o penhor (garantia) da nossa herança, que é a vida eterna.
Agora, nos versículos 15 a 23 do capítulo primeiro, o Apóstolo descreve sua reação ao receber as notícias da Igreja em Eféso, dizendo: “Tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações”. Apesar de ser o fundador da Igreja, talvez uns quatro anos tivessem se passado sem ter um contato pessoal com os seus membros. Contudo, mediante mensageiros, ele ficou sabendo do progresso espiritual do trabalho. Por isso, ele disse: “Tendo ouvido”. As notícias fizeram com que ele orasse e desse graças a Deus e pedisse por itens específicos, tais como: a dádiva do Espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de Jesus Cristo, e a compreensão da “esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos”. Qual é o exemplo desse poder? “O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais”. O poder que operou na ressurreição de Jesus Cristo é o mesmo poder que opera na conversão de pecadores; é uma verdadeira ressurreição espiritual dentre os mortos, aqueles que são mortos em seus delitos e pecados. Devemos sempre ficar maravilhados diante da graça de Deus que nos regenerou, dando-nos uma nova vida em Cristo Jesus. Agora, o capítulo dois descreve como Deus age em favor da salvação de pecadores.
1. O Homem e o Pecado, Vs.1-3. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”. O pecado é muito mais do que uma mera transgressão da lei de Deus; ele é um poder destruidor que fica corroendo a nossa vida, culminando na morte física e espiritual. Esse pecado destrói não apenas o transgressor, mas ele também se dirige contra o seu próximo para o destruir. Ressentimento, ódio e vingança sempre envolvem outras pessoas. A primeira manifestação desse poder negativo aconteceu quando Caim matou o seu próprio irmão, Abel, destruindo a sua vida. A Bíblia, falando da natureza do pecador, afirma: “ São os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz”. Rm. 3:15-17. Sim, o pecado é um mal devorador e a sua realidade deve ser reconhecida e temida, pois habita em cada um de nós. Davi lamentava: “Eu nasci na iniquidade (uma herança que recebemos dos nossos genitores), e em pecado me concebeu a minha mãe”. Sl. 51:5.
Mas, apesar dessa realidade, o pecado tem um certo encanto que atrai os ingênuos que vivem cegamente “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”. Quem é esse “príncipe”? É “o grande dragão, a antiga serpente que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo”, Ap. 12:9. Cristo descreveu a natureza básica desse ser espiritual: “Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” Jo.8:46. Foi ele quem conduziu Eva, com promessas mentirosas, para comer do fruto proibido. Existem dois tipos de comunicação: aquela que nos conduz à verdade e aquela que nos conduz ao erro e à auto destruição. Por isso, temos que estar prevenidos contra “as ciladas do diabo”, mediante o conhecimento prático das Escrituras. Cristo derrotou o diabo mediante seu conhecimento e compromisso para obedecê-las. “Passadas que foram as tentações de toda a sorte, apartou-se o diabo, até momento oportuno” Lc.4:1-13. É possível derrotar o diabo, mas, como? “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo e ele fugirá de vós” Tg.4:7. Notemos a sequência: primeiro, temos que ser comprometidos à obediência, sujeitando-nos a Deus, e, vestidos assim, teremos força para resistir ao diabo, e ele, como covarde, fugirá de nós, pelo menos até outra oportunidade.
O pecado é um problema universal, ninguém jamais ficou isento da sua contaminação, exceto o nosso Senhor Jesus Cristo. Sim, nascido de mulher, porém, sem contrair pecado, 1Pe.2:22. O Apóstolo registrou: “Entre os quais (os filhos da desobediência) também todos nós andávamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”. Notemos que o Apóstolo não disse “vós”, mas, sim, “nós”. Ninguém ficou isento dessa contaminação, nem o grande Ap. Paulo, ou qualquer outro dos prestigiosos santos da história da Igreja. E, se permanecermos nesse estado pecaminoso, não haverá nenhuma esperança de alento, nem nesta vida e nem na vindoura.
2. O Homem e a Regeneração, Vs.4-7. “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou.” A palavra “mas” nos introduz à grande mudança no destino daqueles que creem. Em vez de agir de acordo com os rigores da sua lei, Deus usou a sua misericórdia. Essa disposição emana do seu amor para com o seu povo. “Estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos”. De um estado de morte espiritual, fomos transportados para uma posição de vida. Como podemos explicar essa maravilha? Na verdade, há uma única explanação: Deus interveio, soberanamente, com a sua graça. Podemos experimentar a misericórdia e o amor de Deus por causa da sua graça, que derrama sobre o seu povo, gratuitamente, “toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” Ef.1:3. Isso deve fazer o nosso coração transbordar de gratidão e louvor! Essa graça é comunicada somente por meio de Jesus Cristo.
Para entender melhor o sentido desta “graça”, podemos fazer uma comparação com “obras”. Se Deus pedisse do pecador qualquer “obra” a fim de ser salvo, a sua “graça” seria anulada. “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida” Rm 4:4. Deus nunca ficou endividado com homem algum. Ele não é empregador de ninguém, por isso, Ele não é obrigado a pagar salários. Tudo o que Ele oferece ao homem é de graça. Essa é sua glória, como Ele mesmo declarou: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” Rm.9: 15-16. Se alguém reclamar, Deus responde: “Amigo, não te faço injustiça (...), porventura não me é lícito fazer o que quero do que é meu?” Mt20: 13-15. Reconhecemos essa misericórdia a partir do momento em que cremos em Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador. “Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que crê não será confundido” Rm 10:11.
“E, juntamente com ele, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.” Quando Deus manifestou sua misericórdia em nossa vida, o Espírito Santo efetuou em nós uma verdadeira ressurreição espiritual: “Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornamos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” Tt.3: 4-7. Ser regenerado significa “que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem, segundo a imagem daquele que vos criou” Cl.3:9-10; que “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” Cl.1:13-14; que, segundo a promessa do Senhor, “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne (coração sensível, que deseja conhecer e praticar a vontade de Deus). Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” Ez.36:26-27. E, para resumir o propósito de Deus quando Ele nos regenerou: “Assim, como nos escolheu nele (em Jesus Cristo), antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef.1:4-5. E, qual é o privilégio desse novo estado? Ele “nos fez sentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”, onde experimentamos plena comunhão espiritual com Ele, Ef.2:6. Qual o motivo de elevar-nos a esse privilégio, estando nós ainda aqui na Terra? “Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco em Jesus Cristo”. Ef.2:7. A regeneração e a santificação que sempre a segue, redundem para a eterna glória de Deus.
3. O Homem e a Salvação, Vs 8-10. O Apóstolo volta a salientar a gratuidade da nossa salvação: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é o dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie”. Ninguém, segundo a Bíblia, pode envaidecer-se, confessando: Alcancei a minha salvação pela prática de boas obras, ou seja, mediante os seus próprios esforços. Por quê? Porque a salvação é o dom gratuito de Deus e não por esforços merecedores. Mas, se alguém insistir na necessidade de uma cooperação pessoal, dizendo: Eu tenho fé em Jesus Cristo, esta é a minha parte, por isso, sou salvo, pois a Bíblia diz: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” Rm.10:13. Devemos perguntar: De onde vem essa fé, essa capacidade para crer? Ela não é um dom natural do homem pecador, porque o seu pecado o transformou em incrédulo. Essa incredulidade afastou o homem de seu Deus, Hb.3:12. Para crer no evangelho, Deus tem que aperar soberanamente em nós, dando-nos a capacidade para crer, pois a fé é “o dom de Deus”. Como Deus nos comunica essa fé? “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” Rm.10:17. Quando ouvimos, com interesse e desejo de aprender das Escrituras Sagradas, o Espírito Santo fará nascer em nosso coração a fé para crer. Por essa fé, esse dom de Deus, temos as forças para crer nas promessas de Deus. “Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho” Hb.11:2. Assim, devemos valorizar o dom da fé, usando-a, exclusivamente, para a glória de Deus e não para o nosso próprio engrandecimento. “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” Jr.9:24 .
Qual foi o propósito de Deus ao nos conceder o dom da salvação? “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus, de antemão preparou para que andássemos nelas”. Quais são essas “boas obras”? A resposta nos leva a meditar sobre diversos aspectos da natureza dessas boas obras. Em primeiro lugar, devemos entender que elas não têm nenhum valor merecedor, contudo, fomos “criados em Cristo Jesus para boas obras”. A Bíblia ensina que devemos praticar boas obras, como Cristo nos exortou: “Vós sois a luz do mundo (...) Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” Mt.5:14-16. Portanto, essas boas obras estão relacionadas ao nosso testemunho, à maneira em que as pessoas ao nosso redor veem o nosso estilo de vida. Zacarias e Isabel são exemplos: “Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor” Lc.1:6. Assim, temos que descobrir como Jesus andava, imitá-lo e andar como Ele andou. Qual foi a característica mais saliente em sua vida em meio a homens pecadores? Sem dúvida alguma, foi o seu amor ao seu povo, sem qualquer acepção de pessoas. Por isso, o mandamento não é apenas: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, e de toda a tua força”, mas, também: “Amarás o teu próximo como ti mesmo” Mc.12:30-31. A Bíblia ensina: “Ora, temos, da parte de Deus, este mandamento: Que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” 1Jo.4:21. No dia do Juízo Final, a questão a ser levantada será aquela do amor aos “pequeninos” que pertencem a Jesus Cristo, Mt.25:31-46. “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” 1Jo.3:17. Quando ajudamos o nosso irmão, é como se fosse um ato a Cristo, “A mim o fizestes”. Quando negligenciamos a necessidade de um irmão, Cristo disse: “A mim o deixastes de fazer”. Amor ao irmão é uma das determinações mais absolutas que Deus tem nos dado, pois fomos criados em Cristo Jesus para praticar boas obras, para amar o nosso irmão. A prática desse amor é a prova indiscutível de que somos regenerados pelo poder do Espírito Santo. “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus, aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. 1Jo.4:7-8. O anseio do Ap. Paulo em favor dos tessalonicenses foi que “o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda do nosso Senhor Jesus, com todos os seus anjos” 1Ts.3:12-13.
Conclusão:
Em nossa leitura, o Apóstolo descreveu como Deus age em favor da salvação de pecadores. O pecado é o primeiro problema a ser abordado. Vimos o homem e o pecado. Por natureza, todas as pessoas estão mortas em seus delitos e pecados. Mas esse estado foi mudado com a intervenção soberana da parte de Deus. E, vimos o homem e a regeneração, uma transformação tão radical que, sem ela, “não pode ver o reino de Deus” Jo.3:3. Essa experiência é uma verdadeira ressurreição espiritual. Da morte espiritual, fomos erguidos, a fim viver uma vida santa e irrepreensível. Assim, vimos o homem e a salvação. Somos salvos pela graça de Deus para praticar as boas obras que Deus preparou para que andássemos nelas. Destacamos que a obra principal que Deus requer de cada um de nós é a prática visível do amor. “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” Rm. 13:10 “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” 1Jo.3: 14-15. Que cada um de nós possamos levar a sério a importância insubstituível dessa boa obra, do amor ao nosso irmão. Amém.
Rev. Ivan G. G. Ross
terça-feira, 3 de outubro de 2017
DEDICANDO JOÃO 14 PARA CRIANÇAS
Ao estudar a Bíblia, é necessário que os versículos indicados sejam lidos.
No primeiro versículo, observemos a conjugação do verbo “crer”. “Credes”, 2ª pessoa do plural (vós), do Presente Simples. É uma simples observação: Vocês crêem em Deus. Apesar de ser necessário, não é suficiente, porque não comunica a salvação a ninguém. Por isso, Cristo acrescentou: “Crede também em mim”. O verbo, agora, está no Imperativo. Vocês devem, é absolutamente necessário que creiam em mim. Temos que crer e aceitar tudo o que Ele ensina e o que Ele nos oferece.
O primeiro versículo começa dizendo: “Não se turbe o vosso coração”. Por que não precisamos ficar turbados ou inquietados em nosso coração? Porque cremos em tudo o que Ele promete e em tudo o que Ele ensina para que a nossa vida seja mais feliz.
Veja o que Cristo está dizendo para nós neste capítulo:
*Existe um lugar espaçoso no céu para o povo de Deus, V.2.
*Esse lugar está sendo preparado especialmente para as pessoas que crêem, de coração, em Jesus Cristo, V.2.
*No devido momento, quando tivermos que deixar este mundo, seremos recebidos por Jesus Cristo, pois Ele deseja a nossa presença, V.3.
*Se nós temos dúvidas quanto à maneira como seremos recebidos por Ele, basta crer que Ele se responsabiliza para conduzir-nos ao Pai, V.6.
*Por que podemos ter tanta confiança em Jesus Cristo? Porque Ele e o Pai são iguais. Outro nome que Ele tem é “Emanuel, que quer dizer: Deus conosco”. V. 9-10 e Mt. 1:23.
*Ele nos convida a orar e a pedir bênçãos, verifique V.14.
*Embora Jesus não esteja conosco pessoalmente, Ele prometeu que não nos deixaria como órfãos, sem amparo, pois voltaria na Pessoa do Espírito Santo, V.18.
*O Espírito Santo é o outro Consolador, aquele que tomou o lugar de Cristo. Os cristãos de hoje são mais felizes porque o Espírito Santo estará conosco para sempre, para cuidar de nós na vida cristã, V.16.
*É o Espírito Santo que nos ajuda a entender as verdades da Bíblia Sagrada, V.26.
*Obediência a Jesus Cristo é a prova do nosso amor a Ele, V.23.
*Qual é a recompensa de crer em Jesus Cristo? Veja V.27.
*Qual é o sentido da frase: “Vou e volto para junto de vós”? Cristo teria de, primeiro, morrer pelos nossos pecados, ser ressuscitado dentre os mortos e “ir”. Vou para o céu. Mas Ele acrescentou: “Volto para junto de vós”, o que acontecerá na sua Segunda Vinda. Ele voltará a fim de receber o seu povo e levá-lo para o céu, onde estará com Ele para sempre, V.28 com 1 Tes.4: 17-18.
Preparado por Rev. Ivan G. G. Ross
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
A PRÁTICA DO AMOR NA IGREJA
Rev. Ivan G. G. Ross
Leitura Bíblica:
1 Tessalonicenses 1:2-10
Introdução. Se alguém nos pedisse para detalhar as ênfases
mais fortes em nossa Igreja, quais seriam os destaques mais evidentes? Ao
escrever as suas Cartas à Igreja dos Tessalonicenses, o Ap. Paulo salientou
três características, dizendo: “Damos, sempre, graças a Deus por todos vós em nossas orações
e, sem cessar, recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade
da vossa fé, da abnegação do vosso amor
e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor
Jesus Cristo, reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição”. A
existência dessas três verdades evidenciaram a realidade de sua eleição. O Apóstolo
acrescentou a respeito dessa igreja: “Entretanto, devemos sempre dar graças a
Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o
princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”, (2
Ts. 2:13). Notemos que a salvação e a santificação sempre agem juntas; a santificação
é a evidência inconfundível da salvação, e, sem esse sinal, ninguém verá o
Senhor” (Hb. 12:14).
Infelizmente, as observações do
Apóstolo não foram tão positivas acerca das Igrejas dos Coríntios e dos
Gálatas. Em Corinto, houve uma falta de amor, divisões, heresias e imoralidade,
(1Co. 1:10 -13; 5:1). É triste observar que, quando os membros da Igreja estão
divididos entre si, todo tipo de pecado começa a entrar, maculando a
santificação que deve caracterizar o povo de Deus. O pecado nunca entra na
pessoa sozinho; ele é sempre acompanhado por “sete espíritos, piores do que
ele” (Mt. 12:43-45). Em Galácia, a falta de amor reinava entre os membros,
deixando-os a morderem e devorarem uns aos outros, assim, destruindo-se
mutuamente, (Gl. 5:15). E, juntamente com a falta de amor, dissensões, heresias
e imoralidades entraram (Gl. 3:1-5, 19-21). Mas, na Igreja dos tessalonicenses,
o amor a Deus e ao próximo caracterizaram os membros; e não há registro direto
de heresias e nem de imoralidades. Portanto, meditaremos sobre o poder e a prática
do amor na vida da Igreja, observando que a palavra “amor” é usada nove vezes
nas duas Cartas aos Tessalonicenses. Essa frequência me despertou para preparar
esta mensagem.
1. O Amor a Deus. Se nós amamos a Deus, seremos operosos
na fé. O Ap. Paulo escreveu: “Damos sempre graças a Deus por todos vós,
mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, recordando-nos, diante de
nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé”. Essa operosidade se refere,
principalmente, à salvação e à sua manifestação. O Apóstolo escreveu: “Nós,
porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do
amor e tomando como capacete a esperança da salvação”. (1Ts. 5:8). A
operosidade da nossa fé se manifestará mediante a maneira em que usarmos a fé,
o amor e a esperança da salvação. Esses três elementos são, basicamente, uma
armadura que nos protegerá contra os males que caracterizam as obras das
trevas, tal como uma dormência entorpecente, uma insensibilidade diante dos valores
espirituais.
a) Como usar a fé. O Apóstolo fala de pessoas que “não
acolheram o amor da verdade, para serem salvos” (2Ts. 2:10). Pela fé, temos uma
confiança fundamentada sobre as verdades da Bíblia Sagrada. Cremos que “nestes
últimos dias (Deus) nos falou pelo Filho”. E, o que Ele tem falado é fielmente
registrado nas Escrituras Sagradas. Pela fé, cremos “que nenhuma profecia da
Escrituras provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer
profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe. 1:21-22). Nós não somos
iguais àqueles que não acolheram o amor da verdade, antes, amamos cada parte
das Escrituras: as ameaças, as promessas e os convites. Pela fé, os antigos conseguiram
acreditar em tudo o que Deus falara, e obtiveram promessas, (Hb. 11:33). Não
sejamos como os incrédulos, antes, usemos a nossa fé para viver segundo os
ensinos das Escrituras e obteremos a salvação da nossa vida por meio de Jesus
Cristo.
b) Como usar o amor. Dentro desse contexto, o amor a Deus nos constrangerá para que não
sejamos “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas” (Ef. 5:11). Por que José
não se entregou à tentação? Porque seu amor a Deus o fez exclamar: “Como, pois,
cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn. 39:9). Cristo disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os
guarda, esse é o que me ama, e aquele que me ama será amado por meu Pai, e
eu também o amarei e me manifestarei a
ele” (Jo. 14:21). Quando amamos, somos constrangidos a obedecer a tudo o que
Deus ordena. Temos a mesma disposição do nosso Senhor e Salvador, que
confessou: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e
a realizar a sua obra” (Jo. 4:34). Fazendo assim, estamos usando o amor para
obedecer a Deus.
c) Como usar a esperança da salvação. Embora aquele que crê
em Jesus Cristo tenha a salvação, devemos reconsiderar o que aconteceu no ato de
receber essa salvação: fomos redimidos da culpa, poluição e castigo do pecado,
ou seja, livramento da ira de Deus que
paira sobre o pecado, o qual será revelado no Dia do Juízo, (1Ts. 1:10).
Devemos reconhecer a realidade da redenção, porque é fruto do sacrifício substitutivo de Jesus
Cristo. Enfim, a esperança da salvação é resumida nestas palavras: “Porque Deus
não nos destinou para ira, mas para alcançar a salvação, mediante o nosso
Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos em união com Ele. Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos
reciprocamente como também estais fazendo”. (1Ts. 5:9-10). Usemos a nossa
esperança da salvação para ajudar os novos na fé. O Ap. Paulo, comentando sobre
o agrupamento dessas três palavras, disse:
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o maior
deles, é o amor” (1Co.13:13).
2. O Amor ao Irmão. Se nós realmente amamos o nosso irmão,
temos de praticar a abnegação. O Apóstolo escreveu: “Dou sempre graças a Deus
por todos vós, mencionando-vos diante de Deus e Pai (...) da abnegação do vosso
amor”. Abnegação significa: desprendimento do interesse próprio. Portanto, para
amar o nosso irmão, não podemos ser egoístas, isto é, alguém que trata só de
seus próprios interesses. Um dos grandes problemas dos nossos dias é o excesso
de egoísmo; cada um querendo impor a sua própria vontade. O ensino da Bíblia é
este: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade,
considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em
vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. Em
seguida, o texto nos ensina como Cristo praticou essa abnegação: “Tende em vós
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em
forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes, a si mesmo
se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens;
e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente
até a morte e morte de cruz” (Fp. 2:5-8). O Ap. Paulo podia confessar: “Eu de
boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se
mais vos amo, serei menos amado?” (2Co. 12:15). Não podemos ser limitados em
nossos próprios afetos. A exortação é esta: “Dilatai-vos também vós” (2Co.
6:12-13). Temos que abrir o nosso coração, bem como a nossa mão e o nosso
tempo, a fim de demonstrar que amamos de verdade. “Nisto conhecemos o amor: que
Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Ora,
aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade
e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo. 3:16-18).
A Igreja dos tessalonicenses foi
renomada por seu amor aos irmãos. O Apóstolo registrou em favor deles: “No
tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto
vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar uns aos outros; e, na verdade, estais
praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Contudo, vos exortamos,
irmãos, a progredirdes cada vez mais” (1Ts. 4:9-10). O amor é como se fosse um
organismo vivo, que precisa ser praticado a fim de crescer cada vez mais. O Ap.
Pedro escreveu com o mesmo sentimento: “Acima de tudo, porém, tende amor
intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe.
4:8). Talvez, podemos estar falhando em muitas coisas, porém, a falta de amor
não pode ser inocentada. Por quê? Porque a falta de amor põe em dúvida a
realidade da nossa experiência cristã. “Amados, amemo-nos uns aos outros,
porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. (1Jo.
4:7-8).
3. O Amor às Missões. Se nós amamos as missões, temos que
estar bem alicerçados nos princípios espirituais que se encontram nas
Escrituras Sagradas. O Apóstolo escreveu: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações
e, sem cessar, recordando-nos diante do nosso Deus e Pai (...) da firmeza da vossa
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa esperança se refere mais à
disposição espiritual desses recém-convertidos em Tessalônica, no meio de
tribulações. Esses cristãos tinham deixado o judaísmo a fim de viver de acordo
com a “esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”. Por isso, seus compatriotas desencadearam uma
perseguição cruel contra eles. O Apóstolo registrou esta denúncia contra eles:
“Os quais não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, como também nos
perseguiram, e não agradam a Deus, e são adversários de todos os homens, a
ponto de nos impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos” (1Ts.
2:14-16). O Ap. Paulo foi apedrejado pelos judeus, “dando-o por morto”, mas o
Senhor o levantou, (At. 14:19-20). Nesse contexto, podemos entender a alegria
do Apóstolo, quando disse: ”Damos, sempre, graças a Deus por vós (...) e da
firmeza da vossa esperança em nosso
Senhor Jesus Cristo”. Nele, “temos por âncora da alma, segura e firme e que
penetra além do véu” (Hb. 6:19). Nós, que nunca enfrentamos uma perseguição
dessa natureza, devemos usar a nossa liberdade para nos envolver no trabalho de
Missões, orando, contribuindo, ou, até indo, porque os campos “já branquejam
para a ceifa” (Jo. 4:35). Apesar das perseguições, os tessalonicenses não
negligenciaram esse aspecto da vida cristã.
Qual é a característica básica
daquele que anuncia as boas novas do evangelho? Entre outras qualidades, é
indispensável que tenha uma firmeza na sua esperança em Jesus Cristo. Ele tem
que ter experimentado, em sua própria vida, uma obra regeneradora e renovadora
pelo Espírito Santo, evidenciada mediante uma vida santa e irrepreensível. Em
outras palavras, deve ser uma nova criatura em Cristo Jesus, (2Co. 5:17). É a obra
do Espírito Santo que lhe dá esta esperança, uma confiança imperturbável na
eficácia da obra redentora de Jesus Cristo, no qual há o perdão de todos os
pecados e a certeza da vida eterna. Qual é a obra principal daquele que anuncia
as boas novas do evangelho? Os tessalonicenses se tornaram um modelo para todos
os crentes na Macedônia e na Acaia. “Porque de vós repercutiu a palavra, não só
na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com
Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma; pois
eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso
no vosso meio, e como, deixando os
ídolos, vos convertestes a Deus para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para
aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, Jesus,
que nos livra da ira vindoura”. Percebemos a intensidade do trabalho realizado
pelos tessalonicenses. Qual é a maneira certa para recepcionar esses homens que
trabalham incessantemente na seara do Senhor? “Agora, vos rogamos, irmãos, que
acateis com apreço os que trabalham entre vós e que vos presidem no Senhor e
vos admoestam; e que tenhais com amor em máxima consideração, por causa do
trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros” (1Ts. 5:12-13).
Conclusão: Terminamos com a pergunta que fizemos no início da
meditação. Se alguém nos pedisse para detalhar as ênfases mais fortes em nossa
Igreja, quais seriam os destaques mais evidentes? Deixamos a resposta para a
consciência de cada um, lembrando que a nossa resposta, em parte, será uma
revelação da nossa própria espiritualidade, pois nós somos a Igreja. A Igreja de
Tessalônica foi reconhecida pela operosidade da sua fé, pela abnegação de seu
amor; e pela firmeza da sua esperança em Jesus Cristo. E, com essas
características, os tessalonicenses se tornaram modelo para as Igrejas em toda
a região. Em nossa Igreja, bem como em nossa própria vida, que tipo de
repercussão estamos produzindo? Que Deus nos ajude para que alcancemos um
testemunho santo e irrepreensível mediante o nosso modo de viver no meio das
pessoas ao nosso redor.
Amém.
O CUIDADO DO SENHOR
Versículo Bíblico: “De Benjamim disse: O Amado do Senhor habitará seguro com ele; todo dia o Senhor o protegerá, e ele descansará nos seus braços”, Deut. 33:12.
Introdução: Quem são esses “amados do Senhor”? Não pode ser cada pessoa nascida de mulher, pelo simples fato de existir duas classes, bem dessemelhantes. A diferença é tal como o branco e o preto, o dia e a noite. Não existe uma classe neutra, nem clara e nem escura. A diferença é moral e espiritual. Alguns amam e servem a Deus, enquanto outros o rejeitam e servem os seus próprios interesses.
Esses amados do Senhor são designados como: “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarem as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; os que antes, não eram povo, mas, agora, são povo de Deus; que não tinham alcançado misericórdia, mas, agora, alcançaram misericórdia”, 1 Pe.2:9-10. A diferença entre as duas classes é um fato bíblico, porque os amados do Senhor são aqueles que foram separados “antes da fundação do mundo, para serem santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor os predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”, Ef.1:4-5. A prova desse beneplácito tem este selo: “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba Pai!”. Esse clamor é o nosso reconhecimento da nossa adoção e a paternidade de Deus. Ele é o nosso Pai que está nos céus. Somos os amados do Senhor por causa da mediação de Jesus Cristo e o que Ele fez, a fim de sermos adotados como filhos. Sem Ele, estaríamos ainda “mortos em nossos delitos e pecados”, Ef.2:1. Agora, vamos meditar sobre o cuidado que o Senhor tem para com esse povo amado.
1.Um Cuidado Seleto: “O amado do Senhor habitará seguro com ele”. Esse cuidado é seleto, é especial. Embora o cuidado do Senhor se estenda para toda a humanidade pela graça comum, no sentido de que Deus “não deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos bênçãos do céu, chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e alegria”, At.14:17. Contudo, no meio dessas bênçãos comuns, não se encontram as dádivas da salvação; elas pertencem, exclusivamente, aos amados do Senhor, aos que crêem no seu nome.
O amado do Senhor recebe um cuidado seleto, um cuidado diferenciado. Ele é guardado pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo, 1Pe.1:15. O descrente não tem essa distinção, antes, ele é abandonado para andar “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”, Ef.2:2. Mas o amado do Senhor não é abençoado sem a sua participação consciente; ele tem que estar “com o Senhor”, em plena comunhão espiritual com Ele. Mas, como ele pode alcançar essa comunhão? Cristo disse : “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele”, Jo.14:21. E, como podemos conhecer esses mandamentos que revelam o amor do Pai e do seu Filho Jesus Cristo? A resposta é uma só: através da leitura diária das Escrituras Sagradas e com a oração entregando a nossa vida aos cuidados do Senhor. O salmista pedia: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”, acrescentando: “Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, são os meus conselheiros”, Sl.119:18,24. Dessa maneira, a benção do Senhor repousará sobre nós, os seus amados; e, cresceremos na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, 2 Pe.3:18.
O que mais podemos dizer sobre a preferência que os amados do Senhor experimentam? Certamente, a evidência da nossa salvação eterna não pode ser esquecida. E, devemos lembrar que ela é inteiramente devida à graça e misericórdia de Deus: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação e fé na verdade, para que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória do nosso Senhor Jesus Cristo”, 2 Ts. 2:13-14. Sim, devemos sempre dar graças ao Senhor, porque somos aqueles amados que ele mesmo escolheu. Que possamos andar de modo digno da nossa vocação, Ef. 4:1.
2. Um Cuidado Seguro: O amado do Senhor tem esta promessa: “Todo o dia o Senhor o protegerá.” Qual é a extensão dessa proteção? Não apenas cada dia, mas, sim, durante o dia inteiro. Precisamos desse cuidado constante, porque podemos ser surpreendidos a qualquer momento numa intriga espiritual que tem reflexos morais. Mas a promessa é esta: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”, Fp.4:7 Precisamos dessa proteção a cada instante! Muitas das nossas lutas espirituais não são com poderes externos, antes, acontecem dentro do nosso coração e da nossa mente; desejos conflituosos. Qual é a natureza dessas intrigas espirituais? Devemos sempre nos lembrar deste alerta: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. Mas ele tem que ser resistido, 1Pe.5:7-8. Como? Eis a resposta: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo, porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Essa armadura é composta de oito itens essenciais: 1° Cingindo-nos com as verdades das Escrituras Sagradas. Temos que conhecê-las e praticar os seus ensinos. 2° Vestindo-nos da justiça de Jesus Cristo, que Ele adquiriu por nós mediante a sua obediência imaculada à lei de Deus. 3° O nosso procedimento deve ser caracterizado com o evangelho da paz, paz com Deus e com o nosso próximo. 4° Embraçando a fé na providência de Deus, através da qual podemos apagar todos os dardos inflamados do Maligno; dardos que carregam o veneno de pensamentos pecaminosos. 5° A importância da certeza da nossa salvação, podendo dizer: “E, de fato, somos filhos de Deus”, 1Jo 3:1, uma convicção que alcançamos quando estamos alicerçados na obra redentora de Jesus Cristo. 6° Temos que saber como usar a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Satanás não tem como resistir quando o refutamos com: “ Assim diz o Senhor”, ou, “Está escrito”. Cristo venceu declarando seu compromisso com as Escrituras, Mt. 4:1-11. 7° A oração e a súplica, direcionadas pelo Espírito Santo, que nos faz pedir segundo a vontade de Deus. Dessa maneira, seremos ouvidos, 1 Jo5:14. 8° Vigiando com perseverança, cuidando da nossa vida espiritual e a dos nossos irmãos, com as nossas súplicas. É importante estudar Efésios 6:10-18.
Temos que reconhecer o poder dessas intrigas espirituais. Temos que resistir à tendência de ficarmos frios e desanimados com esse assédio incansável do nosso adversário, cujo propósito é assolar a nossa firmeza em Cristo; mas, vestidos de toda a armadura de Deus, com esses oito itens já apresentados, seremos mais que vencedores. E, finalmente, temos que recusar os convites do mundo secular, a fascinação da segurança social a qualquer preço, pois essa tendência pode prejudicar a nossa vida espiritual, uma perda cara demais. Para terminar este ponto com uma verdade positiva: os amados do Senhor são protegidos com um cuidado seguro, todo o dia, pois Ele é o nosso Salvador.
3.Um Cuidado Sereno: O amado do Senhor “descansará nos seus braços”. Cristo podia declarar: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão”, Jo. 10:27-28. Nesses dois versículos, observe como Jesus elogia o seu povo: As minhas ovelhas, quando ouvem a minha voz, me obedecem. Agora, veja como Cristo serena os seus seguidores. Cuido de cada um, e ninguém os tirará da minha proteção. De fato, o amado do Senhor pode descansar em seus braços. E, para enfatizar com maior intensidade esse cuidado, Cristo acrescentou no versículo 29: “Aquilo que meu Pai me deu (essas ovelhas) é maior do que tudo (as ovelhas são os tesouros mais valiosos, por causa do preço da sua redenção, por isso) da mão do meu Pai ninguém pode arrebatar”. Com essas verdades, entendemos como os amados do Senhor podem “ descansar nos seus braços”.
Voltamos para meditar mais demoradamente sobre os dois versículos de João 10:27-28. O que essas ovelhas, que o Pai entregou a seu Filho, precisam ouvir para seguir a Jesus Cristo? Deus chama o seu povo mediante uma mensagem específica: “A palavra da verdade, o evangelho da sua salvação”, Ef. 1:13. Reconhecemos que esse chamado, ou “vocação eficaz provém unicamente da livre e especial graça de Deus, e não de qualquer coisa prevista no homem.” Qual é a reação da pessoa que recebe esse chamado eficaz? A resposta deve ser entendida desta maneira: “Nesta vocação, o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado pelo Espírito Santo, fica habilitado a responder a ela e a receber a graça nela oferecida e comunicada.” Sem essa vivificação pelo Espírito Santo, o homem jamais seguiria a doce voz de Jesus. Mas a prova de que temos ouvido o evangelho eficaz e salvificamente é que vimos “mui livremente, sendo por isso dispostos pela sua graça”, Con. de Fé, Cap.10. E, agora, feitos “sábios para a salvação pela fé em Jesus Cristo”, o Salvador se dirige às suas ovelhas, dizendo: “E ninguém as arrebatará da minha mão”. Ouvimos o evangelho e passamos a seguir a Jesus Cristo, que fala ao nosso coração, dizendo: A sua salvação está garantida, porque ninguém pode te arrebatar da minha mão. Aqui, a mão simboliza seu grande poder, pois Ele “pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre a interceder por eles”, Hb 7:25.
Os amados do Senhor são um povo que habitará seguro com Ele, “ todo o dia o Senhor o protegerá e ele descansará nos seus braços.” Aqui temos um cuidado seleto, seguro e sereno, o que mais poderíamos desejar?
Conclusão: O Apóstolo João comentou: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus, e, de fato, somos filhos de Deus”, 1 Jo. 3:1. Sim, somos os amados do Senhor. Que cada um de nós possamos viver, conscientemente, como na presença de Deus, honrando o privilégio de sermos conhecidos como os amados do Senhor. Amém!
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