Vasos de Honra

sábado, 25 de agosto de 2012

O Senhor Precisa de Trabalhadores




“Vendo ele (Jesus) as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor. E, então se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mt. 9:36-38).

Nestes versículos, percebemos o que Jesus sente diante das necessidades das multidões deste mundo. São duas as realidades que devemos conhecer:

1. A Situação das Multidões. São “aflitas e exaustas” e em grande necessidade de um socorro. São perdidas, alguém precisa ir ao seu encontro e oferecer-lhes uma direção. “Aflitas e exaustas” descreve a situação emocional e espiritual das multidões. Na verdade, estão sem Cristo e separadas dos meio espirituais, pois não conhecem as promessas da salvação. Enfim, não têm esperança e vivem sem Deus no mundo, (Ef. 2:12).

2. A Resposta para as Multidões. À semelhança de Jesus, devemos ter compaixão delas. Uma verdadeira preocupação pelo estado espiritual das multidões nos levará a fazer duas coisas, no mínimo: Primeiro, oraremos ao Senhor da seara pedindo que Ele mande trabalhadores aos necessitados. Não rogamos por mais pastores, nem por mais evangelistas, mas, sim, por “trabalhadores”, pessoas dispostas a cuidar das necessidades espirituais de seu próximo, prontas para oferecer-lhe uma “boa palavra” que comunique esperança, (Is. 50:4). E, em Segundo lugar, oferecemo-nos a Deus, dizendo: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10:9).

Os coríntios nos dão a atitude certa: “Deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Co. 8:5). Deus quer que, em primeiro lugar, pertençamos a Ele, para que, depois, tenhamos condições para servir ao nosso próximo. Qual é a sua resposta diante do apelo de Cristo?

Rev. Ivan G. G. Ross
Itajubá, 17 de Agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

AS NOSSAS DIFICULDADES




Leitura Bíblica: 1 Pedro 5:5-10

Introdução: Em Gênesis, no primeiro capítulo, encontra-se o registro da nossa criação: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou,... Viu Deus tudo quanto fizera e eis que era muito bom” (Gn 1:27,28,31). O ponto que devemos entender é que fomos criados à imagem de Deus, isto é, com uma perfeição semelhante à do próprio criador. A imagem de Deus se resume em três virtudes: a) O pleno conhecimento de Deus, seu amor e a sua vontade. b)Em justiça, em plena comunhão espiritual com seu Criador, nada impedindo este livre acesso à sua presença. c) Em retidão (santidade), em perfeita conformidade às leis do seu Criador, (Ef. 4:24; Cl. 3:10). Assim, o homem tinha todas as condições para experimentar uma suprema alegria, porque Deus o tinha abençoado com privilégios especiais.

Mas, por causa do pecado que entrou na vida do homem, mediante a sua desobediência a uma ordem específica que Deus lhe dera, ele passou a experimentar o castigo judicial de Deus em sua vida. Podemos resumir todas as dificuldades que assolam a vida do homem em apenas três palavras: 1ª Sofrimento, tais como doenças, infortúnios e a morte física. 2ª Pecado, a transgressão da lei de Deus. Esta é a causa de toda a confusão que impera sobre a vida do homem. 3ª Obediência, no sentido da dificuldade para submeter-se à autoridade maior. Se estes três itens pudessem ser moderados, a nossa vida seria bem mais feliz. Vamos examinar estas três palavras.

1. O Problema do Infortúnio. O sofrimento que aflige a humanidade está diretamente ligado com o pecado que Adão, o nosso representante federal, legou à sua descendência. Deus advertiu: “No dia em que dela comeres (da árvore do conhecimento do bem e do mal), certamente morrerás” (Gn. 2:17). O processo degenerativo desta morte começou a partir do momento em que Adão pecou, e continua inexoravelmente até a consumação das forças físicas, quando a vida abandona o corpo. A sentença continua implacável: “Porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3:19).

É comum ouvir uma pergunta desafiadora: Se Deus é amor, por que Ele permite o sofrimento? Oferecemos duas respostas sugestivas:

a) O Sofrimento é um castigo por causa do pecado que reside no coração de cada pessoa, independente de atos específicos do momento. Deus, em sua justiça imaculada, determinou: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez. 18:20). Se Deus retirasse a sua sentença de morte, Ele estaria negando a sua própria justiça (algo que é impossível, “pois de maneira nenhuma pode negar-se a sim mesmo” (2 Tm. 2:13)), o que lançaria a humanidade num sofrimento ainda pior. Todos nós temos dentro da nossa consciência um senso de justiça, ou seja, a necessidade de uma forma de castigo para o culpado. Deus, que é a expressão máxima da justiça, colocou este principio dentro de nós quando nos criou à sua imagem.

b)Deus, em sua sabedoria insondável, usa o sofrimento para disciplinar e inibir os impulsos pecaminosos do homem. Se não houvesse conseqüências negativas para o pecado, o mundo seria um lugar impossível para o homem habitar. Muitos pecados não são praticados porque o homem tem medo das suas conseqüências, (Hb. 12:11).

Embora não tenhamos respostas completas para o sofrimento que nos aflige, cremos que existe um alívio dentro do nosso alcance. A Bíblia ensina: “Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos,”  e segue-se uma lista de bênçãos que são necessárias à nossa tranqüilidade. Mas, por outro lado, “se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, ... então, virão todas as maldições sobre ti e te alcançarão,” e segue-se uma lista dos desfavores que atormentarão a vida dos desobedientes, (Dt. 28:2,15). Sabemos, por experiência própria, que a nossa tranqüilidade depende de um procedimento santo e irrepreensível da parte de todas as pessoas.        

O profeta Habacuque vivia em dias de juízo iminente, e, quando ouviu do castigo justicial que cairia sobre a sua nação, confessou: “Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu; à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá contra o povo que nos acomete;” Contudo, apesar de seu medo, a sua fé não falhou, porque ele ficou fortalecido para confessar: “Todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc. 3:16-19). Fé em Jesus Cristo é a fonte da nossa força nos dias do sofrimento.

2. O Problema da Infelicidade. Todas as nossas infelicidades são causadas pelo pecado que habita em nossa vida. Este mal é reconhecido por todos, porém, poucas pessoas o levam a sério. Embora o homem sofra por causa dos pecados que pratica, por que ele não toma uma atitude contra eles? Respondemos: Ele não consegue, porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos” (2 Co. 4:4). Apesar de sofrer por causa da sua transgressão, o homem continua praticando uma verdadeira contradição: ele ama o seu pecado e não quer uma vida diferente.

Como é que Deus consegue sacudir esta loucura espiritual, a fim de trazer o pecador às portas da salvação? Ele envia o Espírito Santo, cujo ministério é convencer o homem do seu pecado, (Jo. 16:18). Este convencimento é tão poderoso e aterrorizante que o pecador, não podendo resistir, e, compungido em seu coração, grita por socorro, (At. 2:37). E, se o homem rejeita este convencimento, o Espírito Santo lhe dará dores físicas, como aconteceu com o Salmista, que confessou: “Enquanto calei os meus pecados (recusando humilhar-se e admitir a sua culpa), envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” Ele começou a sentir alívio  desta pressão somente depois de humilhar-se e confessar o seu pecado. Podemos sentir o seu desafogo quando exclamou ao Senhor: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei ... E tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.” Por isso, a exclamação surpreendente: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada” (Sl. 32:1-5).

Porque Deus pode, com toda sua justiça, perdoar os nossos pecados? Porque Ele mesmo providenciou um Redentor por nós. O salário do pecado é a morte, mas esta foi recebida por nosso Substituto e Redentor, Jesus Cristo. “Aquele que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co. 5:21). Vamos sempre lembrar o preço da nossa salvação. “ Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que os vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem mácula, o sangue de Cristo” (1 Pe. 1:18-19). Como o Ap. Paulo, confessamos: Em Cristo, “temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Ef. 1:7).

3. O Problema da Infidelidade. Por que é tão difícil submeter-se a uma autoridade e obedecer ordens? Por que Adão não conseguiu ser fiel a Deus e ficar longe da árvore do conhecimento do bem e do mal? Porque o seu coração se encheu de altivez, um senso exagerado da sua própria importância, e este mal o impeliu a comer da árvore que o Senhor lhe ordenara que não comesse? Por isso, o Apóstolo recomendou que ninguém pensasse de si mesmo além do que convém (Rm. 12:3). Esta tendência de auto-exaltação está especialmente propensa em pessoas mais dotadas e privilegiadas, como no caso de Adão. Por causa do poder enganador do orgulho, o Ap. Paulo orientou a Igreja sobre a escolha de presbíteros, quando ordenou: “Não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça (o presbiterato envolve um certo poder ou autoridade sobre os membros da igreja) e incorra na condenação do diabo” (1 Tm. 3:6). O mesmo apóstolo, apesar de ser um homem sumamente dotado, privilegiado e muito consagrado a Deus, não ficou isento da possibilidade de ficar orgulhoso, por isso confessou: “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte” (2 Co. 12). Cuidado com este mal, porque ele impede a nossa fidelidade a Deus. “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pr. 8:13; 29:23; Is. 25:10-12).

Como podemos combater essa tendência de ficarmos orgulhosos? Devemos praticar o temor do Senhor em todas as nossas atitudes, “porque Deus resiste aos soberbos” (1 Pe. 5:5). O orgulho é uma confiança exagerada nos próprios recursos e, enquanto esta auto-confiança estiver no controle, o presunçoso jamais experimentará o auxílio de Deus em sua vida. “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe. 5:6-7).

Conclusão: As dificuldades desta vida são uma realidade que temos que encarar com confiança na graça sustentadora de Jesus Cristo. Eis o testemunho do Ap. Paulo (que sofria com este espinho na carne): “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co. 12:10)

Itajubá, 12 de Agosto de 2012
Rev. Ivan G. G. Ross.

sábado, 4 de agosto de 2012

Vestes da Salvação



Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com suas jóias” (Is. 61:10).

O profeta, falando em nome da Igreja redimida, tem um coração transbordante de regozijo e de alegria. Ele tem esta gratidão por causa da obra salvadora que o Senhor operou em sua vida. Este homem é consciente do monergismo de Deus. Tudo o que ele agora tem, em termos de salvação, é porque o Senhor o visitou e derramou sobre ele, gratuitamente, toda sorte de benção espiritual. À semelhança do Apóstolo Paulo que, sem qualquer mérito pessoal, confessa: “Mas obtive misericórdia” (1 Tm. 1:13). Veja o contraste: aquele que era vestido de trajes sujos é agora visto em trajes finos e limpos, dando-lhe uma beleza semelhante “como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com suas jóias.” Mas, quais são estes trajes que causam tamanha alegria no Senhor?

O Senhor “me cobriu de vestes de salvação.” Tanto a sua aparência, bem como a sua experiência pessoal, testificam da benção do Senhor sobre ele. Esta salvação fala da presença constante de Deus  ao seu lado, protegendo-o e encorajando-o em todos os momentos de sua vida, demonstrando que, em Jesus Cristo, ele tem a redenção e o perdão de todos os seus pecados, (Ef. 1:7).

O Senhor “me envolveu com o manto de justiça”. Esta justiça é aquela que Cristo adquiriu por nós, mediante a sua perfeita obediência às exigências da lei divina; a qual é imputada, creditada a todos os que crêem em Jesus Cristo. “Bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras (ou méritos pessoais)” (Rm. 4:6). Eis o motivo de tanto regozijo e alegria no Senhor; por isso, a Igreja canta os seus louvores de gratidão ao Deus de sua  salvação. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1)

Rev. Ivan G. G. Ross
Itajubá – Julho de 2012